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Alienação Como Meta da Industria Cultural

Principais papéis desempenhados pela Alienação e sua relação com a Indústria Cultural.

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RESUMO

O artigo tem como tema a Alienação e sua relação com a Indústria Cultural, partindo da conceituação, tipos de alienação e características do processo, assim como as consequências principalmente para o funcionamento da sociedade. Partindo de elaborações teóricas de Theodor Adorno, Max Horkheimer da Escola de Frankfurt, Hegel e Karl Marx. Evidenciando assim os principais papéis desempenhados pela Alienação e sua relação com a Indústria Cultural. Vivemos em um momento que requer a reflexão sobre o que e como a mídia globalizada elabora seus conteúdos e com quais objetivos. Buscando analisar e questionar quem ganha com a alienação da massa popular.

Palavras Chave: Alienação. Indústria Cultural. Manipulação

ABSTRACT

The article has as its theme Alienation and its relationship with the Cultural Industry, starting from the conceptualization, types of alienation and characteristics of the process, as well as the consequences mainly for the functioning of society. Based on theoretical elaborations by Theodor Adorno, Max Horkheimer of the Frankfurt School, Hegel and Karl Marx. Thus highlighting the main roles played by Alienation and its relationship with the Cultural Industry. We live in a moment that requires reflection on what and how the globalized media prepares its contents and with what objectives. Seeking to analyze and question who gains from the alienation of the popular mass.

Keywords: Alienation. Cultural Industry. Manipulation

1.INTRODUÇÃO

O tema do artigo é a alienação e sua relação com a Indústria Cultural, partindo do conhecimento do significado, características e como se apresenta no caso brasileiro.

Identificamos um contexto em que a Indústria Cultural determina o que fazer e como fazer através de propagandas, séries, filmes, novelas que induzem um comportamento alienante, retirando o espaço para a elaboração de uma consciência crítica.

Observamos a necessidade de reflexão e mudança de comportamento quanto ao que assistimos e observamos como sendo o real, devemos procurar questionar e estimular o pensamento crítico em relação ao conteúdo propagado pela  Indústria Cultural no nosso dia a dia.

O problema da pesquisa é  entender o que vem a ser a alienação e como se apresenta, questionando a relação entre a alienação e a Indústria Cultural.

Metodologia utilizando o  método de abordagem dedutivo e quanto ao procedimento foi adotado o método monográfico

Objetivo Geral é estabelecer a relação entre o processo de alienação que vivemos e a Indústria Cultural da era tecnológica das redes no capitalismo globalizado.

2. DESENVOLVIMENTO

O conceito de alienação pode variar e assumir vários significados em áreas de conhecimento distintas, como o direito, a psicologia, a filosofia, a cultura ou a sociologia. Mas todos convergem para o significado mais amplo como um ato pelo qual alguém torna-se estranho a outros, alguém ou algo. Segundo o Dicionário Básico de Filosofia, JAPIASSÚ (2001),

Alienação (lat. alienatio, de alienare: transferir para outrem; alucinar, perturbar) 1. Estado do indivíduo que não mais se pertence, que não detém o controle de si mesmo ou que se vê privado de seus direitos fundamentais, passando a ser considerado uma coisa. 2. Em Hegel, ação de se tornar outrem, seja se considerando como coisa, seja se tornando estrangeiro a si mesmo. 3. Situação econômica de dependência do proletário relativamente ao capitalista, na qual o operário vende sua força de trabalho como mercadoria, tornando-se escravo (Marx). Para Marx, a propriedade privada, com a divisão do trabalho que institui, pretende permitir ao homem satisfazer suas necessidades; na realidade, ao separá-lo de seu trabalho e ao privá-lo do produto de seu trabalho, ela o leva a perder a sua essência, projetando-a em outrem, em Deus. A perda da essência humana atinge o conjunto do mundo humano. As alienações religiosas, políticas etc. são geradas pela alienação econômica. De modo particular, a alienação política é exercida pelo Estado, instrumento da classe dominante que submete os trabalhadores a seus interesses. A alienação religiosa é aquela que impede o homem de reconhecer em si mesmo sua humanidade, pois ele a projeta para fora de si, não ser que se define por tudo aquilo que o indivíduo não possui: Deus; ela revela e esconde a essência do homem, transportando-a algures, no mundo invertido da divindade (Feuerbach). 4. Os termos "alienado" e "alienação" ingressam no vocabulário filosófico graças a Hegel e a Marx. Se, em Hegel, a alienação designa o fato de um ser, a cada etapa de seu devir, aparecer como outro distinto do que era antes, em Marx, ela significa a "desposses são” seguida da ideia de escravidão. Assim, quando dizemos hoje que o trabalho é um instrumento de alienação na economia capitalista, estamos reconhecendo que o operário é despossuído do fruto de seu trabalho. Ver fetichismo; retificação. 5. Hoje em dia, podemos falar de outra forma de alienação: não se trata apenas de uma alienação do homem na técnica ou pela técnica, nem tampouco somente da alienação do Eu (como acredita Marx), mas de uma alienação é ocultado, esterilizado, banalizado e desencantado pela técnica, com tudo o que implica de sentimento de absurdo, de privação de norma, de isolamento de si, de falta de comunicação etc.

Alguns autores defendem que o conceito de alienação pode ser encontrado, em sua primeira forma, no Antigo Testamento, quando se apresenta o conceito de idolatria (ação de cultuar ídolos; o culto que se faz aos ídolos, admiração demonstrada exageradamente, veneração, adoração). Para outros, no entanto, a doutrina cristã do pecado original e da redenção pode ser considerada como uma primeira versão da doutrina da alienação.

Em relação à filosofia, o conceito foi formulado a primeira vez pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), que afirma que a alienação é uma característica essencial do homem (a mente finita). A alienação se dá por meio da produção de coisas, para expressar-se em objetos, sejam coisas físicas, produtos culturais ou instituições sociais. Isto Hegel chamou de objetificação (percebe-se como objeto), que é uma forma de alienação.

Hegel vê a natureza como forma auto alienada da Mente Absoluta( ou Espírito Absoluto, ou ainda Deus), o mais provável é que a fonte do conceito de alienação de Hegel se aproxima da concepção de Platão, que apresenta sua interpretação do mundo natural, como uma imagem imperfeita do mundo das Ideias. Para Platão a psique da alma humana é uma relação entre razão, emoção e sentidos. Onde o ser humano só atingiria a harmonia psicológica e felicidade através de uma alma capaz de equilibrar os três aspectos. Para Platão esta ordem ideal desenvolve-se não só no plano psicológico, mas também social e político.

Na filosofia, Hegel é conhecido por apontar a alienação como um processo negativo que impede o alcance da autoconsciência. 

 Observamos que os indivíduos podem estar alienados de várias formas:

  • Alienação no trabalho: foi um contexto pensado inicialmente por Karl Marx. É quando o indivíduo não percebe o quanto está envolvido com seu trabalho, não tendo consciência do que produz ou das condições de trabalho às quais está submetido. Por exemplo no ambiente escolar, no ambiente do presídio onde os profissionais vivem, comem e dormem pensando e articulando elementos vitais para solucionar questões de seus vínculos empregatícios.
  • Alienação moral: quando o indivíduo perde sua autonomia ou a noção de seus valores, agindo conforme o grupo determina (radicalismo religiosos, perversões, grupos terroristas).
  • Alienação segundo a psiquiatria: dissociação da realidade, estados de loucura.
  • Alienação de bens: nesse caso, a alienação tem o sentido de separação. Assim, um indivíduo é alienado de sua propriedade para esta ser passada a um terceiro.
  • Alienação parental: é a manipulação, distorção quanto a imagem de alguém da família, difamando outro parente. Geralmente ocorre em casos de separação, quando a criança é colocada contra a mãe ou o pai, estabelecendo influência hostil quanto aos pais.
  • Alienação fiduciária: é um contrato imobiliário, em que o devedor transfere (se aliena) sua propriedade ao credor como garantia do futuro pagamento.
  • Alienação cultural é a base de uma relação passiva entre o indivíduo e os valores que nos passaram, desvalorizando os valores que antes estavam presentes. Este conceito está relacionado com a Indústria cultural proposta por Walter Benjamin (1892-1940), da Escola de Frankfurt, onde os indivíduos acabam sendo coagidos a partir dos mecanismos de publicidade e marketing para se adaptar ao entretenimento da cultura de massa.

Fato comum em todas as especificações e significados é que a alienação envolve uma relação de poder, onde há a separação de algo de si (consciência, propriedade, força de trabalho, vontade, valores), que é transferido a um outro. Assim, se alienar é se tornar dependente, menos autônomo e mais suscetível a manipulações. A alienação causa o alijamento da sociedade como um todo, pois o estado de alienação interfere na capacidade dos indivíduos sociais de agirem e pensarem por si próprios, sem consciência  do papel que desempenham  nos processos sociais.

É importante evidenciar que além do trabalho alienado, como conceito fundamentado por Karl Marx, podemos considerar na atualidade o consumo alienado, o lazer alienado e a cultura alienada. Quando o sujeito perde o contato com a atualidade das estruturas, utilizando uma visão parcial que não compreende as forças que atuam no contexto. As pessoas passam a ter uma visão distorcida, ou mística da realidade. As coisas são entendidas como necessárias, a forma na qual a sociedade se encontra passa a ser entendida como o único modo possível de organização.

O consumo alienado, dentro das sociedades capitalistas da atualidade, os indivíduos são saturados por propagandas nos meios de comunicação, onde a liberdade passa a ser determinada por padrões de consumo.

Assim, o indivíduo alienado relaciona sua essência com um padrão de consumo. Os produtos passam a possuir uma aura capaz de atribuir características ao sujeito e suprir suas necessidades.

Posteriormente, Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872), filósofo alemão, [1] argumenta como o ser humano passou a se alienar da sua responsabilidade humana e transfere suas projeções em Deus. Para este filósofo é necessário que a humanidade pare de projetar suas aspirações em um ser divino para entender o que se pode fazer no domínio terreno.

Citamos aqui um exemplo de alienação de fundo religioso, o Massacre de Jonestown (Guiana), em 1978, Quando James Warren “Jim” Jones o fundador e líder da seita Templo dos Povos, ficou   famoso devido ao suicídio/assassinato  em massa em novembro de 1978 de 918 dos seus membros em Jonestown, Guiana, além do assassinato do Congressista Leo Ryan e de quatro jornalistas norte-americanos.  Ficando a pergunta: O que levou ao maior suicídio coletivo da história contemporânea, com a seita pentecostal cristã Templo Popular? 

A alienação religiosa fundamenta-se de um lado, na própria estrutura da consciência e, por outro, na tensão entre indivíduo e espécie daí decorrente. Em primeiro lugar, o homem tem consciência de si, isto é, ele é capaz de tomar sua própria consciência como objeto de sua consciência. A consciência objetiva, enquanto consciência de objeto, pressupõe, constitucionalmente, a diferença entre o eu e o objeto.

No caso da alienação religiosa, o eu experimenta como finito, marcado por muitos limites, isto é , o eu finito, enquanto indivíduo, experimenta-se , em sua facticidade existencial , infinitamente distinto do que ele pode ser.

Em específico do caso das mortes na Guiana em 1978, observamos vários aspectos característicos da alienação, o líder e seu discurso envolvente e acolhedor, como pastor de uma igreja pentecostal. Seu público composto por trabalhadores pobres, famílias de baixa renda, com pouca instrução em sua maioria negros. Em um contexto que usa ideias da construção de uma comunidade idílica, onde não existem pobres e todos possuem casa e trabalho. Confraternizando nos cultos de um líder que usa megafones e sistema de som para divulgar suas ideias em todos os momentos cotidianos dessa comunidade.

Nesse aspecto concordamos que o indivíduo perde sua individualidade e passa a ter uma consciência limitada pela doutrina que está sendo posta por essa liderança.

Outro exemplo de alienação religiosa encontramos no caso da colonização do Brasil e países sul americanos, quando a religião católica é imposta aos nativos e negros escravizados. Assim a alienação consiste quando um indivíduo ou grupo de indivíduos é obrigado a seguir uma determinada doutrina religiosa de forma forçada.

Da mesma forma, a alienação pelo lazer gera indivíduos frágeis, com dificuldade de compreender sua própria personalidade. Isto afeta sua autoestima, espontaneidade e processos criativos.

No lazer, a alienação pode ser gerada pelos produtos e objetos de consumo incentivados pela indústria cultural.  O termo indústria cultural foi criado pelo filósofo alemão Max Horkheimer (1885-1973), da Escola de Frankfurt, que afirma: “Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos.”

Tanto na alienação consumista, quanto na alienação pelo lazer a suposta possibilidade de escolha traz consigo uma aparência de liberdade e aumenta o grau de alienação do indivíduo, retirando-se os indícios de domínio da classe dominante, porém não é bem assim, pois a interferência ainda é existente.

Os indivíduos alienados não têm interesse em ouvir opiniões alheias e apenas se preocupam com o que lhe interessa, por isso são pessoas alienadas.

A indústria cultural pode ser indicada como instrumento de alienação. Mas afinal o que vem a ser a indústria cultural?  Indústria cultural foi um importante conceito desenvolvido no século XX pelos pensadores Theodor Adorno e Max Horkheimer da Escola de Frankfurt, a respeito da massificação das produções culturais da época, essa teoria pode se estender para compreender o avanço tecnológico da comunicação dentro do sistema capitalista globalizado que vivemos.

O conceito fala que a indústria cultural absorve a cultura e a arte na lógica capitalista como forma de alienar os consumidores e aumentar as vendas através da propaganda e marketing que aumentam assim a possibilidade de lucros dos donos do capital.

Na indústria cultural, se fabricam ilusões, padronizadas e extraídas do manancial cultural e artístico. Estas se mercantilizam sob o aspecto de produtos culturais voltados para obter lucro. O interesse principal é reproduzir os interesses das classes dominantes, legitimando e perpetuando socialmente.

Ao submeter os consumidores à lógica da indústria cultural, a classe dominante promove a alienação das classes dominadas. Como resultado, torna os dominados incapazes de elaborar um pensamento crítico que impeça a reprodução ideológica do sistema capitalista.

Também o aperfeiçoamento tecnológico da indústria cultural permitiu que se perpetuasse o desejo de posse pela renovação técnico-científica. Em um estímulo constante pela compra de dispositivos mais atualizados, com novas tecnologias e sujeitos a substituições constantes que agravam as tendências consumistas.

Outro elemento da indústria cultural refere-se a manipulação, simplificação e pasteurização da cultura popular e erudita com o objetivo de transformá-las em produto consumível.

É importante salientar que a indústria cultural e os meios de comunicação de massa, bem como as ferramentas de propaganda (publicidade, marketing), são inseparáveis e indistintos, mobilizados quanto ao poder de alienação da massa consumidora.

Porém a propaganda desses vínculos e ferramentas os responsáveis pela criação e manutenção da crença de “liberdade individual”.  Pois você é livre para escolher, comprar, ser constantemente lembrado que só vai ser feliz se comprar tal produto anunciado.

Livre de qualquer padronização, eles proporcionam o sentimento da satisfação pelo consumo, como se a felicidade pudesse ser comprada.

Na maioria das vezes, os produtos adquiridos não fornecem o que prometem (alegria, sucesso, juventude). Assim, eles iludem o consumidor, prendendo-o em um ciclo vicioso, conformista e alienante.

A indústria cultural atua como formadora de mentalidades, mas não são utilizados como esclarecedores ou facilitadores de reflexões críticas, o que mostra as possibilidades desse sistema. Confirmando então que a indústria cultural é a principal responsável pela alienação, principalmente a consumista.

Observamos por exemplo a indústria fonográfica brasileira que está inserida na conjuntura global de mercado, apresentando características próprias devido aos costumes, a carga cultural e as relações sociais específicas.

Citamos a relação entre o agronegócio e a música sertaneja, onde a indústria da música sertaneja tem um forte vínculo com o agronegócio. Em outubro de 2020, Gusttavo Lima recebeu um cachê de R$1,5 milhão para cantar na live Embaixador do Agronegócio, transmitida de uma enorme fazenda de soja no Mato Grosso.

Questionamos assim o que muitos elaboram como cultura, mas na verdade refletem o forte interesse econômico e consumista da indústria cultural, induzindo a alienação coletiva, seja através do sertanejo, do futebol, ou do carnaval. O importante é inviabilizar o senso crítico, a educação, a leitura onde os seres tornam-se escravos do consumo e da ignorância.

É importante questionar quem lucra com a ignorância da maioria da população. Questionar as informações que são veiculadas nos meios de comunicação de massa e redes sociais e mídias sociais. Comportamentos que não são estimulados, pois não é conveniente e nem aumenta os lucros.    

3. METODOLOGIA

A pesquisa, que consiste em uma revisão bibliográfica, com texto dissertativo expositivo, utilizou o  método de abordagem dedutivo que partindo da teoria sobre a alienação estabeleceu a conexão descendente com relação ao fenômeno particular dos problemas sociais ocasionados pela manipulação da Indústria Cultural.

Com relação ao procedimento foi adotado o método monográfico, partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de outros. No caso consiste na análise sobre o processo de alienação, observando fatores que deram origem e como se manifesta. 

A pesquisa quanto a sua natureza é básica pois parte de uma revisão bibliográfica sem aplicação prática prevista, sendo somente para ampliar conhecimentos.

Quanto aos objetivos, a pesquisa é explicativa pois pretende justificar os fatores que levaram a buscar o significado e características dos processos de alienação e sua relação com a Indústria Cultural.

Os principais referenciais teóricos foram: Hegel com a obra Fenomenologia do espírito (2008), os sites Toda Matéria e Todo Estudo.  As palavras chave utilizadas foram: Alienação, Indústria Cultural e Manipulação.

Quanto aos resultados, a pesquisa é de cunho qualitativa pois é uma abordagem que estuda aspectos subjetivos do fenômeno social e do comportamento humano, levando em consideração os elementos que possibilitam o processo de alienação e suas consequências.

4. CONCLUSÃO

Alienação é um conceito que pode abranger várias áreas do conhecimento, mas que dedicamos atenção especial para a área da filosofia. Em todos os conceitos analisados percebe-se o ponto comum que é  uma relação de poder onde o ser alienado é afastado de sua autonomia e seu poder de decisão fica dependente, é separado de sua consciência, valores, força de trabalho, vontade, que são transferidos para outros ou uma situação.

Se alienar significa então tornar-se dependente, sem autonomia e mais suscetível às manipulações. A alienação causa o alijamento da sociedade como um todo, pois interfere na forma de agir dos indivíduos que interagem socialmente, atua à nível da consciência e no desempenho de processos sociais. Os indivíduos alienados não têm interesse em ouvir opiniões alheias e apenas se preocupam com o que lhe interessa, por isso são pessoas alienadas.

Evidenciamos que a Indústria Cultural é responsável pelo processo de alienação que vivemos no mundo conectado do capitalismo globalizado. O conceito de Indústria Cultural mostra a absorção da cultura e da arte na lógica capitalista como forma de alienar os consumidores e aumentar as vendas através da propaganda e do marketing, aumentando assim os lucros dos donos do capital.

Enquanto não houver empenho em relação a melhoria da Educação no nosso país, a alienação será a maior ênfase e interferência junto aos consumidores, a cultura e arte simplificada e comercializada enriquecendo setores da comunicação que investem pesado em melhorias tecnológicas para continuar dominando as consciências e criando lógicas de consumo e exploração.

Realmente é mais fácil não refletir, não ter consciência crítica , desde que sua liberdade de escolha seja  dos que lucram com as suas péssimas escolhas.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à Filosofia. 4º ed. São Paulo: Moderna, 2009.

BEZERRA, Juliana. Indústria Cultural. In: Toda Matéria. Disponível em: Acesso em 10/01/23  

HEGEL, G.W. Friedrich. Fenomenologia do espírito. 5a ed. Petrópolis:Vozes,2008.

JAPIASSU, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. Disponível em:< https://raycydio.yolasite.com/resources/dicionario_de_filosofia_japiassu.pdf > , Acesso em 08/01/23.

MACIEL, Willyans. Alienação. Info Escola. Disponível em Acesso em 09/01/23

MENEZES, Pedro. Alienação na sociologia e filosofia. In: Toda Matéria. Disponível em:Acesso em 09/01/23

O que é Alienação. In:Significados. Disponível em: Acesso em 09/01/23.

OKA, Mateus. Alienação. In: Todo Estudo. Disponível em: Acesso em 10/01/23.


[1] Ludwig Andreas Feuerbach, filósofo alemão (1804-1872), reconhecido pelo ateísmo humanista antropológico. Foi aluno de Hegel, seu pensamento influenciou Karl Marx e Sigmund Freud.


Publicado por: María Stella Sá Freitas

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