A RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA NOS ESTUDOS SOBRE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Ao refletir acerca do tema proposto, foi possível constatarmos que a teórica e a prática em relação a Ciência, Tecnologia e Sociedade são divergentes, visto que a produção cientifica e tecnologia são fomentadas e desenvolvidas visando o lucro das empresas, sem levar em consideração a sua inclusão social. A tecnologia desenvolvida tem por objetivo inovar e vender, esquecendo de incluir aos menos privilegiados. Consumimos tecnologia que não foi pensada para as nossas necessidades sociais, produzimos e reproduzimos ciência que não foi pensada para a nossa realidade social, somos consumistas de modelos capitalistas.

Verifica-se que as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e a educação em si, tem muito mais compromisso com as necessidades do capital que do proletariado. Refletindo os interesses da classe dominante em manter o status quo.  A tecnologia é controlada pelos interesses das grandes corporações que financiam e subsidiam as pesquisas de desenvolvimento tecnológico.

Os interesses da classe dominando se sobrepõem as necessidades sociais, impondo o pensamento capitalista de produção e consumo dentro da sociedade e tornando os menos privilegiados excluídos dentro desse sistema. Mudar essa dinâmica depende da aceitação da sociedade, em mudar a tecnologia capitalista para a tecnologia social.

Ao destacar os obstáculos provenientes do modelo cognitivo e da dinâmica de funcionamento da política de Ciência e Tecnologia numa sociedade com desigualdades, coberta de problemas,  onde boa parte da população não é capaz de compreender que está sendo prejudicada, a atividade científica e tecnológica precisa estar em constante  desenvolvimento e se legitimando.

A Ciência e a Tecnologia desenvolvidas devem ter como fatores a sustentabilidade econômico, social, cultural, ambiental, procurando formas alternativas de produção, visando a qualidade de vida e o bem-estar.

Ressaltamos que essa sociedade é que irá decidir, por meio dos seus representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a pesquisa científica e tecnológica.

Desta forma, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito complexa, pois permeia uma série de questionamentos, tais como de que forma a ciência e as tecnologias interferem na  qualidade de vida das pessoas e quais são as condições sociais que limitam ou incitam a atividade científica.

Dagnino destaca a importância da agenda política pública e explana sobre o processo de formulação de uma agenda decisória. O autor explica sobre todos os fatores que são considerados na elaboração, adoção e implantação de uma agenda decisória, onde é possível verificarmos através da mesma, a força que um governo possui em determinada sociedade, ao verificarmos se a agenda decisória segue na mesma direção que as propostas da agenda governamental.

Uma política pública mal planejada em momento algum será bem executada e, portanto, seus objetivos não serão atingidos plenamente. Um outo ponto necessário é a necessidade do desenvolvimento de uma política de tecnologia social responsável. Que se preocupe com a preservação, manutenção e reposição ambiental, assim como tenha preocupação com o homem, que não pode ser, de forma massiva, substituído pela robótica.

A constituição de políticas públicas deve levar em consideração o fato de que haverá um processo de nova colonização por meio da tecnologia. Sobretudo, tecnologia da informação que condicionará os países da periferia do capitalismo a meros consumidores de tecnologia e dados, advindos dos países centrais do processo de formação de capital e tecnologia.

Referências:

DAGNINO, R. Os estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade e a abordagem da análise de política: teoria e prática. Ciência & Ensino, Campinas, v. 1, n. Especial, p. 1-12, 2007.