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Globalização

A origem da Globalização, suas características e seus aspectos positivos e negativos.

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O termo Globalização surge no final dos anos 1980 e início dos 1990, constituindo uma nova ordem mundial única e representa a interdependência entre países e povos em suas relações comerciais, produtivas, tecnológicas, financeiras, culturais. A Globalização é um dos processos de aprofundamentos da integração econômica, social, cultural, política que teria sido incentivada pelo barateamento dos meios de transporte e comunicação, no final do seculo XX e início do seculo XXI. É um fenômeno gerado pelo imperativo da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados.

É certo que a globalização não reduz a pobreza. Os bens, serviços, recursos financeiros, desenvolvimento de um modo geral, não têm uma distribuição uniforme entre os países globalizadores e globalizados. A explicação para esse fato é complexa, mas pode ser resumida para facilitar o entendimento da questão em um motivo norteador: não é o objetivo principal da globalização distribuir renda, tecnologia, emprego. O objetivo é o lucro, o poder econômico e político. Independente do poder estatal está o poder das instituições, grandes corporações sempre em busca de resultados financeiros.

O capital é concentrado e centralizado aumentando as disparidades entre países ricos e pobres, desenvolvidos e “em desenvolvimento”, nos quais, devido a diversas deficiências estruturais, uma parte importante de sua população vive em situação de pobreza ou indigência, sem ter acesso a condições mínimas de alimentação, saúde, educação, moradia e outros serviços básicos.

A expansão dos fluxos de informações, dos fluxos de capitais e dos fluxos comerciais independentes das fronteiras nacionais, não são problemas em si, mas, a busca constante de lucros sem levar em consideração o desenvolvimento social e econômico dos entes envolvidos. Bens, serviços e capitais circulam globalmente, todavia, o acesso a esses sistemas ainda é muito restrito e desigual, de forma que a maior parte desses fluxos obedece a um círculo distinto de pessoas.

Exemplo disso ocorre quando empresas que instalam suas fábricas em países onde a legislação trabalhista é mais frágil e os salários são mais baixos, a fim de obter maior lucratividade, provocam um enfraquecimento da legislação trabalhista de maneira global no que diz respeito aos benefícios do trabalhador. Estados interessados em atrair grandes corporações não priorizarão o fortalecimento de direitos dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, os lucros obtidos serão remetidos aos países desenvolvidos reforçando a centralização de riqueza e poder.

A mobilidade do capital dá aos capitalistas uma vantagem sobre os trabalhadores, por isso, as empresas detentoras de tal poder, submetem o trabalho a constantes coações a fim de diminuir o tempo de produção e aumentar a produtividade.

Para o premio Nobel em economia Stiglitz, a globalização que poderia ser uma força propulsora de desenvolvimento e da redução das desigualdades internacionais está sendo adulterada por um comportamento que não contribuiu para a construção de uma ordem econômica mais justa e para um mundo com menos desigualdades. Esta é a síntese defendida em seu livro A Globalização E Seus Malefícios: A Promessa Não Cumprida De Benefícios Globais.

(Stiglitz 2002) põe a desigualdade no cerne dos debates e defende a reforma do sistema financeiro internacional. Destaca ainda que a única prosperidade sustentável e real é a prosperidade compartilhada. Explica que quando a sociedade tem mais coesão e igualdade, todos se beneficiam. O economista diz ser injustificável um especulador ou alguém que herdou dos pais pagar menos tributo do que quem trabalha para viver.

Outro ponto importante da globalização, citado por Michael Löwy em entrevista à Caros Amigos (http://www.carosamigos.com.br/index.php/grandes-entrevistas/5756-entrevista-michael-loewy), é a crença de que o crescimento acabará com o desemprego, a pobreza e todos os problemas. Segundo ele, “algumas atividades a gente deveria não só reduzir, mas suprimir. Por exemplo, a publicidade, a energia atômica, o carvão. Tem uma lista enorme de coisas que são inúteis, perigosas e que precisamos suprimir o mais rápido possível. Outras coisas, a gente tem que reduzir, como circulação de automóvel etc. E outras coisas a gente precisa aumentar. A gente quer aumentar a agricultura biológica, que até agora está muito pequena. A gente quer aumentar as energias renováveis,
eletricidade solar, do vento etc., expandir as renováveis para acabar com as energias fósseis. E a gente quer expandir saúde, educação.”

É possível concluir que a Globalização não é um mal em si mesmo, mas, a forma como os recursos são utilizados e distribuídos pode beneficiar mais ou menos pessoas, países e blocos econômicos. Cabe às organizações sem fins lucrativos, sindicatos, defensores da natureza, órgãos de proteção, questionar e cobrar das diversas autoridades e forças econômicas e políticas, um posicionamento mais humano e democrático.

STIGLITZ, J. E. 2002.  A Globalização e seus Malefícios. São Paulo, Futura.


Publicado por: ANA ROGÉRIA COUTO

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