O escravo na economia açucareira
A lavoura açucareira rendeu a Portugal um montante que jamais seria alcançado durante todo o percurso colonial do Brasil.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Implantada a princípio nas planícies costeiras da colônia, a lavoura açucareira rendeu a Portugal um montante que jamais seria alcançado durante todo o percurso colonial do Brasil. Até mesmo a rica mineração, desenvolvida na região das Minas, não superaria as divisas geradas por meio da comercialização do considerado “ouro branco” americano.
Em todo o processo de produção, da plantação das mudas até o encaixotamento do açúcar destinado especialmente a Europa, o trabalho fora realizado por escravos. Se num primeiro momento a escravização recaíra sobre os nativos da terra – os indígenas – mais baratos e facilmente capturados, com o tempo, acentuou-se a substituição destes por cativos de origem africana, acima de tudo, pelo fato do tráfico transatlântico proporcionar uma generosa arrecadação aos sujeitos envolvidos e, em conseqüência, à Coroa Portuguesa.
Os que apresentassem um comportamento tido como incorreto ou aqueles que tentassem fugir para quilombos eram, se recapturados, imediatamente alocados nas moendas ou fornalhas, onde as condições de trabalho eram mais perigosas e precárias. Muitos perdiam suas mãos e braços nas moendas. Normalmente, ao lado destas, ficavam dependurados machados, utilizados pelos feitores para rapidamente decepar o braço preso de alguém, evitando, desta maneira, que o corpo todo fosse tragado pelas engrenagens.
É habitual se pensar que, diante deste quadro hostil, marcado pela violência e opressão, os escravos se mantiveram conformados com sua difícil situação. Contudo, é válido ressaltar que muitas foram as revoltas, as negociações, as fugas, os seqüestros realizados por esta gente, demonstrando que a sujeição do homem pelo homem é acompanhada, antes de tudo, da resistência.
O cantor e compositor Jorge Ben Jor possui uma bela música que ilustra um pouco das experiências dos escravos no universo rural do Brasil Colônia, inclusive nas lavouras de cana. “Zumbi” é o nome da canção. Uma boa pedida para quem se interessa pelo assunto.
Publicado por: André Eitti Ogawa
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