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Trabalho tarefa árdua!

Por que estamos condicionados a realizar tarefas às vezes sem sentido em troca de dinheiro? Clique e saiba mais!

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Resumo

Este trabalho  tem como objetivo relacionar a difícil tarefa de compreender como o ser humano consegue enfrentar “o trabalho nosso de cada dia”. Todos somos pré programados para nos educarmos e partirmos para a carreira profissional, mas como abrir mão de vontades próprias; como dormir, viajar, ficar à toa, em função do trabalho. Por mais que seja prazeroso e que tenha uma remuneração razoável o que nos coloca todos os dias nos congestionamentos, nos ternos quentes, atrás de uma mesa em uma sala fechada, senão a vontade de realizarmos algo para um futuro bem próximo, como construir uma família, fazer uma descoberta, contribuir para um mundo melhor...

Marcha! Um, dois...um dois...
Pés pisoteando com fúria o chão do caminho.
Olha o tempo! ... Olha o tempo!
Acelerado! Acelerado! Marche!
Corre! Corra! Corram!
Os corações parecem dobrarem-se em caimbras,
Os músculos descoordenam-se em movimentos epilépticos,
A suprema obrigação. A ordem a ser cumprida.
Não pense. Não se questione.
Respostas e verdades podem ser heresias.
Tome cuidado com as palavras ditas,
Podem ser a sua confissão de culpa.
Mãos de aço podem adornar-lhe a garganta.
Vamos! Andem! Vamos, molengas!
Estão todos atrasados. São todos uns perdedores.
Temos que vencer, mas estamos atrasados.
Temos que chegar no horário, mas somos perdedores.
Aqueçam os músculos, esfriem a alma.
Sonhos são inúteis, sejam práticos,
Sejam heroicamente tolos,
Finjam-se de ingênuos como estratégia de esperteza.
Transformem em dinheiro a sua criatividade.
Enredem-se no novelo de comprar e vender.
Todo o saber por uns míseros trocados.
Entretanto, por um instante, parem!
Segurem estes malditos segundos.
Esmurrem essa boca que não para de emitir ordens.
Depois, caia de joelhos e peça clemência.
Com lágrimas nos olhos, engula alimentos e líquidos.
Fique muito feliz por tê-los, pois a miséria é terrível.
Teme a falta de recursos, não reclame do desprezo,
Agradeça a tudo, agradeça a todos.
Se não quiser agradecer, ao menos finja.
Premie com sua hipocrisia o orgulho alheio,
Para depois receber em troca toda merecida indiferença.
Não se esqueça de bater continência às estátuas das praças.
Plante um sorriso imbecil na sua face, seja aceitável.
Seja tolerável, tente agradar, não julgue a nada.
Esqueça as suas inquietantes dúvidas
E por fim, nada de lágrimas,
Escancare os dentes e sorria.

Gilberto Brandão Marcon
09/04/2009

Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”.

Karl Marx

Tanto o poema de Gilberto Brandão quanto a citação de Karl Marx levam a reflexão do trabalho como tarefa mecânica, imposta, desconexa e que realizamos sem propósito. Por isso alguns questionamentos permeiam o subconsciente.

Por  que trabalhamos? Por que levantamos todos os dias e repetimos as mesmas ações? Por que estamos condicionados a realizar tarefas às vezes sem sentido em troca de dinheiro?

Assim como Marx acredito que nosso ser social, é que nos permite trabalhar, buscar melhoria em nosso modo de vida, almejar um futuro melhor, construir uma família, acreditar que o trabalho edifica o homem.

Nosso ser social nos propõe o trabalho como manutenção da sanidade, nos coloca em contato com o mundo real e ao mesmo tempo nos possibilita a fuga para o mundo dos sonhos (a única fuga possível de vivermos algo diferente).

Trabalhamos, contribuímos para a sociedade, produzimos e consumimos, somos importantes nas tarefas e papéis que desempenhamos, mas não somos indispensáveis ou até mesmo insubstituíveis, pelo contrário somos apenas mão de obra que pode ser reposta, às vezes até por um custo menor, durante toda a história do nosso país, fomos explorados, e convencidos que somos fracos e de que nada podemos fazer de diferente, somos as formigas que não sabem o poder que tem e que não tem consciência de que estão em maior número do que os gafanhotos, e mesmo assim somos dominadas por eles.

O importante é acreditar que outras coisas são mais importantes, como por exemplo, à educação que diferente de tarefas repetitivas a cada novo conhecimento você constrói uma nova direção o que possibilita enxergar o trabalho de forma diferente, deixamos de lado o trabalho mecânico e repetitivo para dar lugar ao prazer das descobertas, das invenções, de ajudar, de orientar, de apresentar um mundo novo a alguém, de ser servo.  

Discussão sobre o livro “O que é trabalho” de Suzana Albornoz. Trabalho apresentado para a Disciplina Educação e Trabalho – Licenciatura em Pedagogia na UERJ.


Publicado por: Jacqueline Martins da Silva

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.