O Marketing Político Guiando a Guerra de Israel no Oriente Médio
Breve análise histórica sobre os rumos que o conflito entre Israel e Palestina toma em termos de estratégias militares e diplomáticas.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Resumo
Este artigo busca, por meio de análises históricas e atuais, compreender os rumos que o conflito entre Israel e Palestina toma em termos de estratégias militares e diplomáticas. Considerado por muitos como genocídio internacional, o governo de Benjamin Netanyahu age com vistas a construir uma imagem de liderança determinante, aspirando que seu papel seja lembrado como crucial para a solução de um conflito de mais de 70 anos.
Palavras-Chave: Israel, guerra, política internacional, marketing político
Introdução
Desde a criação do Estado de Israel em 1948, os conflitos com o povo palestino têm se intensificado, gerando tratados diplomáticos e intervenções militares que pouco solucionaram as tensões. Exemplos notáveis incluem os Acordos de Oslo, mediados pelo presidente norte-americano Bill Clinton em 1993. Assinados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), esses acordos propunham o reconhecimento mútuo, a retirada israelense da Faixa de Gaza e Cisjordânia, e a criação de uma Autoridade Palestina para gerir saúde, educação e segurança pública.
Vontade Popular
Os dados da opinião pública israelense mostram uma sociedade dividida quanto ao futuro do conflito. Em 2020, o Instituto de Democracia de Israel relatou que 44% dos judeus israelenses apoiavam a solução de dois estados, enquanto 43% eram contra; o apoio entre árabes israelenses era maior, com 79% aprovando a solução. A construção de assentamentos na Cisjordânia é outro ponto de discórdia. Segundo uma pesquisa de 2018, cerca de 50% dos judeus israelenses apoiam a construção, enquanto a minoria árabe e alguns judeus israelenses se opõem fortemente.
Vontade Pelo Voto
Benjamin Netanyahu chegou ao poder por sufrágio direto, fato que demonstra o apoio popular às suas políticas de segurança e defesa. Em uma pesquisa de 2019, 68% dos judeus israelenses acreditavam que não haveria paz em futuro próximo, o que reforça a percepção de Netanyahu de que as negociações diplomáticas seriam insuficientes. As tensões aumentaram sob sua liderança, que é marcada por uma postura mais rígida quanto aos acordos de paz.
A Guerra e o Marketing
Desde a invasão de Israel pelo Hamas em outubro de 2023, Netanyahu reafirmou o compromisso de Israel com a eliminação do grupo, enquanto as forças israelenses enfrentam críticas internacionais por suas operações em Gaza. Netanyahu tem repetido que cessar fogo significa render-se e comprometer a segurança israelense. Em contrapartida, líderes mundiais como o presidente da França, Emmanuel Macron, têm chamado por uma pausa humanitária para proteger civis. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, classificou os ataques de Israel como "genocídio".
Declarações de Benjamin Netanyahu e Manifestações Mundiais
Netanyahu expressou que “a guerra não terminará até que todos os inimigos de Israel sejam aniquilados,” defendendo ações militares intensivas em Gaza. Em resposta, líderes como Erdogan e Macron criticaram a ofensiva, alertando para o impacto devastador sobre a população civil e chamando por uma reavaliação das ações militares.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma coletiva de imprensa que marcou o fim de sua viagem à Etiópia e ao Egito, comentou sobre a situação na Faixa de Gaza, comparando-a com eventos históricos. Ele afirmou:
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus".
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, fez declarações semelhantes em 27 de dezembro, comparando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a Adolf Hitler. Erdogan afirmou:
"Eles costumavam falar mal de Hitler. Que diferença você tem de Hitler? Eles vão nos fazer sentir falta de Hitler. O que esse Netanyahu está fazendo é menos do que o que Hitler fez? Não é. Ele é mais rico do que Hitler e recebe o apoio do Ocidente. Todo tipo de apoio vem dos Estados Unidos. E o que eles fizeram com todo esse apoio? Mataram mais de 20 mil habitantes de Gaza".
Por outro lado, o presidente da França, Emmanuel Macron, criticou a ofensiva israelense em Gaza, mas evitou comparações diretas ao nazismo. Em entrevista à BBC, Macron declarou:
"Israel deve parar de matar bebês e mulheres em Gaza". Ele também afirmou que “não havia justificativa” para os bombardeios, argumentando que um cessar-fogo beneficiaria ambas as partes envolvidas.
Os Estados Unidos, sob a liderança de Joe Biden, também alteraram sua postura inicial de apoio irrestrito a Israel. Embora Biden tenha anunciado inicialmente apoio militar, diplomático e político à reação israelense, ele posteriormente criticou os bombardeios como "indiscriminados" e instou por maior cuidado com os civis, além de reforçar a proposta de uma solução de dois Estados para o conflito.
Considerações Finais
Ao observar as ações de Netanyahu e a resposta internacional, fica evidente a complexidade do conflito. O uso de marketing político por Israel visa consolidar o governo como guardião da segurança nacional, embora muitos o vejam como um fator de escalada da violência. As divisões internas e a pressão externa evidenciam os desafios de um conflito que persiste por décadas e que requer, cada vez mais, uma abordagem diplomática para atingir uma paz duradoura.
Referências Bibliográficas
1. Instituto de Democracia de Israel. (2020). Opinião pública israelense sobre a solução de dois estados. Israel Democracy Institute. Disponível em: https://en.idi.org.il/.
2. Instituto de Democracia de Israel. (2019). Pesquisa sobre a percepção de segurança dos judeus israelenses em relação aos palestinos. Israel Democracy Institute. Disponível em: https://en.idi.org.il/.
3. Peace Index (2018). Pesquisa de opinião sobre concessões territoriais. Israel Peace Index. Disponível em: https://www.peaceindex.org.il/.
4. Clinton, B. (1993). Os Acordos de Oslo. Publicado em Israel-Palestine Peace Process Records, Washington, D.C.
5. Erdogan, R. T. (2023). Declarações sobre a política de segurança israelense e classificações de genocídio. Agência Anadolu. Disponível em: https://www.aa.com.tr/.
6. Macron, E. (2023). Posição da França sobre a crise humanitária em Gaza. Discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Nova York.
7. Netanyahu, B. (2023). Declarações públicas sobre o conflito com o Hamas. Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel. Disponível em: https://www.gov.il/en/.
8. Instituto de Pesquisa de Segurança Nacional de Israel. (2023). A expansão dos assentamentos e a opinião pública israelense. INSS Israel. Disponível em: https://www.inss.org.il/
9. O TEMPO. Antes de Lula, Erdogan comparou Netanyahu a Hitler; Macron falou em bebês mortos. 16 nov. 2024. Disponível em: https://www.otempo.com.br/politica/governo/antes-de-lula-erdogan-comparou-netanyahu-a-hitler-macron-falou-em-bebes-mortos-1.3333343. Acesso em: 16 nov. 2024.
Publicado por: André Pereira da silva
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.