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Religiões, Midia e Comunicação: O caso das Olimpiadas de 2024.

Breve discussão sobre religiões e as formas de interpretação que o mundo possui perante as várias dimensões, dentre elas a comunicação.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Em 2024 aconteceu as Olimpiadas de Paris e a cerimônia de abertura da gerou bastante criticas por sua forma mais ousada, tanto quanto as interpretações dos elementos que apareceram ali. Religiões são formas de interpretação do mundo que possuem várias dimensões entre elas a comunicação, tanto que existem várias divindades em diferentes culturas que representam a comunicação (Exu na cultura Yorubá, Hermes na antiga Grécia, Thot em Kemet, Antigo egito). Mas apesar de vivermos a chamada era das comunicações e informação parece temos cada vez menos conseguimos nos compreender.

A internet e as redes sociais são um espaço de comunicação pública, apesar de pertencerem a empresas que vivem do lucro dos anúncios, e cada vez mais se tornou um espaço para grupos religiosos atuarem de diversas maneiras, seja através de eventos online, ou mesmo comentando algum assunto do momento ou mesmo sobre assuntos voltados para membros de seus grupos. Chamamos para esse fenômeno de Religião Online, ou Religião digital, uma área da sociologia das religiões que estuda a forma como instituições religiosas estão presente no meio digital e lidam com as mudanças que a informática e internet causam no mundo.

Durante muito tempo a tv e o rádio foram meio de comunicação de massa utilizados pelas religiões, no ocidente, principalmente por grupos cristãs. Mas hoje com a internet praticamente toda e quaisquer tipo de grupo religioso está presente no meio digital, seja para divulgar suas crenças, realizar cultos ou fazer atendimentos particulares online.

Apesar de muitos grupos como a igreja católica serem resistente a, por exemplo, confissões online, a pandemia de Covid-19, mudou radicalmente isso e além de cultos e celebrações a digitalização das religiões se tornou um marco que parece não ter volta. Além das religiões tradicionais (católica, evangélica, umbanda etc), existem também as chamadas Comunidades religiosas online, que são um grupo de pessoas que compartilham de um mesma visão espiritual e que interagem através de meios eletrônicos (sites, emails, fóruns, plataforma de vídeos, podcast, etc).

A PROBLEMÁTICA

As chamadas Fake News (noticias falsas) tem sido um problema e a participação de grupos religiosos e pessoas que se identificam como religiosas é notório dentro das redes em relação a grupos políticos, outras religi- ca, usando robôs (bots) para mensagens e anúncios para audiência especifica com base no chamado algoritmo. Como isso afeta as relações entre as pessoas de crenças e sem-crenças? Trata-se de um fenômeno novo que possui que ainda está sendo estudado e devido as rápidas mudanças que ocorrem é difícil definir, porém, no cotidiano, dentro e fora das redes, é possível observar um processo de radicalização e manipulação da informação e pensamento através de noticias falsas e teorias da conspiração e provocam um pensamento fatalista e também gera distorção da realidade, como possível fim do mundo.

Exemplo disso é o que relatamos no inicio desse texto em relação abertura das Olimpíadas que foi interpretada como um “desrespeito” a uma cena cristã, apesar de ter referencias à outra cultura (Grécia Antiga). Gerando mais desinformação e conspirações como cultos as deuses de um poder oculto que controla a humanidade etc. Um exemplo disso são os conteúdos que tentam impactar com termos como “verdade oculta”, “culto satânico”, “o que eles não querem que você saiba”, etc. São materiais que usam do Pânico Moral e Pânico Satânico que são recursos de comunicação chamado dentro do que chamamos de sensacionalismo, que busca usar termos e palavras que causem sensações de revolta, medo e ódio em quem assiste com objetivo de manipular emoções e opinião.

Por fim, notamos que a forma como ideias religiosas está presente na arena pública da internet tem dispertado conflitos e afetados eventos a partir de um imcompreensões e distorções que tem como base uma moral religiosa que está atrelada a forma como mudanças na sociedade vem sendo ou não absorvida. O caminho para esses embates não é facil dado que a mola propulsora para esses conflitos passam pelo interesse em lucro que as chamadas Big techs tem ao incentivar a propagação de noticias sem qualquer responsabilidade, é importante a discussão e compreensão de possiveis soluções como a responsabilização e regulamentação das redes como já foi feito em muitos lugares do mundo.

Referencias

CRUZ, Yuri Holanda. A Ira da palavra: guerra cultural e retórica do ódio. Revista Inter-Legere, v. 4, n. 32, p. c25175-c25175, 2021.

DE LIMA, Mariza Antunes; MARTINS, Clóvis J.; CAPRARO, André Mendes. Olimpíadas modernas: a história de uma tradição inventada. Pensar a prática, v. 12, n. 1, 2009.

STERN, Fábio L.; GRISOTTO, Lucas Shiroma. TEORIAS DE CONSPIRAÇÃO COMO OBJETO DE ESTUDO PARA A CIÊNCIA DA RELIGIÃO. Revista Relegens Thréskeia, v. 10, n. 2, p. 246-260, 2021.

USARSKI, Frank; TEIXEIRA, Alfredo; PASSOS, João Décio. Dicionário de ciência da religião. São Paulo: Paulinas, 2022.

Prosposta de questões sobre o texto

1 - De que forma o texto descreve ações relacionadas ao estudo das religiões online?
2 - Qual impacto social na presença das religiões nas mídias digitais?
3 - De que formas a propagação de fake News e as religiões nos meios digitais tem se relacionados?


Publicado por: Edilson Borges Vulcão Junior

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.