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Importância do uso do Drywall para alcançar um modelo construtivo limpo e sustentável

Estudo sobre o uso do Drywall na construção civil sustentável

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Resumo: Desde quando a ideia de sustentabilidade começou a ganhar força nos debates interpessoais, que se discutem formas de trazer essa sustentabilidade para o mundo da construção civil, pois é um dos setores que mais provocam poluição ao meio ambiente. Visto isso, o drywall se tornou um grande aliado para alcançar um modelo construtivo limpo e sustentável.

Palavras-chave: Drywall, Construção Sustentável, Importância do Drywall.

INTRODUÇÃO

A construção civil é um setor que cresce cada vez mais no Brasil e no mundo, visto que à sua aplicação é de grande importância para a população, pois torna possível a criação de moradias para milhares de famílias, prédios de uso comercial e de outras finalidades. Durante sua execução, são gerados inúmeros resíduos provenientes dos entulhos gerados pelas sobras de materiais, além de essa sobra representar gastos desnecessários, também representa perigo ao meio ambiente, pois os mesmos serão descartados na natureza.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, construção sustentável é denominado por um conjunto de medidas adotadas durante todas as etapas da obra que visam a sustentabilidade da edificação. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, já é um assunto bastante presente no meio construtivo, o que faz com que o mercado busque alternativas que permitam ser alcançado esse objetivo, dentre essas soluções encontradas, temos o drywall.

O drywall é feito de um material conhecido como gesso acartonado, as construções com esse tipo de material fazem parte do método conhecido como construção a seco, e é um dos sistemas que causam menos impactos ao meio ambiente, pelo fato gerar uma quantidade de resíduos muito pequena. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), estabelece que os resíduos de gesso são recicláveis para outras destinações, logo fazer uso dos materiais do sistema Drywall tornam sua obra sustentável de acordo com as práticas ambientais mais exigentes do mercado.

SISTEMA DRYWALL

O drywall, termo inglês que em português significa “parede seca”, se trata de um sistema industrializado de paredes internas. Para a Gypsum, o sistema drywall é uma técnica de construção a seco de paredes, forros e revestimentos, que tem atendido à sua finalidade de forma segura, eficiente, sustentável, inteligente e capaz de entregar ambientes com design diferenciado, sem contar que também tem o poder de diminuir drasticamente os custos da obra. 

A instalação de todos os elementos é feita rapidamente, resultando em um menor desperdício de materiais e um maior aproveitamento do tempo, sem contar que esse método contribui para a economia de recursos como água, energia e redução de emissão de gases de efeito estufa, que vão desde a sua produção de matéria-prima até a operação das edificações. (Gypsum, 2021).

BREVE HISTÓRICO

No ano de 1888, em Rochester, Kent, Reino Unido se originou o drywall, no entanto, só foi desenvolvido em 1891, por Augustine Sackett e um de seus funcionários, Fred I. Kane, os quais tiveram uma brilhante ideia e inventaram uma chapa de gesso acartonado que viria revolucionar a construção civil, mas, apenas em 1894 foi patenteada nos Estados Unidos. Na época, eles trabalhavam na Companhia de Carvões e Asfaltos dos Estados Unidos, New York Coar Tar Química. (SANTOS, 2018).

Sua primeira versão, conhecida a princípio como placas Sackett, consistia em 4 camadas de gesso molhado dentro de quatro folhas de papel, lã e camurça. As folhas mediam 91cm x 91cm por 3cm de espessura com bordas sem acabamento, e eram vendidas como pequenas telhas à prova de fogo. Em 1910, se deu o surgimento do “Gypsum Board" (Placa de Gesso) fabricado pela empresa Gypsum, que possuía bordas encapadas e substituía as duas camadas de papel camurça utilizadas nas placas Sackett, pelo suporte do papel acartonado. (SANTOS, 2018).

Por apresentar resistência ao fogo e rapidez em sua montagem, em 1917 a "Chapa Drywall" passou a apresentar uma maior aceitação e foi amplamente utilizada na primeira guerra mundial, mantendo este padrão. Obteve uma evolução em sua estruturação por volta da segunda guerra mundial e foi a partir daí que o Drywall começou a ser comercializado em folhas de gesso seco e de papel de multi-camadas, sendo o núcleo deste gesso natural, e revestido com cartão duplex. (SANTOS, 2018).

Em menos de uma década após a segunda guerra mundial, passou a ser concebido com a forma que conhecemos hoje, que consiste em uma única camada comprimida e prensada entre duas folhas de papel pesado. Porém, pelo fato de o gesso necessitar de antigas técnicas de aplicação envolvendo muita mão-de-obra onerosa e pelo mesmo ser associado à fragilidade, a maioria das pessoas ainda evitava as construções com Drywall, imaginando que sua instalação não era segura. Somente em 1945 que seus benefícios passaram a ser notados em relação a outros tipos de materiais da mesma finalidade. (SANTOS, 2018).

Nos anos seguintes, o uso de gesso puro foi se tornando ultrapassado e o Drywall passou a ser a preferência. No Brasil, sua chegada se deu a partir dos anos 90 quando os grandes fabricantes mundiais com sede na Europa como BPB Placo, Knauf e Lafarge Gypsum se instalaram no país e passam a ser uma solução arquitetônica rápida, limpa e barata para as construções. (SANTOS, 2018).

VANTAGENS

Para Pereira (2018), o uso do drywall como vedação interna traz as seguintes vantagens:

  • Possui menor espessura de parede em relação à outros sistemas, o que resulta em um maior aproveitamento do espaço interno.

  • Apresenta acabamento de qualidade semelhante ao da alvenaria, permitindo pinturas e formatos criativos de decoração.

  • Durante sua execução possibilita otimização de tempo na construção, por necessitar de menos mão de obra.

  •  Sua utilização reduz desperdício de materiais envolvidos no canteiro de obras, gerando menos resíduos.

  • É possível fazer um reaproveitamento do material, caso seja feito uma demolição.

DESVANTAGENS

Conforme estabelece Pereira (2018), pode-se citar os seguintes aspectos no que se refere às desvantagens do drywall:

  • Não apresenta muita mão de obra capacitada e especializada disponível no mercado de trabalho, o que pode acabar encarecendo o custo da obra.

  • Ao depender da escolha da placa e do distanciamento de suas extremidades em relação as lajes de cobertura e piso, o comportamento à umidade é um dos itens mais críticos, principalmente para as placas comuns.

  • Objetos fixos à parede requerem cuidados especiais, e devem estar contidos em projeto, pois necessitam de maior reforço em sua concepção.

  • É somente indicado para ambientes internos, por serem mais frágeis que as paredes de alvenaria.

  • Necessitam da presença de juntas de dilatação bem elaboradas na interface com as lajes, pois possuem uma variação dimensional causada pela dilatação térmica que é diferente do concreto.

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Com o crescente aumento da população mundial, fatores como a industrialização e a globalização fazem com que os recursos sejam cada vez mais utilizados, fazendo com que a preocupação com a manutenção do meio ambiente aumente. Com isso, o incentivo e a busca por construções que levem em consideração aspectos ambientais e socioeconômicos é crescente. (IBEC, 2021).

A construção sustentável visa gerar um equilíbrio entre ambientes construídos e naturais, por meio da efetivação de parâmetros que garantam tanto o padrão de qualidade quanto a afirmação da dignidade humana e da equidade econômica. Por isso, além da conscientização em relação ao uso dos recursos naturais e dos impactos dos processos de construção sobre a natureza, a construção sustentável observa aspectos socioeconômicos. (STANT, 2020).

Para o Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC), a construção sustentável utiliza uma abordagem mais harmônica com o meio ambiente, do qual os impactos ambientais são minimizados e os recursos naturais são utilizados com maior racionalidade e eficiência.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Para a SK Projetos, as construções sustentáveis se resumem em cinco princípios básicos: Os projetos devem ser inteligentes, a escolha dos materiais deve ser orientada pela racionalidade, o prédio deve ser construído para funcionar com eficiência energética, o consumo de água deve ser sustentável e os resíduos gerados deverão ser reduzidos e dispostos.

No que se refere ao projeto, deverão ser levados em consideração características relevantes do tipo: condições naturais do terreno, clima local, topografia, vegetação predominante, luminosidade e ventilação. A parte de gerenciamento dos materiais a serem utilizados, deverá priorizar materiais ecológicos fazendo sua utilização correta.

A eficiência energética é um fator de grande importância e que deverá ser levado em consideração durante a elaboração do projeto, a fim de tornar a construção capaz de manter um modo econômico de utilização de energia elétrica, aproveitando a luminosidade natural ao máximo.

Da mesma forma deve ocorrer com o racionamento do uso da água, fatores do quais podem ser alcançados utilizando descarga de acionamento duplo e torneira temporizadora. Também é de grande importância adotar um sistema de captação de água da chuva para utilização não potável e a adequação do reaproveitamento da água utilizada na máquina de lavar. Os resíduos gerados deverão ser descartados de forma sustentável, fazendo a separação correta para fins de reciclagem.

VANTAGENS

Para o Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), cada tipo de material e técnica geram seus próprios benefícios, que podem ir desde os setores ambientais, como também os socioeconômicos e os socioculturais. Dentre essas vantagens que o CTE destaca, podemos citar:

  • Redução do consumo de energia durante a fase de construção do empreendimento;

  • Redução do uso de matéria prima de alto custo;

  • Redução no desperdício de matérias, o que gera otimização no uso dos insumos;

  • Economia com os custos de manutenção;

  • Maior agilidade nos processos, que por apresentar materiais mais leves gera facilidade na mão de obra;

  • Redução do impacto ambiental causado ao meio ambiente e as construções vizinhas;

  • Produção de estruturas mais resistentes a deterioração, gerando maior conforto aos seus usuários.

USO DO DRYWALL PARA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Para a SK projetos, o impacto ambiental gerado pela construção civil foi quase que total até surgir o conceito de construções sustentáveis. Embora esse não seja um conceito novo, voltou-se a notar sua importância somente no ano de 1990, junto com a ideia de sustentabilidade que ganhava força na época.

De acordo com o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, a construção civil é um dos setores que mais deterioram os recursos naturais do mundo, é responsável pelo consumo de 40% a 75% da matéria-prima local do planeta. Esse consumo exorbitante se agrava em países como o Brasil, onde os métodos construtivos tradicionais ainda são predominantes. Por outro lado, é possível encontrar materiais para executar uma construção de forma sustentável, caso do drywall usado para construir paredes, forros e fazer revestimentos. (REDAÇÃO DIÁRIO, 2021).

O uso do gesso acartonado garante a sustentabilidade em vários parâmetros, que vão desde a sua execução em obra até o fim de sua vida útil. Em obra, o drywall gera uma menor quantidade de entulho, tornando o canteiro de obra mais limpo e eficiente. Além disso, o drywall minimiza parâmetros que requerem maior tempo e proporciona maior facilidade de instalação, por ser um trabalho mais leve e que garante uma melhor qualidade de vida para as pessoas envolvidas na construção.

Conforme estabelece Marinho e Cavalcante (2017), outro fator que garante a sustentabilidade desse material é o fato de ser possível fazer a reutilização do drywall caso seja necessário realizar a sua desinstalação, já que é possível fazer a reciclagem dos materiais presentes em sua composição.

Vale ressaltar que somente o drywall não é capaz de promover a sustentabilidade de uma obra, ele deve vir acompanhado de outros materiais e métodos construtivos que tragam essa segurança ao meio ambiente. O gesso acartonado ficará a cargo das paredes, forros e revestimentos, enquanto os outros componentes da obra como um todo também deverão apresentar meios que promovam a sustentabilidade do empreendimento.

CONCLUSÃO

Mediante os aspectos abordados nesse trabalho, é possível concluir que o uso do drywall na construção civil representa uma ótima opção quando se trata de obra sustentável, além de propiciar menores custos. Outra característica importante para o meio ambiente é o fato desse tipo de material produzir pouquíssima quantidade de entulho, tornando assim o canteiro de obras mais limpo e livre de resíduos que seriam descartados na natureza. O drywall requer uma estrutura mais leve, consumindo menos aço e concreto, além de oferecer uma melhor produtividade, organização e logística. Porém, como citado anteriormente, ele sozinho não é capaz de promover a sustentabilidade total do empreendimento, deverá vir acompanhado de outros fatores que englobem todos os componentes da obra.

REFERÊNCIAS

BEZERRA, Felipe. Drywall é opção econômica e sustentável. Revista SIM. Disponível em: . Acesso em: 22 de outubro de 2021.

SANTOS, Alex Ferreira dos. A história e origem do drywall: Drywall no mundo e no Brasil. 2018. Disponível em: . Acesso em: 22 de outubro de 2021. 

REDAÇÃO. Drywall é um dos principais aliados da construção sustentável. Diário do Rio Claro, 2021. Disponível em: . Acesso em: 23 de outubro de 2021.

STANT. Construção Sustentável: entenda o conceito e conheça as tendências!. Stant, 2020. Disponível em: . Acesso em: 23 de outubro de 2021.

IBEC. Entenda o conceito de construção sustentável e saiba aplica-lo na sua obras!. IBEC, 2021. Disponível em: . Acesso em: 23 de outubro de 2021.

SK PROJETOS. Construções Sustentáveis, o que são e qual a sua importância. SK projetos, 2018. Disponível em: . Acesso em: 24 de outubro de 2021.

CTE. Os benefícios a longo prazo de uma construção sustentável. Centro de Tecnologia de Edificações, 2019. Disponível em: . Acesso em: 24 de outubro de 2021.

MARINHO, Gabriela de F C; CAVALCANTE, Isadora Tenório. Sistema Construtivo em Drywall: uma alternativa na construção civil. 2017. Engenharia Civil – Centro Universitário CESMAC, Maceió, 2017. Disponível em: . Acesso em: 24 de outubro de 2021.

GYPSUM. Tudo sobre as placas drywall (ou gesso acartonado). 2021. Disponível em: < https://www.gypsum.com.br/pt-br/>. Acesso em: 24 de outubro de 2021.

PEREIRA, Caio. Drywall: O que é, vantagens e desvantagens. Escola Engenharia, 2018. Disponível em: <https://www.escolaengenharia.com.br/drywall/>. Acesso em: 29 de outubro de 2021.

SITES

https://www.sulmodulos.com.br/construcao-sustentavel-com-drywall-saiba-mais-sobre-essa-tendencia/


Publicado por: Camila Oliveira de Sá

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