Por que temos receio de discutir sobre política?
Por que temos receio de discutir sobre política? Clique e confira o porquê!O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
A experiência política é, em senso amplo, uma das maiores conquistas para um cidadão. Afinal de contas, é preciso ultrapassar as barreiras que nos prendem a um status cultural de inércia. O brasileiro é, de modo geral, mobilizado para tudo menos para a política. Dos nossos assuntos principais ela é descartada sem mais delongas. A política, nas rodas de discussão, adquire um estereótipo quase nefasto, intocável. As pessoas parecem cada vez mais indispostas a tocar em assuntos traumáticos do ponto de vista ideológico. E quando abdicam desta disposição deflagram uma ruptura com a sociedade.
O sujeito social não existe sem a política. De igual modo é preciso sempre definir que existem várias formas de política e elas são aplicáveis a outras tantas perspectivas na vida de um cidadão. O brasileiro insiste na ideia de que a política tem apenas uma face e ela é institucional. É como se eu escrevesse agora a palavra política e o amigo leitor só conseguisse enxergar Brasília ou Dilma, ou ainda governo. A política do imaginário popular está ligada a ternos, dinheiro, poder.
Em sentido figurado, o Dicionário Houaiss define a política como habilidade no relacionar-se com os outros, tendo em vista a obtenção de resultados desejados. Esta definição nos faz pensar que todo cidadão é político e não é preciso resgatar um exemplo distante para comprovar a afirmativa: se você, como vizinho, recebe uma família recém-chegada ao condomínio, naturalmente está exercendo uma política de boa vizinhança. Quando sua empresa diz que não contrata pessoas sem experiência ela define que esta é uma de suas políticas.
A dificuldade em abordar certos conceitos e de discutir a política como se deve amedronta a maioria das pessoas. Somos uma sociedade em evolução, bastante prejudicada por um atraso educacional das classes menos favorecidas; as classes estabelecidas pelo poder econômico formaram descendentes mais preparados. Entretanto, para conhecer a política não basta apenas conhecimento teórico. Isso explica a infinidade de políticos promissores que nunca obtiveram um diploma. O grande exemplo disso é o ex-presidente Lula.
Vivemos um período em que a política se transformou – e mais uma vez – em achincalhe. Basta ver que numa simples conversa sempre existe motivo para troçar um político, falar mal de um partido, fazer piada, rir da situação. Nada contra o humor. Mas o caso é que a política – embora não pareça – é assunto muito sério. Vidas estão em jogo no simples vai e vem de uma assinatura sobre um documento; decisões, embargos, ajustes, medidas provisórias, leis e decretos são coisas tão normais em Brasília e tão anormais numa conversa entre amigos que parecemos estar em países diferentes ou as circunstâncias do entendimento são sempre desfavoráveis.
E depois, a figura do homem público sempre foi circundada por uma aura de desconfiança; a partir do momento que um sujeito assume um cargo público todos os olhos de desagrado se voltam para ele. É como se o político carregasse na genética o um ranço criminal. É evidente que as coisas não funcionam assim. Existe muita gente séria no meio político, assim como existem usurpadores de cargos e verbas. Mas para discutir é preciso conhecer. Ninguém vem ao mundo desprovido das características ou possibilidades de relacionamento (fora Kaspar Hauser), portanto, cada um doe parte do seu conhecimento em busca de um país melhor. Em busca de uma política mais próxima do povo.
Publicado por: Mailson Ramos
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