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Respeitar é o que faz a “diferença” - Por uma educação inclusiva contra o etnocentrismo e o preconceito

Analise da discriminação e preconceito que ocasionaram conflitos sociais e guerras históricas, e as consequências hoje.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Na história da civilização diversos foram os momentos onde o preconceito e a discriminação ocasionaram conflitos sociais e guerras históricas. Hoje, em pleno terceiro milênio, continuamos vendo no mundo inteiro as mais variadas formas de exclusão e separatismo, de raças, povos, etnias. Não levamos em conta nenhum sistema político, pois, todos eles de uma forma ou de outra tiveram seus momentos de discriminação e preconceito, a história nos comprova isso, com fatos.

No Brasil sofremos as consequências de todas essas questões desde a colonização até os dias de hoje. Primeiro na tentativa da escravidão indígena, depois sendo o pais mais escravocrata do mundo, o último a abolir a escravidão. Os índios, relegados a própria sorte, sem recursos, incentivos, acesso à educação formal e tendo como espaço de convivência apenas as terras demarcadas de suas aldeias, só a partir dos anos 80 é que tiveram seus direitos sendo debatidos, discutidos e levados a sério, com organizações, governos e sociedade civil, pensando, juntamente com os povos indígenas, soluções para os problemas que se arrastaram por séculos. Com a questão afro-brasileira não foi diferente, pois, mesmo com todas as atrocidades cometidas nesta época, a assinatura da Lei Áurea, a abolição e o fim da escravidão, não foi realmente conquistada a liberdade e a garantias de direitos pelos quais tantos abolicionistas lutaram e morreram ao longo da nossa história. Mas, a questão da igualdade e respeito as diferenças não passam somente pela questão do etnocentrismo, pois, ao longo da história convivemos com diversos segmentos da sociedade que até hoje ainda sofrem a desigualdade em várias outras situações. Ainda hoje, além de afro-brasileiros e indígenas, também portadores de necessidades especiais, deficientes visuais, deficientes auditivos, deficientes físicos, portadores de síndromes e a questão da identidade de gênero, são grande parte de uma sociedade que ainda lutam por seus direitos e respeito. Nesse aspecto consideramos que a geração atual, que debate, discute, cria leis e avança, mesmo que vagarosamente, não serão capazes de alcançar o êxito esperado, é preciso começar com as gerações futuras, levando esses temas para as crianças e jovens, abordando de maneira consciente, instrutiva e positiva. O melhor caminho é a educação.

Todos os estudos nos levam a grande questão que é saber e aprender sobre como lidar com as diferenças, pois, conhecer o outro, sem aceitar seus pensamentos, seus hábitos e suas diferenças, pode gerar uma visão preconceituosa e ocasionar conflitos diretos, tais como repúdio e negação. A sociedade branca brasileira foi educada durante décadas a discriminar tudo que é diferente e fora dos “padrões” estabelecidos por gerações, sem se importar quanto as questões de acesso à educação, ao emprego, acessibilidade nos locais e etc.

Nos últimos 30 anos, importantes passos foram dados nos marcos institucional e regulatório, tais como: Convenção sobre os Direitos da Criança ( 1988); Constituição da República Federativa do Brasil (1988); Estatuto da Criança e do Adolescente (1990); Declaração Mundial de Educação para Todos ( 1990); Declaração de Salamanca (1994); Lei da Acessibilidade (1994), Convenção da Guatemala (1999); Plano Nacional de Educação (2001);Lei n º 10.436 – Lei Brasileira de Sinais – Libras (2002); Lei nº12.764 – Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (2012) e Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015). Tais avanços só foram possíveis porque houve o engajamento da sociedade civil que sempre foi vigilante em seu papel de exigir do Estado (nação) sua responsabilidade na garantia dos Direitos Humanos das pessoas com deficiência. A Lei nº 13.146, a popular Lei da Inclusão, aprovada em 06 de julho de 2015, denominada como Estatuto da Pessoa com Deficiência, depois do período vacatio legis de 180 dias, entrou em vigor no dia 02 de janeiro de 2016, inclusive com a aplicabilidade das sanções nela previstas. O principal objetivo desse Estatuto é abordado no seu art. 1º que é “assegurar e promover em condições de igualdade o exercício dos direitos e liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, visando à inclusão social e a cidadania ”.  

http://www.futuroeventos.com.br/conteudo-blog/lei-da-inclusao-o-papel-da-escola-e-o-direito-do-aluno/

Cabe a educação o papel de formar em crianças e jovens, nos futuros cidadãos deste País, um conceito de respeitabilidade, de equidade, de igualdade, de tolerância e de inclusão no meio social de todas as pessoas, independentemente de sua cor, de seu gênero, opção religiosa, etnia, pensamento social ou qualquer tipo de deficiência.

Precisamos aprender a nos respeitarmos como seres humanos, com opiniões, culturas e hábitos diferentes, mas fazendo parte da mesma sociedade. Só a partir de uma educação de base, capacitando não só professores, mas também todo o corpo administrativo que compõe o ambiente escolar, além de atividades que integrem famílias e comunidades.

Fontes:

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm

https://www.passeidireto.com/arquivo/4512953/etnocentrismo

http://ultimato.com.br/sites/paralelo10/2013/04/um-olhar-atualizado-sobre-os-povos-indigenas/

http://www.projeto.unisinos.br/humanismo/antropos/etnocentrismo

Eduardo de Almeida Vieira - Curso de Licenciatura em História – 3º Período - Universidade Brasil – Itaguaí/RJ


Publicado por: Eduardo de Almeida Vieira

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