PRÁTICAS DO DESIGN INSTRUCIONAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO: VANTAGES E DESVANTAGENS
Breve apresentação sobre os desafios e a importância das práticas do design instrucional no contexto da educação, pontuando suas vantagens e desvantagens.
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
RESUMO
O presente artigo tem por finalidade compreender os desafios e a importância das práticas do design instrucional no contexto da educação, pontuando suas vantagens e desvantagens. Foi abordado o modelo de aplicação do designer instrucional mais difundido atualmente. Evidenciou-se que o processo educacional pode ser enriquecido com a elaboração de cursos, simulação de situações didáticas e objetivos de aprendizagem trazidos pelo design instrucional. Efetivamente comprovou-se através da pesquisa bibliográfica baseada na revisão da literatura existente que os desafios do design instrucional residem na vantagem de ser possível personalizar a aprendizagem de acordo com o perfil de cada aluno, mas também encontra desvantagens na padronização do ensino e na perda da diversidade dos educandos que possuem maneiras distintas de aprender. Há que se abordar que a atuação do designer instrucional vai além do campo educacional, perpassando também pela especialidade laboral na preparação para o mercado de trabalho. Observou-se também que o profissional de designer instrucional com os professores conteudistas, de acordo com a didática proposta, na busca por soluções dos problemas apresentados, conforme o mapeamento da análise contextual.
Palavras-chave: Designer Instrucional. Contexto. Vantagens. Desvantagens. Personalização.
ABSTRACT
The purpose of this article is to understand the challenges and importance of instructional design practices in the context of education, highlighting its advantages and disadvantages. The most widespread model of application of the instructional designer was discussed. It was shown that the educational process can be enriched through the development of courses, simulation of didactic situations and learning objectives brought about by instructional design. The bibliographical research based on a review of the existing literature showed that the challenges of instructional design lie in the advantage of being able to personalize learning according to the profile of each student, but that it also has disadvantages in the standardization of teaching and the loss of the diversity of students who have different ways of learning. It should be noted that the work of the instructional designer goes beyond the educational field, and also includes work specializing in preparing for the job market. It was also observed that the professional instructional designer works with the content teachers, in accordance with the proposed didactics, in the search for solutions to the problems presented, according to the mapping of the contextual analysis.
Keywords: Instructional Designer. Context. Advantages. Disadvantages. Personalization.
Introdução
Incialmente far-se-á uma pesquisa sobre a importância das práticas do designer instrucional no contexto da educação, pontuando suas vantagens e desvantagens. Sem esquecer os objetivos que foram definidos pelo designer instrucional nos objetivos do curso de acordo com seu público-alvo. Na sequência serão abordados como o designer instrucional juntamente com os demais profissionais, em especial os professores, estabelecerão a metodologia a ser adotada para facilitar o processo de aprendizagem como recursos, meios e materiais que serão utilizados ao longo da disciplina.
No tocante aos objetivos do presente estudo, buscou-se demonstrar que o designer instrucional tem como ferramenta essencial a comunicação entre os demais membros da equipe que constitui um dos fatores mais importantes para a qualidade e o alcance dos objetivos previstos na solução dos problemas. Segundo dispõe Freire (2024) a principal responsabilidade do designer instrucional é projetar e desenvolver estratégias instrucionais eficazes que promovam a aprendizagem dos alunos, além colaborar com professores, especialistas em conteúdo e tecnologia para criar materiais educacionais inovadores e engajadores. Efetivamente comprovou-se através da pesquisa bibliográfica baseada na revisão da literatura existente, seja em artigos, livros e materiais disponibilizados durante as aulas que o designer instrucional tem como função precípua analisar as necessidades de aprendizagem dos educandos, desenvolvendo os objetivos educacionais claros e mensuráveis. Observando a identificação das metas de aprendizagem específicas e a criação de atividades que ajudem os alunos a alcança-las.
Práticas do Design Instrucional no Contexto da Educação: Vantagens e Desvantagens
As práticas do design instrucional no contexto da educação podem ser observadas na elaboração de cursos, situações didáticas experienciadas no ambiente escolar através dos objetos de aprendizagem que podem tomar como orientação os métodos propostos por diferentes modelos de design instrucional, uma vez que a teoria do design instrucional e o material produzido por ele são essenciais para a produção de ferramentas a serem utilizados.
Para Kimieck (2023) o designer instrucional integra vários campos do conhecimento e considera a prática educacional para combinar, processar e apresentar a informação de forma contextualizada, na busca por soluções de aprendizagem mediadas pelos recursos tecnológicos.
Existem inúmeros modelos de design instrucional, mas o modelo de aplicação do design instrucional mais difundido e utilizado atualmente é conhecido como ADDIE, que significa Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação. São fases sequenciais sendo possível gerenciá-las com maior efetividade.
Entretanto, durante a análise desse modelo é necessário se perguntar quem é o público-alvo a ser atingido, quais são os seus objetivos, de onde partem, qual o contexto, quais as limitações e possibilidades. Trata-se de uma análise ampla, na qual existe um contexto maior que será transformado em um contexto menor diante do resultado que se pretende alcançar.
Durante a etapa do projeto, que possui etapas diferentes, articuladas e interdependentes, e mesmo depois de iniciada uma etapa é possível retornar à etapa anterior. Na etapa do projeto identifica-se a melhor forma de apresentar os conteúdos e as atividades para o público-alvo, quais ações podem ser pensadas para que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados.
É preciso conhecer bem esse público-alvo, saber como serão os materiais utilizados no processo de aprendizagem para que ele esteja contextualizado de acordo com a realidade na qual será aplicada.
A atuação do design instrucional pode se dar em cursos presenciais, on-line, híbridos, para o mercado de trabalho. O desafio se verifica na forma como ele será organizado, produzido e metodologicamente pensado durante todo o processo do curso. É preciso estruturar todas as etapas para que o objetivo final seja alcançado.
O ponto de partida do design instrucional não pode ser apenas trabalhar o tema do curso em questão. Há que se observar se esse tema soluciona algum problema, se existe alguma situação que deva ser resolvida a partir do curso proposto.
Todo curso que tem por objetivo a aprendizagem, precisa partir do pressuposto se essa aprendizagem é de fato significativa, se ela soluciona alguma situação concreta, mas para criar essa solução é preciso conhecer o contexto, fazer um levantamento e mapeamento dessa análise contextual.
Estudar o perfil do público pode evidenciar as vantagens e desvantagens encontradas pelo design instrucional, pois é importante levar em conta se o estudante possui ou não acesso à internet, se esse acesso atende à aprendizagem efetiva, como por exemplo um curso baseado em vídeos que podem ser prejudicados pelo não carregamento das imagens. Há que se ponderar também, a disponibilidade do educando para assistir às aulas e a sua motivação para acompanhar o curso proposto.
Segundo Freire (2024) uma das vantagens práticas do designer instrucional na educação é a personalização do ensino, pois ele tem a capacidade de adaptar o conteúdo e as atividades de acordo com as necessidades individuais dos alunos. Resultando em uma experiência de aprendizagem mais eficaz e engajadora, levando a melhores resultados acadêmicos.
O papel do design instrucional é trabalhar o conteúdo e fazer com que o ele seja uma experiência de aprendizagem com aquele indivíduo que terá contato direto com o material apresentado em cada módulo a ser estudado pelo educando.
Os materiais podem ser disponibilizados em áudio, vídeo e texto, desde que ele se adeque à necessidade de cada indivíduo, tendo o formato variado de acordo com o público a ser ofertado. O design instrucional não precisa ser um artista, mas precisa trazer clareza ao conteúdo.
Ainda na visão de Freire (2024) uma das desvantagens práticas de designer instrucional é a possibilidade de padronização excessiva do ensino, perdendo a diversidade e a individualidade no processo de aprendizagem. Outra desvantagem seria a dependência excessiva da tecnologia.
Diante desse processo educativo, durante o processo de construção da aprendizagem é preciso apresentar linearidade, ou seja, começo, meio e fim, já que isso fará toda diferença para o aluno durante a trajetória escolar.
O design instrucional enquanto conceito traz uma metodologização de coisas que já eram feitas anteriormente, que era desenhar instruções, desenhar um método de ensino e aprendizagem. Ele precisa saber sobre as teorias de aprendizagem que variam de acordo com cada público a ser atingido.
Conforme assinala Stanislas Dehaene (2020) existem quatro bases para a aprendizagem e essas bases são corroboradas pela neurociência que seriam a atenção, a consolidação, o engajamento, o erro e o feedback.
A atenção seria a capacidade de envolver o indivíduo que está aprendendo determinado tema ou atividade, uma vez que a atenção dividida não é eficaz, mas sim a atenção direcionada que proporciona ao educando maior capacidade de aprendizagem.
Já no engajamento o participante precisa estar comprometido com aquela aprendizagem, precisa querer se colocar em atividade para aquela aprendizagem, isso é importante no tocante à diferença de faixa etária. Para uma criança entender por que ela precisa aprender algo é muito mais sensível, já que ela não tem a função executiva de planejamento a longo prazo.
A criança tem a capacidade de entender o que está acontecendo agora e ela se engajará na atividade se aquilo for útil para ela naquele momento. Entender isso é fundamental para que o designer instrucional desenhe uma bua experiência de aprendizagem.
O erro e o feedback são os momentos nos quais o designer instrucional terá a oportunidade de testar que se houve o erro é preciso corrigi-lo para que a aprendizagem seja de fato consolidada pelo aluno de maneira correta.
A consolidação, inclusive, é um pilar da base da aprendizagem, consolidar significa saber sistematizar aquela aprendizagem e entender sua aplicação prática. Ela também tem um teor fisiológico, por exemplo, quando o aluno aprende algo ao longo do dia, ao dormir, ele consolida memórias e isso faz parte da neurociência. No dia seguinte haverá uma aprendizagem consolidada.
O papel do designer instrucional nada mais é do que um engenheiro da aprendizagem, analisando, implementando, avaliando, refazendo, arquitetando a experiência de aprendizagem. É um profissional que vai trabalhar com conteudistas, costurando a atuação de várias pessoas nesse processo da construção do que será ensinado ao público-alvo.
Ele atuará com o conteudista na criação do conteúdo atrelando esse conteúdo a uma plataforma de divulgação do curso, articulando o processo de construção com o gerente do projeto e com o designer gráfico. Ao designer instrucional não compete o papel de designer gráfico, de programador, de gerente de projetos.
Há que se evidenciar dois cuidados a serem observados pelo designer instrucional que são a intencionalidade pedagógica, que primeiro é fazer algo para alguma aprendizagem olhando aquilo que é o objetivo para o desenvolvimento do estudante, pois é preciso haja eficácia no que é desenvolvido.
Já a segunda tríade mais importante para o designer instrucional é o objetivo de aprendizagem que inclui a metodologia, a avaliação para que se constate o que, efetivamente, gero a aprendizagem no público-alvo.
Conforme assinala Kimieck (2023) na instrução personalizada é importante ressaltar que ela deve ser baseada no nível de competência dos alunos, nos objetivos de aprendizagem no desenvolvimento da carreira, nos interesses pessoais, entre outras características.
Na rotina do designer instrucional a flexibilidade é necessária porque os alunos possuem ritmos de aprendizado diferenciados, é preciso oferecer opções de estudos flexíveis, permitindo que eles avancem no próprio ritmo e acessem o conteúdo proposto em diferentes dispositivos eletrônicos.
Sendo assim, o designer instrucional tem a habilidade, a competência de se utilizar de abordagens pedagógicas, abordagens educacionais de aprendizagem para criação de cursos, trilhas formativas, protótipos e treinamentos de diversos formatos para a transmissão dessa aprendizagem.
O designer instrucional faz a gestão, planejamento, prototipação, análise contextual, é ele quem cria os objetos de aprendizagem, o e-book, o vídeo, o podcast, os diversos objetos educacionais existentes. Ele administra os ambientes virtuais, captando materiais dos profissionais conteudistas.
Trata-se de uma área de atuação em expansão, pois não atua somente no campo virtual, mas, principalmente, nele, e diante do cenário educacional que vivenciamos, em como as novas dinâmicas profissionais, o designer instrucional é uma carreira extremamente importante para a formação de novos estudantes e profissionais.
Sendo assim, Filatro (2023) evidencia que entender o designer instrucional está muito relacionado a compreender o processo de ensino-aprendizagem. E, principalmente, tem a ver com identificar os fatores-chave que podem promover o êxito da experiência de aprendizagem.
Considerações Finais
Diante dos argumentos apresentados, verifica-se que a atuação do designer instrucional é abrangente e contribui sobremaneira no processo de ensino-aprendizagem, pois o profissional é capaz de adequar o conteúdo proposto às características individuais de cada educando.
Conclui-se que nos ambientes educacionais presenciais ou virtuais o design instrucional nada mais é do que o processo que visa identificar um problema de aprendizagem e a partir deste ponto atua desenhando, desenvolvendo, implementando e avaliando uma solução para o problema que foi identificado.
Referências Bibliográficas
Dehaene, Stanislas. (2020). How We Learn: Why Brains Learn Better Than Any Machine... for Now (English Edition) [livro eletrônico]. Disponível em https://www.amazon.com.br Acessado em 11 de fevereiro de 2025.
Filatro, Andrea. (2023). Design instrucional para professores [livro eletrônico]. São Paulo, SP. Editora Senac. Disponível em https://www.amazon.com.br Acessado em 11 de fevereiro de 2025.
Freire, Shirleidy. (2024). Práticas de Designer Instrucional na Educação: Vantagens, Desvantagens e o Papel do Designer Instrucional [livro eletrônico]. Disponível em https://www.amazon.com.br Acessado em 11 de fevereiro de 2025.
Kimieck, Jorge Luiz. (2023). Design instrucional aplicado à educação [livro eletrônico]. Editora InterSaberes. Disponível em https://www.amazon.com.br Acessado em 11 de fevereiro de 2025.
Publicado por: Luciana Coutinho Barros da Silva

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.