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PROJETO (RE)EDUCADOR: O ALUNO DOS DIAS DE HOJE, FRENTE ÀS PERSPECTIVAS DE UMA FORMAÇÃO INTEGRAL, MEDIANTE AS NOVAS TECNOLOGIAS

Análise de como o sistema educacional, junto aos profissionais do ensino podem trabalhar a tecnologia, de modo que, a mesma promova conexões aceitáveis, dentro e fora do ambiente escolar.

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RESUMO

O objeto de estudo, pauta-se na proposta de um projeto (re)educador, devido a inversão de que algumas pessoas têm mediante o pensar a “liberdade” existente na sociedade tecnológica, haja vista que, nem sempre colocam em questão que qualquer ação na qual promova a invasão e inversão de valores na vida do outro e o coloque em exposição sem prévia autorização, constitui-se crime, conforme mencionado e expresso no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil de 1988. E, a ausência do conhecimento dos responsáveis por crianças e adolescentes ao não reconhecimento de medidas (regras), estabelecidas em leis, acabam promovendo a inserção de aparelhos, no geral, celulares que chegam no ambiente escolar. E, à resistência ao não uso, levam a promover a violência, na realidade, interfere nas conexões que poderiam ser aproveitadas como recursos para contribuir no processo de ensino-aprendizagem. O objetivo geral busca averiguar como o sistema educacional, junto aos profissionais do ensino podem trabalhar a tecnologia, de modo que, a mesma promova conexões aceitáveis, dentro e fora do ambiente escolar. Justifica-se pela experiência prática em escola pública, onde se torna perceptível que a tecnologia quando não utilizada para conectar o aluno ao universo formador, frente aos meios sociais, produz estigmas; que muitas das vezes, geram conflitos entre os próprios estudantes, logo, a baixa autoestima, pois dependendo dos traumas causados no outro, as rupturas na ação de aprender, minimizam as possibilidades de produção de conteúdos, que os meios digitais oferecem para inovar, elevar e ensinar, dentro dos aspectos saudáveis e aceitáveis exigidos pelo sistema educacional. Os instrumentos metodológicos utilizados, fundamentam-se em uma revisão de literatura, onde alguns dos autores, tais quais: FREIRE (1987); SOUZA e GIGLIO (2015); PAVÃO e ROCHA (2017); CAMPILONGO (2017), dentre outros citados, foram de extrema relevância, para mostrar que a tecnologia tem como uma de suas funções, agregar novos saberes e alicerçar as bases para a formação do ser humano.

Palavras-chave: Sociedade tecnológica. Educação. Processo de ensino-aprendizagem. Formação integral do aluno.

1. Introdução

As Novas Tecnologias da Informação são essenciais ao desenvolvimento do aluno em variados aspectos da vida, mencionando que proporcionam a busca pelo aprofundamento em pesquisas e auxilia o professor em seu planejamento diário e no repasse de conteúdos didático-pedagógicos. Porém, percebe-se a necessidade de reestruturação em forma de (re)educação ao uso da tecnologia nos diferentes segmentos do ensino para conectar o aluno de forma segura, de modo, a favorecer o processo de ensino-aprendizagem e formá-los para os meios sociais.

Ressaltando que, a criação conjunta do Projeto Político Pedagógico (PPP), se constitui numa forma promissora para atender as singularidades e especificidades do aprendiz em acordo com a demanda e dentro de normas da Base Nacional Comum Curricular – BNCC/2019), portanto, as metodologias ativas e o uso correto de recursos que estimulem o ensino, ajuda a formar o aluno para a vida, evitando não somente o uso irregular dos aparelhos tecnológicos, assim como linguagens não aceitáveis e que produzem diferentes tipos de violência.

A violência nos ambientes escolares nas últimas décadas, é um problema que requer diariamente um novo olhar, pois além dos estigmas proporcionados quando os meios tecnológicos são usados de forma agressiva, também minimizam as possibilidades de um aprendizado eficiente e formador, haja vista que, a cada dia, recursos são criados e; os mesmos, em muito favorecem para a ação do aprender.

Por isso, a proposta é a criação de um Projeto (Re)educador com base nas novas tecnologias, o que significa contribuir para o aprendizado, mantendo o aluno conectado e; não simplesmente, impedindo o uso do celular, o mais comum usado pelos alunos em sala de aula.

Também, trabalhar o aluno nos aspectos emocionais, afetivos e interativos (etc.), mostrando os prós e contras das tecnologias, isto é, que se constitui de extrema utilidade quando usada de forma correta e, que pode ser motivo de violência se não estiver dentro das regras sociais.     

Portanto, o tema vem a se justificar, quando demonstra que é preciso haver Projetos Integradores que conecte o alunado à realidade tecnológica dentro dos padrões exigidos pelo sistema educacional e social. No entanto, as informações e práticas educadoras podem acontecer em contraturnos; ou até mesmo, com o uso de recursos digitais – vídeos, Podcasts, etc., na sala de aula, gerando a possibilidade de o aluno debater e mostrar o aprendizado adquirido, assim como, aprender a se utilizar corretamente dos meios digitais.

A problemática volta-se para: como levar o aluno a conhecer e utilizar corretamente os recursos digitais em sala de aula?

Neste pensar, é relevante mencionar que a escola é o lugar onde se deve propagar os novos recursos tecnológicos e não os tornar motivos de impedimento para o aprendizado, pois, é esta, a instituição que tem se abastecido dos conteúdos didático-pedagógicos essenciais ao processo de ensino-aprendizagem e a formação integral do aluno, para os diferentes meios sociais, com base nos sistemas educacionais.

2. Revisão da Literatura

A tecnologia e o descompasso educacional: Projeto (Re)educador.

O presente projeto tem como finalidade apresentar que a Educação como um direito do cidadão vai muito além do ambiente escolar, por isso, a escola como lugar que se ensina e aprende, precisa colocar o alunado dentro das novas demandas exigidas pelos meios sociais e mercado de trabalho, cabendo aos órgãos governamentais com os profissionais educadores se habilitarem para propor condições dignas de acesso ao espaço tão essencial à formação do aluno.

Portanto, as escolas podem contribuir com o alunado por meio da criação conjunta do Projeto Político Pedagógico (PPP - FUNDAÇÃO SANTILLANA, 2016), onde as ações devem estar, principalmente, direcionadas a ensinar o estudante a conectar-se com o universo virtual, indo além do que as mídias digitais propõem, que muitas vezes, não contribui para a formação do ser humano e gera a violência emocional, física e verbal, dentre outras.

É indispensável, favorecer as pesquisas, para com isso, ensinar o aluno a discernir acerca de como se apropriar dos recursos digitais em favor da formação e obter um saber de que a tecnologia é amplamente necessária e tem de estar presente no ambiente escolar, porém, cabe ao aluno, aprender a utilizar de forma correta dentro desse espaço e a comunicar-se fora dos muros da escola (SOUZA e GIGLIO, 2015).

Mencionando que, se não ocorrer uma organização direcionada a resgatar o aprendizado do aluno dentro das novas perspectivas tecnológicas que é realidade  de todos os seres humanos e continuará a ser, o impedimento poderá levar o aluno a uma formação fora do contexto social o que refletirá na exclusão, dentro e fora do espaço escolar, pois, independente de classe social a maioria das famílias de crianças e adolescentes, em especial, da escola pública e vulneráveis, tem um membro familiar com pelo menos um aparelho celular, logo, desconectar o aluno é causar-lhe o afastamento dos recursos de aprendizagem na sala de aula e o despreparo para a convivência nos meios em que participa (SOUZA e GIGLIO, 2015).

Destacando que, a exclusão social sempre irá caminhar contra as propostas da cidadania, isto é, igualdade, qualidade na educação, equidade, saúde e bem-estar-social, implicando em índices significativos de exclusão/evasão do ensino na trajetória educacional, o que se tornará um desafio ainda maior para propor educação de base e melhorar as condições de muitas crianças e adolescentes que já são marginalizados pela classe social, etnia, religião, gênero, dentre outros.

Freire (1987, p.6) em a Pedagogia do Oprimido evidencia que,

“[...] uma cultura tecida com a trama da dominação, por mais generosos que sejam os propósitos de seus educadores, é barreira cerrada às possibilidades educacionais dos que se situam nas subculturas dos proletários e marginais. Ao contrário, uma nova pedagogia enraizada na vida dessas subculturas, a partir delas e com elas, será um contínuo retomar reflexivo de seus próprios caminhos de liberação; não será simples reflexo, senão reflexiva criação e recriação, um ir adiante nesses caminhos: “método”, “prática de liberdade”, que, por ser tal, está intrinsecamente incapacitado para o exercício da dominação. A pedagogia do oprimido é, pois, liberadora de ambos, do oprimido e do opressor. Hegelianamente, diríamos: a verdade do opressor reside na consciência do oprimido [...]”.

Freire (1987) em seus escritos, evidencia a necessidade de ensinar àqueles que fazem parte de uma ideologia de impossibilidades a ter acesso à novos saberes, sendo que somente se tornará possível a partir do momento em que houver práticas pedagógicas libertadoras e não opressoras, Por isso, a criança e o adolescente - aluno, inserido num ambiente escolar, não pode deixar de ter acesso aos recursos tecnológicos, mas sim, ser ensinado a utilizar-se dele para agregar novos saberes e poder ser incluído nos meios sociais como capaz e; não reconhecido como o fulano da classe vulnerável de uma escola pública, que por motivos ainda não muito investigados, encontra-se proibido de usar o celular em sala de aula, logo, distante de conhecer os benefícios e malefícios da sociedade digital.

Em meio a este pensar, surge nova problemática: o professor que não permite por questões já determinadas, o uso do celular em sala de aula como fonte agregadora de saber, também não está sendo excluído do aprendizado com as novas tecnologias?

Ainda, essa problemática em junção com a acima mencionada: como levar os alunos a conhecerem e utilizar corretamente os recursos digitais em sala de aula?, deixa claro a necessidade de um projeto Re(educador), haja vista que, servirá tanto para a consolidação de novas práticas pedagógicas, tanto quanto, inserir o aluno nas conectividades essenciais ao aprendizado nos dias de hoje, cada vez mais tecnológico.

Portanto, é relevante pensar as questões nas quais envolvem a conexão do aluno com o universo virtual, cabendo aos profissionais educadores, apresentarem que o recurso em muito contribui para o ato de aprender, mas precisa ser usado de forma correta, o que deixa claro que, a escola é o lugar que tem a capacidade de expandir os conhecimentos dos alunos acerca do digital.

Vale destacar que, a defasagem na aprendizagem em termos cognitivos, tais quais, problemas emocionais e psicossociais (etc.), são visíveis em sala de aula, requerendo métodos associados as novas tecnologias para inserir os alunos na Era Digital, pois, por mais que os problemas associados a Pandemia – Covid-19 estejam minimizados e a aula presencial para a escolarização básica é uma realidade, o alunado tem de ter construído a autoestima perdida entre os anos de 2020/2021 e (re)aprender a (re)integrar-se nos meios sociais, em termos de respeito, afetos  (dentre outros), tanto quanto, no processo de ensino-aprendizagem com os conteúdos didáticos-pedagógicos ministrados em salas de aula.

Neste sentido, a proposta se reafirma como fundamental, por meio da criação de um Projeto - (Re)Educador, o que significa uma retroação do aprendizado, com propostas educativas que trabalhem o aluno nos aspectos emocionais, afetivos, interativos, logo, minimizem as agressões dentro e fora do espaço escolar e; que a instituição busque a colocar em prática a equidade e qualidade do ensino, assim como, ter estratégia associadas aos novos recursos digitais, que são apresentados cotidianamente, para servir de apoio aos educadores e aproximar o aluno da sociedade digital, de forma que o leve a separar, o que agrega no aprendizado em relação ao que gera a violência de todos os tipos (MOROZO e FELIX, 2022).

Tem-se como ponto de agregação ao Projeto Re(educador), Projetos Integradores, tanto para os professores (através de cursos gratuitos dentro da realidade atual, porém, com facilidade de acesso nos contraturnos/presencial e o EAD, do mesmo modo, o apoio financeiro para os cursos presenciais para quem optar). E, quanto aos alunos, aulas normais com acesso aos recursos disponíveis na escola (sala de aula, laboratório, sala de recursos, etc.) e do professor. Já nos contraturnos, para àqueles que tem menores índices de aprendizagem, o que representa a defasagem que pode levar ao fracasso ou evasão.

A proposta de um Projeto (Re)Educador, é citada como forma de despertar atenção, também para  a formação continuada docente, assim como, dos demais profissionais educadores para atender com qualidade o processo de ensino-aprendizagem dos alunos dos dias de hoje, que apresentam a necessidade de aprender acerca das novas tecnologias e utilizá-la em favor próprio e do outro, isto é, daquele que também se conecta e espera que os recursos ofertados pelas diferentes mídias sociais sejam para a formação e não a agressão que se dá de todos os tipos e, promove a violência, que muitas das vezes, afeta o emocional de tal forma, desconstruindo a importância do digital como meio de comunicação, aprendizado, inovação e elevação dos saberes.

Sem deixar de citar que, desde as últimas duas décadas, o país vem passando por uma mudança em termos tecnológicos (inovação), confrontando-se diretamente com os aspectos econômicos e sociais, principalmente, ao se tratar das escolas públicas, pois a maioria não tem disponibilizado laboratórios de informática para o atendimento dos docentes e muito menos, para propor o ensino por meio das tecnologias ativas aos alunos, comprometendo os acessos dos estudantes aos saberes que exigem recursos tecnológicos para aprender, seja na vida pessoal, escolar ou social, o que promove a ausência do alcance das perspectivas de atendimento aos sujeitos em construção, com o uso das novas tecnologias (PAVÃO e ROCHA, 2017).

Mencionando que, todos os setores sociais e a Educação, em especial, precisa estar acompanhando essas transformações para preparar o alunado, pois as novas tecnologias e métodos, tem como proposta adequar o sujeito à realidade em que perpassa a sua vida. Destacando, também que, os ensinos remotos e híbridos precisam estar na atenção dos educadores de forma geral, isso porque as instabilidades sociais mostram a cada dia que essas estratégias têm suportes favoráveis que podem ser associadas ao aprendizado em sala de aula ou fora dele, para contribuir na satisfação ao ato de aprender e minimizar os estigmas causados pelo afastamento da instituição escolar nos períodos de Pandemia Covid-19 (PAVÃO e ROCHA, 2017).

Neste prisma, a (Re)educação social com fins a levar o alunado a ter mais acesso as novas tecnologias e manter-se conectado de forma a aprender e ter lazer em acordo com as regras sociais (sem violência), se constitui em uma estratégia eficiente para melhorar o processo de ensino-aprendizagem, que pode ser dado conforme mencionado anteriormente nos contraturnos, com os alunos e os docentes por meio de cursos. 

Ressaltando, a utilização de métodos inclusivos dentro de sala de aula com o recurso que o aluno dispõe, no geral o celular. O que se precisa é criar alternativas que possam ser dadas com práticas pedagógicas apoiadas em metodologias ativas, de maneira a ensinar o aluno a utilizar o digital corretamente e manter-se conectado para atender as próprias exigências (facilidades cotidianas) e a ação social, isto é, estar dentro das conectividades essenciais na sociedade digital.

3. Justificativa

Justifica-se pela experiência prática em escola pública, onde se torna perceptível que a tecnologia quando não utilizada para conectar o aprendiz ao universo formador, frente aos meios sociais, produz estigmas; que muitas das vezes, geram conflitos entre os próprios estudantes e levam uma parcela significativa a baixa autoestima, pois dependendo dos traumas causados no outro, as rupturas na ação de aprender, minimizam as possibilidades de produção de conteúdos que os meios digitais oferecem para inovar, elevar e ensinar dentro dos aspectos saudáveis e aceitáveis exigidos pelo sistema educacional.

A tecnologia, é um recurso indispensável nos dias de hoje para ensinar e propagar novos saberes, porém, torna-se de suma relevância que haja diálogos sobre a permissão do uso durante as aulas que requerem o aparelho celular, notebooks, etc., pois, este é indispensável, mesmo diante da lei criada para proibir o uso na sala de aula. É relevante deixar claro que, os recursos serão cada vez mais utilizados por todos os seres humanos, independente de idade, raça, religião, classe social etc.,

Também, é válido mostrar que, não haverá uma forma de inibir a presença de recursos tecnológicos no ambiente escolar, mas, sim, controlar quando as aulas exigirem pesquisas, portanto, uma ação promovida pelo diálogo com estudantes de diferentes idades/séries, pode trazer muitos benefícios nas conexões feitas por eles e apresentar que apesar de estar proibido o uso, a tecnologia é um benefício e quando usada de forma saudável, pode em muito melhorar o processo de aprendizagem e a formação do aprendiz para lidar em diversos campos sociais.

4. Objetivo(s)

4.1. Objetivo Geral: averiguar como o sistema educacional, junto aos profissionais do ensino podem trabalhar a tecnologia, de modo que, a mesma promova conexões aceitáveis, dentro e fora do ambiente escolar.

4.2. Objetivos Específicos:

  1. Averiguar as situações, nas quais contribuem para que os alunos do Ensino Fundamental, algumas vezes, recusem o aprendizado, preferindo brincadeiras e estar fora da sala de aula ou do ambiente escolar;
  2. Mostrar que, ocorre frequentemente, em sala de aula, o desapego pelos conteúdos didático-pedagógicos obrigatórios, quando não há o acesso às tecnologias digitais;
  3. Relatar que a maioria dos alunos apresentam ansiedade no ambiente escolar, em especial, quando existe o chamado para desconectar-se dos recursos digitais e atentar aos conteúdos impressos;
  4.  Analisar como as políticas públicas podem junto à escola, produzir mecanismos para que os alunos percebam a instituição escolar como fundamental ao aprendizado formador, em especial, para adentrar-se nas novas tecnologias e atender as demandas sociais.

5. Metodologia

A metodologia aplicada para a elaboração desse Projeto Re(educador) é uma revisão em diferentes literaturas que retratam a Educação como caminho para melhorias das condições sociais, acesso as novas tecnologias e menor índice de defasagem escolar. A abordagem é qualitativa e os métodos descritivos, tendo como base para a Fundamentação Teórica, apoiada em alguns dos autores que descrevem os direitos à cidadania, Educação e o acesso aos meios digitais, que podem ocorrer por meio da (Re)educação dos acessos aos recursos e; também, como forma de minimizar a violência e exclusão educacional e social.

Em citação a alguns autores selecionados, tem-se:

Freire (1987), no qual destaca que para minimizar os desgastes dos alunos em relação ao ambiente escolar e tê-lo como um lugar de importância para vida é necessário que “a prática da liberdade, a sua dialogicidade comece, não quando o educador-educando se encontra com os educandos-educadores em uma situação pedagógica, mas antes, quando aquele se pergunta em torno do que vai dialogar com estes. Esta inquietação em torno do conteúdo do diálogo é a mesma em relação do conteúdo programático da educação (p.58)”.

Esping-Andersen (1990), onde relata em suas pesquisas que Welfare-State propõe duas vertentes, sendo a primeira na qualidade de vida e bem-estar social aos indivíduos, tendo como norte a cidadania, através da igualdade de direitos e a segunda o capitalismo, no qual a busca é incansável pela competição, reduzindo a probabilidade de alcance das pessoas mais vulneráveis, em especial, as que dependem dos benefícios governamentais para a sobrevivência à uma Educação de qualidade.

Souza e Giglio (2015), explanam que, “[...] o Laboratório de Mídia e Conhecimento (LabMídiaCampus Araranguá/UFSC) vem realizando várias atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação voltadas principalmente para o desenvolvimento de tecnologias midiáticas com foco na sustentabilidade, inclusão social e cultural. A linha orientadora destas ações vincula necessariamente o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como elementos de criação e inclusão para a produção artística e cultural, permitindo um maior protagonismo dos agentes envolvidos, conforme as transformações em andamento [...] (p.50)”.

O que significa que o aluno precisa estar conectado para se tornar capaz de produzir, ter eficiência nos estudos e alcançar os objetivos, não somente institucionais, mas, formador e; adentrar-se nas possibilidades, nas quais são ofertadas cotidianamente pelas tecnologias digitais, portanto, a proibição não é melhor caminho, mas, o diálogo e a criação de estratégias que estimulem o alunado tanto para os conteúdos digitais, quanto impressos.

Os autores Campilongo; Gonzaga e Freire, com a Teoria Geral e Filosofia do Direito (2017), nos quais demonstram que “apesar do espírito positivista do século XIX” ter transformado as questões que permeiam as diferenças de raças-etnias entre os seres humanos, não se pode “ignorar” as diversidades, pois a biologia apresenta estudos científicos, nos quais esclarecem as dúvidas permeadas entre os indivíduos. Por isso, a conectividade de forma segura, é uma forma de evitar os variados tipos de violência.

Viana e Mendonça (2021), onde apontam: O problema das Fake News e a crise da democracia liberal na era da pós-verdade”, retratando as distorções causadas por informações que “provocam ideologias” conturbadas, desmitificando as verdades acerca de variados assuntos, sendo os econômicos, políticos e sociais os que são constantemente afetados e na maioria das vezes, contribui para a retenção da expressão daqueles que pesquisam sobre temas do momento e aguçam a violência entre os vulneráveis, que por conservadorismo de alguns e “detentores abusivos dos direitos”, fazem com que a cidadania, o bem-estar-social frente à igualdade se distancie da Educação como direito de todos.

Em contribuição, tem-se Pavão e Rocha (2017), no qual evidenciam que a escola pública somente apresentará resultados significativos quando houver o acesso as novas tecnologias e metodologias ativas para auxiliar o aluno nesse novo cenário altamente digital, que não deixa de ser um ponto para excluir àqueles que não tem em seus lares (famílias vulneráveis, em situação de extrema pobreza – no qual os filhos são inseridos nas escolas apenas com o objetivo da alimentação, etc.), recursos digitais.

Mencionando que, as novas tecnologias e metodologias que vem sendo aplicadas, serão eternamente o “norte” para diferentes setores da economia, em especial a escola, que se constitui no lugar onde se ensina e forma o alunado para as exigências sociais. Isto é, nos dias de hoje, os recursos digitais estão inseridos na vida de todos os seres humanos e mesmo àqueles que não tem as condições necessárias para a obtenção de meios que os ensine a lidar com essa realidade, por isso, a escola tem a obrigação, junto às políticas públicas (órgãos municipais, estaduais e federais) de procurar construir laboratórios para propor acesso sem qualquer tipo de exclusão/discriminação (PAVÃO e ROCHA, 2017).

Quanto a proposta de delineamento metodológico é futuramente realizar um estudo de campo através do google.forms, junto aos professores da rede pública de ensino para investigar as dificuldades encontradas neste novo contexto, onde o uso do celular em sala de aula se torna proibido, mas, que por outro lado é necessário em momentos educadores de pesquisas. E, que existe a necessidade de reeducar os estudantes para esse novo cenário, de forma que não percam a oportunidade de estarem conectados à aquisição de novos saberes e a inserção nos diferentes meios educacionais e sociais.

Referências

ESPING-ANDERSEN, Gosta (1990). The Three Political Economies of the Welfare State. Vol. 20, No. 3, Fall, 1990, The Study of Welfare State Regimes. International Journal of Sociology. Published by: Taylor & Francis, Ltd. https://www.jstor.org/stable/i20630036. Disponível em: . Acesso em 27 de ago. 2023.

ESPING-ANDERSEN, Gosta. As Três Economias Políticas do Welfere-State. Lua Nova. Setembro 24, 1991 – Tradução 1999.

ESCOLA SESI. Projeto Político Pedagógico - PPP. Salvador, 2015. Disponível em:. Acesso em 17 de ago. 2023.

BRASIL. Constituição Federal de 1988 – Artigo 5º. Disponível em: . Acesso em 19 de ago. 2023.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – BNCC-2019. Disponível em: . Acesso em 17 de ago. 2023.

CAMPILONGO, Celso Fernandes; GONZAGA, Alvaro, e FREIRE, André Luiz. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, tomo I (recurso eletrônico): Teoria Geral e Filosofia do Direito. Coords. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro Gonzaga, André Luiz Freire- São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Recurso eletrônico World Wide Web.

FREIRE,  Paulo. Pedagogia do Oprimido.  17ª ed.  Paz e Terra, 1987.

FUNDAÇÃO SANTILLANA. Projeto Político-pedagógico - PPP: orientações para o gestor escolar / textos Comunidade Educativa CEDAC. – São Paulo: Fundação Santillana, 2016.

MORAN, J.M. A Educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 5ª ed. Campinas: Papirus,2014.

MOROZO; Luís Fernando; FELIX, Sylvia (Orgs.). A tecnologia na educação em tempos de pandemia: propostas e vivências [Recurso Eletrônico]/Organizadores Luís Fernando Marozo, Sylvia Felix. – Rio Grande, RS: Ed. da FURG, 2022.

PAVÃO, Ana Cláudia Oliveira; ROCHA, Karla Marques. Tecnologias Educacionais em Rede: Produtos e práticas inovadoras. Santa Maria Editora Experimental pE.com UFSM 2017.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil (1930/1973). Da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. 8ª edição. Petrópolis, 1986.

SOUZA, Márcio Vieira de; GIGLIO, Kamil (Org.). Mídias digitais, redes sociais e educação em rede: experiências na pesquisa e extensão universitária. [Livro eletrônico] / organizado por Márcio Vieira de Souza e Kamil Giglio. - São Paulo: Blucher, 2015.

PAVÃO, Ana Cláudia Oliveira; ROCHA, Karla Marques. Tecnologias Educacionais em Rede: Produtos e práticas inovadoras. Santa Maria Editora Experimental pE.com UFSM, 2017.

VIANNA, Lucas Oliveira; MENDONÇA, Matheus Thiago Carvalho. Políticas Educativas y restauraciones conservadoras: reconfiguración del derecho a educación. Vol 7, No 2 (2022). Disponível em:. Acesso em: 20 de ago. 2023.

Giselle Alves da Conceição[1]

CNpq[2]


[1] CONCEIÇÃO, Giselle Alves. Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro – UENF, 2021. Aluna Especial de Mestrado no Curso de Cognição e Linguagem 2023.1/2) nas Disciplinas: Sociolinguística - Tópicos Especiais em Políticas Sociais - Educação e Ação Afirmativa, Estudos da Subjetividade, Cognição e Contemporaneidade – Filosofia da Ciência - Finalizadas. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Candido Mendes – 2000. Pós-graduada em Docência da Educação Infantil e dos Anos Inicias; Orientação Escolar e Supervisão Escolar, Neuropsicologia, Psicologia Comportamental e Cognitiva (em andamento), Administração e Marketing.

[2] Currículo Lattes.

Linha de Pesquisa: “Sociedade Tecnológica: Conexões para além da Conectividade”


Publicado por: Giselle Alves da Conceição

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