AS MULHERES E A INDEPENDÊNCIA SEXUAL
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Resumo:
As mulheres e a independência sexual têm sido temas de discussão na sociedade atual. Em uma conversa com adolescentes, foi observado que as mulheres estão se tornando o maior mercado consumidor de cosméticos, buscando sempre estar bonitas e desejáveis. Elas são mais diretas e precisas em assuntos de relacionamento, enquanto os homens têm dificuldade em entender a alma feminina. As mulheres pensam no futuro ao escolherem seus parceiros, mostrando a importância do sexo para elas, enquanto os homens encaram de forma mais casual. A privacidade é valorizada pelas mulheres, e a aparência é um aspecto importante em festas. No entanto, os homens muitas vezes não percebem o que é importante para as mulheres, levando a desentendimentos. Atualmente, as mulheres estão mais abertas para falar sobre todos os assuntos, inclusive sobre suas vaidades e preferências sexuais. No passado, as mulheres enfrentaram opressão e foram ridicularizadas em sua luta por independência. Hoje, a liberdade sexual das mulheres ainda é vista com preconceito e associada à prostituição, mas é importante distinguir entre liberdade e libertinagem. A sociedade precisa combater a exploração sexual infantil e adotar políticas que promovam a inclusão e o respeito às profissionais do sexo.
Abstrack:
Women and sexual independence have been topics of discussion in today's society. In a conversation with teenagers, it was observed that women are becoming the largest consumer market for cosmetics, always seeking to look beautiful and desirable. They are more direct and precise in relationship matters, while men struggle to understand the female soul. Women think about the future when choosing their partners, showing the importance of sex for them, while men take a more casual approach. Privacy is valued by women, and appearance is an important aspect at parties. However, men often fail to understand what is important to women, leading to misunderstandings. Nowadays, women are more open to discussing all subjects, including their vanities and sexual preferences. In the past, women faced oppression and were ridiculed in their struggle for independence. Today, women's sexual freedom is still viewed with prejudice and associated with prostitution, but it is important to distinguish between freedom and licentiousness. Society needs to combat child sexual exploitation and adopt policies that promote inclusion and respect for sex workers.
Em uma conversa com 14 adolescentes, na qual (onde) oito eram mulheres, conversávamos sobre comportamento, pra ser mais preciso, no comportamento feminino, começamos com algumas observações como: as meninas de 16 a 24 anos são hoje o maior mercado consumidor de cosméticos, e elas por sua vez afirmam que, tem que estar sempre bonitas e desejáveis. Elas mostram que são mais diretas e precisas quando o assunto é relacionamento. A maior dificuldade deles é entender a alma feminina, eles as acham mais inteligentes e concisas; elas, por sua vez, imaginam coisas que favoreça o seu conforto, mas não escondem que gostam de privacidade, mostram que numa festa o mais importante é a roupa, enquanto eles não se pegam a esses detalhes. O grande problema apontado pelos homens pesquisados foi que, as coisas que são importantes para as mulheres, geralmente para os homens são tão comuns que passam despercebidas por eles. Em face dessa realidade percebida por elas, mostram que pensam no futuro quando fazem uma seleção natural de seus parceiros, mostrando o quanto o sexo para elas é importante, enquanto para eles é casual. Expressam sua sensibilidade, pois gostam de sinceridade, de homens que ousam, apresentam-se emocionais, procurando a sensibilidade masculina a todo custo, como não encontram, querem muitas vezes tomar a iniciativa mais tem medo. Eles acreditam que a mulher está satisfeita com uma transa demorada. Mas novamente isso volta a ser um folclore masculino, sexo bem feito para elas não é o que dura muito, mais o que tem qualidade. “Pode ser uma rapidinha”, tendo qualidade para a grande maioria das mulheres, é algo que mexe com o seu emocional, agora! deixar de ligar para elas um só dia, é o suficiente para que entrem numa paranóia e se sintam usadas e etc. Esse debate foi importante para mostrar que hoje a mulher conversa sobre todos os assuntos em praça pública, contando as suas vaidades e dizendo como gostam dos homens e como gostam do sexo que fazem.
Falar em independência sexual, nos dias atuais é sem sombra de dúvida algo concebível, mais no início do séc. XX certa alegação feita por uma mulher, poderia levá-la a morte. Embora que, nos dias atuais, estejamos “acostumados” com loiras do “tchan”, capas de revistas, que mostram mulheres cada vez mais lindas e perfeitas em sua nudez, no inicio do séc. XX as mulheres já haviam conquistado certo espaço, mais ainda estavam sobre o julgo do sistema dominante ou em outras palavras dos homens.
Fala-se muito sobre independência sexual, que hoje a mulher é livre para sair e dançar, cantar, namorar e transar com quem bem quiser. Tal posição das mulheres no séc. XX passou a preocupar os médicos, psicólogos, padres e os homens de um modo geral. Havia uma preocupação em se permitir que a arma mais poderosa de uma mulher, a sua sexualidade, tão combatida na Idade Média e em partes da Contemporânea, como algo perigoso e nocivo à hegemonia masculina.
As mulheres na realidade não estavam querendo menosprezar os homens, numa forma de deboche, por poder escolher o seu marido por amor e não por imposição, elas estavam apenas gesticulando com a mão e dizendo hei, eu também estou viva, deixe-me viver! Certo que este ato de independência foi, talvez, depois do direito ao voto, a maior conquista feminina de todos os tempos.
Mas essa efervescência liberal, que serviria de chave ou de entrave para emancipação feminina e a total liberação sexual tão almejada, foi trazida por uma classe (as mulheres) que estava emergindo do fundo de um processo opressor e machista, que ridicularizava a luta feminina, levando a mulher a níveis de humilhação sub-humanos. Um sistema ainda forte manteria em processo de depreciação a centelha independente em três divisões que até hoje persiste: A mulher como objeto sexual, a mulher como loba de se mesmo, a mulher como profissional do sexo.
2. A mulher como objeto sexual, essa visão é completamente machista, e caberia dizer um pouco mais, é quase uma neurose, diria paranóia. Encontrei nas pesquisas e entrevistas para este artigo, vários homens que são realmente doentes, pois 80%, deles segundo o (site: www.mundojovem.com, 2000), vê a mulheres com a glande. Quando o homem vê a mulher só por este prisma, é por que ela se tornou apenas um objeto sexual. Está arraigado na cultura masculina este tipo de sentimento que é ver a mulher como um objeto sexual. A “mídia” tem feito de tudo para que se mantenha esse padrão, tais como “tchan’s”, “topless”, “popozudas”, visando ajudar os homens, por saberem o domínio que o corpo feminino tem sobre eles de maneira geral.
Grande parte das religiões coloca o pecado como freio dos naturais instintos sexuais, que estando desequilibrados, faz da mulher a grande tentação do homem. Muitas pesquisas que realizei no campo do comportamento feminino, para tentar entender não só o comportamento dela, mais dele, para tentar entender o que só Freud explica em seu discurso sobre o “Inconsciente Humano” dizendo que: “a relação existente entre os sexos, varia de uma lembrança ou apego de algo que passamos a ter desde o período gestativo”. (Freud, Estudos de neuropsiquiatria infantil, 154).
Para uma melhor compreensão, este profundo apego do masculino pelo corpo feminino, é originado pelo elo neurótico estabelecido pela formação edípica, onde o menino se apaixona pela mãe. É óbvio que as mulheres quando pensaram em independência sexual, elas nunca poderiam pensar em uma coisa desse tipo, e nem poderia conceber que a grande maioria dos homens de nossa sociedade, não transpôs esse amor e desejo pela mãe, quando completaram seus sete anos de vida.
2.1. A neurose continua o homem coloca no corpo de qualquer mulher, toda aquela carga da libido não bem orientada ou conduzida durante a infância. É como se o tesão pela própria mãe, acumulado na infância, agora na fase adulta explodisse pelo corpo de quase toda mulher que ele vê. A questão comportamental de ambos os sexos, arma para o homem em relação à mulher uma verdadeira armadilha. A quebra da hegemonia masculina devido à emancipação da mulher, fez da estrutura social, uma teia de aranha, que desfavorece e apavora os homens, fazendo surgir uma classe entre os homens, “os obcecados por mulheres”, que geram os assassinatos e estupros e toda a violência sexual que se recaiu sobre a mulher.
2.2 A mulher como loba dela mesma. A mulher passou a ter a necessidade de sentir mais bonita, por causa das outras mulheres, supervalorizando seu corpo, suas formas, sua sensualidade. O homem, como é quase analfabeto, e não tem, ou tem pouca leitura social e humana, pois o que mais lhe ensinaram a ser foi um babaca que crê que aquele corpo foi feito para o seu prazer e deleite pessoal, se perdendo nos devaneios das curvas e dos desejos entre tantos corpos que vê a cada hora de sua vida.
2.3. O corpo da mulher passou a ser um monumento de beleza. Os seios duros e fartos, as coxas torneadas e bem proporcionadas, um bumbum durinho e lisinho, cabelos, lábios, de fato a mulher é uma ode a beleza humana. O corpo da mulher é um monumento sim, não só pelas questões que foram colocadas acima, é também um monumento de vida, de luz, de respeito e de amor! A matriz da vida foi muito desrespeitada, tanto pelos homens, como pelas mulheres! Certamente, tem sido um pouco diferente do que poderia ser. Não temos qualidade de vida afetiva no planeta terra. O ser humano de forma geral procura desenfreadamente uma qualidade de vida sexual, baseada apenas no instinto, e não no amor. “EU SÓ A AMO SE ELA FOR BONITA OU GOSTOSA”. A colocação louca dos homens que eu entrevistei, mostra claramente que a atração entre os seres tem um conjunto de fatores, que fazem ou não a qualidade de uma relação. Todos os homens que entrevistei, a primeira coisa que olham numa mulher é a aparência. Alguma coisa está marcada dentro de cada homem, que determina o padrão de belo feminino. Como de maneira geral, o homem é imaturo, esta parte continuará sempre criança, e de maneira geral, os homens não acompanham o desenvolvimento de cada fase da vida, diferente da mulher que sente a ação do tempo e adquire muito mais experiência que o homem. Portanto a grande maioria dos homens termina morrendo, e pensando com a glande. Acreditando que com um belo elogio, dificilmente um homem não consegue de uma mulher o que quer.
Temos que olhar também a postura de muitas mulheres, que não acompanham o desenvolvimento dos homens, por entenderem que os homens precisam ser cuidados. Depois que casam vivem as suas vidas cuidando dos seus homens e parando no tempo e espaço, e com a quase única função de esposa e mãe, ficam tão distantes das realidades de seus maridos, que continuar a relação para esses homens, é apenas uma questão de acomodação.
3. A mulher como profissional do sexo é o inverso da liberdade sexual que muitas mulheres sonharam, se bem que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo, com mais de três mil anos de existência. A discussão aqui é liberdade sexual e emancipação feminina, que por muito tempo passou a ser associada à imagem da prostituição.
A visão por muito tempo é que a mulher sexualmente independente é prostituta ou “perdida”. Esse deve ser um alerta, para que as mulheres não confundam liberdade com libertinagem e como conseqüência prostituição.
“Quando eu entrei nessa vida foi por que me faltava o que comer, o que vestir, faltava o básico, então por pura necessidade, e em partes eu gostava, tinha dinheiro, e podia comprar o que eu quisesse, era bom experimentar homens novos, todos os dias...” (Danda).
Esse depoimento foi colhido em Fevereiro de 2006, no período carnavalesco, durante a pesquisa pra esse artigo, essa moça a Danda, tinha 17 anos, e fazia seus programas sem um lugar especifico, atendendo todas as exigências dos clientes. Morreu vitima de AIDS em junho de 2007. O que acontece é que desvirtuaram a concepção de liberdade sexual a tal modo que não só nas periferias, mais nas classes média-alta, passou a ser obrigação, as meninas com 11, 12, 13 anos transam com meninos às vezes muito mais velhos que elas. E isso é prostituição? Não, mais é sexo irresponsável.
“Ás vezes, paro e penso que não vou querer minha filha nessa vida, estou garantindo o futuro dela, mais não quero nem sonhar com essa possibilidade... deixa ela lá na casa da avó, eu mando tudo que ela precisa...” ( Laís Dias)
A Laís é de Brejo Santo, tem uma menina (de 6 anos) que morra com a avó paterna que tem 6 anos, ela deu esse depoimento em agosto de 2006, quando passava por Aurora, tinha 22 anos e era estudante de história da UFPB. Ela foi vítima várias vezes de agressões e estupro.
Prostituição é a função sexual exercida por mulheres com a finalidade de obter lucro. Um prisma grosseiro da profissão, quando à sociedade se refere à prostituição predomina um modelo discursivo em que esta aparece como adversária. A relação com a sociedade é antes de tudo, dicotômica: de um lado as prostitutas; de outro a sociedade. Nas suas representações, a sociedade, é quem “prejudica” é quem “julga” quem tem “preconceito” e vê as prostitutas como mulheres “de moral baixa e decaída”.
3.1. Quem é prostituta? O modelo de auto imagem das prostitutas, tem duas visões. Classificam assim: “As trabalhadoras” (prostitutas profissionais) e as “putas”.
“Putas”. São elas que carregam todo peso do estigma e é definida por expressões como: “mulher com cara de puta”, “mulher sem moral”, “cachorra, vagabunda” e etc. Uma imagem que elas mesmas identificam como distorção da situação, auto-representação assume um tom de vitimismo.
“As trabalhadoras” constituem-se num termo de identificação para um bom número delas. Estas se convenceram que dentro da atual situação social e do mercado de trabalho, a prostituição é a atividade que melhor garante a sobrevivência de sua família.
Nesta ótica, podemos perceber que o que a princípio nos parece fácil, animador, acaba sendo difícil e traumatizante em alguns aspectos do anglo sexual. Geralmente o real motivo que leva as mulheres à prostituição, é a falta de um sistema social de inclusão, capaz de gerar e fazer circular o capital no nosso país, fazendo com que ele chegue até as classes menos favorecidas. Combater a exploração sexual na infância é um papel de todos, assim como também se tem de regularizar a vida das profissionais do sexo, com políticas públicas de sensibilização social em relação à classe.
BIBLIOGRAFIA
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Estudos de neuropsiquiatria infantil. RJ. Saraiva,1992
Fontes:
Sites:
www.mundojovem.com
www.Ultraviolet-u2.com/foruns/showthread.php?t=3122 - 18k
www.Usinadeletras.com.br
www.observatoriodaimprensa.com.br
www.universohq.com
www.da.online.pt
www.anunciosgratuitos.com.br
www.filatelia77.com.br
www.almanaquedacomunicacao.com.br
www.diarioon.com.br
Publicado por: João Paulo dos Santos
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