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Carrinho vermelho

Clique aqui e confira o texto Carrinho vermelho de Robert Lima.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Rumm, Rumm, Rumm...cuidado, olha a frente, to passando!

Lá vem Pedro com seu carrinho vermelho, com um só espelho e rodas gastas de tanto brincar. Pedrinho tinha sete anos, e todos brinquedos que ganhara, somente o carrinho vermelho lhe agradava. Carregava pro banho, dormia agarrado com ele como se alguém fosse pegar. No meio da noite, embaixo das cobertas, podia ver a lanterna acessa e o barulho a roncar... rum rum rum.

De manhã no café, a mesa virava pista de corrida, os pães eram montanhas, e tudo que havia em cima, se transformava em brincadeira. Na escola nem se fala, ou toma esse carrinho, ou vai pra fora de sala.

Pedrinho era filho único,e seu melhor amigo era seu carro vermelho, quantas vezes sua mãe o pegou falando bem baixinho com aquele velho carrinho.

 Pedrinho foi crescendo, e deixando seu carrinho de lado, um dia foi seu amigo e agora estava bem guardado. Ainda podia se ouvir um barulho bem baixinho, o roncar triste no baú, daquele pequeno carrinho.

Um dia de mudança, tudo tinha que ser guardado, cada coisa separada, tudo bem encaixotado. Um dos ajudantes pegou o baú, que no canto estava esquecido, o jogou dentro da caixa sem se importar se tinha vidro. O baú se abriu com a queda, e sua tampa se quebrou, foi peça pra todo lado, mais que falta de cuidado! você podia ter quebrado, alguma coisa de valor.

Pedro sentou no chão e começo a recolher as coisas que estavam no baú, pra voltar a embalar. Mais foi nesse momento, em que pode escutar o choro bem baixinho do roncado de um carrinho, pedindo um pouco de carinho e pra não me abandonar. Pedro olhou embaixo da cama e não acreditou no que pode ver. Quantos anos já faz e nem se lembrava de você. Pegou seu carrinho todo enferrujado, seus olhos que eram brilho, hoje estavam apagados. Pedro o encostou devagarinho em seu ouvido, escutando seus gemidos, seu coração partido de saudade de lhe ver. Meu carrinho, meu amigo, desculpe o que fiz com você, hoje já não sou criança, tive muito a fazer. Agora em diante, nunca mais vou te deixar.

Pedro agora trabalha em uma Empresa automobilística, e todos os dias ele conversa com seu carrinho, claro, que de um jeito diferente.

Ah! seu carrinho?...agora ele tem pintura nova, farol de Led e rodas cromadas. Ele fica num lugar especial, na sua mesa de trabalho junto com as fotos da sua família... e agora  vive sorrindo para o Pedro.

As mudanças são inevitáveis, tudo passa, mais o amor que temos pelas pessoas não, e nem o delas por nós.

Todas as vezes que resolver mudar, nunca esqueça de levar na sua bolsa aquelas pessoas que um dia te fizeram muito feliz.


Publicado por: Robert Lima

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.