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O luto: Uma homenagem aos parentes do voo 447

Luto em homenagem aos parentes do voo 447, Deus, Religião, Conforto, família.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Mais vale visitar uma casa em luto do que ir a uma casa em festa; porque naquela está o fim de todos, e quem está vivo refletirá sobre isso em seu coração. (Eclesiastes 7:2)

O luto tem sua face difícil de encarar e tem seu lado interessante para se observar. Muitas famílias só se encontram ou reencontram neste dia. Passam temporadas afastadas e quando chega a noticia de morte, choram, lamentam e começam as lembranças dos bons momentos e as lamentações pelo tempo perdido. Para muitos este é o fim do relacionamento. Vivido o que tinha que ser vivido e o que não viveu ficou para trás sem recuperação.

Vivemos como se não existisse a morte, não fomos criados para morrer. Morremos por causa do pecado de Adão e Eva. “Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.[...] e o pó volte para a terra como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Gênesis 3:19 – Eclesiastes 12:7)

Mesmo não aceitando é a única certeza que o ser humano deveria ter. Somos finitos o que teríamos que viver deveria viver hoje. Devido a este fato é que não consigo ser uma pessoa mal humorada, triste e insensível ao próximo. Evito palavras que machuquem, pois não poderei ter tempo para retratar. Evito ser implicante para não guardar em mim a magoa de quem foi.

A família é a parte mais complicada na vida e na morte, enquanto vivemos é com ela que implicamos, brigamos, cortamos relações, na morte é dela que sentimos falta, que choramos pelo tempo perdido.

É um momento de intensa reflexão sobre a vida e o futuro pós-vida na terra. O silêncio no local e o falar baixo mostram que respeitamos a dor daqueles que perderam, mas muito do silêncio está em nossa mente como meio de reflexão pessoal. Quando estarei aqui? Para onde irei quando for a minha vez, mas passado aquele momento nossa mente apaga a reflexão e voltamos a vida normal.

O luto deveria permanecer em nós também que somos apenas espectadores deste evento. O que será de nós daqui a alguns minutos? Para onde irei pós-vida. Não creio em reencarnação, pois Cristo não viria, morreria e ressuscitaria para simplesmente voltarmos ao mundo em formas diferentes e muitas das vezes até em formas de animais. Ele passou por tudo na terra para ir e preparar para nossa alma um lugar melhor, “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim (JESUS CRISTO). Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.” (João 14:1-3) Onde não haverá choro, nem dor e viveremos a eternidade ao lado de Deus que por meio do sangue do seu filho nos resgata da vida de tribulação, sofrimento e morte. “Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em companhia os que dormem" (I Tessalonicenses 4.14).

Em meio a este luto coletivo que estamos vivendo pessoas estão chorando seus mortos e chorando momentos perdidos. Momentos em que deixaram passar boa convivência, sorrisos que se foi por brigas desnecessárias.

Este é um momento de consolo às famílias e não de acusações, “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (I Tessalonicenses 4:18). Não encontraremos respostas humanas para tal tragédia, não encontraremos consolo tão cedo. Mas em Cristo podemos encontrar a paz e o retorno à vida normal. Precisamos deste tempo para chorar nossos mortos e depois temos que voltar a viver. Há vivos nos esperando para continuarmos nossa caminhada. A vida não pode parar aqui, ela tem que continuar.

Não deixe de chorar seu luto, não deixe de sofrer tudo até o momento em que a vida precisar voltar. Somente os que choram serão consolados. Você não precisa ser forte neste exato momento, seja fraco, deixe ser consolado. Deixe o sofrimento vir a tona com toda força. Jesus chorou quando seu amigo Lazaro morreu, mesmo podendo trazê-lo de volta a vida (e o trouxe) não deixou de expressar sua dor.

Tiago nos deixa um conselho muito importante “visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações... ”(1:27). Se você conhece ou mora perto de alguém que perdeu um ente, amigo. Vá fazer-lhe uma visita, não para falar mal de quem foi, ou acusar quem ficou. Seja-lhe solidário, dê o ombro, chore junto. Seja hoje o que deseja que sejam contigo amanhã.

Nas fases da morte devemos estar por perto, enquanto o corpo não chega é o desespero da noticia. Esteja ali que seja em silêncio. Apenas esteja presente. Nos primeiros dias pós-enterro deixe que chorem sem vistas. Apenas a família ao seu lado, mas esteja pronto se necessitarem de você. Após os três dias já estamos mais preparados para falar, o choro começa dar lugar ao luto e os amigos, parentes se tornam nosso consolo e força para continuar a vida.

Após os sétimo dia precisamos olhar em volta ver o que ficou para nossa caminhada, juntar os cacos e recomeçar nossa história, alguns pedaços nem tem como serem colados, mas precisam ser refeitos, reinventados.

O luto de nossa nação pelas pessoas perdidas neste vôo 447 vai passar outros desastres darão lugar ao noticiário e a vida continuará entre tristezas e alegrias do noticiário. Mas a família é quem continuará sentindo o drama de cada acontecimento pós-noticiário.

Como não conheço nenhuma das famílias deste vôo posso daqui lhes desejar o consolo do espírito Santo de Deus. A doce presença de Cristo em suas vidas e deixar neste texto os meus sinceros sentimentos por cada uma e apenas deixar um recadinho: vivam seus lutos cada segundo, mas não deixem os vivos se sentirem mortos por sua ausência. A vida precisa voltar a ser vivida.

Até a próxima....

Silvia Letícia Carrijo de Azevedo Sá
leticiacarrijo@oi.com.br


Publicado por: silvia leticia carrijo de azevedo sá

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.