Um pouco sobre a autoestima
Você sabia que uma baixa autoestima pode constituir-se em um estado doentio? Confira mais!O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Suscetível a muitos exageros, já que alguns pais julgam que suas crianças não podem ser minimamente contrariadas em suas vontades soberanas, para não afetar sua autoestima, a autoimagem positiva não tem aí um bom caminho para a correta realização.
Autoimagem é resultante da mútua influência entre pessoa e seu contexto social, ou seja, das relações que desenvolvamos entre os demais e nós mesmos, e dificilmente considerar-se o centro do mundo pode constituir subjetividade saudável; aprender a interpretar o meio ambiente mais favorável ou agressivo, adequar-se às exigências do convívio, tanto do ponto de vista psicológico quanto social, tem muita importância para o desenvolvimento cognitivo.
Embora deva, evidentemente, existir a autoestima, se por um lado ela não pode ser baixa, também não pode ser excessiva, pois implica na interiorização sobre a real possibilidade de desenvolvimento das próprias características e ao mesmo tempo na introjeção da necessidade de relacionamentos interpessoais.
Ter clareza de potencialidades, atitudes corretas, sentimentos que possam vir a ser negativos para nós mesmos ou pessoas de nossa convivência, estar aberto a interinfluências, permite expansão de talentos e criatividade.
Boa autoestima implica em relativa autoconfiança, segurança de nossos atos, estar sempre em busca da felicidade, já que muito desta é decisão pessoal; mas é indispensável reconhecer as próprias qualidades sem considera-se superior ou inferior a outrem, limitações a vaidades sem desmerecimentos aos valores reais.
Uma autoestima saudável é, portanto, oscilante, pois sofre interferência dos acontecimentos sociais, emocionais e até psicossomáticos, com a percepção avaliativa de nossos atos modificando-se constantemente, sendo durante o início de nossas vidas – infância e juventude – extremamente dependente da personalidade de nossos pais, professores, tutores ou toda sorte de cuidadores.
Porém uma baixa autoestima pode constituir-se em um estado doentio, favorecendo o egoísmo e interferindo em todos os relacionamentos, e até mesmo depressão costuma instalar-se pela baixa resistência a frustações que caracterizam este estado.
Por isso, professores e cuidadores – de idosos ou de crianças – necessitam maior atenção neste quesito, já que deles depende muito do bem estar de seus protegidos, principalmente educandos, em plena fase de desenvolvimento. Saber ouvir, motivar, despertar a criatividade, permitir o desabrochar das potencialidades tem muita relação com a própria autoestima do educador, dado a impossibilidade de ser benéfica a atitude de pessoas em estado depressivo ou de desesperança. A auto realização costuma ser fundamental para todo aquele que é formador de opinião, caso de docentes, pois estes, tendo suas turmas de alunos e ampla possibilidade de se fazer ouvir por eles, são de certa forma modelos de comportamentos, opiniões a serem respeitadas.
Principalmente em fim de adolescência ou início da vida adulta, valores e leitura do mundo são influenciados decisivamente pelos professores e, num momento em que notícias de que sequer a metade daqueles que terminam o ensino médio estão se encaminhando para o ensino superior, é essencial que se crie a consciência de que o conhecimento, acima e além de proporcionar melhores oportunidades de vida, liberta. Pessoas esclarecidas e livres nunca serão dominadas por ideologias nefastas a si próprias, por promessas vazias, por “salvadores da pátria” prontos a vendê-la pela melhor oferta.
Os tempos são tensos, as diferenças de opinião se extremam, a tolerância diminui, e é nessa hora que a educação, a cultura, a consciência, são mais necessárias: o dissenso não deve incluir o ataque à autoestima daqueles que não pensam como nós.
Por Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.
Publicado por: Wanda Camargo
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