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TRANSFORMANDO TERMINAIS RODOVIÁRIOS URBANOS NO BRASIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE REVITALIZAÇÃO

Análise da degradação dos terminais rodoviários urbanos, decorrente da carência de manutenção adequada nas áreas urbanas.

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RESUMO

Este resumo aborda a evolução dos terminais rodoviários no Brasil ao longo do século XX e sua relevância na mobilidade urbana e no contexto socioeconômico. No início do século, o país estava mais voltado para meios tradicionais de transporte, como ferrovias e transporte fluvial. No entanto, com o crescimento das cidades e a industrialização, surgiu a necessidade de sistemas de transporte mais flexíveis e acessíveis. A infraestrutura rodoviária se desenvolveu paralelamente, abrindo caminho para a popularização do transporte de ônibus. Isso levou à criação de terminais rodoviários como centros de partida e chegada, organizando viagens e conectando diferentes linhas de ônibus para melhorar a experiência dos passageiros. É crucial reconhecer a importância contínua dos terminais rodoviários na otimização da mobilidade urbana e no contexto urbano. No entanto, eles requerem manutenção e adaptações constantes para atender às crescentes demandas e inovações. A manutenção adequada desses espaços é fundamental para evitar a degradação e sua transformação em pontos críticos na paisagem urbana. A negligência pode resultar em áreas de risco e ameaçar o bem-estar da cidade como um todo. Portanto, a atenção e os cuidados adequados são necessários para garantir que esses recursos urbanos continuem a desempenhar seu papel essencial nas cidades contemporâneas.

Palavras-chave: Revitalização. Rodoviárias. Mobilidade Urbana.

TRANSFORMANDO TERMINAIS RODOVIÁRIOS URBANOS NO BRASIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE REVITALIZAÇÃO

1. Introdução

O início das rodoviárias como terminais de transporte público ocorreu ao longo do século XX, à medida que a mobilidade urbana e interurbana se tornou uma necessidade cada vez mais premente.  Ainda no século XX, o Brasil estava fortemente ligado aos meios de transporte mais tradicionais, como ferrovias e transporte fluvial. No entanto, com o rápido crescimento das cidades e o aumento da industrialização, a necessidade de sistemas de transporte mais flexíveis às áreas urbanas em expansão tornou-se evidente (NASCIMENTO, 2021).

O surgimento das rodoviárias como centros de transporte intermunicipal e interestadual aconteceu em paralelo com o desenvolvimento da infraestrutura rodoviária. A construção de estradas pavimentadas, muitas vezes impulsionadas por necessidades militares ou de escoamento da produção agrícola, abriu caminho para o surgimento de ônibus como um meio de transporte popular. Com o aumento do número de ônibus e rotas de viagem, surgiu a necessidade de criar locais centrais para a partida e chegada desses veículos. Isso proporcionaria uma organização mais eficiente das viagens, possibilitando a conexão de diferentes linhas de ônibus e melhorando a experiência dos passageiros. (FERRI, 2018).

Na metade do século XX, a arquitetura modernista teve uma influência significativa na construção de rodoviárias no Brasil. Isso resultou na criação de terminais de ônibus com designs inovadores e funcionais, com a Rodoviária de Brasília sendo um exemplo notável desse estilo arquitetônico. Na década de 1950, a partir da concretização do projeto urbanístico de Brasília, a praça assumiu um papel de destaque como componente essencial do espaço urbano. É importante destacar que essa concepção de praça, inserida no contexto do movimento modernista, não guardava relação com a tradicional praça que historicamente caracterizou as cidades brasileiras. Em contrapartida, essa nova abordagem contrastava significativamente com a evolução do ambiente urbano no Brasil, que, desde o século XIX, havia experimentado uma transformação gradual, resultando na perda das características cívicas e de aglutinação social que historicamente as praças haviam possuído (PEREIRA,2020).

Nesse contexto, notou-se que as praças, além de desempenharem a função de proporcionar espaços de lazer, também passaram a servir como pontos de espera para o transporte público. Esta circunstância ainda se verifica nos dias atuais, especialmente em pequenas cidades onde as infraestruturas de terminais rodoviários são limitadas ou, em alguns casos, inexistentes. Nestas localidades, as praças têm sido utilizadas como locais de espera para o transporte público.

1.1. Problemática

Ao considerar a proliferação dos novos equipamentos rodoviários nas áreas urbanas, torna-se evidente a sua inegável importância para a otimização da mobilidade urbana e do conjunto urbano como um todo. No entanto, é imperativo reconhecer que, independentemente de serem de propriedade pública ou privada, esses equipamentos estão sujeitos a um ciclo contínuo de exigências, compreendendo reparos, manutenções e adaptações, a fim de se adequarem às crescentes demandas e às constantes inovações que caracterizam o cenário contemporâneo. (VILLANUEVA,2015).

O terminal rodoviário é um ponto central onde os indivíduos estabelecem conexões com diferentes localidades, seja para motivos de trabalho, lazer ou outras finalidades que os levam a ultrapassar os limites geográficos de seus municípios de origem. Esse equipamento urbano assume, consequentemente, uma relevância substancial no âmbito socioeconômico.

Neste contexto, o texto enfatiza a necessidade de focalizar a atenção em um elemento público de fundamental importância nas áreas urbanas, a saber, os terminais rodoviários. Estes desempenham uma função crítica na estrutura da mobilidade urbana, estabelecendo conexões entre distintas regiões da cidade e servindo como pontos de origem e destino para os modos de transporte público e privado. Portanto, menosprezar a significância destes terminais representaria uma falha, visto que desempenham um papel essencial na operação eficaz de uma cidade contemporânea.

Torna-se imperativo enfatizar que a manutenção adequada desses espaços é fundamental, visto que, na ausência de intervenções apropriadas, esses equipamentos podem gradualmente sucumbir à degradação, resultando em sua desvalorização, desuso e, por conseguinte, transformando-se em pontos críticos na paisagem urbana. A negligência desses recursos urbanos pode culminar na criação de áreas de risco e, portanto, representar uma ameaça ao bem-estar da cidade como um todo (FONTOURA et al.,  2019).

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O propósito primordial deste estudo reside na apresentação de uma análise da degradação dos terminais rodoviários urbanos, decorrente da carência de manutenção adequada nas áreas urbanas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar o estado atual dos terminais rodoviários urbanos em cidades brasileiras, com o propósito de identificar as questões centrais e os desafios mais proeminentes que surgem devido à ausência de manutenção adequada.

Avaliar os impactos da deterioração dos terminais rodoviários sobre a mobilidade urbana, a segurança pública e a qualidade de vida dos habitantes da cidade.

Investigar estratégias e abordagens implementadas por cidades brasileiras e de outros locais do mundo com o intuito de revitalizar terminais rodoviários urbanos.

2. Fundamentação Teórica

O estudo visa proporcionar uma análise histórica que trace a origem e evolução dos terminais rodoviários, desde sua concepção inicial até o período contemporâneo. Essa perspectiva histórica é crucial para uma compreensão mais profunda do surgimento dessas instalações e da sua significativa influência nas gerações subsequentes, contribuindo assim para a apreciação de sua relevância contínua ao longo do tempo.

A temática concernente à revitalização de rodoviárias urbanas em cidades brasileiras constitui um domínio de investigação que se dedica à análise de estratégias e abordagens concebidas com o propósito de reformar e modernizar as instalações destinadas ao transporte rodoviário. Estas instalações desempenham um papel crucial como infraestruturas essenciais para a locomoção de passageiros através de ônibus e outros meios de transporte terrestre. O âmbito de estudo neste contexto está primordialmente orientado para a identificação e proposição de soluções com vistas a aprimorar a qualidade de vida nos centros urbanos do Brasil (ARAÚJO, 2010).

2.2. Surgimento dos terminais rodoviários:

O primeiro impacto induzido por uma via de transporte urbano regional ou terminal em áreas adjacentes à sua implantação é a otimização da acessibilidade destas localidades (VILLAÇA, 2005). Os terminais rodoviários emergiram em resposta à imperativa demanda de viabilizar a deslocação interurbana de indivíduos por meio de modalidades de transporte coletivo, notadamente ônibus.

Os pioneiros na implementação de infraestruturas rodoviárias foram os habitantes da região de Vacaria, no estado do Rio Grande do Sul, durante a década de 1930. Estes atores desempenharam um papel fundamental ao conceber e implementar estruturas de terminais rodoviários, caracterizadas por sua função primordial de prover resguardo contra os fatores meteorológicas, notadamente a exposição solar e a chuva, destinando-se a abrigar os passageiros enquanto aguardavam o embarque nos veículos rodoviários. A disseminação dessa inovadora concepção de instalações rodoviárias transcendeu as fronteiras locais, estendendo-se progressivamente por todo o território nacional. Esse fenômeno contribuiu significativamente para o desenvolvimento e aprimoramento da infraestrutura de transporte coletivo interurbano no Brasil, influenciando a evolução subsequente dos terminais rodoviários em todo o país (CHAVES, 2016).

Entretanto, mesmo após a implementação de terminais rodoviários, as cidades continuam a enfrentar desafios significativos no que diz respeito ao sistema de transporte urbano, o qual, por sua vez, encontra-se diante de múltiplas dificuldades na busca pela efetivação de sua função primordial. O escopo fundamental do transporte e da mobilidade reside em conceder às pessoas que deles fazem uso acesso irrestrito aos seus destinos. Portanto, a acessibilidade emerge como um imperativo crucial nos sistemas de transporte, assumindo um papel central no contexto da urbanização e da infraestrutura, moldando, assim, o fluxo da mobilidade urbana (PINHEIRO, FRISCHTAK, 2015).

2.3.Mobilidade urbana:

O sistema de transporte coletivo, como modalidade de deslocamento urbano, oferece a capacidade de viabilizar o transporte de passageiros não apenas em âmbito intramunicipal, mas também intermunicipal, possibilitando, assim, a conectividade entre localidades urbanas distintas. A emergência de vias regionais, originadas em resposta a uma demanda que transcende o contexto urbano, desencadeia uma dinâmica complexa de oferta e procura por serviços de transporte de passageiros ao longo de seu traçado geográfico (VILLAÇA, 2005).

O sistema de transporte público desempenha um papel fundamental na esfera da mobilidade urbana, uma vez que contribui significativamente para a mitigação de congestionamentos viários nas cidades. Quando uma considerável parcela da população opta pelo uso de transporte público coletivo, ocorre uma redução na quantidade de veículos individuais circulando pelas vias urbanas, resultando assim na descongestão dessas mesmas vias. Isso, por conseguinte, alivia a pressão sobre a capacidade de transporte das infraestruturas viárias urbanas e atenua os problemas associados ao colapso do tráfego nas áreas urbanas (SPECK, 2012).

Conforme delineado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, é possível estabelecer que a mobilidade urbana, de modo concomitante, assume a prerrogativa de ser tanto causa como consequência de fatores associados ao desenvolvimento socioeconômico, à expansão das áreas urbanas e à disposição espacial das atividades no interior de um contexto citadino. Nesse contexto, destaca-se que a malha viária e o sistema de transporte público desempenham um papel de significativa relevância na configuração da morfologia urbana, assumindo, assim, um caráter intrinsecamente estruturante no âmbito das cidades. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ, [s.d]).

2.4.Infraestrutura de Transporte Urbano:

No contexto da infraestrutura de transporte público, surge de forma premente à necessidade de reconfiguração do ambiente urbano, com a finalidade de ampliar a abrangência do sistema de transporte público coletivo, objetivando a otimização da malha viária urbana. Esse processo de aprimoramento infra estrutural repercute na redução da utilização de veículos de transporte individual, frequentemente ocupados por um único passageiro, concorrendo, portanto, para a mitigação da congestão viária e o incremento da eficácia do sistema de mobilidade urbana. Isso implica na introdução de alternativas, como a promoção de deslocamentos a pé e a utilização de bicicletas como modos de transporte, com vistas a aliviar a pressão sobre a infraestrutura viária, reduzir as emissões de gases poluentes e influenciar as dinâmicas dos fenômenos naturais (MONTEIRO, 2022).

De forma concomitante, tanto o transporte quanto a infraestrutura apropriada se erigem como elementos cruciais para o progresso de qualquer área urbana, visto que desempenham um papel fundamental na ampliação da acessibilidade da sociedade às regiões urbanas. Uma região em processo de desenvolvimento implica naturalmente na necessidade premente de infraestrutura e meios apropriados destinados a facilitar a locomoção da população tanto dentro da própria área geográfica quanto em direção a outras localidades, inclusive outras cidades. Essas vias de deslocamento desempenham um papel central na promoção da expansão urbana e no aumento do fluxo de mercadorias, materiais e indivíduos, os quais transitam de maneira cada vez mais ágil e fluida. Diante desse cenário, emerge a demanda inerente por uma infraestrutura adequada, caracterizada por maior ergonomia e funcionalidade (PONTES,2010).

Portanto, quando abordamos as temáticas da infraestrutura, transporte e mobilidade urbana, é imperativo considerar que esses três domínios são intrinsecamente interdependentes e convergentes, operando em consonância dentro do contexto citadino. Isso implica na implementação de aprimoramentos que visam beneficiar os residentes locais, ao garantir-lhes acesso facilitado a uma gama abrangente de serviços e recursos urbanos, como mercados, hospitais e praças públicas. Além disso, quando discutimos mobilidade urbana e infraestrutura no contexto do turismo, tais considerações se estendem à capacidade de acomodação e aos pontos de interesse turístico, uma vez que esses elementos se constituem como elementos intimamente interligados (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).

3. Referências Bibliográficas

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VILLANUEVA, M. M. A importância da manutenção preventiva para o bom desempenho da edificação. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2023.

Por SILVA, Hevelly Mariana Landim

Graduanda no Centro Universitário Paraíso


Publicado por: hevelly marianalandim silva

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