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QUANDO A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL CAUSA BARREIRAS NA EVOLUÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL DO INDIVÍDUO: O “LUTO” PROVOCADO PELO MEDO DE PROSSEGUIR

Breve estudo sobre os perigos causados ao indivíduo quando não se percebe que está dentro de um transtorno proporcionado pela dependência emocional.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

Os textos com base em uma revisão de literatura, busca apresentar de uma forma suscinta, os perigos causados no indivíduo quando não percebe que está dentro de um transtorno proporcionado pela dependência emocional, que pode ser causada na família, nos relacionamentos pessoais e com outros pares, deixando a pessoa doente e sem prosseguir, logo, conquistar os ideais de forma segura, pois; trata-se de uma doença, porém que tem tratamento/cura, mas precisa de profissionais de diferentes áreas da saúde para o alcance de melhorias. Os problemas causados pela dependência emocional são inúmeros e, o indivíduo não reconhece a necessidade de mudanças, que podem ajudar a sair da dependência e depressão, até mesmo, do “luto” (isolamento, medo, insegurança, tristeza, falta de vontade de tentar conquistar os objetivos, etc.). Partindo dessa breve explanação, o objetivo geral, aponta que todo indivíduo impactado pela dependência emocional precisa de ajuda e, levá-lo ao reconhecimento é uma forma de auxiliá-lo na superação dos obstáculos e do “luto”. Justifica-se pela percepção, nos dias de hoje, que muitas pessoas sentem medo de reconhecer que devem procurar ajuda de profissionais especializados no assunto, tais quais, psicólogos, psiquiátras (casos mais graves e que requerem medicamentos, etc.), psicopedagogos, terapeutas, sendo estes, necessários à evolução diária do indivíduo em seu “luto emocional”. A metodologia é uma revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa e métodos descritivos, utilizando-se de autores: ABUCHAIM e ABUCHAIM (2001); APA - American Psychiatric Association (2002); KOVACS, (2013); DSM-V (2014); dentre outros citados, para fundamentar a linha de pesquisa. O resultado, tem como finalidade, demonstrar que o profissional Psicólogo Cognitivo e Comportamental se constitui num dos muitos profissionais, que contribuem para o resgate da pessoa com dependência emocional proporcionando o bem-estar pessoal, profissional e social.

Palavras-chave: Dependência emocional. “Luto” da dependência. Contribuições do Psicólogo Cognitivo e Comportamental.

INTRODUÇÃO

O estudo que segue, buscou fazer uma pequena descrição acerca da dependência emocional que pode ser causada no indivíduo por diversos fatores, sendo muito comum pela necessidade de afirmação que muitos procuram como forma de demonstrar situações de segurança, paz, tranquilidade, otimismo, etc., para fugir dos enfrentamentos e dos desafios diários que são proporcionados em todos os seres humanos, devido ao modo de vida e exigências sociais. Na realidade, pode  vir a ser chamado até de “picos de fuga” e,  a tecnologia  com suas redes sociais, também é um dos fatores que colabora para proporcionar  a “falsa estabilidade emocional, segurança”, logo, aproveitando-se das fraquezas e imaturidade do outro.  

E, a dependência emocional se não reconhecida pelo indivíduo de que deve procurar o auxilio de profissionais médicos, terapeutas, psicólogos (etc.), poderá com o tempo, deixar de acreditar em suas próprias habilidades e não ir em busca dos objetivos, assim como, apresentar depressão e aumentar os riscos de doenças causados pela dependência emocional, entrando em um “luto emocional”, tal como já citado  etc., para  tentar fortalecer-se, o que leva a abdicar-se de projetos pessoais e profissionais.

Para Abuchaim e Abuchaim (2001); APA - American Psychiatric Association (2002); Beck e Freeman, (1993); Bornstein (1998), a dependência emocional altera os comportamentos de personalidade, fazendo com que o indivíduo se torne “prisioneiro” das ações de outros, levando-o a descaracterizar a sua escolha de existência, como ser capaz, indivíduo com habilidades para lutar pelos próprios ideais e conquistar seus objetivos. Ressaltando ainda a não aceitação acerca de mudanças e da necessidade em buscar ajuda para deixar a dependência emocional do “outro/tóxico”, sendo o entendimento acerca da importância dos profissionais um aspecto muito siginificativo no início do tratamento.

Com base nestes pequenos trechos, o objetivo geral, aponta que todo indivíduo impactado pela dependência emocional precisa de ajuda e, levá-lo ao reconhecimento é uma forma de auxiliá-lo na superação dos obstáculos e do “luto da dependência emocional”.

Os objetivos específicos são: apresentar o Psicólogo Cognitivo e Comportamental como um profissional que pode auxiliar o indivíduo em seu transtorno de personalidade, causado pela dependência emocional; mostrar alguns fatores prejudiciais; citar os tipos mais comuns de riscos para a saúde, quando a pessoa entra em estado de “luto pela dependência”; destacar algumas alternativas que podem auxiliar na identificação de que a pessoa necessita de ajuda para prosseguir em seu cotidiano e alcançar as metas desejadas.

Quanto à problemática, tem-se: como trabalhar o indivíduo com dependência emocional, quando a aceitação acerca da doença não corresponde a ajuda para o reestabelecimento da autoestima?

Justifica-se pela percepção nos dias de hoje, que muitas pessoas sentem medo de reconhecer que devem procurar ajuda de profissionais, tais quais, psicólogos cognitivos e comportamentais, terapeutas, psicopedagogos (em caso de escolares-universitários e/ou não), psiquiátras, quando se tratar de problemas mais graves e que requerem o uso de medicamentos, etc., tendo em vista, à evolução diária do indivíduo em seu “luto”.

A dependência emocional é uma doença que a pessoa adquire com o tempo em relação ao “outro” que se sente “dono” daquele que se julga com menor ou nenhuma capacidade de evoluir em variados aspectos da vida, seja no pessoal e/ou profissional etc., e quando não tratada, trás inúmeros transtornos para a vida de quem a tem, sendo considerado um problema clínico; de ordem afetiva, motivacional, cognitivo e comportamental, cabendo tratamento e a aceitação do dependente em relação à “cura” e a busca de ajuda à diferentes profissionais da saúde para reestabelecer-se.

DESENVOLVIMENTO

QUANDO A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL SE TORNA UMA BARREIRA, PARA A EVOLUÇÃO DO INDIVÍDUO EM DIFERENTES ASPECTOS DA VIDA.

Nos dias de hoje, tem sido comum observar que alguns indivíduos tem dificuldades em manter um ritmo de busca pelos objetivos traçados e; muitas das vezes, os ideiais, são construídos durante uma longa trajetória de tempo, requerendo independência, autoestima em boas condiçoes, rotina saudável, qualidade nas coisas que faz. Porém, a dependência emocional é uma doença e pode causar impactos negativos no estilo de vida, logo, vir a impactar o alcance de metas, o que requer a ajuda de profissionais para auxiliar na recuperação e fazer com que a aceitação do transtorno seja um ponto de partida para melhorias nas condições que exigem expressão cognitiva e comportamental em acordo com as regras sociais.

De acordo com Bution et al., (2016, p.15),

“[...] a dependência emocional pode ser entendida como: um alcoólatra que se recusa a admitir que depende da bebida, ou como um viciado em jogo, que não aceita essa situação e nunca sairá do ciclo de apostas [...]”. “[...] O processo de dependência geralmente começa quando associamos uma situação ou coisa ao prazer. Qualquer dependência é assim: trabalho, alimentação, religião, gênero, jogo, mentira, "bom ou mau", tecnologia, ginásio e de qualquer outra forma certo comportamento produz compulsão [...]”.

A dependência emocional tem um percentual significativo no Transtorno de Ansiedade, onde no DSM-V (2014), pode ser descrito como: “[...] decorrente de uma série de fatores, a começar pelo medo da perda em não conseguir “caminhar” sem que tenha alguém assumindo os aspectos negativos ocasionados de forma “pensada ou não” pelo “indivíduo dominador da vida do outro”.

E, dentro da dependência emocional, tem um dos males chamado de Transtorno de Ansiedade, no qual causa dificuldades na pessoa em manter um pensamento saudável em meio aos desafios. Também, é fator preponderante para a ocorrência do Transtorno de Humor – bipolaridade (a baixa motivação, depressão, ações agressivas, etc.). A  bipolaridade de acordo com o DSM – V, “[...] não é “o medo de eventos indesejados, mas, a relutância em viver no mundo externo (p.238) [...]”.

Os diferentes tipos de transtornos causados pela dependência emocional, podem se tornar arriscados para aqueles com quem o indivíduo mantém convivência diária, pois a mudança de humor, a agressividade e o não reconhecimento das falhas são pontos prejudiciais a própria saúde e a do “outro”.

O DSM-V (2014, p.212), descreve em relação ao transtorno de humor: [...] que pode ser provocado pela  distratibilidade e a baixa tolerância à frustração e podem ocorrer tanto em um transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, quanto em um episódio depressivo maior. Caso sejam satisfeitos os critérios para ambos, o TDAH, não deve fazer com que o clínico venha a “superdiagnosticar (p.212). O TDAH em caso infantil é caracterizado por irritabilidade e não por tristeza ou perda de interesse [...]”, cabendo um olhar diferenciado, quando se tratar de adultos.

E, com base no explanado, os diferentes transtornos causados no indivíduo facilitam a dificuldade em aceitar as consequências provocadas pela ausência de maturidade ou àqueles decorrentes de problemas no processo durante o desenvolvimento (período da infância até a vida adulta, sendo comum: separação dos país, perdas de entes queridos e pessoas próximas, assumir responsabilidades sem a devida preparação em termos de idade/tempo, realização de sonhos, dentre outros), fazendo com que a pessoa desenvolva o medo de buscar seus ideiais, logo, sem o domínio do fator causador e/ou o desapego da pessoa na qual proporcionou os problemas comportamentais (mudanças).

A dependência emocional, proporciona no indivíduo o estado de “luto”, pois, leva-o a depressão, afastamento dos meios sociais pelo medo de críticas, logo, o abandono em relação aos propósitos traçados; aumentando, com isso, o nível de ansiedade, a bipolaridade, o acesso à alimentação de forma desordenada (por compulsão), etc., e o pensar acerca da incapacidade de vencer desafios.

No geral, a pessoa com dependência emocional, precisa assumir a necessidade de ser ajudado pelos familiares/amigos e ter a aceitação dos problemas, do mesmo modo, procurar criar mecanismos de auxílio para enfrentá-los. Por isso, a o apoio do Psicólogo Cognitivo e Comportamental, associado aos diferentes profissionais da saúde, em muito favorece às mudanças do contexto e, com o tempo, proporciona a capacidade de desprender-se do que lhe é indesejado.

Kovacs (2013) em seus relatos aborda o luto associado à morte (etapa final da vida), porém, o mesmo não acontece somente nesse aspecto, mas vem sendo comum no cotidiano de alguns indivíduos que se sentem pressionados ou deixam de lado as conquistas, devido a dependência emocional e; com isso, acabam adquirindo doenças, tais quais: depressão, medo da separação, perda da motivação e autoestima, resistência em lutar diante dos desafios e; aceitar que precisa ajustar-se as mudanças para vencer qualquer tipo de barreira relacionada a dependência do “outro – pessoa tóxica”.

Segundo Caruso (1984 apud KOVACS, 2013, p.6),

A consciência ou, no mínimo o pressentimento doloroso da separação vai até às raízes da angústia que atormenta todos os homens: isso se torna tanto mais frequente quanto mais o homem se afastar da natureza – e esse afastamento constitui seu destino e sua história” (p.281).

Para Kovacs (2013) a morte se constitui em um “tabu” para muitas culturas, mas, isso quando se trata do “fim da vida para o renascimento junto ao transcendete – ressureição”, o que gera o medo, a angústia, a sensação de solidão eterna diante daquele ente querido que partiu.

Ainda de acordo Kovacs (2013), o luto é um processo natural, mas, em meio aos desafios da vida, vem sendo comum nos meios sociais, independente de classe, o que pode provocar a depressão devido a ausência da estabilidade emocional, logo, levar o indivíduo a vivenciar os 5 (cinco) estágios: a negação e isolamento, a reação de revolta/raiva, a fase de negociação/barganha, depressão e aceitação.

No entanto, a morte em si mesmo, isto é, a morte proprocionada pela perda do sentido de viver, da separação daquele em que o manteve sob o “cárcere de seu próprio ego”, pode levar o indivíduo à dependência química e de medicamentos, na maioria das vezes (substâncias psicoativas, etc.), para menterem-se vivas, até aceitar ou não, a ajuda de profissionais especializados.

A dependência química é uma doença, também causada pela dependência emocional e tende a promover o distanciamento da família, amigos, outros pares, interferindo nos aspectos  profissionais e sociais, o que contribui para que a pessoa perca ainda mais a vontade de viver e lutar pelos seus ideais.

Segundo o Institucional SIS-Saúde (2023, p.1) em uma pesquisa realizada, ficou constatado que existe um percentual significativo de pessoas com dependência química no Brasil (uso de drogras, substâncias psicoativas, etc.), onde os dados apontaram que: “[...] A dependência de drogas lícitas ou ilícitas é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) [...]”.

Também, o Relatório Mundial sobre Drogas (2022), do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostra que:

“[...] cerca de 284 milhões de pessoas — na faixa etária entre 15 e 64 anos — usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes. Os números também preocupam no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino com idade de 25 a 29 anos [...]” (INSTITUCIONAL SIS-Saúde, 2023, p.1).

Os números de usuários de drogas (etc.), são muito preocupantes, haja vista que, na maioria das vezes, a própria família não reconhece seu ente familiar como um indivíduo que “pede socorro” no silêncio e precisa de ajuda de profissionais especializados para sair da dependência e ter uma vida saudável. No geral, o uso de substâncias são para atuar como apoio aos problemas, que logo depois do final da ação da droga (medicamentos, bebidas alcoólicas, dentre outros), o vazio se torna ainda maior, proporcionando nova “fuga” para não enfrentar os desafios, quando na realidade, é preciso olhar a pessoa com dependência e buscar ajudá-la, isso porque, as críticas tornam-se presentes em todos os meios em que a pessoa estiver, portanto, aumentando a depressão.

Dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Geografia (IBGE, 2022, p.5), aponta que:

“[...] De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando-se os anos de 2013 e 2019, houve no Brasil significativo aumento do número de indivíduos que reportaram diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental.  Em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais de idade referiram ter recebido tal diagnóstico, o equivalente a aproximadamente 16,3 milhões de pessoas. O percentual apresentou um aumento de 34% em relação a 2013, quando havia 7,6% de pessoas em situação equivalente [...]”.

Por isso, Orth (2005), descreve a Teoria Cognitiva e Comportamental (TCC) como uma das bases para o tratamento (que na maior parte das vezes é longo), do dependente emocional que tem sua vida paralizada por não ter forças para os enfrentamentos dos desafios diários. A terapia “[...] mediante as análises feitas por meio dos relatos do indivíduo, busca possibilitar a modificação de pensamentos automáticos e crenças distorcidas, que o leva a emoções e comportamentos disfuncionais (p.3) [...]”.

De acordo com Abuchaim e Abuchaim (2001), pessoas com dependência emocional acabam por não aceitarem que estão com problemas de saúde – patologias e são inflexíveis as mudanças, logo, acabam promovendo ações que atrapalham ao longo do tempo a convivência natural com outros pares. Também, corre o risco de descaracterizar o caráter e deixar de ser confiável, assim como, proporcionar um aumento no nível de ansiedade e; com isso, ter instabilidade em diferentes aspectos da vida, indo do pessoal ao profissional.

Portanto, o reconhecimento de que está doente e necessita de acompanhamento psicológico se faz fundamental para conquistar o próprio espaço. O DSM-V (2014, p.238), destaca “[...] O medo de separação de outras figuras de apego é central no transtorno de ansiedade de separação [...], sendo o transtorno de ansiedade e separação definido da seguinte forma: “[...] com frequência limitam as atividades independentes longe de casa ou das figuras de apego [...]”. O apego excessivo, requer tratamento/acompanhamento, pois a pessoa que apresenta essa patologia pode com o tempo aniquilar-se e promover “defesa”, como por exemplo:  a exclusão dos meios sociais, logo, o abandono dos sonhos idealizados por longos anos.

A APA - American Psychiatric Association (2002), em consonância com Abuchaim e Abuchaim (2001) descreve que, “[...] os transtornos de personalidade compreendem uma série de transtornos, sendo alguns deles: Transtorno de Personalidade Paranóide e Dependente Obsessivo-compulsivo, etc., [...]”, mencionando, no geral que, os indivíduos com dependência emocional são aptos a manterem-se submissos até a aceitação da necessidade de tratamento e acompanhamento com profissionais especializados, para reverter os diferenciados tipos de comportamentos, nos quais são adquiridos com os transtornos.

O transtorno de personalidade, pode ser descrito como: “[...] Personalidade é a relação entre temperamento e caráter, envolve as características emocionais e de comportamentos de um indivíduo, além dos aspectos orgânicos [...] (APA, 2002; VENTURA, 1998).

Ainda em consonância com APA (2002) e Ventura (1998),

“[...] as pessoas com Transtorno de Personalidade Dependente (TPD) têm uma característica básica, que é a necessidade de cuidar da situação geral e das necessidades excessivas, o que desencadeia comportamentos de conformidade e medo de separação. Segundo Beck e Freeman (1993), os comportamentos de dependência e obediência têm como objetivo a obtenção de atenção e cuidado, e são derivados do sentimento de que não podem funcionar normalmente sem a ajuda de outras pessoas [...]”.

Partindo das citações anteriormente mencionadas, nota-se que o indivíduo que possui dependência emocional, pode encontrar durante sua trajetória, mudanças nas quais afetarão drasticamente diferentes aspectos da vida, indo do pessoal ao profissional, logo, a socialização, pois a tendência é o afastamento das pessoas, até mesmo de alguns membros da familia, pela não aceitação da opinião de que precisa de ajuda e encontra-se em um relacionamento tóxico. E, a partir do tratamento, tem todas as possibilidades de reversão da depedência emocional e de conseguir alcançar patamares elevados, nos fatores já citados.

Beck  (1997 apud  NEUFELD e CAVENAGE, 2010), descrevem que “[...] as mudanças emocionais e comportamentais serão duradouras se resultarem da modificação de crenças disfuncionais básicas dos clientes (p.3) [...]”,  mostra quando a partir da aceitação para o tratamento, o indivíduo produz um grande passo em diração à cura/estabilidade, que por sua vez, será um processo longo, cabendo o acompanhamento/tratamento sem interrupção e com o saber de que a melhora chegará, mas é preciso ter disciplina para o alcance de resultados positivos.

Beck  (1997) e Freeman (1993), relatam em seus escritos a tendência de quem tem dependência emocional, destacando a proporcionalidade do indivíduo pela busca do cuidado e atenção. Esses dois últimos fatores (cuidado e atenção), podem ou não estarem associados a problemas sofridos pelo indivíduo que o levou a um nível de insegurança na infância, assim como, algum motivo mais forte na adolescência e vida adulta, fazendo com que acabe se tornando vítima daquele no qual tem necessidades associadas aos transtornos emocionais, usando do abuso de poder frente à fraqueza do “outro”, colocando em estado de submissão.

Bornstein (2005/2006, p.5), em seus escritos,

“[...] considera que para uma caracterização da dinâmica interna do indivíduo, três constructos são fundamentais: os introjectos, isto é, as representações objectais e do Self, os mecanismos de defesa e a força do Ego.... [....] consideração destes três aspectos permite, de alguma forma, compreender como é que perturbações ocorridas cedo no desenvolvimento podem ter um efeito duradouro e mais tarde comprometer o funcionamento psicológico dos indivíduos, gerando a disfuncionalidade [...]”.

A citação acima evidencia, a importância de observar o indivíduo com dependência emocional, partindo de três linhas de pesquisas, tais quais: Self, os mecanismos de defesa e a força do Ego, pois a partir do momento em que a identificação começa a surgir, ficará um pouco mais “fácil” fazer o traço de um modelo de tratamento a ser seguido durante um determinado tempo, isso porque, os três tem impactos muito fortes no tratamento, como por exemplo, por questões de “ego”, acreditar que persistindo estará ganhando, quando na realidade, apenas constrói um mecanismo de defesa para ir ajustando-se a dependência do “outro com certa dominação”, para não aceitar a doença.

E, com base nestes pequenos trechos, o objetivo geral, aponta que todo indivíduo impactado pela dependência emocional precisa de ajuda e, levá-lo ao reconhecimento é uma forma de auxiliá-lo na superação dos obstáculos e do “luto” causado pela “submissão”, ressaltando que a “submissão” proporciona o medo de prosseguir, pois muitas das vezes, quem, exerce a ação já se deu conta das fragilidades do “outro (em termos de afetos, financeiros, ego, etc.)” e “usa” os pontos fracos como forma de “coação” para fazer valer o ego construído em cima da “fraqueza” do indivíduo em estado de submissão.

Segundo Bution et al., (2016, p.13),

“[...] A frase "Não sei viver sem você" pode parecer linda e romântica, mas é muito perigosa! [...] Preencher lacunas pessoais é um dos maiores contratempos nos relacionamentos emocionais - afinal, pensar que a resposta para a felicidade está fora de si é um grande erro. Portanto, estar ciente da interdependência e saber determinar sua origem é o primeiro passo para revertê-la [...]”.

Portanto, o Psicólogo Cognitivo e Comportamental  é um profissional que pode auxiliar o indivíduo em seu transtorno de dependência emocional, dentre outros, por meio do atendimento/tratamento clínico, sem deixar de apresentar a pessoa que sua existência, primeiramente, depende de um ser maior - “Trasncendente – DEUS” e depois do desapego daqueles que estão o rodeando apenas para conseguir beneficios que satisfaçam o próprio ego (ser reconhecido como importante, ter capacidades financeiras, status, etc.).

Por isso, a busca por profissionais como psicólogos é um grande passo, tendo em vista que, este o encaminhará ao Psiquiátra, se houver a necessidade de medicamentos (em caso de insônia, medo excessivo, depressão, etc.), assim como, à terapias que venham a auxiliar no tratamento.

E, se faz relevante mostrar alguns fatores prejudiciais àquele que possui problema de dependência emocional, sendo mais comuns: “a não aceitação saudável de críticas, abandono dos ideiais, medo da perda e de críticas alheias, insegurança, desmotivação, baixa autoestima, mudança constante de humor (p.15)”.

Também, destacar que alguns dos itens citados acima, tem forte influência no indivíduo frente ao estado de “luto” e o mesmo pode adquirir uma grave depressão e tornar-se dependente de produtos químicos (bebidas alcoólicas, drogas) mencionando as redes sociais, falso status, etc., da mesma forma, de apoio medicamentoso (remédios de diferentes tipos, seja para dormir ou manter-se em condições de exercer um pouco de autonomia básica), logo, se não houver o resgate imediato da família e a autoconscientização individual de que se encontra num processo de codependência, o indivíduo poderá aos poucos, perder a vontade de viver.

Para Landre (2008, p.3),

“[...] O ambiente familiar que gera necessidades, preconceitos, diferenças, dificuldades interpessoais e problemas financeiros são considerados alguns fatores de risco sujeitos a recaídas (LANDRE, 2008). De acordo com o modelo cognitivo, a maneira como os sujeitos percebem sua própria situação pode interferir na motivação, emoção e respostas comportamentais [...]”.

Mencionando que, a partir do momento em que o indivíduo começa a apresentar problemas de saúde e transtornos diversos, torna-se necessário o tratamento com diferentes profissionais da saúde, incluindo o  Psicólogo Cognitivo e Comportamental.

De acordo com Landre (2008, p.13),

“[...] A Conceituação Cognitiva é uma hipótese sobre pensamentos, suposições, emoções e crenças do paciente. Ela pode ser reformulada no decorrer da terapia, à medida que novas informações e evidências vão se reunindo [...]”.

A pessoa com transtornos cognitivos e comportamentais, se não cuidado em tempo hábil começa a negar a si mesmo, passando para a família e depois à demais pares com quem mantém convivência, porém, aos poucos, devido a negação que impõe à vida e a não aceitação de que precisa de ajuda para a cura/tratamento em acordo com o grau do transtorno, se esquiva ainda mais diante dos problemas, o que leva ao aumento da procura por substâncias psicoativas e/ou medicamentosa, sendo esta última; muitas das vezes, sem controle médico, o que poderá levar à morte física ou a desistência em vida em continuar lutando, logo, a aquisição de “um processo de luto emocional sem controle”.

A dependência emocional é uma doença, portanto, a pessoa quando diagnosticada, necessita de tratamento. E, se não aceitar a busca por tratamento, o agir da família é fundamental, devendo começar a intervir, assim que perceber mudanças cognitivas e comportamentais.

A dependência excessiva do “outro”, leva também, quem mantém o dependente, à doença (no geral são pessoas problemáticas, mas que se utilizam de um falso poder, para colocar alguém sob sua vigilância e debaixo de suas ações tendo em vista conseguir algo), pois, começa a desenvolver um “estado de posse” sobre o dependente, utilizando-se de ações que substimam a capacidade de quem está sob sua “detenção”, tais quais, ordens, ocupações exageradas, “falsas fragilidades” e ameças de diversos tipos, logo, trabalhando em cima das fraquezas que vai sendo desenvolvida pelo ser dependente, o que desencadeia o medo da separação.

Portanto, no geral, quem atua dessa forma, não é questionado e embarreirado em seus argumentos pelo dependente, fazendo com que a pessoa emocionalmente submissa se esquive e; deixe de lutar pela sua liberdade, assim como, agir diante das limitações e práticas produzidas por quem o mantém sob seu “cárcere”.

Para Abuchaim e Abuchaim (2001); APA (2002); Beck e Freeman (1993); Bornstein, 1998),

“[...] Quando confiam nos outros para resolver seus problemas, geralmente não aprendem as habilidades para operar de forma independente, perpetuando assim a dependência. Se esse comportamento pode fornecer-lhes os cuidados de que precisam, pode permitir que as pessoas com TPD maximizem seus sentimentos e apoio, e até mesmo, tomem a iniciativa de realizar tarefas desagradáveis. No entanto, essas tarefas costumam ser requisitos irracionais e podem até mesmo levar a relacionamentos desequilibrados ou distorcidos e perdas profissionais. Isso pode significar sacrifício extraordinário ou tolerância ao abuso verbal, físico ou sexual [...]”.

Portanto, é de suma importância que a pessoa ao perceber qualquer tipo de abuso em um relacionamento, seja pessoal ou familiar, se atente para quem é o “outro/abusador”, isto é, com quem se divide a vida num todo. Ressaltando que, o nosso subconsciente tem a facilidade de registrar e guardar momentos bons e ruins mas; dependendo das intenções daquele que usa de artificios (manipulação) para tornar o dependente um ser sem motivação, aumenta a probabilidade da baixa autoestima, logo, a dependência emocional pode vir a se tornar um problema mais grave, trazendo sérios danos à saúde de quem está sob “coação” planejada, o que facilita o desencadeamento de transtornos/doenças e leva o dependente ao pensar acerca da não capacidade de vencer os desafios (ABUCHAIM e ABUCHAIM (2001); APA (2002); BECK e FREEMAN (1993); BORNSTEIN, 1998).

Em se tratando de algumas alternativas que podem auxiliar na identificação de que a pessoa necessita de ajuda para prosseguir em seu cotidiano, de forma controlada em termos da dependência emocional e outros tipos de transtornos para alcançar as metas desejadas, tem-se: observar os comportamentos, averiguar sintomas como a depressão, insônia, atenção constante àquele que o mantém como dependente (no cárcere por ameaças), baixa autoestima, rejeição à conselhos, negação de ouvir e dialogar, isolamento familiar e dos amigos, a não busca por melhorias na qualidade de vida como um todo, dentre outros.

De acordo com Bution et al., (2016, p.14), é preciso ajudar a pessoa a sair da dependência emocional e a resgatar a autoestima, pois a codependência é um processo no qual,

“[...] as pessoas desejam constantemente controlar os outros e nosso ambiente. O medo interior se justifica: se as coisas mudarem, "perderei o que é importante para mim e isso me fará sobreviver". Outro ponto da codependência é a motivação para ajudar os outros e até mesmo resolver os problemas dos outros por si mesmo. Essas ações trarão um senso de conexão de curto prazo, mas a duração é curta. Portanto, as pessoas codependentes se encontram presas em um loop infinito, sempre alimentando ostensivamente o vazio interior [...]”.

Quando a pessoa com dependência emocional sente o vazio interior, se adentra ainda mais nas ações proporcionadas por àquele que o mantém sobre “coação”, causando-lhe um “luto” que somente pode ser minizado com o tempo e ajuda de profissionais especializados no assunto, portanto, fazer com que o dependente perceba que é capaz de vencer/sair do estado de “cárcere” é o primeiro passo para incentivá-lo a encontrar uma saída, assim como, tratamento e auxílio para mudanças e evolução, destacando que não é fácil mudar o pensamento de quem está preso ao “outro-submisso”; mas, a Terapia Cognitiva e Comportamental (TCC), em muito contribui em melhorias diárias, quando existe a aceitação acerca de que se tornou um dependente emocional e somente com ajuda poderá evoluir (BUTION et al., 2016).

Quanto a resposta de uma, dentre tantas problemáticas, a citada anteriormente, no que trata-se de como trabalhar o indivíduo com dependência emocional, quando a aceitação acerca da doença não corresponde a ajuda para o reestabelecimento da autoestima, segundo Bution et al., (2016), não é uma tarefa fácil levar a pessoa com dependência emocional a aceitar que encontra-se num processo doentio, assim,

“[...] Uma pessoa que é emocionalmente dependente de outra pessoa não se conhece, então é difícil saber do que ela gosta e como se sente na maioria dos casos. A falta de autoconhecimento pode produzir sentimentos de insegurança e baixa auto-estima [...]”.

O que significa que autoconhecer-se é um dos fatores de suma importância para não se deixar levar por pessoas com o dom de manipular o “outro” e torná-lo “presa sua”. Haja vista que é, até mesmo, uma passagem bíblica: “[...] Tende cuidado, para que ninguém vos faça “presa sua”, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens [...]” (COLESSENSES, 2, p.1).

Assim sendo, reconhecer a própria capacidade de vencer e superar os desafios, assim como enfrentá-los de forma consciente e com maturidade (não por impulso), é uma forma de a pessoa dependente emocionalmente de alguém que usa de artíficios para agradar ao próprio ego sair da situação de cárcere.

Ressaltando que,  o entendimento acerca dos problemas adquiridos pela submissão se constitui no primeiro passo para ir aos poucos buscando encontrar-se e ir a luta pelos ideais desejados, haja vista que, ninguém pode ser dono da vida do “outro”, isso é crime e se não reconhecido pelo dependente, poderá envolver-se em ações prejudiciais em diferentes espaços da vida. A liberdade é um direito, precisa ser efetivado na prática, mas somente o dependente e submisso de alguém que usa o “outro”, primeiro precisa conhecer.

METODOLOGIA

A metodologia é uma revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa e métodos descritivos, utilizando-se de autores, tais quais: ABUCHAIM e ABUCHAIM (2001); APA - American Psychiatric Association (2002); KOVACS, (2013); DSM-V (2014); dentre outros citados para fundamentar a linha de pesquisa.

O resultado tem como finalidade demonstrar que o profissional Psicólogo Cognitivo Comportamental se constitui num dos muitos, que também pode contribuir para o resgate do indivíduo em variados aspectos da vida pessoal, profissional e social, conforme algumas sugestões no decorrer do desenvolvimento do artigo científico.  

Os autores supra mencionados, fazem uma abordagem acerca da dependência emocional, onde nos dias de hoje, tem se tornado cada vez mais presente em diferentes contextos sociais, isto é, sem distinguir de classe, etnia, religião ou cultura, etc. Mencionando que, se trata de uma doença e; no geral, acontece quando uma pessoa começa a aproveitar-se das fraquezas, falta de maturidade, algum tipo de acontecimento (etc.) e fazer o indivíduo “presa sua”, usando de “coação” sobre o dependente por meio de “falsas fragilidades”, poder aquisito, nível de conhecimento, manutenção do lar (dentre outros), tirando a liberdade através de controles excessivos e abusivos.

O poder exercido sobre o dependente tras uma série de danos à saúde, além de levá-lo ao pensar de que não é capaz de prosseguir em seus ideiais e conquistá-los sem a presença do “abusador”, que usa dos sentimentos daquele que tem uma fragilidade mais intensa e perceptível, logo, promovendo uma série de problemas familiares, profissionais e sociais (ABUCHAIM, C. M. e ABUCHAIM, A. L.G., 2001).

A dependência emocional tem tratamento terapêutico, o que primeiro requer a do dependente a aceitação de ajuda, do mesmo modo, a vontade em seguir as orientações para a (re)encontrar-se em sua autonomia, capacidade, autoestima e liberdade de ir e vir, sendo este último, tido como regra nos artigos da Constituição Federal de 1988.

A dependência emocional se não tratada em tempo hábil, pode provocar danos à saúde mental do dependente, levando-o ao uso de substâncias psicoativas, medicamentos sem controle médico e doenças, tais quais a depressão, angústia excessiva, medo, fobia e afastamento social, até mesmo a morte, pois em casos excessivos, o dependente por medo/angústia pode tirar a própria vida (ABUCHAIM, C. M. e ABUCHAIM, A. L.G., 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos textos descritos no decorrer desse artigo científico, percebe-se que nos dias de hoje, vem sendo comum muitas pessoas apresentarem a dependência emocional, destacando que àquele que usa da fragilidade do outro por meio de abusos (ameaças, artifícios, questões financeiras, para a manutenção do próprio status, dentre outros), está pelas leis sujeito a ser punido de forma legal (por meio de denuncia da família acerca dos males do abusador ou do próprio ser que sofre os abusos).

É um problema grave, pois quem causa a dependência emocional usa da pessoa fragilizada em algum aspecto da vida, para tirar proveitos próprios e mostrar-se superior, quando na realidade, está cometendo um crime, haja vista que, impede a pessoa dependente de prosseguir em seus ideiais, altera a personalidade, causa doenças, afasta dos familiares e amigos, acusa o tempo todo, limita os lugares de acessos e expõe de forma sutil a integridade e; até mesmo, a intimidade daquele que mantém sob seu cárcere. Sem deixar de citar que pode comprometer o Ser que sofre os abusos em suas questões profissionais.

Em finalização aos textos, inibir, ameaçar, usar um ser humano para satisfazer o próprio ego em busca de reconhecimentos é um crime e se denunciado, o abusador poderá responder criminalmente, isso porque as doenças e separações causadas a pessoa dependente, assim como, a limitação de conquistas de ideais da pessoa em termos pessoais e profissionais, pode até mesmo, levar a uma grave depressão, logo, ao risco de com o tempo sentir-se sem “valor-humano” e tirar a própria vida.

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Publicado por: Giselle Alves da Conceição

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