GÊNEROS DIGITAIS E AS METODOLOGIAS INOVADORAS NA SALA DE AULA
Breve apresentação dos gêneros digitais e as metodologias inovadoras em sala de aula.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
GÊNEROS DIGITAIS E AS METODOLOGIAS INOVADORAS NA SALA DE AULA
INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o avanço da tecnologia, incorporou no currículo os gêneros digitais como estratégia para a promoção da aprendizagem e ensino. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo compreender a importância dos gêneros digitais na ampliação da competência comunicativa dos educandos.
Para que possamos entender os que são os gêneros digitais, devemos contextualizar os gêneros textuais tradicionais, acompanhar a transformação e a fusão desses dois modelos de gênero e, sobretudo, com a união desses, promover uma melhor aprendizagem em sala de aula.
Antes, os estudos de Língua Portuguesa eram tirados apenas de livros, jornais, panfletos, gramaticas, dicionários e revistas. Hoje, todo esse material divide a atenção com ferramentas modernas e velozes de comunicação como: Telegram, Whatsapp, chat, blog, e-mail e fóruns de discussão denominados gêneros digitais. Com isso, novos espaços de aprendizagem foram inaugurados pela era digital.
METODOLOGIAS ATIVAS EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS
Inicialmente, compreende-se que a aprendizagem escolar é um processo que precisa equilibrar a construção tutorial, grupal e individual do discente. Nesse sentido, as metodologias ativas em aulas de língua portuguesa devem considerar os interesses individuais de cada estudante, bem como o compartilhamento de saberes com seus colegas de turma e a orientação de pessoas mais experientes em um contexto escolar.
Cabe ao professor de português ir ao encontro desses interesses e, durante o processo de aprendizagem, perceber o desenvolvimento das habilidades de cada um de seus alunos e as diversas possibilidades de ensino. Nesse processo, é necessário relacionar os conhecimentos adquiridos com o que é consideravelmente importante. Em outras palavras, significa relacionar as aprendizagens com os projetos e as expectativas individuais para o futuro desses alunos com a utilização de recursos digitais.
As metodologias ativas tem como propósito dar suporte e criar oportunidades de compartilhar diversas formas de aprendizagem. O uso da sala de aula invertida, por exemplo, possibilita variados métodos para aquisição de conteúdos, inserção de videoaulas, textos didáticos, games e livros.
Dentro dessa ótica, podemos entender que a inserção de recursos digitais nas aulas de língua portuguesa contribui significativamente para a aprendizagem do aluno. Logo, a capacitação do professor com as tecnologias digitais de comunicação e informação é um meio de orientá-lo na aplicação desses recursos no processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, o uso das metodologias ativas contribui no processo de capacitação e aperfeiçoamento dos docentes, do mesmo modo que dá autonomia e senso crítico ao aluno. Para tanto, é de suma importância, dentro e fora da sala de aula, a utilização desse método de ensino, haja vista que as metodologias ativas possibilitam uma aprendizagem significativa, ou seja, proporcionam novas formas de aprendizagem significados e amplitude para o conhecimento.
OS GÊNEROS DIGITAIS COMO PARTE DO CURRÍCULO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o avanço tecnológico, permitiu incorporar os gêneros digitais como estratégia de promoção do processo de ensino e aprendizagem. Isso ampliou a competência comunicativa dos estudantes de uma forma interativa, colaborativa e agregadora.
A inovação tecnológica tem a função de adequar a produção e a interpretação de textos aos gêneros digitais. Eles estão, sem dúvida alguma, apoiados na escrita, uma vez que não há como escapar dessa realidade. Vale salientar que o contexto tecnológico é composto por textos, sons, gráficos e imagens, e isso exige maior capacidade de interpretação do leitor.
Além de habilidade com as palavras, os gêneros digitais exigem rapidez e eficácia na interpretação de outros elementos. Alguns aspectos, a maneira de exemplificação, podem ser citados: formas, cores, sons, ícones, tudo é significativo e interfere na comunicação.
No que se refere o uso em sala de aula, os gêneros digitais promovem um estreitamento significativo na relação entre professor e aluno, visto que a linguagem tecnológica é ritmada pela velocidade de propagação da informação. Há que se considerar, portanto, que o propósito dos gêneros digitais deve permanecer no aprendizado, mediante uma proposta de aplicação dessas ferramentas tecnológicas.
Em suma, conclui-se que os gêneros digitais devem ser considerados dentro das disciplinas de língua portuguesa e suas literaturas, segundo o desempenho e o engajamento da turma. É um recurso tecnológico que contribui de maneira significativa na ampliação das ideias e do campo de visão dos alunos.
PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS PARA PRÁTICAS DE LETRAMENTO MULTISSEMIÓTICO E LETRAMENTO LITERÁRIO
O surgimento e a permanência das tecnologias digitais de informação e comunicação trouxeram grandes desafios de adaptação em diversos setores da sociedade contemporânea, sobretudo, no campo da educação. Nesse sentido, compreender os aspectos de letramento nos leva para uma reflexão mais ampliada sobre suas diversas formas, entre elas o digital. O letramento digital pode ser entendido como a apropriação gradativa do leitor, no que se refere aos gestos e as técnicas de ler e de escrever em ambientes que utilizam tecnologias digitais.
Para compreendamos o letramento digital, é cabível que façamos uma análise sobre o letramento. Logo, o conceito de letramento envolve práticas sociais efetivas de leitura e escrita. Dessa forma, não se trata apenas de ler e escrever, mas de usar tais domínios em situações sociais, de modo atuante e crítico.
Além do letramento digital, vale frisar que há outros tipos de letramentos, como o literário, matemático, jornalístico, entre outros. No entanto, o surgimento dos diversos letramentos nas práticas sociais colaborou para o surgimento de uma nova vertente: os “multiletramentos”.
Os multiletramentos tem a função de expandir as diversas formas de comunicação na sociedade. Eles abrem espaço para que a informação e a comunicação sejam efetivadas por diversos meios, simultaneamente, como palavras, imagens, animações, vídeos e gestos que são características da multimodalidade.
Neste momento, é importante ressaltar que uma pedagogia voltada para os multiletramentos pode incorporar, em âmbito escolar, o contexto cultural e linguisticamente diverso, bem como a pluralidade de textos. Isso sinaliza que o conceito de multiletramentos, dentro do contexto escolar, vai além da compreensão de letramento digital, pois abre espaço para se pensar em um ensino que englobe as diferentes culturas e os diferentes canais de comunicação. A seguir veremos um projeto didático para uma formação ampla e integral:
PROJETO DIDÁTICO PARA UMA FORMAÇÃO AMPLA E INTEGRAL
EM13LGG701: Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos.
Finalidade da aula:
- Ler e interpretar os gêneros digitais (fanfic, meme e charge);
- Produzir texto correspondente ao gênero fanfic, considerando a situação comunicativa proposta;
- Compreender e produzir texto correspondente ao gênero meme, ajustado a situação comunicativa e com qualidade no conteúdo e na forma, considerando o tema da aula.
Desenvolvimento
- Leitura do primeiro capítulo do livro "O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna;
- Leitura do quadro de gêneros digitais;
- Leitura compartilhada de um fragmento do livro: "Casamento Suspeitoso";
- Participação nas atividades de produção de textos;
- Exibição de vídeos;
Ano:
- Ensino Médio;
Habilidade(s) da BNCC:
- EM13LGG701
Materiais Necessários:
- Data show;
- Folhas de papel ofício;
- Quadro branco;
- Cópias dos anexos.
Avaliação:
Registro escrito das atividades com avaliação contínua e processual. A avaliação deve ser feita de maneira oral e coletiva, enfatizando a dinâmica do grupo e a identificação de dificuldades e avanços.
O professor deve verificar o desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas de discussão, a criação dos cartazes, da história em primeira pessoa, a discussão das questões apresentadas por ele somadas às suas intervenções. A auto avaliação do docente e dos alunos serão elementos essenciais para verificar se a competência prevista para a aula foi ou não desenvolvida pelos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dessas considerações, percebe-se que é inevitável a presença da tecnologia nos espaços sociais de aprendizagem. Logo, os professores devem aprimorar suas praticas pedagógicas em aulas de fundamentos tecnológicos e interacionistas para que a competência de seus alunos seja ampliada.
Em sala de aula, o uso dos gêneros digitais desperta um estreitamento genuíno na relação entre estudante e docente. Logo, a linguagem tem apelo universal e ritmada pela velocidade que a informação é propagada.
Diante disso, o foco dos gêneros digitais deve ser sempre o aprendizado com emprego de ferramentas tecnológicas, segundo o engajamento e desempenho das turmas. Em suma, os gêneros digitais abrem o campo de visão e ideias dos alunos e trazem alto índice de aproveitamento. Por isso, devem ser considerados e inseridos dentro das disciplinas.
REFERÊNCIAS
FREITAS, F. M.; RODRIGUES, J. A. D. R. Letramento digital, multimodalidade e multiletramentos; desafios e caminhos possíveis para educação. Florianópolis (SC), Revista Linhas, v. 23, n. 52, 2022, p. 304-323.
GEBING, S. A.; CITOLIN, C. B. Metodologias Ativas e ensino de Língua Portuguesa: uma revisão de literatura. Bento Gonçalves (RS), LínguaTec, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, v. 8, n. 2, N° Esp. – Letras IFRS, 2023, p. 56-78.
Gêneros digitais em sala de aula: o que é preciso saber sobre o assunto? Escola de Inteligência: Educação Socioemocional, 2018. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/blog/generos-digitais-em-sala-de-aula-o-que-e-preciso-saber-sobre-o-assunto/#:~:text=Se%20os%20g%C3%AAneros%20digitais%20colaboram,%C3%A0%20grade%20curricular%20de%20ensino. Acesso em: 28 abr. 2024.
GIFFONI. I, A. A cultura digital na base nacional comum curricular: prospectando sua aplicação na área do conhecimento daS linguagens e suas tecnologias no Ensino Médio. Minas Gerais, CEFET-MG, Investigação Científica (IC) Natureza: Planejamento de Pesquisa, 2020, 9p.
LISBOA, L. G. S.; SEVERIANO JUNIOR, E. O uso de metodologias ativas no ensino de língua portuguesa para o ensino médio. São Luis (MA), TICs & EaD em Foco, v. 9, n. 1, 2023, 20 p.
Publicado por
Marcos Aurélio Coura de Araujo[1]
Silvana Moreli Vicente Dias[2]
[1]Aluno do curso de Letras da Universidade Veiga de Almeida.
[2]Professora do Curso de letras da Universidade Veiga de Almeida.
Publicado por: MARCOS AURELIO COURA DE ARAUJO
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