Não à acomodação
Tecnologia, consumo desenfreado, invensões obsoletas, realização pessoal e profissional, convívio escasso, liberdade...O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Fala-se na globalização e seus efeitos diariamente. È na televisão, no jornal, nos temas escolares, nas provas de vestibular, de concursos públicos. Obrigatoriamente é assunto de disciplinas de currículos universitários. Sabe-se que sem as invenções tecnológicas que possibilitaram este avanço nas comunicações não teríamos a comunicação instantânea, não teríamos visto ao vivo a queda das torres gêmeas e tantas outras catástrofes. Infelizmente este tipo de acontecimento trágico é que se fixa na memória das pessoas e não o cotidiano, o normal, posto que “sem atrativos”, sem pontos no ibope ou qualquer outro aferidor de audiência. .De imediato as pessoas pensam no computador, no telefone celular e outras manias do momento. Sim do momento, porque hoje tudo é muito rápido. As invenções tornam-se obsoletas em um curto período de tempo. Com isto provocam um consumo desenfreado daqueles que relacionam autoestima, bem estar, felicidade com a aquisição destes bens .
Apesar de todas as vantagens que a tecnologia proporciona, as pessoas continuam insatisfeitas, infelizes, em busca que de algo que dê sentido à sua existência o que ratifica o pensamento de que paz de espírito, felicidade, harmonia familiar entendimento, realização pessoal e profissional não estão necessariamente, nem diretamente ligados a bens materiais, condição financeira, acumulo de bens.
As pessoas que estão na faixa dos 60 anos testemunharam uma grande transformação na sociedade. Nascidas em uma época que não havia vacinas, comida congelada, lentes de contato, cirurgias à laser, foto copiadora, pílula anticoncepcional, cartões de crédito, ar condicionado, computador, televisão à cabo, máquina digital e um monte de outras facilidades que se tornaram obrigatórias dentro de uma casa, que serve para indicar o status, ou poder aquisitivo, mas não necessariamente o nível de satisfação pessoal, precisam fazer um esforço muito grande para se manterem inseridos dentro de uma sociedade cada vez mais mecanizada, robotizada, e que exige de todos um acompanhamento e entendimento das novidades, sob pena de serem marginalizados e encarados como verdadeiros dinossauros, ou seja, alguém de época pré-histórica, já extintos.
Estas pessoas tiveram que aprender a usar o caixa eletrônico para receberem seus proventos, a utilizar telefone celular para uma comunicação mais ágil, porém nem sempre mais eficiente, a manusear o controle remoto, a programar o forno de micro ondas, a máquina de lavar. Isto prova que sempre é necessário empreender um novo aprendizado, quer para satisfação pessoal, ou como forma de permitir uma integração maior com tudo e todos que os cercam, sob pena se sentirem como verdadeiras ilhas em meio a um oceano de inovações.
A despeito de toda esta adaptação que ocorre sistemática e gradativamente e que prova que o ser humano se adapta facilmente, tanto às coisas boas como às dificuldades, ainda encontramos pessoas que sofrem preconceito dentro de seus próprios lares, de seus familiares, que os criticam por desejarem ter tempo e espaço para uso pessoal, achando desnecessário aprender inglês, ou informática “nesta idade” (expressão usada com freqüência) como se por não terem mais a juventude como companheira, não lhes restasse mais nada a fazer a não ser esperar a morte, num total desconhecimento da realidade e, sobretudo de respeito, gratidão e apoio para com estas pessoas.
Outro aspecto importante é a diferença nas relações familiares que estas pessoas de um modo geral enfrentaram, por terem nascido em uma época na qual havia “mais tempo” para conviverem. As mulheres permaneciam mais tempo em casa, as famílias eram mais numerosas, as visitas e grandes reuniões de família eram mais freqüentes. Havia mais tempo para curtir os afetos, havia mais interação entre as pessoas.
Hoje o convívio é mais escasso, as sessões de televisão, antes na sala, com todos a assistirem, sem conversas, ávidos pelo que mostrava a tela, não tão gigante, nem tão perfeita como a de agora, foram substituídas por momentos de isolamento, nos próprios dormitórios, com encontros esporádicos no almoço ou outro horário de refeição.
Em contraste com tudo isto, ainda encontro pessoas que se recusam a usar celular, outros que não comem comida feita em microondas, uma boa quantidade que é avessa a usar computador, mostrando que liberdade é realmente fundamental, porém não dá para ignorar que a mudança é inevitável. Não dá para ficar arraigado à padrões antigos de conduta só por medo de errar. É errando que se acerta, é mudando que se aprende e o aprendizado proporciona crescimento, satisfação e reconhecimento, senão dos outros, da própria capacidade de realização, do potencial muitas vezes desconhecido ou esquecido.
Publicado por: Isabel C. S. Vargas
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