Considerações sobre a primavera egípcia
Clique e veja algumas considerações sobre a primavera egípcia.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Geralmente, os processos revolucionários oscilam entre avanços e recuos. É parte da dinâmica. Isso se aplica às Revoluções Francesa (1789) e Russa (1917).
Em sendo assim, não se pode desqualificar, portanto, a importância da primavera egípcia neste século. Por quê? Porque os egípcios tomaram as ruas e praças para protestar contra a ditadura de Hosni Mubarack, que governou o país, com mãos de ferro, por três décadas. Em seguida foi deposto. O que querem os egípcios? Mudança é a palavra-chave. Em linhas gerais, a bandeira de luta dos revoltosos, naquele momento (2011), previa: fim da tirania, fim da miséria e fim da falta de perspectivas sociais. Além de democracia, liberdade religiosa e de imprensa.
Dessa forma, houve um intenso confronto entre as forças legalistas e os rebeldes. Resultado: 900 mortos. Logo, não se pode dizer que tudo o que aconteceu seja um fiasco. Mudanças ocorreram: Mohamed Mursi venceu as eleições democraticamente, por sua vez, Mubarack está preso e a imprensa tem maior liberdade. Aos poucos as instituições retomam o seu funcionamento.
Processo candente
Em uma palavra: o processo histórico é inconcluso. Tudo está em brasas. Segue indefinido. Grande parte das reivindicações populares ainda não foram atendidas. O fato é que o Egito não é um país rico. Vive do turismo, da agricultura e da exportação de petróleo. Conta com uma população de 82.536.770 milhões, sendo que 56, 46% vive no campo. O PIB de US$ 215 milhões (2011). Outra coisa, mais da metade da população egípcia vive na linha de pobreza e tem uma péssima distribuição de renda.
É claro que os desafios são gigantescos. De um lado, uma série de providências precisam ser tomadas pelo governo Mursi: diminuição da pobreza entre ricos e pobres, abertura democrática, eleições regulares, cidadania, melhoria da qualidade de educação, assegurar os direitos das mulheres e empregos para a imensa massa de desempregados. Justiça social para todos, enfim.
Tem mais: o Egito vive um momento ímpar em sua história neste século. Em conclusão, a grita, nas ruas, sacudiu a nação. Vieram as mudanças. Na realidade, essas transformações são gigantescas, do ponto de vista político e histórico, afinal, sugerem a possibilidade de se instalar, no país, um regime político que pode ser democrático. Ou melhor, é necessário aguardar, atentamente, o desenrolar dos acontecimentos. Incorre em erro quem pensa o contrário. (Ricardo Santos é jornalista e prof. de História)
Publicado por: RICARDO SANTOS
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