LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E O PAPEL DO EDUCADOR, PESPECTIVAS E DESAFIOS

Por Edinalva Natalina Severina da Silva Pereira.

Um dos maiores desafios da Leitura e Escrita na Educação Infantil é desmistificar a perspectiva de que qualquer trabalho com este tema nesse segmento é uma antecipação do Ensino Fundamental, visto que esta etapa da Educação Básica apresenta eixos estruturantes e essenciais às práticas pedagógicas, sendo eles as interações e as brincadeiras, nas quais possibilitam experiências em que as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que proporciona  além de aprendizagens significativas , desenvolvimento e socialização.

O papel do educador nesta etapa da Educação Básica vai além do comprometimento com o desenvolvimento do processo de  Leitura e Escrita na Educação Infantil, é essencial que este realize suas funções como educador, seja um mediador do processo de ensino e aprendizagem, promova/planeje atividades contextualizadas e significativas, acompanhe o desenvolvimento global do seu aluno e proporcione boas intervenções para que cada educando possa avançar dentro das suas potencialidades, nas quais serão ainda mais estimuladas.

Seu papel primordial é desvelar que as crianças na Educação Infantil podem aprender e muito sobre leitura e escrita, este aprendizado depende de como o mediador/professor introduz a criança na cultura escrita, como por exemplo, quando o educador realiza a leitura em voz alta utilizando um livro físico (claro que, selecionado o autor e faixa etária com antecedência/planejamento). Este momento no qual muitas vezes colocamos a criança no colo ou em roda e a envolvemos num momento afetuoso entre ela, o livro e o educador, certamente há um certo mistério neste instante, tudo ao redor paira para que a voz do leitor ecoe no ar, voz essa especial, distinta da conversação cotidiana, há um silêncio por parte da criança, ela fica estática na mágica da leitura.

Introduzir as crianças em diferentes momentos de leitura e tipos de escrita é permitir com que ela vá construindo sua concepção de língua escrita desde a mais tenra idade, reconhecendo os diferentes usos sociais, como por exemplo, quando a mesma observa sua mãe folheando um livro antes de preparar um bolo, logo esta imagina que é um livro de receita, ou seja , ela vai se familiarizando com diferentes gêneros textuais mesmo sem saber “ler e escrever”, isso faz parte da construção que a criança tem referente às suas vivências sociais no processo de leitura e escrita.

Desde cedo notamos que a criança manifesta curiosidade sobre a leitura e escrita, ao pegar o lápis é algo quase inato, automaticamente ela esboça um rabisco, pois já está inserida no contexto letrado. A leitura e escrita estão presentes no contexto familiar, comunitário e escolar, é necessário que o educador observe e valorize o meio em que o aluno está envolvido, o respeitando e ao mesmo tempo o estimulando, pois, o letramento e o contexto possibilitam uma aprendizagem mais efetiva.

Desta forma, permitir que as crianças tenham acesso à leitura e escrita através de práticas significativas de aprendizagens além de um ato de carinho, assegura também a criança seus direitos de aprendizagens: conviver, brincar, participar, explorar expressar e conhecer-se.

Referências:

materiaiseducacaoinfantil-tema3-direitosdeaprendizagem-vf.pdf (movimentopelabase.org.br)