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O currículo da educação superior e a sexualidade humana: algumas interlocuções possíveis

A Educação e a Sexualidade Humana.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A flexibilização, entendida como possibilidade de transcender os limites de um currículo fechado construído a partir de disciplinas rígidas, advinda de um contexto de reestruturações da dinâmica curricular brasileira, traz a possibilidade de maior autonomia didática, administrativa, financeira e política, o que viabiliza a efetivação da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão na educação superior.

Neste contexto, faz-se possível a problematização das potencialidades reflexivas da Sexualidade Humana. Deste modo, múltiplas atividades poderão ser desenvolvidas no intuito de ampliação do conhecimento, se a vez permitida a interlocução dos saberes, fundamentada em práticas educativas mais significativas que abordem a complexidade contemporânea, considerando a concepção de currículo no interior dos referenciais pós-estruturalistas (SILVA,1999¹; COSTA, 1994²; COSTA & LOPES, 2002³).

Incluir a temática da Sexualidade ao currículo da Educação Superior tem sido um exercício de pensar gêneros, sexualidades e políticas de identidades na tentativa de integrar, no ementário das disciplinas e na problematização de textos, discussões que em primeira instância não são obrigatórias segundo o plano nacional de educação, mas que, intencional e sistematicamente possibilita-se abordar a temática, transversalizando-a e flexibilizando currículos.

Destaca-se, portanto, a importância do entendimento do currículo sob uma perspectiva não normativa e dicotomizada das realidades individuais e coletivas, mas sob a égide do entendimento do valor da linguagem e do discurso permeando as práticas educativas ora normativas ora integralizadas, possibilitando a flexibilização de diversas temáticas.

Na maioria das vezes, há uma apatia generalizada e generalizante proveniente da mesmice típica de exercícios tradicionais advindos de um passado míope que, muitas vezes, não contempla a temática da Sexualidade. Isto se reflete, claramente, nas análises das ementas de grande parte dos currículos da educação superior, em que, desarticula-se dos conteúdos específicos, as abordagens de gênero e/ ou da sexualidade.

Assim, entender a transversalidade na estrutura curricular como processo contemporâneo de articulação e vinculação de construtos teório-metodológicos, amplia a possibilidade de formação, em nível superior, de profissionais habilitados a conviver com a complexidade da sexualidade e os posicionamentos em favor de uma sociedade mais justa. Isto demanda no compromisso do papel social do educador e educadora, na luta diária em função de uma sociedade menos heteronormativa, homofóbica e classificatória. 

¹ SILVA, Tomaz Tadeu da . Documentos de identidade. Uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte, MG. Editora Autêntica, 1999. 

² COSTA, Jurandir Freire. A Ética e o Espelho da Cultura. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1994. 

³ COSTA, Marisa Vorraber In: Currículo: debates contemporâneos. LOPES, Alice Casimiro & MACEDO, Elizabeth (organizadoras). São Paulo: Editora Cortez, 2002.

Publicado por: Aldo Sena de Oliveira

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.