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Troca da Antiga Aliança Pela Nova

Toda vez que abrirmos as páginas do Velho Testamento, devemos sempre colocar como pano de fundo o Evangelho de Cristo.

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“Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.” (Hebreus 8:13)

Toda vez que abrirmos as páginas do Velho Testamento, devemos sempre colocar como pano de fundo o Evangelho de Cristo, para que não tomemos ao pé da letra, como mandamento divino ordenado aos discípulos de Jesus, muitos dos preceitos da antiga dispensação, que durou de Moisés a João Batista (Mt 11.13; Lc 11.16), os quais não podem e não devem ser aplicados na nova dispensação em que estamos vivendo há cerca de dois milênios.  

 A Lei Antiga, determinada por Deus para vigorar em Israel, por cerca de 1440 anos prescrevia:

  • morte por apedrejamento em razão de determinadas transgressões daquela Lei dada por meio de Moisés.
  • como maldito de Deus deveria se anunciar a si mesmo publicamente o leproso.
  • proibidos estavam vários alimentos classificados como impuros.
  • sacrifícios de animais oferecidos para cobrir o pecado.
  • e muitos outros preceitos civis e cerimoniais, além dos morais.

 Deus, pela Lei, revelava que era o Juiz do Seu povo e ensinava ao mesmo tempo o quanto é oposto ao pecado.

 Todavia, em sendo Juiz, é também pai bondoso, amoroso, misericordioso, perdoador e salvador.

 E como revelou isto, já que os preceitos da Lei antiga poderiam ofuscar tais atributos relativos à Sua completa longanimidade, amor e bondade?

 Ele o fez trazendo uma nova lei por meio de Cristo, para substituir a antiga.

 Jer 31:31 Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá.

Jer 31:32 Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR.

Jer 31:33 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

Jer 31:34 Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.

 Heb 8:7 Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda.

Heb 8:13 Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.

Heb 9:15 Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.

Heb 10:9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo.

Heb 10:10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

A Lei da nova aliança, do novo testamento, do evangelho, da graça, pela qual se revogou a primeira, é chamada pelo apóstolo de lei  régia (Tg 2.8), porque prescreve o amor ao próximo, sem qualquer tipo de condenação legal, conforme ocorria na primeira, apesar de também prescrever o amor ao próximo.

Assim, a lei do amor de Cristo não vigora pelo cumprimento de ordenanças cerimoniais e civis, como a primeira, mas simplesmente por fé, graça, misericórdia e arrependimento.

A punição dos malfeitores é designada para as autoridades civis de cada nação, conforme determinação da parte de Deus.

Não é portanto, uma característica ou atribuição do evangelho, pelo qual se oferta a libertação do espírito do jugo e condenação do pecado.

A lei do evangelho é amar a Deus acima de tudo e ao  próximo como a si mesmo.

O amor nunca busca o mal, ou o que seja do próprio interesse, não se conduz inconvenientemente, não é preconceituoso, enfim, o amor faz somente o bem ao seu semelhante.

Mat 22:35 E um deles, intérprete da Lei, experimentando-o, lhe perguntou:

Mat 22:36 Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?

Mat 22:37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

Mat 22:38 Este é o grande e primeiro mandamento.

Mat 22:39 O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Mat 22:40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.

Rom 13:10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.

Poderia haver uma lei melhor do que essa?

No episódio da mulher adúltera que Jesus livrou da condenação por apedrejamento, podemos constatar o quanto Ele realmente mudou a antiga lei por uma nova, porque pela antiga, ela deveria morrer apedrejada.

É por isso que é ordenado por Cristo aos cristãos, na Bíblia, que façam o convite da salvação pelo evangelho a todas as pessoas e em todos os lugares da terra.

Mar 16:15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

Este convite consiste basicamente no oferecimento gratuito que Ele está fazendo da Sua própria justiça divina, amor e misericórdia, para perdoar todos os nossos pecados e justificar a todos os que nEle crerem, de modo que sejam livrados da condenação, e para o recebimento da vida eterna.

Todavia, em havendo recusa em se ouvir a mensagem do evangelho, o próprio Cristo ordena que não haja insistência.

Luc 10:16 Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou.

Mar 6:11 Se nalgum lugar não vos receberem nem vos ouvirem, ao sairdes dali, sacudi o pó dos pés, em testemunho contra eles.

O evangelho é o tempo da paciência, da misericórdia, da longanimidade de Deus para com todos os pecadores.

A ninguém Deus está condenando, enquanto durar esta dispensação. Ao contrário, está salvando.

João 12:47 Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo.

Joã 12:48 Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.

O evangelho é a lei divina, se assim podemos nos referir a ele, na presente dispensação da graça, e esta lei de justiça oferecida para a nossa justificação e perdão, a ninguém condena.

É a rejeição do evangelho, segundo nosso Senhor Jesus Cristo, que será o motivo da condenação no último dia, como Ele o afirma em João 12.48.

João 3:16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Joã 3:17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

Joã 3:18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

Mar 16:15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.

Mar 16:16 Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.

Esta nova dispensação do evangelho substituiu a chamada antiga dispensação da lei de Moisés, porque Jesus se ofereceu a si mesmo como sacrifício, em nosso lugar, para satisfazer a exigência da justiça divina.

Não é portanto do teor e essência do evangelho condenar as pessoas pelos seus maus atos e até mesmo pensamentos, porque até os próprios cristãos que fazem a oferta do evangelho também são pecadores, que foram remidos pela graça, mediante a fé em Jesus.

Aos que têm abraçado a fé no evangelho, Cristo lhes impõe a disciplina da nova aliança, pela admoestação mútua à prática do amor e das boas obras.

Outra característica do convite do evangelho é que não se deve fazer distinção de qualquer pessoa, que não deve haver preconceito de raça, religião, condição social, ou de qualquer outra natureza.

Desta forma, aqueles que têm sentimentos preconceituosos, não estão de modo algum anunciando o verdadeiro evangelho de Cristo, tal como ele se encontra registrado nas páginas da Bíblia.

Rom 3:21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;

Rom 3:22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,

Rom 3:23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus,

Porque isto seria uma contradição, uma vez que não se pode conciliar preconceito com o fato de Jesus não fazer acepção, distinção de qualquer pessoa, e de igual modo, devem portanto agir aqueles que falam em Seu nome.

Por outro lado, deixar de anunciar o evangelho, em desobediência ao mandamento de Deus, para o bem eterno dos ouvintes que o receberem, por livrar o espírito da condenação eterna a ser proferida no dia do Juízo Final,  seria então uma grande prova de falta de amor e de misericórdia para com nossos semelhantes, esconder deles esta mensagem, ou então adulterá-la.

Por isso é também ordenado nas Escrituras que se deve ter cautela com o ensino de falsos pastores, profetas e mestres que falam em nome de Cristo, e que se dizem cristãos, e mensageiros genuínos do evangelho, quando na verdade não são, e o fazem por motivo interesseiro e por torpe ganância.

Mat 7:16  Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.

2Pe 2:1 Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor.

2Pe 2:2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade;

Mat 10:16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.

Mat 10:17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas;

Mat 10:25 Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?

A prudência da serpente é recomendada pelo Senhor aos que se empenham na obra da pregação do evangelho, ao lado da simplicidade das pombas.

As serpentes evitam confrontos desnecessários, mas atacam quando são atacadas. Por isso o cristão deve reter apenas a prudência da serpente, e associá-la à inofensividade das pombas, que nunca atacam quando são atacadas.  

Por fim, ao concluir esta breve explanação, deve ser dito que a ninguém deve ser imposto o evangelho como uma forma de obrigação a ser cumprida, e nem mesmo nas congregações de Cristo, porque Deus quer ser amado e adorado em espírito e de modo voluntário.

Ninguém deve ser condenado ou acusado por conta da religião ou costumes que tenha adotado, evidentemente, é claro, desde que não infrinjam as normas legais e os costumes de cada sociedade à qual se pertença, mas isto não é um encargo dos cristãos enquanto cristãos, mas das autoridades constituídas.

Os mensageiros do evangelho devem ser promotores da paz, e por isso é dito por Cristo que bem-aventurados são os pacificadores.

Para este propósito, da promoção da paz e do bem estar dos seus semelhantes, devem orar em favor de todos os homens.

1Tm 2:2  Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens,

1Tm 2:2 em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.

1Tm 2:3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,

1Tm 2:4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.

Devem também os cristãos serem modelos de bom comportamento e de conduta, como pais, filhos, empregados, empregadores, ou o que for.

Devem estar sujeitos às autoridades, porque conforme afirmado na Bíblia, não há autoridade genuína que não tenha sido instituída por Deus.

Rom 13:1  Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.

O evangelho não é pregado por mero dever de consciência ou por obediência ao mandamento divino, mas sobretudo porque os discípulos de Jesus são movidos em amor a fazê-lo, pelo mesmo Espírito Santo que neles habita, e que também atuava em nosso Senhor Jesus Cristo.

 “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele;” (Atos 10:38)


Publicado por: Silvio Dutra

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