Em busca da resiliência
psicologia, o que é resiliência, opinião do autor sobre o assunto, como alcançar, crise.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Embora qualquer pessoa seja capaz de superar as adversidades ao longo da vida, há algumas que fazem isto de uma maneira especial, quase heróica. Este assunto vem despertando o interesse de especialistas em comportamento do mundo todo.
O nome dado a essa capacidade de resistir e de crescer em meio a sucessivos problemas vem da física e praticamente não era usado em outras áreas até bem pouco tempo. Trata-se da resiliência, que é “a propriedade que alguns materiais apresentam de voltar ao normal depois de submetidos à máxima tensão”. É o caso das fibras de um tapete de nylon, que recuperam a forma assim que acabam de ser pisadas e amassadas.
Psicólogos que estudam o comportamento de pessoas oriundas de comunidades atingidas por enchentes, terremotos, perseguições raciais, violência e guerras perceberam que, entre elas, algumas se saem bem e outras, não. Segundo os especialistas, até a década de 1990 esta habilidade para lidar com os problemas era uma espécie de dom que certos indivíduos já traziam ao nascer. Outros estudos, porém, apontaram que a resiliência pode ser construída e que é na infância a melhor fase para alicerçá-la.
A grosso modo, é como se cada obstáculo vencido na vida “vacinasse” o indivíduo para o próximo. Por esta ótica dá para compreender melhor a teoria que defende a possibilidade de qualquer um ser um resiliente em potencial. Com base nela, em setembro de 2003 – dois anos após o ataque terrorista aos Estados Unidos – foram distribuídas nas escolas de Nova York dois milhões de cartilhas destinadas às crianças entre 8 e 11 anos. O objetivo: dar a elas instrumentos básicos para que possam ter resistência na passagem para a vida adulta. A decisão de utilizar tais recursos veio de psicólogos que confirmaram a eficácia da intervenção social adotada com os filhos das vítimas do atentado às torres gêmeas.
Assim que tive contato com o tema, há algum tempo, identifiquei-me de imediato com a sua essência. Longe de ser uma vítima dos trágicos infortúnios que motivaram tal estudo, considero-me, ao menos, uma pessoa em busca da resiliência. Vivemos tempos difíceis em que os problemas de fundo emocional parecem não poupar ninguém. Se deixar abater e fazer da própria existência um muro de lamentações é uma idéia que me desagrada profundamente. Assim, prefiro acreditar que os obstáculos existem não para barrar a nossa caminhada, mas para nos lembrar que vencer significa estar também preparado para certos sacrifícios e para muitos testes de resistência e determinação.
Não é nada fácil ser um resiliente, mas os especialistas dão algumas dicas que podem ser um ponto de partida. Uma delas diz respeito à primeira reação que se deve ter no instante em que surge a crise. É importante formular uma explicação para o que está ocorrendo, analisar as circunstâncias, a sequência dos fatos e as razões da adversidade. Paralelo a isso, tentar entender os próprios sentimentos em relação ao processo como um todo.
O passo seguinte é pensar nas possíveis estratégias do que fazer ao sair da crise. Afinal, projetar-se no futuro é sempre uma boa saída para suportar a dor do momento. Mas é fundamental ter em mente que é no presente que a mudança acontece. Assim como é essencial não depositar nos outros a tarefa de salvador da pátria. Estabelecer laços com pessoas que podem representar coragem e estímulo é uma coisa, mas deve ser de cada um a responsabilidade de se resgatar do fundo do poço.
Vale a pena ainda valorizar as pequenas vitórias, pois isso traz auto-confiança e serve de impulso para se tentar chegar a outras. Por fim, o verdadeiro resiliente não pensa apenas em si, mas nos que vão se beneficiar com as suas conquistas ou tomá-las como exemplo. No mais, é pagar para ver.
Publicado por: Roberto D´arte
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.