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Quando e onde foi escrito o apocalipse de João? Suposições, conclusões, anaálise, linguagem, indícios, evangelho de João...

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Quando e onde foi escrito o apocalipse de João? Para essa, como para várias outras perguntas, não se tem resposta exata. Aliás, como tudo em história e na bíblia, o que temos são suposições e conclusões às quais chegamos a partir da análise de vários elementos do texto, da linguagem e dos indícios apresentados pelo autor, ao longo de seu discurso.

Os indícios apresentados pelo autor do Apocalipse de João nos levam a algumas conclusões:

O autor de apocalipse é o mesmo do evangelho de João. Quem é esse personagem? É difícil de dizer com precisão. Já se disse que é o mesmo João mencionado nos evangelhos; já se disse que é o companheiro de Paulo; já se disse que ambos são a mesma pessoa; já se disse que é um discípulo de um dos apóstolos...

Uma boa resposta é dada por ele mesmo ao dizer que “irmão e companheiro na tribulação” (Ap. 1,9). Essa resposta era suficiente para as comunidades perseguidas da Ásia Menor.

Quando foi escrito esse texto, é outra incógnita. A tradição e os indícios do texto levaram os estudiosos a situá-lo entre os anos 90 e 100, depois de Cristo.

A Boa Nova de Jesus havia se espalhado por muitas regiões distantes. Estava nas fronteiras do Império Romano. Da mesma forma que se expandia e recebia adesão, o cristianismo era perseguido e seus membros ou apostatava a fé ou eram presos e mortos. O clima de perseguição teve dois momentos cruciais. Um durante o governo de Nero (ano 64) e outro no tempo de Domiciano (ano 90). Dizem os estudiosos que em virtude disso a datação do apocalipse situa-se no governo de Domiciano, ou seja, entre os anos 90 e 100.

Nesse contexto, em que o imperador decretou a radicalização no trato em relação aos cristãos, é compreensível que, para se defender e fortalecer sua fé, as comunidades tenham trocado mensagens de esperança e alento. Assim se difundiu o apocalipse, como literatura de conforto e esperança.

Dissemos no inicio que muita gente se assusta só com a palavra apocalipse. Vimos que já podemos apresentar outra visão a respeito desse livro que nem é assombroso nem catastrófico, mas é, tão somente um livro repleto de incentivo e esperança.

Num mundo em que vicejam os livros e textos e mensagens de auto-ajuda, quem sabe não seja tempo de redescobrir o Apocalipse como canal e meio para nós nos ajudarmos mutuamente....

Neri de Paula Carneiro: Mestre em Educação pela UFMS. Especialista em Educação; Especialista em Didática do Ensino Superior; Especialista em Teologia; Professor de História e Filosofia na rede estadual, em Rolim de Moura – RO. Filósofo; Teólogo; Historiador; Professor de Filosofia e Ética na Faculdade de Pimenta Bueno (FAP). Jornalista e produtor e apresentador de programa radiofônico.

Referências

BÍBLIA de Jerusalém, São Paulo: Paulinas, 1989

CEBI (Centro de Estudos Bíblicos), Evangelho de João e Apocalipse. São Paulo: Cebi/Paulus, 2000.

CHARPENTIER, Etiene et al. Uma leitura do apocalipse. São Paulo: Paulinas, 1983.

GORGULHO, G.S.; ANDERSON, Ana Flora. Não tenham medo: apocalipse. 3 ed. São Paulo: Paulinas, 1981.

MESTERS, Carlos; OUROFINO, Francisco. Apocalipse de João, Esperança, Coragem e Alegria. 2 ed. São Paulo: Cebi/Paulus, 2002.


Publicado por: NERI DE PAULA CARNEIRO

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.