Reflexões sobre Sexualidade na Adolescência
Como é construída a identidade sexual do homem e da mulher, a importância de falar sobre sexualidade com os jovens, a AIDS,...O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
“A sexualidade concentra uma energia formidável, que tanto pode manifestar-se sob forma de vida sexualmente ativa, como de abstinência; o efeito intrínseco será o de alimentar o amor enquanto decisão de ir ao encontro do outro.” (Torres e Torres, 1997).
A identidade sexual como homem e como mulher é construída nas atitudes de convívio diário, pois o exercício da sexualidade possibilita desenvolver a afetividade e as relações humanas, através da amizade, das atitudes e dos sentimentos próprios de cada gênero, sem a necessidade de relações sexuais. A banalização dessas relações entre homens e mulheres vem sendo apresentada nos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, televisão, etc), conduzindo a sociedade e, principalmente, os jovens a interpretações e a atitudes irresponsáveis e incoerentes, em relação à sua vida e à sua sexualidade.
É imprescindível falar sobre sexualidade com os jovens. Investir nesta abordagem no ambiente educacional, visando oportunizar o espaço escolar para a construção de posturas que propiciem a formação de indivíduos capazes de refletir ao fazer suas escolhas, desenvolvendo seu senso crítico.
Diante do conjunto de informações conflitantes, com as quais nossos jovens se deparam continuamente, acerca da sexualidade, faz-se necessário que a escola, enquanto espaço de reflexão e de formação de valores, oportunize, vivencie e invista nessa discussão, oferecendo pressupostos para defesa e reflexão de nossos jovens e, também, responda às suas interrogações. Sabemos, no entanto, que para isso acontecer, é importante que nossos educadores estejam bem informados, que se possibilite uma atuação no ambiente escolar de forma permanente, a fim de desenvolver a sensibilidade, de promover a socialização das experiências vivenciadas na escola, de compreender as necessidades que enriquecem esse trabalho e possibilitem o compromisso com a ação educativa e com os educandos no chão da escola.
A realidade alarmante da AIDS, os vários tipos de DSTs, os casos de gravidez na adolescência e o aborto, passam a exigir da escola uma nova postura que favoreça informar, sensibilizar e educar nossos educadores e jovens para a necessidade do sexo seguro e de uma postura de prevenção. Visto que a prevenção precária não é coisa só de adolescentes.
Entre os adultos, principalmente as mulheres, o uso da camisinha é bem pouco freqüente. Entre homens homossexuais este quadro é bem diferente, pois por volta de 55% deles usam preservativo, quase sempre, 35% às vezes e apenas 10% não usam ou quase nunca. No homossexualismo feminino, devido à ausência de penetração e de ejaculação a transmissão de AIDS é menos freqüente, porém há transmissão de outras DSTs.
A mulher tem sido a grande vítima do sexo sem segurança, sobretudo a mulher jovem. Em 1992 havia uma mulher com AIDS para cada quatro homens. Em 1996, a proporção era de uma mulher para 2,5 homens. Em 2002 há um caso de AIDS feminino para cada caso de AIDS masculino, e a previsão é que a mulher em breve passe a ser maioria dos casos. A mulher precisa mudar sua postura e exigir que seu parceiro use camisinha. (Oliveira, 2002)
A cultura da passividade e da omissão perante a sexualidade precisa ser modificada, e essa postura pode ser construída no ambiente escolar. É importante que meninas e meninos exercitem a cidadania, fazendo escolhas que propiciem a vida e a dignidade do homem e da mulher.
Autora: Edvânia Santos Correia (L.P. em Ciências Biológicas/UFAL e especialista em Mídias na educação/UFAM).
Publicado por: Edvania Santos Correia
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