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É preciso melhorar a formação da polícia

A Polícia Militar (PM) é uma corporação policial, dos Estados e do Distrito Federal, cuja atribuição é manter a segurança e a ordem interna.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A Polícia Militar (PM) é uma corporação policial, dos Estados e do Distrito Federal, cuja atribuição é manter a segurança e a ordem interna. No Brasil, a PM é organizada nos moldes do Exército Brasileiro, do qual é força auxiliar e reserva.

Na atualidade, nossa polícia tem, em sua formação, particularidades que são resquícios do período conhecido como Ditadura Militar (1964-1985). Ou seja, autoritarismo, arbitrariedade e violência extrema. Em sendo assim, fica claro que as ações desastradas e violentas, da polícia, no dia a dia, é reflexo, entre outra coisas, de uma formação autoritária fragmentada. Ninguém nega que é ruim. Falta treinamento adequado, os salários são baixos e os métodos de seleção dos ingressantes deixam a desejar. É claro que existem bons profissionais.

Além disso, durante o treinamento, nas academias, ensina-se muito pouco de direitos humanos e cultura cidadã. Resultado: temos um policial, que é despreparado para lidar com situações adversas. Some-se a isso, o estado de tensão permanente a que são submetidos [os policiais] nos quarteis e nas ruas. O método de abordagem, a suspeito, em muitos casos, é ineficaz. Há  situações de morte. Isso ocorre em todo o Brasil.

É claro que a tensão não é desculpa para se tirar uma vida, de um inocente, como tem acontecido. É o caso recente da morte do empresário (SP) e tantos outros lugares desta nação. ''O emprego precipitado e desproporcional do poder de fogo por PMs contra suspeitos não é novidade. Em que pese a política de contenção da violência policial em sucessivas administrações peessedebistas, a corporação paulista mantém altos índices de letalidade: 5,5 mortos em confronto com policiais por grupo de 100 mil habitantes, contra 0,63 nos Estados Unidos'' (Editorial da Folha, de 24/7/12).

Medo

O fato é que a violência policial, cada vez mais, amedronta a sociedade civil. Melhor dizendo, é preciso mudar. Não basta colocar uma arma nas mãos de um policial sem treiná-lo, devidamente, para o exercício da função. Ninguém nega que vivemos numa sociedade, que é, extremamente, violenta. Portanto, nossa polícia é produto, em parte, dessa cultura. É preciso, também, que a sociedade civil se posicione e cobre da autoridade o cumprimento de seu papel. Não é possível imaginar que maus policiais façam o que bem entendem em nome da Lei. Maus agentes devem ser punidos.
   
Na realidade, é preciso reduzir a violência policial. Como? Melhorar, urgentemente, a formação dos nossos policiais. Em seguida, implantar políticas públicas de combate à violência nas áreas carentes. São elas que vão colaborar para mudar o quadro de abandono, miséria e injustiça social. Outra medida importante é modificar a mentalidade dos comandantes das PMs. Para muitos deles, bandido bom deve ser morto. É preciso aproximar mais o policial do cidadão comum. O Estado deve ser mostrar presente e atuante nas comunidades. Deve responder, satisfatoriamente, às demandas da população, principalmente, mais pobre.

Tem mais: é um mito pensar que violência gera uma cultura de paz. Existem saídas para o problema. Para isso é fundamental o policiamento comunitário, que é eficaz no combate à criminalidade. Outra medida é integrar as polícias civil e militar. Também é indispensável que a sociedade civil, governos e demais seguimentos se unam para discutir as possíveis soluções para o problema.

Em conclusão, o tema em questão é pauta inadiável de discussão. A mídia é o locus, privilegiado, para se debater esse assunto que é interesse de todos.

(Ricardo Santos é prof. de História)


Publicado por: RICARDO SANTOS

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.