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MUNDO HISTÓRICO: ALGUMAS DOUTRINAS SOCIAIS E POLÍTICAS – UMA REFLEXÃO

Breve análise sobre Mundo histórico: algumas doutrinas sociais e políticas.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

O mundo moderno enfrenta tantas misérias humanas que a mente humana não consegue mais alcançar. Frutos de lutas por poderes e também por dinheiro. Pessoas são mortas, meio ambiente é destruído, crianças são jogadas no lixo, fome, falta de emprego, salários miseráveis, doenças, desemprego, saneamento básico que não existe em tantas realidades, altos preços de produtos da cesta básica e outras. A lista continua grande. Parece que não acaba. A humanidade faz laboratórios na busca por soluções que revertam misérias em vitórias. São ideias, teologias, filosofias, e afins, que sonham com soluções mágicas, sem fundamentações inteligentes. São versos e prosas jogados ao vento em garrafas. Muita coisa se faz. Muita coisa se pensa. Só que no cotidiano quase nada acontece para transformar, radicalmente, tantas ervas espinhosas que matam a pessoa humana e o meio ambiente com todos os seus elementos.

“(...) O destino depende da proporcionalidade entre a magnitude do trauma e as reservas narcísicas do ego traumatizado, mas sobretudo da presença ou ausência de um ambiente favorável. (...)” 1

Cada nação tem suas culturas, suas experiências, suas realidades. São riquezas próprias, de vida e até de mortes, que não se pode mexer. As mudanças acontecem de acordo com as forças de cada sociedade. O estrangeiro até que tenta, só que os resultados são mínimos, isso quando existem. O valor de cada povo, de cada soberania, faz daquele canto do Planeta um lugar para chamar de seu, apesar dos pesares. 

Durante toda a história a humanidade vem tratando de temas, dos mais variados, em sociedade. Guerras, fome, pobreza, partidarização da política, e tantos outros, são colocados nas mesas de discussões, debates, reflexões, conversas, fóruns tantos. Algumas se materializam em resultados bons para o povo. Outras apenas ficam no campo das ideias. Muitas destroem vidas. Não basta apenas pensar em fazer o bem. É preciso viver o bem. E o bem é o valor maior que a vida precisa para dar frutos bons.

Doutrinas sociais ou políticas, por séculos, estão presentes na vida mundial. E estas desenham o rosto de um país, mesmo que os estrangeiros não concordem por terem outros olhares. Vida, morte e instabilidade, são, em teses, resultados mais diretos de tais doutrinas quando aplicadas no chão de cada país. São frutos de brigas entre diversas realidades dentro e fora de casa, a sociedade.

É possível citar algumas doutrinas, não necessariamente em ordem dentro de uma linha histórica ou antropológica, com uma base teórica pra cada:

1. Comunismo

“(...) refere-se a uma sociedade em que não há propriedade privada e, consequentemente, sem classes sociais ou a necessidade de um Estado. (...)” 2

2. Socialismo

“(...) seria caracterizado pela abolição da propriedade privada dos meios de produção e a instalação de um estado forte (“ditadura do proletariado”), capaz de consolidar o regime e promover a diminuição da desigualdade social. (...)” 3

3. Positivismo

“(...) "O positivismo é uma corrente teórica inspirada no ideal de progresso contínuo da humanidade. O pensamento positivista postula a existência de uma marcha contínua e progressiva e que a humanidade tende a progredir constantemente. (...)” 4

4. Democracia

“(...) é um sistema em que as pessoas de um país podem participar da vida política. Esta participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e manifestações de suas opiniões. (...)” 5

5. Populismo

“(...) Assim como a Revolução Inglesa do século XVII e a Guerra de Independência Norte-Americana, a Revolução Francesa seria um marco das lutas em favor da consolidação dos direitos de liberdade contra um governo opressor, lançando as bases para a formação de Estados lastreados em princípios democráticos, mesmo que essa condição ainda tardasse anos a ser atingida na própria França... (...)  As referências ao populismo se tornaram frequentes em todos os meios de comunicação na atualidade. Diariamente são divulgados comportamentos, discursos e programas intitulados de populistas e atribuídos a partidos políticos, candidatos e autoridades, chegando a incluir outros atores sociais, que sequer exercem algum tipo de função pública ou relacionada a cargos de natureza política. (...) Entre todos os valores que condicionam a vida humana, a liberdade ocupa a posição mais elevada. Somente a liberdade é capaz de permitir ao indivíduo expressar-se em plenitude, seja com a natureza, seja nas relações com os seus semelhantes. (...) Prudência e comedimento, acompanhados das devidas regulamentações que permitam a exploração segura do espaço virtual podem representar a melhor alternativa no momento, a fim de que a velocidade da tecnologia não venha a comprometer inadvertidamente a estabilidade política e os direitos adquiridos. (...)” 6

6. Liberalismo

“(...) Ao fundar o Estado e a liberdade no princípio da autonomia, Rousseau não apenas inova o jusnaturalismo mas revoluciona a forma de compreensão do Estado Moderno, pois propõe um tipo de contratualismo que não era meramente político mas fundamentalmente moral, dando vida àquilo que hoje concebemos como Estado Democrático de Direito. (...) A chamada democracia dos modernos se fundamenta na doutrina dos direitos naturais, segundo a qual o Estado deve ser limitado tanto com relação aos seus poderes quanto às suas funções. Somente nesses termos é que democracia e liberalismo se tornam compatíveis e passam inclusive a estabelecer relações de sinonímia. (...)” 7

7. Anarquismo

“(...) As expressões anticapitalistas e antiautoritárias geradas a partir da solidariedade internacionalista reorganiza e reelabora as práticas políticas onde tomar os meios de produção e os meios de reprodução simbólica nos territórios, são igualmente importantes, anunciam várias formas de fazer política e que não existe uma forma única de mudar o mundo: tomar o Estado e convertê-lo em um instrumento dos explorados e exploradas dos oprimidos e oprimidas. (...) A autonomia como processos organizativos são parte da infraestrutura e logística das formas de governo e sistemas políticos, por isso tais processos são componentes fundamentais das insurgências e dos regimes autonômicos, pois moldam o produto resultante de ambos. (...) A dialética que destrói todos os simplismos coloca a questão de que as reformas podem em um determinado momento gerar um progresso e em outro um retrocesso, ajudando a entender, se os regimes autonômicos serviram para democratizar os Estados Latino-americanos ou para frear e desmobilizar o processo de empoderamento afro-indígena e camponês. (...) O anarquismo brasileiro não conta atualmente com nenhum movimento social, sindicato ou central sindical que proporcione sustentação organizacional para suas atividades; e a política de doações, mesmo com a inovações de financiamento coletivo pela internet, quando utilizadas resultam em recursos escassos diante da necessidade de se manter por um longo período as atividades. (...) O anarquismo brasileiro, na atualidade, tem grandes dificuldades para construir bases de sustentação material que permitam às organizações anarquistas realizarem suas atividades de propaganda e inserção social contínua nos movimentos sociais e setores mais precarizados das classes oprimidas e exploradas e com isso constituir uma base social com capacidade de influenciar nos rumos da política brasileira. (...)” 8

8. Nacionalismo

 “(...) "O nacionalismo pode ser entendido como um movimento político que defende os interesses da nação, estabelecendo que um grupo (nação) tem a soberania sobre um território (Estado). Nesse sentido, ele pode se enquadrar como um movimento que busca ressaltar as qualidades históricas e culturais de um povo, exaltando esses valores, bem como pode ser definido como um movimento em que uma nação luta por sua autodeterminação. (...)” 9

9. Neoliberalismo

“(...) Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.  (...)” 10

10. Globalização

“(...)  a globalização não é um processo homogêneo, tampouco apresenta somente pontos positivos. A integração global resultou em profundas disparidades econômicas, políticas e sociais, uma vez que não aconteceu de forma igualitária no globo. (...)” 11

11. Social Democracia

“(...) o longo da trajetória de cada regime estatal, construiu-se uma engenharia institucional para responder demandas e necessidades de uma época. No início do século XX, justamente no contexto pós-primeira guerra mundial, as sociedades industriais europeias precisaram construir um arcabouço institucional que refletisse um novo tipo de relação entre Estado e sociedade em uma situação de reconstrução social, política e econômica. Frente aos novos desafios, a questão social aparece como preocupação premente. Dentro das diversas correntes de pensamento político e ideológico que influenciaram os modelos de organização estatal do momento, a construção do chamado Estado de bem-estar e o surgimento da corrente da social-democracia foram os mais impactantes, cujo principal elemento de irradiação é a ascendência da questão social no mundo moderno. Portanto, nesse capítulo será feito um enquadramento teórico sobre os conceitos representativos desse período, a saber, social-democracia e Estado de bem-estar. (...)” 12

12. Racionalismo

“(...) Os principais princípios do Racionalismo incluem: o princípio da evidência, o princípio da universidade, o princípio da necessidade, o princípio da determinação e o princípio da inteligibilidade. (...)” 13

13. Capitalismo

“(...) o sistema capitalista segue firme o seu caminho, embora já esteja cheio de remendos e marcado por cicatrizes que fazem parte de um capítulo sombrio da história da humanidade. As diversas crises, intervenções, mudanças e transformações, pelas quais o capitalismo tem passado, não alteraram em nada a sua lógica de funcionamento, os seus pressupostos e as suas finalidades. As inovações científicas e tecnológicas, que deveriam estar a serviço da solução dos grandes problemas que afetam a humanidade, embora transversalmente sejam utilizadas nesse sentido, seguem as imposições ditadas pela lógica do capital, servindo como instrumentos de justificação e aceleração dos movimentos dele. (...) O trabalhador, no sistema capitalista, é equiparado a uma mercadoria como outra qualquer, que pode ser vendida, comprada, ou descartada, quando não puder mais cumprir as finalidades a que se destina. Dessa maneira, toda a riqueza produzida pelo trabalhador, ao invés de contribuir para amenizar a sua pobreza, a aumenta. Assim, quanto mais o ser humano trabalhar, maior será a sua desumanização e menor a sua possibilidade de desenvolver plenamente as suas capacidades. Porém, todas essas conseqüências negativas, que a classe trabalhadora sofre, ao trabalhar, não são decorrentes do trabalho enquanto tal, mas, sim, da forma específica que o trabalho apresenta no âmbito do capitalismo, qual seja, a de ser alienado em relação ao trabalhador. Portanto, somente a superação do trabalho alienado é que pode permitir ao conjunto dos seres humanos o desenvolvimento das suas capacidades, e o resgate do trabalho como instrumento de mediação da relação dialética entre ser humano e natureza. (...) O antagonismo entre capital e trabalho não somente continua a existir; tem-se acirrado ao longo do tempo. Se, antes, a oposição era aberta, e o capital se utilizava do trabalho, declaradamente, para atingir os seus fins, hoje, essa oposição é, dentro do possível, velada e, embora o capital se diga aliado do trabalho, tem tomado medidas consistentes para minimizar, cada vez mais, a necessidade do trabalho humano no cenário da produção econômica. Isso quer dizer que, antes, se a intenção do capital era, tão-somente, oprimir e dominar o trabalho, hoje a intenção daquele é chegar o mais próximo possível da eliminação deste. (...) Enquanto a humanidade estiver sob o jugo de um sistema de produção econômica, cuja finalidade é o aumento constante da produção de riquezas, e a sua acumulação, e enquanto o ser humano for encarado simplesmente como um meio para a consecução dessa finalidade, não haverá como o trabalhador, no âmbito do seu trabalho, sentir que está realizando, em plenitude, as suas potencialidades, e muito menos, de fato, conseguir realizá-las.” 14

Em cada canto e lugar do mundo a pessoa humana precisa ser protagonista de suas histórias. Não são as máquinas, a inteligência artificial, a internet e produtos sem vida que farão história no meio das sociedades. É a própria humanidade formada por gente.

O ontem precisa hoje ser a referência melhorada, atualizada, de um amanhã melhor para todos e da própria natureza com suas riquezas.

Não existe uma fórmula mágica para tornar esse mundo melhor. É preciso que todos se sintam bem e convivam bem, urbana e civilizadamente, evitando meles que tiram vidas. O Planeta Terra precisa de Paz, uma Paz que se materializa em uma vida plena e abundante para todos.

Dinheiro e poder não mudam o mundo. Ao contrário, contribuem, se não utilizados para o bem, para a morte da humidade.

Ideias, conceitos, concepções, teorias, crenças, e similares, são elementos relevantes que precisam ser úteis para todos e não apenas para alguns privilegiados.

É preciso que o pensar a vida vem carregada de sabedoria, de conhecimentos, de valores que, de fato e de direito, pense, construa uma vida temporal melhor para os que dela participam como protagonistas e não apenas como meros ouvintes em um cantinho das salas da própria história.

Claro que cada Nação, cada Estado, mundo afora, tem sua própria identidade, suas próprias culturas, suas realidades. Entretanto, a vida e a paz precisam ser defendidas pela humanidade, por todos os povos. E é por meio de diálogos, acordos e decisões comuns, que todos terão seus direitos respeitados.

Webgrafia:

1. ROCHA, Zeferino. Esperança não é esperar, é caminhar: Reflexões filosóficas sobre a esperança e suas ressonâncias na teoria e clínica psicanalíticas. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rlpf/a/vq8WGVP4g3Lm5Jbd5t3JZ5s/?format=pdf

2. MENEZES, Pedro. Comuismo. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/comunismo/

3. História – Comunismo e Socialismo. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/historia-comunismo-e-socialismo/

4. PORFÍRIO, Francisco. Positivismo. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/positivismo.htm

5. RAMOS, Jefferson Evandro Machado. Democracia. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/religiaosociais/democracia.htm

6. KOMATA, Nicanor Bary. A ascensão do populismo nas democracias contemporâneas. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-23032021-000306/pt-br.php#:~:text=O%20objetivo%20desta%20pesquisa%20consiste%20em%20realizar%20um,analisar%20os%20seus%20efeitos%20na%20atual%20conjuntura%20pol%C3%ADtica.

7. SILVA, Marcelo Lira. Os fundamentos do liberalismo clássico. AURORA ano V número 9 - DEZEMBRO DE 2011 ISSN: 1982-8004. Disponível em:  http://www2.marilia.unesp.br/revistas/índex.php/aurora/.

8. SANTOS, Carlos André dos. A reinvenção do anarquismo como tradição da classe trabalhadora no Brasil: o anarquismo especifista. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221994

9. SILVA, Daniel Neves. Nacionalismo. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/nacionalismo.htm

10. RAMOS, Jefferson Evandro Machado. Neoliberalismo. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/geografia/neoliberalismo.htm#:~:text=Podemos%20definir%20o%20neoliberalismo%20como%20um%20conjunto%20de,econ%C3%B4mico%20e%20o%20desenvolvimento%20social%20de%20um%20pa%C3%ADs.

11. CAMPOS, Mateus. Globalização. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm

12. MACEDO, Joana da Costa. Democracia, pobreza e políticas sociais nas democracias emergentes: Brasil e África do Sul. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/54792/54792.PDF

13. PAULA, Maria. Entenda o Racionalismo: Conceito e Implicações. Disponível em: https://listologia.com/racionalismo-conceito/

14. LUZ, Ricardo Santos da. Trabalho alienado em Marx: a base do capitalismo. Disponível em: https://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/2802/1/408014.pdf

Autor:  Pedro Paulo Sampaio de Farias

Professor; Pedagogo; Especialista em Educação; Especialista em Gestão Pública; Mestrando em Educação; Pós-graduado em Teologia; Pós-graduado em Antropologia; Graduando em Direito; Líder Comunitário; Líder de Associação de Professores; Sindicalizado da Educação; Servidor Público Estadual e Municipal; Atuante em Movimentos Populares e Movimentos Sociais; Cristão Romano.


Publicado por: PEDRO PAULO SAMPAIO DE FARIAS

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