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O Universo Criativo Pessoal: Como Fomentar um Clima de Criatividade?

Características da Pessoa Criativa, da Empresa Criativa e Particularidades da Empresa Criativa.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Quais as Principais Características de Uma Pessoa Criativa? Como se Caracteriza Uma Gestão Artística em Termos de Criatividade Organizacional? Quais São os Comportamentos e as Características Que Favorecem o Equilíbrio Empresarial na Questão da Criatividade?

Para muitos especialistas, a criatividade não é um dom, mas uma habilidade do ser humano ligada à nossa capacidade de invenção, reinvenção e inovação. E, assim como qualquer competência, é possível praticar a criatividade para despertá-la e desenvolvê-la, tornando-se uma pessoa mais criativa. SHAW ([1]) resumiu seu pensamento sobre a criatividade humana com a seguinte frase: “Se tiveres uma maçã e eu tiver outra maçã e se as trocarmos, cada um de nós ficará apenas com uma maçã. Mas se tiveres uma ideia e eu outra ideia e se as trocarmos, cada um de nós terá duas ideias”.

Nessa definição reflete-se explicitamente que a criatividade é uma habilidade humana e esse fato condiciona o processo criativo, pois grande parte da responsabilidade de gerar ideias recai sobre as pessoas. No âmbito empresarial, é o trabalhador quem assume esta tarefa. A sua capacidade para desenvolver ideias – primeiro individualmente e posteriormente em equipes ou no departamento em que trabalha – será determinante para a definição de um projeto inovador que aumente a rentabilidade da organização.

Características da Pessoa Criativa

De uma forma geral, as pessoas criativas são aquelas capazes de descobrir novas formas de abordar um problema ou de apresentar soluções aos problemas através de mecanismos lógicos não convencionais. Destacam-se pela sua capacidade de adaptação a todo o tipo de situações e por serem capazes de atingir os objetivos estabelecidos. Para o conseguir, estes indivíduos recorrem a mecanismos complexos. É exatamente essa qualidade – a complexidade – que mais os diferencia das restantes pessoas.

Neste contexto, a complexidade significa que são capazes de pensar e de agir segundo uma diversidade de lógicas que geralmente não estão desenvolvidas em tão elevado número na maior parte das pessoas. É como se um indivíduo criativo concentrasse inúmeras habilidades complexas, sendo capaz de desenvolver esse potencial em diferentes campos. Esta situação permite-lhes fazer diferentes leituras da realidade de uma forma constante e reformular a informação obtida (pensamento divergente), oferecendo sempre respostas diferentes e inovadoras (pensamento convergente).

Características da Empresa Criativa

Existem duas tendências contrapostas na forma de gerir a organização. A primeira defende uma gestão entendida como uma ciência, baseada na utilização de ferramentas tecnológicas e estatísticas, e, a segunda, deposita a capacidade competitiva da empresa inteiramente na capacidade de improvisação e artística desta:

  • Gestão Científica: As empresas são cada vez maiores e mais complexas, exigindo novas ferramentas para a sua gestão. Este tipo de ferramentas, que incorporam melhoramentos tecnológicos e de controlo estatístico, são as únicas capazes de assegurar que a gestão de grandes empresas transnacionais seja viável. Devido às condições atuais, que obrigam a ter em conta um maior número de variáveis, a tomada de decisões instintivas nas organizações já não é apropriada e cada vez mais impera a utilização de técnicas e de software com algoritmos. No entanto, a sistematização de todos os processos não tem lugar para a prospecção, concentrando-se na exploração dos resultados existentes.
  • Gestão Artística: Esta concepção entrega o destino da empresa à improvisação e criatividade dos trabalhadores. Ao contrário do que se verifica no caso anterior, esta visão da empresa caracteriza-se por uma prospecção contínua. É um viveiro de ideias altamente criativas e potencialmente valiosas, mas a ausência de uma estratégia para as explorar pode impedir a obtenção de recursos, desembocando inexoravelmente no fim do negócio.

Essas duas formas de gestão não só são completamente opostas, como também revelam formas extremas de entender a gestão empresarial que, no entanto, se chegam a verificar no mundo empresarial. Portanto, a conclusão é que uma gestão eficiente tem de estar adaptada às necessidades de cada caso e é o resultado de um equilíbrio entre estas duas concepções. É fundamental uma certa quantidade de prospecção para ser criativo (caos criativo), mas essa quantidade não pode nunca constituir o principal ativo da organização. A criação de demasiada incerteza desencoraja os membros de uma organização a efetuarem um esforço adicional. É necessário definir direções e objetivos claros, para além de uma certa estrutura que ofereça a liberdade suficiente para que o trabalhador possa ser criativo no desempenho da sua atividade.

Particularidades da Empresa Criativa

As empresas criativas, portanto, são aquelas que conseguem atingir o já citado equilíbrio entre a prospecção e a exploração de resultados. Encontrar este equilíbrio na empresa exige assumir uma cultura de empresa e desenvolver práticas próprias da atividade criativa. Para que tal ocorra, a empresa deve possuir uma série de comportamentos e características que favoreçam o equilíbrio, mas também o fluxo da criatividade:

  • Orientação e adaptação contínua ao mercado. A empresa está sempre aberta às mudanças, adaptando-se a estas e, na medida do possível, tentando provocá-las.
  • Flexibilidade. Uma visão demasiado rígida da estrutura interna da empresa limita a capacidade de adaptação referida. Ser flexível, mais do que uma recomendação, é imperativo para as empresas que pretendam manter a sua capacidade de resposta às necessidades do mercado.
  • Liderança participativa e transformadora. A tomada de decisões nas empresas estende-se aos trabalhadores, que se sentem partícipes através do fomento da contribuição de ideias e da consideração das suas propostas. Neste sentido, é fundamental o apoio firme dos líderes da empresa, que deverão possuir um espírito aberto à mudança, provocando o caos criativo intencionalmente.
  • Estrutura ligeira. A empresa possui uma estrutura organizativa onde as hierarquias piramidais não impedem o fluir de ideias dos níveis inferiores para os superiores. As estruturas pouco formalizadas, que permitam a sobreposição de funções, evitam que a criatividade se concentre em departamentos específicos, como o de Investigação e Desenvolvimento.
  • Comunicação aberta. O fluxo de informação serve para criar um clima de confiança que favorece o surgimento de novas ideias. A informação na empresa criativa flui em três (3) sentidos:

- Vertical, para comunicar os objetivos da empresa e as formas que serão instrumentalizadas para os atingir;

- Horizontal, para desenvolver a atividade quotidiana da empresa e resolver os problemas que possam surgir;

- Com o exterior, para manter atualizados os progressos do mercado e para ter acesso a ideias que provenham da concorrência ou dos colaboradores.

  • Partilhar conhecimento. Monopolizar o acesso ao conhecimento limita a capacidade que as pessoas têm de o explorar. A existência de recursos e canais para aceder ao conhecimento e para o partilhar amplia as possibilidades de surgimento de novas ideias.
  • Tolerância ao fracasso. A introdução de melhoramentos ou inovações nem sempre tem um resultado positivo. A criação exige um processo de teste e erro que as empresas criativas assumem como parte de uma cultura que favorece a experimentação e a procura de novas ideias. É com os erros que se aprende.
  • Sistema de incentivos. Não se deve menosprezar o poder das recompensas sob a forma de dinheiro ou de reconhecimento dentro do grupo.

REFERÊNCIAS

PONTI, F. (2001): ”La empresa creativa. Metodologias para el desarrollo de la innovación en las organizaciones”. Ediciones Granica. Barcelona

ROAM, D. (2008): ”The back of the napkin.” Penguin Group.USA .


([1])  George Bernard Shaw foi um dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista irlandês. Fundador da London School of Economics, foi também o autor de comédias satíricas de espírito irreverente e inconformista.

JULIO CESAR S. SANTOS

Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervisores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Comunicação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico


Publicado por: JULIO CESAR DE SOUZA SANTOS

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