O Comportamento Eleitoral
É necessário que nossos representantes sejam escolhidos de forma consciente.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O tempo está passando mais depressa e, em breve, a sociedade brasileira estará escolhendo, mais uma vez, os seus governantes e representantes. Esses cargos, os mais importantes da Nação, têm tudo a ver com os nossos interesses mais imediatos e mediatos. Deputados, Governadores, Vereadores, Prefeitos, Senadores e Presidente da República, interferem de forma direta nos nossos lares, no nosso dia-a-dia, no presente e futuro dos nossos filhos e de todas as famílias e cidadãos que formam a Sociedade. Os cargos políticos mais simples servem de trampolim para os seus ocupantes alcançarem posições mais elevadas nas suas ambições e trajetórias políticas, não raro chegando à suprema magistratura da nação; que é o sonho de todos eles. Os políticos que iremos escolher e eleger, irão nos representar, governar, elaborar e decretar leis que beneficiarão ou prejudicarão a maioria da população, como por exemplo, mudando costumes, legislando para si, para a sua família e para os seus amigos e compadres; criando normas e promulgando impostos a seu bel-prazer, de forma muitas vezes arbitrária e injusta, afetando a minguada economia doméstica das pessoas honestas. São eles os responsáveis diretos pela qualidade de nossa vida, como a educação, segurança, aplicação da justiça, saúde, transportes, saneamento básico, higiene, lazer, vias públicas e outras importantes necessidades sociais.
Para cumprirem tão relevantes serviços, é mister que os nossos representantes sejam escolhidos de forma consciente, séria e madura, para que não tornemos a nos frustrar e a lamentar, arrependendo-nos ( como já o fizemos tantas vezes), com a escolha infeliz de políticos e governantes amorais e imorais que há séculos flagelam a nossa estremecida Pátria. Ninguém pode negar que as nossas escolhas eleitorais têm sido a causa de toda a nossa miséria moral, material e social. Pelos políticos que temos, devemos olhar para o “alto”, bater no peito três vezes e exclamar constrangido: “Mea culpa, mea máxima culpa ” . Dizia Platão que o governante deve ter em vista somente o bem público, jamais visar a si mesmo. É pouco provável que encontremos algum político ou candidato à altura deste preceito platônico. Apesar do baixo nível cultural, moral e mental de muitos candidatos, é obrigação de todo eleitor escolher, pelo menos os menos ruins.
É indispensável conhecermos a biografia dos candidatos, antes de concedermos-lhes a licença para nos representar. Quando, a cada pleito eleitoral elegemos oportunistas, desonestos, ignorantes e incompetentes, estamos deteriorando as nossas consciências, o futuro da nossa pátria, o porvir dos nossos filhos e o destino da própria sociedade. A irresponsabilidade dos eleitores é a causa maior da decadência moral, social, política e econômica que cronicamente maltrata o Brasil. Dezenas de novos candidatos atraídos pela cobiça do “melhor emprego do mundo”, e muitos outros velhos e conhecidos sanguessugas repetentes, constam em “listas sujas” que circulam, há muito, na Internet e em publicações oficiais ou não, com implicações na Justiça, processados por diversos crimes de maior ou menor gravidade. Muitos deles serão reeleitos e outros tantos serão eleitos pelo voto ignorante, pela curta memória e irresponsabilidade de milhões de incautos brasileiros. O que podemos esperar e exigir de tais representantes?
Nas próximas Eleições, teremos mais uma chance de resgatarmos a nossa honra, nossa responsabilidade, nosso caráter e a nossa credibilidade, perdidas ao longo das muitas Eleições passadas. Votamos e elegemos contumazes espertalhões e notórios corruptos que fizeram da Política uma fonte eterna de enriquecimento ilícito próprio, familiar e dos amigos. Sob a proteção do manto da imunidade parlamentar eles garantiram o alvará e o direito ao crime sem castigo. É óbvio que não estamos nos referindo a todos os governantes e políticos; sabemos e conhecemos as honrosas exceções que não freqüentam as manchetes e as páginas criminais dos Jornais, Televisão e Revistas. Estamos nos constituindo em uma sociedade masoquista que tornou crônica a escolha dos seus próprios algozes. Em verdade os nossos políticos estão longe de exibirem a envergadura moral e cívica de muitos políticos probos do passado. Estaremos a exigir demais dos atuais políticos e governantes se formos compará-los aos seus ilustres antecessores, do início da República. Entretanto, temos o direito de exigir deles um mínimo de decência, compostura e competência. Afinal, nós os colocamos nesses cargos para conduzirem os nossos destinos com zelo, decência, honestidade e competência; pagando-lhes altos salários e mordomias sem paralelo, além de muitas outras vantagens e estratagemas obscuras.
Isso já são um acinte e um atentado contra milhões de trabalhadores honestos que vivem no limiar da miséria material e cultural. Um país que ostenta os mais elevados níveis mundiais de pobreza, criminalidade, corrupção e ignorância; apresenta, por outro lado, os maiores gastos com os seus políticos e a sua politicagem. Bradam aos Céus as intermináveis filas para o atendimento médico público do INSS e de seus conveniados, onde e quando milhões de pessoas carentes de recursos (e de futuro), idosos doentes, inválidos, deprimidos, revoltados e desnutridos, recebem como prêmio de uma vida inteira de trabalho honesto; a devolução minguada dos mais de trinta anos de contribuição previdenciária. Quanto do suor desses pobres miseráveis não é desviado para manter os imensos privilégios que irão gozar muitos desses candidatos eleitoreiros que já estão “de olho” nas próximas Eleições! Evitaremos que os velhos e notórios corruptos de hoje continuem a nos surrupiar ou outros larápios, de hoje e de amanhã, retornem com os seus séquitos de vorazes vampiros do sangue da Nação? Vai depender de cada um de nós, com um pingo de consciência, honestidade e instrução primária.
É vergonhoso e desumano o contraste entre esses desafortunados brasileiros e os seus opulentos e peraltas “representantes”. “Cada povo tem o governo que merece”! Esta frase é antiga, conhecida por todos, e ninguém duvida que ela se aplique à nossa sociedade. Se soubéssemos votar e escolhêssemos melhor os nossos candidatos, teríamos, hoje, uma sociedade mais rica, justa e competente. Falo muito em competência porque é ela que gera tecnologia, riqueza e trabalho. Não resta dúvida que a miséria social, moral, política e econômica que, cronicamente, nos atingem; são frutos da nossa ignorância e irresponsabilidade social, por elegermos como representantes indivíduos ímprobos que desviam até as doações que recebemos de outros países e as parcas verbas destinadas à merenda escolar de crianças famintas e dos miseráveis flagelados das secas e das enchentes. Os meios de comunicação estão aí, nos mostrando, diariamente, os atos imorais e impunes de muitos políticos dessa natureza. Sem falarmos das falcatruas que são acobertadas e não chegam ao conhecimento público. Mas, só o que vem à tona, é suficiente para nos causar o desabono e o descrédito na maioria desses representantes, eleitos por nós.
Não resta dúvida que ainda não aprendemos a escolher bem os nossos representantes. Votamos em qualquer indivíduo e, muitos deles, notórios desqualificados morais. Damos o nosso voto por gratidão em alguém que nos pagou uma cerveja, que nos deu um milheiro de telhas ou tijolos ou nos fez um favor qualquer; votamos em fulano que é parente, amigo de um conhecido, de um colega de trabalho, do vizinho ou companheiro de farra. Votamos em indivíduos que no ano eleitoral desfilam sorridentes pelos Mercados Municipais e Ruas, abraçando e beijando criancinhas pobres e suas raquíticas mães; candidato que aparece no balcão do boteco, dando tapinhas nas nossas costas, perguntando “interessado” pelas crianças (que, nem sempre temos); elogiando a nossa ”saúde” (que nem sempre temos) e muitas outras baboseiras pré-eleitorais. Prometemos votar em alguém que nunca ouvimos falar e que nos “empurra” um “santinho”, em cujo verso está estampada a sua foto, que às vezes mais se parece com um marginal que propriamente um candidato a um cargo de tamanha importância para a Sociedade. Votamos ainda, em Partidos, sem nos preocuparmos com a idoneidade moral e psíquica dos candidatos que eles nos oferecem. Praticamos, ainda, um crime social, quando, na última hora, na “boca da urna”, aparecem oportunistas (“cabos eleitorais”) forçando o voto da gente humilde e ignorante da periferia e nas cidades do Interior. Continuamos a votar pela beleza física, erudição, riqueza e carisma de certos candidatos que não servem nem para serem eleitores, quiçá para representantes sérios e honestos.
Persistimos em vender e barganhar o nosso voto, elegendo até psicopatas. Quem conhece o comportamento de muitos políticos em pequenas cidades interioranas, verifica a trajetória perversa de alguns desses indivíduos para alcançarem os privilégios, proteção e as facilidades desonestas que decorrem da fama e do poder. São nesses pequenos “currais eleitorais” que nascem e nasceram muitos vultos nacionais. São nesses recantos humildes, distantes e esquecidos que os demagogos e desonestos, explorando a boa-fé e a ignorância dos humildes, iniciam a escalada para atingirem os cargos mais elevados da República, quando então, livremente poderão legislar em causa própria, usufruindo com os seus familiares e amigos, da parca riqueza nacional que eles não contribuíram. O desrespeito à sociedade é tão grande que virou moda aqueles que são eleitos, nomearem seus amigos e correligionários que foram derrotados nas urnas, alojando-os em importantes cargos públicos, onde irão se locupletar das finanças públicas. Pelos péssimos exemplos que dão à população (principalmente aos incultos, imaturos e aos marginalizados), é que entendemos os principais motivos da nossa decadência moral, social e econômica.
Políticos eleitos, dessa forma irresponsável, sentem-se descompromissados de seus eleitores e com o social; já que foram eleitos à revelia da vontade honesta popular. Alguns deles, derrotados pelos votos e recompensados por seus correligionários eleitos podem sentir rancor do povo que não os elegeu e, assim, praticar toda sorte de manobras desonestas e prejudiciais, nas funções públicas que lhes foram presenteadas. É por tudo isso, bem como, por outros fatos escandalosos que se passam nos bastidores da política é que somos uma Nação rica com um povo miserável. Ainda se tem a ousadia e heresia de dizer-se que “Deus é brasileiro”! Se o Criador já foi um dia brasileiro; há muito que Ele já devolveu esta cidadania, envergonhado do povo que aqui colocou, como diz aquela velha piada do japonês que foi reclamar de Deus por ser o Japão um país tão pequeno e acidentado. Novamente começam a surgir os candidatos com as mesmas promessas não cumpridas de sempre; a mesma demagogia eleitoreira que, embora se repita há séculos, continua enganando grande parte da população, alienada pela pobreza material, cultural e mental.
Muitos deles serão eleitos e irão governar ou desgovernar as nossas Cidades, nossos Estados e o nosso País. Perpetuarão o círculo vicioso da miséria material, moral e mental que nos açoita, impiedosamente, desde o Império. Todos eles voltarão a acenar com os velhos e desgastados chavões demagógicos como: “povo”, “massa”, “operariado”, “menos afortunados”, “preservação ecológica”, “menor abandonado”, “democracia”, “autoritarismo”, “marginalizados”,”entulho autoritário”, “liberdade” e muitos outros muito bem decorados. Exibirão suas faces sorridentes e angelicais em cartazes, calendários, “santinhos” e na televisão. Picharão as calçadas, muros, passeios, postes e árvores com os seus falsos perfis e ideologias. Novamente vamos vê-los e ouvi-los trocando acusações mútuas (algumas vezes combinado), em que cada um tentará provar-nos que o concorrente é mais corrupto. Todos eles procurarão ostentar aquela auréola que costuma cingir as cabeças dos anjos, santos e mártires. Neste ano eleitoreiro, muitos políticos procurarão valorizar e moralizar a sua profissão, criando “Sindicâncias” e “Comissões” para simularem a apuração dos seus próprios crimes. Os governantes, nesta época, se tornam bons e piedosos, acelerando e inaugurando obras inacabadas de seu início de governo; financiando tudo para os pobres, desde radinhos de pilha até conjuntos habitacionais; dando aumento aos assalariados (que antes alegavam não ter “caixa” para dar), destinando verbas para tudo e para todos; “segurando” os preços de produtos essenciais (para depois majorarem absurdamente), reduzindo impostos, anistiando caloteiros, etc., etc.
Finalmente, é bom lembrar que a nossa vida, o bem-estar de todos nós e o destino dos nossos filhos irão depender da escolha que fizermos nessas próximas eleições de outubro. Jamais se esquecer de observar a vida pregressa de todos os candidatos que aí estão. Não dê o seu voto a nenhum deles que esteve ou esteja envolvido em qualquer tipo de crime.
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Carleial. Bernardino Mendonça;
Belo Horizonte – MG.
Perfil do Autor:
Psicólogo-Clínico pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
Estudante de direito da Universidade Estácio de Sá;
Escritor e Pesquisador na área da Psicobiologia e do direito.
Publicado por: Carleial. Bernardino Mendonça
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