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O plural dos substantivos compostos

Interaja-se com alguns pressupostos relacionados a esse assunto.

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Ao analisarmos a classe gramatical representada pelos substantivos, logo constatamos suas infinitas particularidades, sobretudo no que se refere às flexões, sejam elas relacionadas a gênero, número e grau. É sempre bom sabermos que, de forma inegável, essa classe encontra-se submetida a regras pré-determinadas, ou seja, os fatos que dela decorrem não são concebidos de forma aleatória.

Em função disso, torna-se necessário estarmos aptos a compreendermos acerca de todos os pressupostos que integram de forma geral os estudos linguísticos, com vistas a tornar práticos nossos conhecimentos mediante determinadas situações de interlocução. Para tanto, aperfeiçoemo-nos no que tange ao plural dos substantivos compostos, principalmente naqueles que são regidos pelo emprego do hífen. As características que dele fazem parte estão intrinsecamente ligadas à forma como são grafados, ao tipo de palavras que formam o composto e à própria relação que estabelecem entre si.

Com base nestes pressupostos, vejamos:

* Os substantivos que são ligados sem a presença do hífen apresentam as mesmas características dos substantivos simples:

aguardente – aguardentes
malmequer – malmequeres
pontapé – pontapés...

Já aqueles que se constituem desse aspecto obedecem a alguns postulados, evidenciados a seguir:

* No caso de o substantivo ser composto por duas palavras variáveis, estas são flexionadas:

couve-flor – couves-flores
guarda-civil – guardas-civis
mão de obra – mãos de obras
primeira-dama – primeiras-damas...

* Nos compostos em que o primeiro elemento é um verbo ou uma palavra invariável (geralmente um advérbio), e o segundo elemento é um substantivo ou adjetivo, flexiona-se apenas esse último:

beija-flor – beija-flores
guarda-sol - guarda-sóis
sempre-viva – sempre-vivas
vice-diretor – vice-diretores...

* No caso de os compostos serem ligados por preposição, somente o primeiro elemento é flexionado:

água-de-cheiro – águas-de-cheiro
erva-de-bicho - ervas-de-bicho
pimenta-do-reino – pimentas-do-reino...

* No caso de compostos em que o segundo elemento indica finalidade, forma ou semelhança do primeiro, há a possibilidade de flexionar apenas o primeiro elemento ou ambos.

decreto-lei – decretos-lei / decretos-leis
manga-rosa – mangas-rosa / mangas-rosas
pombo-correio – pombos-correio / pombos-correios...

* No caso de o primeiro elemento ser formado por “grã, grão e bel”, somente é flexionado o segundo elemento:

bel-prazer – bel-prazeres
grão-duque – grão-duques...

* Quando os compostos forem formados por palavras repetidas ou onomatopaicas, somente o último elemento é flexionado:

corre-corre – corre-corres
reco-reco – reco-recos
tique-taque – tique-taques...

Observações dignas de nota:

* Em formas verbais repetidas pode haver a flexão de ambos os elementos:

corre-corre – corres-corres
pisca-pisca – piscas-piscas...

* Merecem destaque os compostos invariáveis por excelência:

o bota-fora – os bota-fora
o louva-deus – os louva-deus
o faz-de-conta – os faz-de-conta
o salva-vida – os salva-vidas
- Note que apenas o determinante(representado pelo artigo) é flexionado.

* Nos compostos constituídos de verbos que denotam significado oposto, os elementos permanecem invariáveis:

o perde-ganha – os perde-ganha
o vai-volta – os vai-volta.


Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

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