O câncer e a Covid-19

RESUMO

De acordo com a ASCO ‘’em 2020 foi observada uma redução global nos índices de diagnóstico e tratamento de câncer em todos os países do mundo – e o Brasil não foi exceção. A Organização Mundial de Saúde, indica que em torno de 50% dos serviços públicos de tratamento de câncer foram parciais ou totalmente interrompidos durante a pandemia. Por aqui, mais de 70 mil pessoas deixaram de ser diagnosticadas por não fazerem exames, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.
Quem mora com paciente em tratamento de câncer ou é cuidador deve prestar muita atenção às recomendações de prevenção e seguir as orientações do Ministério da Saúde.

Palavras-chave: Câncer. Covid. Pandemia. Oncologia.

ABSTRACT

According to ASCO, ‘’in 2020 there was a global reduction in cancer diagnosis and treatment rates in all countries of the world – and Brazil was no exception. The World Health Organization indicates that around 50% of public cancer treatment services were partially or completely interrupted during the pandemic. Around here, more than 70,000 people were not diagnosed for not taking exams, according to the Brazilian Society of Clinical Pathology.
Anyone who lives with a patient undergoing cancer treatment or is a caregiver must pay close attention to the prevention recommendations and follow the guidelines of the Ministry of Health.

Keywords: Cancer. Covid. Pandemic. Oncology.

INTRODUÇÃO

Segundo o INCA ‘’O câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo’’. (INCA, 2020).

OBJETIVO

O objetivo deste artigo é passar informações para todos os leitores sobre o assunto que irá ser dissertado.

METODOLOGIA

Este trabalho consiste em um levantamento de como a covid afeta os pacientes oncológicos, a partir de seu tratamento, de sua saúde e dos cuidados que devem ser tomados. 
Para este trabalho foi usado o site de pesquisa baseado em oncologia, como o INCA. Foi utilizado, também, a revista ABM – Associação Bahiana de Medicina. E foi feito pesquisa a partir da ASCO 2021 - Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

DESENVOLVIMENTO

De acordo com a ASCO ‘’em 2020 foi observada uma redução global nos índices de diagnóstico e tratamento de câncer em todos os países do mundo – e o Brasil não foi exceção. A Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que em torno de 50% dos serviços públicos de tratamento de câncer foram parciais ou totalmente interrompidos durante a pandemia. Por aqui, mais de 70 mil pessoas deixaram de ser diagnosticadas por não fazerem exames, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC).

“A COVID-19 trouxe desafios importantes para a medicina como um todo. No caso da oncologia, os reflexos negativos desses atrasos na descoberta de tumores malignos são parte dos desafios com os quais especialistas de diferentes partes do globo já estão lidando nas suas rotinas de acompanhamento de pacientes oncológicos e ainda deve gerar novos desdobramentos negativos, que impactarão diretamente na forma como lidaremos com essa ‘herança’ na prática clínica”, comenta o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.

“A missão de todos nós é evitar uma epidemia de casos de câncer sendo descobertos tardiamente - o que, obviamente, eleva os riscos de letalidade e compromete a luta contra o câncer de forma ampla”, ressalta.’’. (ASCO, 2021)

Perguntas como o que o paciente com câncer deve fazer para se proteger do coronavírus? ou como o paciente com câncer deve agir no dia do tratamento durante a pandemia de coronavírus?  foram perguntas e estão sendo perguntas pertinentes e o INCA responde que o paciente com câncer não deve, em nenhuma hipótese, parar seu tratamento por conta própria, seja quimioterapia, radioterapia ou uma cirurgia. Toda decisão quanto ao tratamento deve ser feita junto com a equipe de saúde. Em algumas situações, consultas e exames poderão ser adiados e remarcados. Além de tomar os devidos cuidados higiênicos e isoladores. Para o tratamento, o paciente deve tomar algumas precauções como: Ter somente um acompanhante, com menos de 60 anos, se possível. O acompanhante não poderá ter sintomas de resfriado ou gripe; Tentar manter distância de outras pessoas, mesmo da equipe de saúde; Não ficar próximo de outros pacientes; Evitar circular pelo hospital; Não ficar no local de tratamento por mais tempo do que o necessário; Manter as recomendações de prevenção como lavar as mãos com água e sabão, na sua ausência, usar álcool em gel; cobrir nariz e boca com lenço ao tossir ou espirrar – se não for possível, deve usar o antebraço como barreira e não compartilhar objetos pessoais. (INCA, 2020)

Segundo a revista ABM, a oncologista Clarissa Mathias, do NOB – Grupo Oncoclínicas (Núcleo de Oncologia da Bahia), alerta que é fundamental que o paciente com câncer continue seu tratamento e seus exames, uma vez que o adiamento pode diminuir as chances de cura. “O paciente em tratamento de câncer faz parte do grupo de risco para a Covid, pois está temporariamente imunossuprimido. Além de dobrar os cuidados de higienização, proteção e distanciamento social, ele também deve continuar o tratamento, pois, infelizmente, o câncer não espera”.

Ela alerta, ainda, que é fundamental o empenho constante de entidades públicas e privadas no incentivo e promoção ao diagnóstico precoce, a partir das campanhas voltadas à realização de exames periódicos de controle e consultas com especialistas. (Revista ABM, 2021)
Em tempos de discussão sobre eficácia da vacina contra a COVID-19, este é um assunto que não poderia ser ignorado por aqui.
Ainda de acordo com a ABM ‘’A vacinação é recomendada para pacientes oncológicos não alérgicos aos princípios das vacinas. Na dúvida, essa questão deve ser discutida com o médico’’. (Revista ABM, 2021)

A ASCO informa que ‘’o presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas relembra que no Brasil a parcela de pacientes com câncer qualificada como imunossuprimida - pessoas em tratamento ou que passaram por quimioterapia ou radioterapia nos últimos seis meses, bem como aqueles que fazem uso de outras medicações imunossupressoras, tenham neoplasias hematológicas ou receberão transplante de medula - têm prioridade para tomar o imunizante.
Primeiro autor da pesquisa brasileira publicada pelo JCO Global Oncology no início de 2021, que mostra que o risco de letalidade pela COVID-19 em pessoas com câncer foi seis vezes maior quando comparada à da população do país em geral, Bruno Ferrari lembra que o encontro promovido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica deve reforçar a mensagem de importância da vacinação para quem luta contra tumores malignos.

“Muito se discutiu desde os primeiros resultados positivos em testes com as vacinas contra o Sars-CoV-2, em meados de 2020, se as diferentes composições criadas até aqui seriam seguras para pacientes oncológicos. No geral o que observamos é que apesar de indivíduos com câncer não terem sido incluídos nos estudos clínicos, essas alternativas são seguras para essa parcela população. A vacina salva vidas, os riscos de não tomar as doses em caso de contaminação pelo coronavírus são muito maiores para quem tem câncer”, ressalta.’’. (ASCO, 2021)

Segundo o INCA ocorre o seguinte questionamento: E o que o familiar ou cuidador(a) de um paciente em tratamento de câncer deve fazer durante a pandemia de coronavírus?
Quem mora com paciente em tratamento de câncer ou é cuidador(a) deve prestar muita atenção às recomendações de prevenção e seguir as orientações do Ministério da Saúde. Além das orientações de lavar as mãos, os acompanhantes e cuidadores devem: Cuidar da higiene da casa (quando não for possível fazer limpeza completa todo dia, desinfetar as superfícies que são tocadas com maior frequência como mesas e bancadas, celulares, controle remoto, superfícies do banheiro e cozinha, maçanetas, interruptores etc.) e o chão próximo à entrada; Limpar compras (comida, medicamentos, etc.) antes de serem guardadas; Tirar os sapatos antes de entrar em casa e, se possível, deixá-los do lado de fora; Trocar de roupa, lavar bem as mãos ou tomar banho (incluindo lavar os cabelos) antes de ter contato com o paciente; Deixe bolsa, carteira, chaves etc. próximos à entrada.

Se o acompanhante ou cuidador(a) apresentar sintomas de gripe, deverá tentar, junto a familiares e amigos, buscar uma nova casa para ficar em quarentena ou, então, para acolher o paciente de câncer durante esse período. Se não for possível, essa pessoa deverá ficar isolada em um cômodo da casa, evitando manter contato com outras pessoas.

E lembrando que as pessoas com idade acima de 60 anos e aquelas com doenças crônicas, como diabetes,  doenças cardiovasculares e respiratórias, e com imunidade baixa, possuem um risco maior de terem complicações graves se forem contaminadas pelo coronavírus. Da mesma forma, pessoas com câncer que estejam em tratamentos de quimioterapia, radioterapia, que tenham feito cirurgia há menos de um mês ou que façam uso de medicamentos imunossupressores fazem parte do grupo de risco. (INCA, 2021)

CONCLUSÃO

Conclui-se que a partir das pesquisas feitas percebemos que independente da situação todos devem tomar seus devidos cuidados e permanecer em casa sempre que possível e que nossos pacientes oncológicos devem tomar todos os cuidados de forma redobrada pois os mesmos fazem parte do grupo de risco. E é perceptível de que a imunização é a melhor maneira para salvar vidas, tanto nossa quanto dos pacientes com câncer.

REFERÊNCIAS

INCA. O que é câncer?. Disponível em: . Acesso em: 11 de Set. de 2021.

INCA. Perguntas frequentes: Câncer e coronavírus (Covid-19). Disponível em: . Acesso em: 11 de Set. de 2021.

ASCO. ASCO 2021: Encontro global sobre câncer debate avanços contra a doença e impactos da COVID-19 no tratamento oncológico. Disponível em: . Acesso em: 11 de Set. de 2021.

Revista ABM. Câncer e a pandemia da Covid: o cenário é preocupante. Disponível em: . Acesso em: 11 de Set. de 2021.