A importância da reabilitação energética de edifícios para a conservação de energia elétrica
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INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a sustentabilidade ambiental vem sendo um tema recorrente. Desde meados do século XX, quando o tema começa a ter importância em debates nos países desenvolvidos, é crescente a preocupação da população em geral com a eficiência energética. Para reforçar este fenômeno, o aumento significativo na tarifa da energia evidencia a necessidade de medidas energéticas. Em termos de mercado energético da construção civil, o petróleo, a eletricidade e o gás natural são as fontes energéticas mais comumente utilizadas. A emissão de gases poluentes, tais como o monóxido de carbono e o formalaído, podem causar malefícios para a saúde privada e pública, desencadeando ou agravando doenças respiratórias, entre outras. Por ser um setor de transformação, a construção civil está entre os setores que mais consomem recursos naturais, e o grande desafio ainda continua sendo diminuir a utilização de energia e água. Neste contexto, a promoção da eficiência energética nas edificações surge como uma necessidade eminente, tanto no projeto de novas edificações quanto na reabilitação de edifícios antigos.
A energia elétrica é uma energia proveniente de outras fontes primárias de energia. As fontes primárias convencionais são o carvão mineral, o petróleo, a água e o gás natural, ao passo que as fontes alternativas são a energia solar, eólica e geotérmica, a biomassa, entre outras. No Brasil, a fonte primária mais utilizada para a energia elétrica é a hídrica. De acordo com Camargo e Teive (2006), são grandes os desafios para suprir a demanda de energia elétrica no mundo globalizado, especialmente quando considera-se que o atual número de habitantes do planeta. A busca por eficiência energética em todos os processos é relevante, não somente nos momentos de crise energética, como também permanentemente, como forma de se obter conservação de energia, reduzindo a probabilidade de black-outs, déficits ou racionamentos. Dentro deste enfoque, são inseridas as políticas de conservação de energia elétrica, promovendo o desenvolvimento sustentável.
Apesar de o ritmo de construção de novos edifícios ser elevado no Brasil, uma parte significativa do parque edificado é genericamente envelhecido. Com o passar do tempo, desenvolvem-se tecnologicamente os equipamentos utilizados em uma edificação, em prol da eficiência, assim como destacam-se outros conceitos arquitetônicos. Muitas vezes, a edificação não acompanha este desenvolvimento durante a sua vida útil, fazendo com que esta consuma mais energia do que uma edificação recém construída. A vida útil dos edifícios pode ser entendida como o período de tempo durante o qual os elementos constituintes do edifício são capazes de desempenhar as funções para que foram projetadas, respondendo às suas exigências funcionais. A vida útil pode ser analisada em três dimensões: vida útil física (longevidade física da construção), vida útil funcional (adaptação às exigências de utilização) e vida útil econômica (desempenho enquanto fonte de rendimento).
Como um dos princípios da sustentabilidade, a edificação precisa ser eficiente do ponto de vista energético. A eficiência energética pode ser entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 1997)
A REABILITAÇÃO ENERGÉTICA NA EDIFICAÇÃO
A eficiência energética nos edifícios é um fator determinante para a poupança de energia, redução das emissões de carbono e também contenção de custos. Desta forma, torna-se válido discutir o efeito que a reabilitação energética tem sobre uma edificação. A reabilitação é a intervenção que confere ao edifício uma qualidade térmica e energética superior à que possuía aquando da sua construção ou ao estado atual deteriorado ou obsoleto ao longo dos anos. Ela analisa as possibilidades de incluir medidas de eficiência em uma edificação, por meio de intervenções tais como o sombreamento, ventilação e iluminação natural, troca de equipamentos antigos por equipamentos obsoletos e instalação de painéis solares térmicos e fotovoltaicos, com o intuito da conservação de energia. A reabilitação energética é composta pelas seguintes etapas: caracterização da situação atual da edificação, identificação dos possíveis pontos de intervenção e proposta e implementação de medidas que melhoram a eficiência energética nos pontos identificados.
Outro fator que contribui para a necessidade da reabilitação energética é a necessidade que a construção civil tem de se afirmar como um setor passível de mediar os atuais conflitos existentes entre a necessidade de melhor gestão dos recursos energéticos e as necessidades da população como um todo, no que toca as edificações residenciais e de serviço. É possível, assim, conciliar estas realidades, optando pela utilização das principais medidas de eficiência energética no setor doméstico e de serviços, tais como a melhoria do desempenho térmico e a escolha adequada dos equipamentos que compõem as edificações.
A reabilitação energética pode contribuir com a conservação de energia, pois promove a racionalização do consumo de energia elétrica, para combater o desperdício e reduzir os custos. Por sua natureza, a energia elétrica é uma forma de energia que não pode ser armazenada, a não ser em pequenas quantidades, como em pilhas e baterias. Ela precisa ser produzida no momento em que se deseja utilizá-la e, devido a grande utilização na sociedade, o seu fornecimento deve ser contínuo e ininterrupto. Ressalta-se, também, que todas as formas de produção de energia elétrica provocam interferências no meio ambiente, sendo mais ou menos impactantes. Sendo assim, a reabilitação energética atua para a conservação tanto por meio da racionalização do seu uso como também no aumento da eficiência dos equipamentos que nela se inserem, reduzindo os desperdícios, contribuindo para a segurança energética e eficiência econômica.
A reabilitação energética é umas das vertentes que permitem o gerenciamento da conservação da energia por parte da demanda. Isto é, a utilização está sendo controlada pelo usuário. O consumidor pode otimizar, em uma edificação mais antiga, fatores como o condicionamento de ar, a iluminação artificial, e até mesmo a inserção de energias renováveis para geração de energia para o próprio uso. Um outro aliado à redução de consumo é a utilizado do recurso solar passivo na edificação, como com o sombreamento, a iluminação natural e o desempenho térmico de coberturas. Assim, além de possuir uma edificação sustentável do ponto de vista econômico e ecológico, o usuário também é beneficiado pela diminuição da tarifa da energia elétrica.
A quantidade da energia por si só não permite a indicação do desempenho energético. O uso da energia deve relacionar-se aos seguintes fatores gerais: tamanho da edificação, objetivo e forma de ocupação. A gestão do desempenho energético de uma edificação é importante tanto em projeto quanto construção, funcionamento e vida útil. Em um edifício, o consumo de energia elétrica se dá para produzir transporte (elevadores), iluminação, ventilação, aquecimento e resfriamento para os usuários.
Com enfoque na sustentabilidade e na conservação de energia, após 2020 todos os edifícios novos na União Europeia devem ser edifícios de muito baixo consumo energético, significando que eles devem possuir baixas necessidades energéticas devidas à envolvente, equipamentos eficientes e, tanto quanto possível, as necessidades energéticas remanescentes devem ser asseguradas pela utilização de fontes de energia renovável. Em contrapartida, é impossível atingir os objetivos estabelecidos se não se atuar nos edifícios existentes. (ALMEIDA, 2012)
O Brasil é um país em desenvolvimento e, por isso, há a forte tendência de seguir os passos da Europa em alguns anos. Com o parque construtivo envelhecendo, porém possuindo alongada vida útil, e a sustentabilidade sendo cada vez mais procurada, a reabilitação energética surge como a alternativa mais viável no que refere-se à eficiência energética para conservação de energia. A eficiência energética deve, por princípio, garantir o conforto ambiental dos ocupantes, porém o conforto ambiental exige estratégias que podem ir além da eficientização. Muitas vezes, não é possível obter conforto com estratégias passivas, razão pela qual os equipamentos e tecnologias a serem utilizados devem ser o mais eficiente possível, porém como complemento de um projeto arquitetônico ou estratégias arquitetônicas de reabilitação. A demanda deve ser reduzida, fazendo-se o maior uso possível de meios passivos, ao passo que a demanda remanescente deve ser atendida por meios mecânicos/elétricos eficientes e bem controlados, por meio de sistemas e automação.
CONCLUSÃO
Segundo Camargo e Teive (2006), o hábito do desperdício de energia há muito tempo está impregnado na sociedade brasileira, independente de níveis econômicos e culturais, possivelmente porque o Brasil nunca passou por guerras, como foi o caso da Europa, e porque é rico em recursos naturais. O desperdício de energia elétrica que preocupa o governo, os empresários de diversos setores industriais, e de modo particular o setor da energia elétrica. Nota-se, então, um grande incentivo em programas de Pesquisa e Desenvolvimento em busca de soluções para a conservação de energia, envolvendo principalmente o desenvolvimento de gerenciadores de cargas industriais, comerciais e residenciais com tecnologias de controle e comunicação mais avançadas e projetos de equipamentos elétricos energeticamente mais eficientes. Sendo assim, é necessário que exista a conscientização tanto por parte dos profissionais que atuam no ramo da construção civil quanto das pessoas proprietárias das edificações.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. Reabilitação energética de edifícios: Perspectiva da Engenharia Civil. In: JORNADAS DE CLIMATIZAÇÃO, O AVAC NA REABILITAÇÃO NOS SETORES RESIDENCIAL, SERVIÇOS E INDÚSTRIA, 2012, Lisboa. Proceedings... Lisboa: UMinho, 2012. p. 1-26.
CAMARGO, F.; TEIVE, R. C. G. Gerenciamento pelo lado da Demanda. Itajaí: Univali, 2006.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo: PW, 1997. 192 p.
Publicado por: Karol Bot
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