O PÚLPITO ESVAZIOU-SE: MENSAGENS QUE NÃO FALAM MAIS AO CORAÇÃO DO REBANHO
Breve análise da crise no púlpito adventistaO texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
Este artigo fornece uma breve análise da crise no púlpito adventista, apresentando fatos sobre a realidade enfrentada nas igrejas, lares e na vida dos crentes. Com destaque para o declínio da pregação, a falta de conteúdo dos expositores e a falta de familiaridade com a palavra de Deus. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, além da consultas a fontes de referências pertinentes ao assunto. O erro dos pregadores em tentar apenas suavizar o ego dos ouvintes sem realmente expor as palavras Divinas, usando apenas frases torpes. Isso leva a um aumento do desânimo para comparecer a cultos, que raramente são frequentados. Por fim, um alerta à membresia, à responsabilidade e missão da igreja e à realidade por ela vivida.
Palavras-chave: Púlpito. Crise. Igreja. Deus. Erro.
ABSTRACT
This article provides a brief analysis of the crisis in the Adventist pulpit, presenting facts about the reality faced in churches, homes and in the lives of believers. With emphasis on the decline of preaching, the lack of content of the exhibitors and the lack of familiarity with the word of God. The methodology used was bibliographic research, in addition to consultations with sources of references relevant to the subject. The mistake of the preachers in trying to just soften the listeners' ego without truly exposing the Divine words, using only foul clumsy. This leads to an increase in discouragement to attend cults, which are so rarely attended. Finally, an alert to membership, to the responsibility and mission of the church and the reality experienced by it.
Keywords: Pulpit. Crisis. Church. God. Mistake.
INTRODUÇÃO
A síntese da mensagem celestial é a pregação, parte fundamental para o desenvolvimento da caminhada do povo de Deus. A pregação é parte integrante da adoração. O ponto alto do culto, na linha do tempo é o momento em que há uma ligação entre o céu e a terra, no qual Deus fala as mentes e corações. Mas qual tem sido o resultado dos sermões? O coração do rebanho tem sido acalentado com as mensagens apresentadas em nossos púlpitos? Pecadores tem se arrependido verdadeiramente, ou apenas tem experimentado ápices de excitações do ego, confundido com o agir verdadeiro do Espírito Divino?
A finalidade deste conteúdo é expor a situação atual dos púlpitos de nossas igrejas, tendo como ênfase os problemas relacionados a estudos e preparação para exposição bíblica e a atuação do Espirito Santo no campo do coração das ovelhas. “Hoje, a Igreja Adventista do Sétimo Dia enfrenta os desafios que são próprios do segundo século de sua existência.” (TIMM, 2001, p. 15). “Não é preciso ser um observador muito atento para constatar que a pregação experimenta uma crise” (DE BENEDICTO, 2019, p. 2).
DECLÍNIO DA PREGAÇÃO
O conhecimento dos conteúdos apresentados diante da denominação, são essenciais para a exposição bíblica, por esse motivo absolutamente ninguém consegue pregar com excelência se não tiver uma boa base teológica e o mínimo de familiaridade com as escrituras. Sem conteúdo, até o melhor dos oradores é o pior dos mensageiros, se é que pode ainda ser considerado um, já que o mesmo não tem mensagem. A Bíblia “É a principal ferramenta e deve ser a base de todo sermão” (DOS REIS, 2003, p 14).
Os intérpretes da Bíblia não podem se livrar do seu próprio passado, suas experiências, ideias fixas e noções e opiniões preconcebidas. É um truísmo aceito que neutralidade total, ou absoluta objetividade, não pode ser atingida no ato da interpretação. A exegese e a reflexão teológica sempre ocorrem contra o pano de fundo de pressuposições fundamentais acerca da natureza do mundo e da natureza de Deus. Há, inevitavelmente, uma compreensão prévia em torno da qual o intérprete inclinará sua investigação. Mesmo os chamados pesquisadores objetivos ou de ciências exatas agora reconhecem a influência dos valores. (HASEL, 2007, p. 27, 28).
O império do ceticismo, cinismo e superficialidade fez com que esse cenário avançasse a passos largos. Muitos pregadores tem pecado, em tentar por todas vias, simplesmente agradar o ego do seu público por nutrirem o sentimento de popularidade, se utilizando por diversas vezes no púlpito de linguagem chulas e expressões nada convidativas ao verdadeiro encontro que deveria existir entre Deus e o Homem nessa hora tão sagrada de comunicação celestial. O púlpito das “selfs” aparece e o CRISTO desaparece.
“Na Igreja Apostólica a pregação era uma atividade prioritária. As curas, os milagres e outras ações específicas eram acompanhantes da pregação e tinham como objetivo chamar a atenção para ela, despertando o interesse ou confirmando-a como procedente do céu” (DOS REIS, 2003, p. 11, 12)
A famosa expressão “tudo é relativo”, escutada diversas vezes, tem grande influência sobre as exposições, recheando sermões entediantes, irrelevantes e dispensáveis. Levam ao aumento de uma parcela de desanimo em ir aos cultos, já tão raramente frequentados. Diluindo a mensagem, relativizando aspectos distintivos de crenças básicas da base de fé dos crentes, pregadores tem levado muitos a despertarem duvidas sobre a veracidade das escrituras, criando instabilidade no meio da denominação.
Deus pede um reavivamento e uma reforma. As palavras da Bíblia, e a Bíblia somente, deviam ser ouvidas do púlpito. Mas a Bíblia tem sido roubada em seu poder, e o resultado é visto no rebaixamento do tono da vida espiritual. Em muitos sermões de hoje, não existe aquela divina manifestação que desperta a consciência e leva vida à alma. Os ouvintes não podem dizer: 'Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?' (Lc 24:32). Há muitos que estão clamando pelo Deus vivo, ansiando pela divina presença. Permiti que a Palavra de Deus lhes fale ao coração. Deixai que os que têm ouvido apenas tradição e teorias e máximas humanas ouçam a voz dAquele que pode renovar a alma para a vida eterna. (WHITE, 2010a, p.626)
“A conclusão de cada sermão breve geralmente consiste em uma rápida revisão dos pontos principais do sermão em alguma pergunta para a situação do que os ouvintes acabaram de estudar” (DOS REIS, 2008, p. 12).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O alerta é geral, aos líderes e membresia, há uma necessidade de transformação espiritual em cada igreja, em cada lar e acima de tudo em cada pessoa. A Bíblia “deve estar no centro de nossa identidade como igreja que anuncia a breve volta de Jesus por meio da tríplice mensagem angélica (Ap 14:6-12)” (STEGER, 2018, p. 7). Deixemos para trás a inercia, a fusão de doutrinas e o abandono dos princípios fundamentais da palavra de Deus. “Devemos continuar a revolução teológica e missionária iniciada pelos reformadores e pioneiros” (STEGER, 2018, p. 7). A responsabilidade de cumprir a missão final nesse mundo ainda nos compete.
REFERÊNCIAS
DE BENEDICTO, MARCOS. VOZES NO DESERTO. Revista Adventista, São Paulo, p. 29, maio. 2019. Disponível em: https://acervo.cpb.com.br/ra. Acesso em: 24 maio 2021.
DOS REIS, Emilson. Como Preparar e Apresentar Sermões. 2. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2003.
DOS REIS, Emilson. O Dom De Profecia na Bíblia. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2008.
STEGER, Walter. De volta às raízes. Revista Ministério, São Paulo, p. 7-9, jul. 2018.
TIMM, Alberto R. Podemos ainda ser considerados o “Povo da Bíblia”?: A iminente crise entre a verdade e o erro requer intimidade com a Bíblia. Revista Adventista, São Paulo, p. 14-16, jun. 2001. Disponível em: https://acervo.cpb.com.br/ra. Acesso em: 24 maio 2021.
HASEL, Frank M. Pressuposições na interpretação das escrituras. In: REID, Georg W. (Ed.). Compreendendo as Escrituras: uma abordagem adventista. 1. ed. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2007.
WHITE, Ellen Gould. Patriarcas e Profetas. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2010a.
Publicado por: Gabriel Lincy Pereira Pinto de Lima
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