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Acima de tudo uma experiência

Acima de tudo uma experiência, E se eu errar? , uma experiência pessoal, conhecer você mesmo, conhecer a verdade e como tudo se relaciona com você, qual é a essência da mente?, estar “além da mente e do corpo”.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Introdução

Para ler este material e entendê-lo é necessário uma atitude de aceitar o que é real. Tem que estar despido do mínimo preconceito e ter coragem para abandonar muitas persuasões pessoais em favor de uma nova forma de viver.
Essa obra não é diretamente baseada em outras obras ou conhecimentos prévios, e sim da minha própria vida, de uma experiência pessoal. Não há outra forma de expressar o que é real se não for o que você viveu.

Eu passei a vida toda buscando respostas, querendo levar tudo em consideração, ouvindo mestres, mas eu sempre falhava. Não tinha como ter fé porque o que eu sabia não era conhecido por mim e sim emprestado dos outros. Se eu considerasse toda a sabedoria já existente como uma verdade minha, sem a necessidade de experienciar, iria parecer que eu estou roubando algo de alguém, tomando como se fosse meu, mas não é meu.

Se uma pessoa passa a vida toda estudando, sem praticar e só adquirindo experiências dos outros, sem viver aquilo que estuda, ela não vai se torna um mestre, vai ser um acumulador de informações que automaticamente responde quando se faz uma pergunta.
Eu sei que não tem como vocês levarem essa obra como um manual de sucesso material e de sucesso sobre o consciente, e nem quero que o façam, pois, se o fizerem, toda a minha experiência seria um fracasso e não resultaria nesses relatos. O interessante é que conheçam o processo.

É importante lembrar que todos os ensinamentos são para esclarecê-lo sobre como tal fato acontece. É para falar a respeito do processo. No entanto, ninguém pode executá-lo para você.

Leve isso muito a sério e verá a resposta. Leve tão a sério que não tenha necessidade de obter as respostas. Não leve a sério só porque você mudou o seu ponto de vista. Não queira dizer que mudou seu ponto de vista porque cansou de como você era, você ainda não cansou, mas está disposto a conhecer você mesmo, conhecer a verdade e como tudo se relaciona com você.

Mesmo que o que eu esteja falando seja coerente para você, você não deve aceitar. Por favor, não aceite isso! Ou estaremos jogando fora tudo o que eu disse até agora. É preciso não aceitar isso, é preciso que você faça um teste.

Teste tudo que você conheceu como “certo” até agora, sem nenhuma expectativa, sem nenhum preconceito, sem nenhuma opinião formada. Seja neutro. Vá sendo neutro, mesmo que os resultados pareçam favoráveis a você ou não. Permaneça só como um observador, neutro. Apenas observe o que começará a acontecer com você e aproveite, claro! Mas sem nenhuma opinião sobre as coisas. Encare com naturalidade.

Além disso, você nem tem como opinar sobre as coisas, pois quem estará opinando não é você e sim a sua mente. Você é o observador. Você é quem ver as coisas acontecerem. Coisas que, aparentemente, não têm explicação. Você toma consciência da sua mente, mas você não é sua mente, veremos isso mais a fundo.

Se não há uma resposta real ainda sobre as coisas, continue na inocência. Não há necessidade nenhuma de falar sobre elas. Se você o fizer, as características que você estará colocando sobre essas coisas serão baseadas no que os outros lhe ensinaram, sem questionamento, e não com base em sua própria experiência. Então, só viva e sinta.

O viver e o sentir vão amadurecendo sobre você e só assim as respostas virão, mas elas nunca virão quando você desejar, pois o seu desejo está na mente e a sua mente é quem quer as respostas, mas não terá as respostas, pois elas são para você e não para sua mente.

Você observa neutro e a sua mente observa com opiniões formadas, com conhecimentos emprestados dos outros, com preconceitos. Sendo assim, a sua mente não vai aceitar ou não vai entender e, provavelmente, não irá encontrar as respostas, não irá reconhecê-las.

No decorrer desta obra, serão feitos comentários de citações importantes de homens conceituados e grandes pensadores. Mas não aceite o que eles lhe passam, teste o que eles lhe passam. Não leve nada emprestado dos outros como se fosse seu, pois será falso e só lhe fará desacreditar no que é real. Você irá pensar que não existem respostas e que tudo está errado. Não faça isso. Não aceite o que é dos outros, ou todos os dias você ficará martelando na sua cabeça em busca de soluções que a sua mente não pode propor por serem baseadas em conceitos viciados e não produzidos. Não há qualidade nisso.

É arriscado aceitar de mãos abertas o que é dos outros sem ao menos questionar. É importantíssimo considerar como um empréstimo e experienciar. É perigoso você ler esse material e começar a pregar o que foi escrito aqui. Não, esse material não é para isso. Esse material diz para você testar. Comece a analisar com você mesmo. Na verdade, não analise. Viva as coisas e elas trarão as respostas sem que você corra atrás. Isso é natural e é sempre assim que ocorre.
Osho, um grande mestre indiano e filósofo, fala que a verdade é perigosa, ela só acredita vendo. Precisa de uma busca, de uma procura, mesmo sabendo que não haverá garantia de uma reposta real. Até certo ponto a verdade é perigosa. Mas, arriscado mesmo é você aceitar de braços abertos os conhecimentos que vêm dos outros, sem questionar, pois vai prejudicar toda a sua vida, fazendo de você um miserável e isso sim é perigoso. Observe bem.

Há momentos em que surgirão opiniões sobre as coisas, mas logo você irá identificar que essas opiniões não são suas, não tem como, porque você não tem base nenhuma de conhecimento para opinar sobre essas coisas. Você começou do zero e se, mesmo assim, surgir uma opinião sobre algo que você não viveu, ou que não refletiu com seus próprios esforços, irá perceber que foi a sua mente que opinou, pois sua mente já possui conceitos culturais e ela opinou baseada nisso, não foi você, você não tem base ainda.

Lembre-se que você não precisa ser um graduando acadêmico ou coisa assim para compreender isso. O que você precisa fazer é experienciar tudo isso, começando na inocência, do zero, sendo neutro. Abandone tudo aquilo que você diz conhecer, porque na verdade você não conhece nada. Você só pensa que sabe sobre as coisas, mas não conhece realmente. Então, esqueça tudo. Esqueça as suas religiões, suas filosofias. Comece do zero e uma nova oportunidade estará em suas mãos. Limpe a sua mente de todo conhecimento que não foi vivido e descoberto por você mesmo, de todo conhecimento que foi tomado emprestado dos outros, de tudo que veio pela tradição.

E se eu errar?

Se você pensar “E se eu errar?” ou “Eu errei, eu opinei sobre algo que não conhecia”. O erro não existe porque você opinou sobre algo sem ter a base, o “erro” existe porque você pensou que opinou sobre algo, mas não foi você. Você apenas tomou consciência de que alguém opinou sobre algo, você observou a sua mente dando uma opinião conhecida. E então, como você errou se não foi você?
É preciso observar. Primeiro faça a experiência de estar além da mente e do corpo. É importante perceber que este material – o que eu proponho – tem uma natureza que exige sutilezas muito apuradas, das quais não se pode escapar, para que possamos continuar o processo.
As citações que iremos ver agora não são minhas, são da filosofia e psicologia oriental, como também dos conceitos da física quântica. Como comentei antes, estas citações serão para realizarmos as nossas experiências, para testá-las. Não as aceite até experienciar e chegar às suas próprias conclusões. Sem pressa, pois o que importa é a qualidade.
Veremos como compreender isso. Como compreender que você não é nem corpo e nem mente. O testemunho será necessário agora. Observe com atenção o que a psicologia oriental vem lhe propondo. Ela lhe oferece o testemunho e é da seguinte forma:

Observe o seu corpo caminhando; você, a partir do seu âmago mais profundo, está simplesmente observando, testemunhando e observando.
De repente você terá uma sensação de liberdade. De repente você verá que o seu corpo está caminhando, mas você não está.
Às vezes o corpo está saudável e às vezes ele está doente. Observe, simplesmente observe e de repente terá a sensação de uma qualidade de ser totalmente diferente. Você não é o corpo. O corpo está doente, é claro, mas você não está. O corpo está saudável, mas isso não tem nada a ver com você.
Você é uma testemunha, um observador nas montanhas... Bem afastado. É claro, acorrentado ao corpo, mas não identificado com ele; enraizado no corpo, mas sempre além dele e transcendendo-o.
Fazendo essa profunda observação você realmente começa a sentir como se o corpo fosse uma carcaça que estivesse jogada em cima de você. Como se fosse uma armadura completa, uma roupa, um disfarce completo, algo que te cobre, mas que não é você.
A primeira concentração que foi expressa aqui é separar você do corpo. E sendo assim, pouco a pouco, à medida que a sua observação for ficando mais apurada, comece a observar os pensamentos que passam continuo em sua mente. Mas é preciso primeiro que observe o corpo. Se você observar bem o seu corpo verá como ele é grosseiro, é fácil observá-lo, não precisa está com muita consciência para isso. Depois que você já estiver no ritmo, estiver por dentro da situação, comece observar a mente.

Saiba que tudo que você pode observar está separado de você. Não esqueça isso. Tudo que você pode testemunhar não é você. Não pode ser você porque você é a consciência que testemunha, sendo assim o que é testemunhado é um objeto. Se o corpo é testemunhado ele é o objeto e você é a consciência que testemunha o corpo. Se você pode observar a mente, observar tudo que se passa pela sua mente, ela está sendo testemunhada. A mente se torna o objeto e você a consciência que a testemunha.

... Questione-se: qual é a essência da mente?”.
Primeira pergunta: quem está sofrendo? Assim você pode ver que o sofrimento está acontecendo a sua volta, mas não em você. Ele está acontecendo do muito próximo a você, mas, mesmo assim, não está no centro. Ele está acontecendo na periferia, não no centro. O centro está intacto.
Então, a primeira coisa é ver onde está o sofrimento. Desidentifique-se desse sofrimento. Essa pergunta ajudará você, como uma espada, a cortar fora a identificação.
A pergunta seguinte é: qual é a essência dessa mente? Quem é esse que está sofrendo?
A primeira indagação: quem está sofrendo? Assim a antiga identificação com o corpo, com a doença e com a mente acaba e você tem de dar uma olhada no ponto mais intimo do seu ser. Agora pergunte: Que mente essencial é essa?

Então, você não pode dizer “eu errei e agora vou tentar corrigir, abandonar os erros”. Em primeiro lugar, não tenha pressa em abandonar os “erros”, simplesmente observe-os. Quanto mais você observa, mais consciente você se torna. Em segundo lugar, perceba que você não pode abandonar algo que não tem, logo se não errou, não tem como abandonar os erros. Só assim verá que nada acontece com você. Nem a sua opinião é sua mesmo. É de outras mentes que embarcaram em sua mente, tornando-a alienada por idéias emprestadas.

Não aceite o que eu disse agora ‘que nada acontece com você’. Viva isso. E quando viver, essa confusão de pensar que tudo que acontece na mente está acontecendo em você, irá desaparecer por si só. Somente assim ela realmente desaparece. Porque não existe outra maneira, se não experienciar.
Na ciência não se sabe quem é ou o que é o observador. Lembra-se do processo, a experiência de estar “além da mente e do corpo”, que citamos acima? Pois é, a ciência não sabe o que é o observador. O que não significa que a ciência não tentou descobrir a resposta.

Os cientistas procuraram, entraram em sua cabeça, entraram em todos os orifícios que você tem para encontrar algo chamado de observador e entenderam que não tem ninguém em casa. Não tem ninguém no cérebro. Não tem ninguém nas regiões corticais do cérebro. Não tem ninguém nas regiões subcorticais do cérebro, nas regiões límbicas do cérebro. Não há ninguém ali chamado observador. Mesmo assim, todos nós temos essa experiência de sermos algo chamado de observador, de observarmos o mundo exterior.
Você sabe que é um ser consciente, no entanto a ciência não conseguiu encontrar esse ser consciente, chamado de observador. O que se prova é que você não é nem a mente e nem o corpo, você vai além dos dois. Isso significa que você precisa conhecer a si mesmo e conhecer a si mesmo é ir além da mente, e ir além da mente é compreender que a própria mente pode ser o problema se nos identificarmos com ela. Na verdade o problema é a nossa identificação com corpo e com a mente.

O que eu quis lhe propor até agora é que você se torne um grande pesquisador. A vida deve se tornar uma pesquisa, de tal modo que a cada momento haja uma nova descoberta. Dessa forma, belas mudanças vão acontecer em você.

Marcelo Vinicius
12 de Janeiro de 2007


Publicado por: Marcelo Vinicius

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