OS NEGROS MALÊS E SUAS LUTAS POR LIBERDADES
Breve resumo sobre os negros Malês e suas lutas por liberdades.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Liberdade, palavra com muitos significados e um grande significado que é voar alto, rumo ao horizonte, levando esperanças, buscando vitórias.
Sem liberdade, nada existe. Um pássaro preso voa?
No Brasil existe, escrito na letra da Constituição da República Federativa do Brasil, o direito às liberdades. É uma regra a ser seguida. Claro que a privação de liberdade deriva de crimes, principalmente de mortes.
Lembrando que liberdade é o contrário, extremo, de agressões.
A liberdade deveria ser uma regra de convivências em sociedade, entretanto, em tantas realidades não é o que acontece.
Totalitarismos e outras formas de prisões, agressões, humilhações e outros males similares, ficam antagônicos diante das marcas das liberdades.
Assim como os outros seres vivos, o ser humano também nasceu livre para amar, sonhar, pensar, trazer vida.
De acordo com artigo de Máriton Silva Lima, com o título “Direito de liberdade”, publicado no site https://jus.com.br/artigos/9343/direito-de-liberdade : “(...) Na vida diária, o homem sente-se obrigado a cumprir certos atos e abster-se de outros. Esse sentimento de obrigação supõe a liberdade de cumprir e não cumprir. As pessoas são obrigadas a praticar a justiça, porque podem não a cumprir, mas não são obrigadas a digerir, porque não são livres para não digerir. (...) Quando decidimos fazer algo, sabemos que poderemos decidir diversamente, como também, ao executá-lo, somos conscientes de que poderemos voltar atrás ou abandonar simplesmente a execução da obra. (...) A Revolução Francesa é um dos acontecimentos que mais profundamente alteraram a forma da civilização ocidental. Com ela começou a História Moderna. A partir dela veio a derrubada do absolutismo e dos últimos vestígios do regime senhorial, garantindo o desenvolvimento da consciência de classe. O lema liberdade liberté ecoou em todo o mundo, levando à queda do antigo regime (Ancien Régime), pondo fim aos privilégios da nobreza. (...) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, diz que "a liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique a outrem. (...)”
A liberdade no contexto de Brasil, tem vários braços, com vários nomes: liberdade de expressão; liberdade profissional; liberdade sindical; liberdade de opinião; liberdade de escolha; liberdade de associação; liberdade de circulação; liberdade de culto; liberdade educacional; liberdade acadêmica; liberdade positiva; liberdade negativa; liberdade de manipulação; Equanimidade; e outras.
São tantos sinais de liberdade na literatura de Brasil que não podemos nem imaginar.
Só que, em tantas sociedades, a liberdade sempre foi atacada, pisada, sufocada, como são em tantas em 2022.
A imprensa, as mídias, a internet, as redes sociais, os meios de comunicação tantos, demonstram, até com pesquisas de campos, que a verdade sobre o sufocamento de tantas liberdades existiram e, ainda, lamentavelmente, existem no Brasil e fora dele.
De acordo com o artigo de Francis Carlos Carvalho Matos, com o título “Liberdade: conceito individual ou coletivo?, publicado no site https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/36661/liberdade-conceito-individual-ou-coletivo : “Os conceitos referentes ao tema liberdade geram um conflito na cabeça das pessoas, por causa da interpretação que cada um tira sobre o tema, podendo ela ser de forma individual sem nenhum tipo de consideração a liberdade alheia ou coletiva, respeitando também a liberdade do outro e estabelecendo limites entre elas, para que haja harmonia em uma sociedade política. (...) A busca pelo significado da liberdade pode esta nos os propósitos que ela tenta alcançar, já que a palavra atrai inúmeros significados no cotidiano das pessoas e cada uma atribui uma definição conforme as suas próprias experiências psicológicas. (...) Apesar de o Estado condicionar a liberdade das pessoas através das normas, ele não a usurpa, nem impõe as mesmas o que devem fazer, o que acontece é uma determinação dos limites dos direitos para que ninguém venha a ter a sua liberdade tomada pela do outro e vice-versa. Todos são livres para exercer seus direitos desde que respeitem o do próximo. A liberdade individual é respeitada pelo Estado desde que a coletiva esteja sendo respeitada pelo próprio individuo. (...) Para que a harmonia dentro de uma sociedade prevaleça os cidadãos devem se compreender dentro dela de forma coletiva, respeitando entre eles os seus direitos e deveres. E a liberdade coletiva nada mais é do que um direito e um dever, onde o cidadão tem o direito de usufruir dela, no entanto também deve respeitar a alheia. (...)”
Falar de liberdade sem dar exemplos concretos, palpáveis das histórias de lutas pelas liberdades, é chover no molhado, é patinar no asfalto, é enxugar gelo, ou seja, é algo vazio, sem expressão. E é bom lembrar que a liberdade deveria ser sempre com responsabilidade e não acontecer de qualquer jeito, de qualquer maneira ou usada como arma de defesa para os que praticam crimes.
A história das lutas dos Escravos Malês, é uma realidade que precisa ser contada.
De acordo com o artigo de Bruno Izaías da Silva, com o título “Revolta dos Malês”, publicado no site https://www.infoescola.com/historia/revolta-dos-males/ : “A Revolta dos Malês foi uma revolta do período regencial. Aconteceu na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835, em Salvador, na Bahia. Foi uma revolta que se destacou no período por ter motivação religiosa, tendo sido levada a cabo por escravos de religião islâmica, os chamados malês, que diferiam dos escravos tradicionalmente trazidos ao Brasil, que possuíam muitas vezes, diferentes religiões próprias. (...) A Revolta do Malês, portanto, se insere no contexto das revoltas sociais do Brasil Imperial, demonstrando a insatisfação do povo com a situação política e econômica e, no caso específico, a perseguição e falta de liberdade religiosa no Brasil durante o Império.”
Como já tratado aqui, a liberdade é um bem caro, muito valioso mesmo.
Nem os pássaros gostam de gaiolas.
É tão preciosa que não pode ser danificada.
A escravidão foi uma das enormes manchas que o Brasil viveu, e vive em muitos cantos daqui em 2022.
Muito se lutou para limpar do Brasil as marcas, os sinais, de escravidão de ontem para um hoje melhor. Porém o que acontece ainda são pontos de escravidão dentro de nosso Brasil.
Nenhuma pessoa humana nasce para ser escravo.
Homens e mulheres, na história de mundo, sofreram as dores da escravidão, não apenas de negros, entretanto, com destaque para os negros. O Egito, a África, os trabalhadores de fazendas no Brasil, os índios no início da invasão do Brasil, os trabalhadores que ganham mal e trabalham em locais péssimos com infraestruturas horríveis, são alguns casos concretos da escravidão que condicionou a pessoa humana ao domínio do patrão.
No estudo das ciências tantas, ficou demonstrado nomes de seres humanos que participaram ativamente e forma direta, das lutas para iniciar a libertação de todos os escravos. Claro que o poder, o dinheiro, a ignorância, o chicote de vários desenhos na história de mundo, prejudicaram muitos dos tantos seres humanos que destas lutas participaram.
Preto, negro, de cor, além de outros termos, não dizem muito da pessoa humana. Ninguém, como já dito em outro momento, pode ser visto só pela cor de pele. É preciso ver a pessoa humano como um todo. E é a pessoa humana, com toda a sua sabedoria, com todos os seus conhecimentos, que precisa defender a Natureza, o Meio Ambiente, a Vida. Só que, interesses outros, fazem com quer tão sublime ação não aconteça na sua totalidade.
Segundo o artigo com o título “Insurgência islâmica na Revolta dos Malês (1835)”, publicado no site https://www.preparaenem.com/historia-do-brasil/insurgencia-islamica-na-revolta-dos-males-1835.htm : “(...) Em Salvador, os malês eram assim denominados para diferenciá-los dos outros grupos de escravos. Apesar de não comporem uma etnia única, sendo formados principalmente pelos nagôs e huaçás, os malês eram os escravos adeptos da religião islâmica e pelo fato de já na África estudarem o Alcorão, sabiam ler e escrever, em árabe. (...) Apesar de ter sido um fato isolado, a Revolta Malê causou uma profunda preocupação para a população de Salvador e do Brasil. Em uma ordem social escravocrata, em que boa parte dos habitantes do país estava privada de sua liberdade e trabalhando forçadamente, uma rebelião escrava, organizada e dirigida apenas por africanos, criou um forte apreensão por parte da elite senhorial brasileira. O receio era de uma nova revolução escrava, nos moldes da ocorrida no Haiti, em 1792, que libertou o país do domínio francês e aboliu a escravidão. Um evento desse não poderia ter lugar no Brasil. (...)”
Diante de tanta exposição até aqui, é possível perceber que os Malês, homens e mulheres, tinha em suas lutas a força, a coragem, a esperança de liberdades, sem acordos ocultos, estranhos, desfavoráveis para os escravos, fazendo até mesmo uma Revolução, uma verdadeira Guerra, por um grande direito humano: a liberdade.
Claro que entendemos que Zumbi, e outros, com suas histórias, também participaram do processo de começo de Libertação da Escravidão. Entretanto, os Malês precisam aparecer e não ficarem guardados em um cantinho da história do Brasil.
Quando se olha para os Malês, se está vendo um grupo de pensantes que, com todos os desafios de um ser humano, não se acovardam e nem fazem acordos que prejudicam a própria causa da libertação. São homens e mulheres de fé, fé na liberdade.
Sabemos que nos próprios Movimentos sociais, populares, e outros, existem preconceitos, discriminações, até mesmo racismos, e sinais de mortes que fazem maldades com a própria causa desta tão sonhada, sofrida, e conseguida em parte, liberdade da pessoa humana.
E como desenhado no início daqui, a liberdade é um sonho de um voar bem alto rumo ao infinito dos altos céus. Prisões não são sinais de vida.
A libertação que se apresenta na Bíblia Cristã pode demonstrar para a própria história da humanidade que, homens e mulheres nasceram livres em dignidade e que, Deus, Javé, sempre esteve perto do seu Povo, e que este deveria reconhecer tão poderosa divindade como Ser Supremo, para, assim, serem Povo de Deus.
A liberdade da pessoa humana sempre foi buscada, e até hoje, 2022, continuará sendo buscada, pois existe no mundo uma fome tão grande de poder, riquezas, explorações, matando mente, coração, espírito, alma, corpos, que o ser humano precisa se libertar dele mesmo, de outros e do próprio egoísmo, individualismo ou interesses de uns poucos privilegiados.
Só existirá uma liberdade plena quando o eu, o outro e os outros, forem respeitados, acolhidos no amor e tiver todos os seus direitos a serviço de todos, ou seja, dele, do outro e dos outros.
Pintar um quando dos Malês, é desenhar a história de nossa própria vida.
Conhecimentos, sabedoria, esperanças, é o tripé inicial que dá sentido a todas as vidas nesta realidade temporal.
Autor: Pedro Paulo Sampaio de Farias
Professor; Pedagogo; Especialista em Educação; Especialista em Gestão Pública; Mestrando em Educação; Pós-graduando em Teologia; Pós-graduando em Antropologia; Graduando em Direito; Líder Comunitário; Líder de Associação de Professores; Sindicalizado da Educação; Servidor Público Estadual e Municipal; Atuante em Movimentos Populares e Movimentos Sociais; Cristão Romano; Conselheiro de Conselhos do Município de Queimados, Estado do Rio de Janeiro; Ex-Conselheiro Escolar.
Publicado por: PEDRO PAULO SAMPAIO DE FARIAS
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