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INTEGRAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA A PARTIR DA GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO

A organização de campanhas centradas na segurança alimentar, educação nutricional e qualidade de vida podem beneficiar os acadêmicos assim como toda a comunidade receptora

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A universidade apresenta-se como uma instituição comprometida com a produção e difusão de conhecimentos e saberes científicos tem sua estrutura básica caracterizada por atividades desenvolvidas no trinômio ensino, pesquisa e extensão. A extensão universitária, neste panorama, define-se como um processo educativo e científico que integra o ensino e a pesquisa com as necessidades da comunidade, reunindo saberes e competências de diversificadas naturezas a fim de realizar objetivos comuns. Por este ínterim, a extensão universitária pode ser considerada como uma ponte permanente entre a universidade e os diversos setores da sociedade.

A universidade liga-se à comunidade, através dos projetos, os conhecimentos originados de suas pesquisas com o objetivo de modificar a realidade social, produzir transformações e democratizar a participação popular. Além disso, a sociedade recebe benefícios diretos e indiretos, uma vez que esses projetos lhe direcionam oportunidades de desenvolvimento cultural, social e política, ao contemplarem as demandas que a comunidade necessita.

Outrossim, no âmbito universitário, a Educação Popular se apresenta por meio de diferentes caminhos e possibilidades orientadas para fortalecer e construir uma sociedade com protagonismo, participação, visão crítica e humanística, especialmente nos setores mais desfavorecidos da sociedade. Nesse cenário, a Extensão Popular surge no desenvolvimento das ações de ensino e pesquisa, a partir de vivências estudantis e diálogo de saberes, formando profissionais não apenas capacitados tecnicamente, mas comprometidos com as classes populares e a construção de uma vida com qualidade e dignidade para esses setores. Por serem inseridos na sociedade, suas ações se desenvolvem por meio de construção coletiva, onde todos atuam como protagonistas de seu meio, construindo experiências originárias de suas próprias culturas, vivências e saberes.

Nesse sentido, são denotadas outras possibilidades para a formação dos profissionais de saúde, particularmente na busca pela superação do desmembramento entre os problemas da realidade e a organização disciplinar do conhecimento.  Ou seja, os currículos na graduação são tradicionalmente organizados de um modo tal que contribuem pouco para as resoluções concretas e cotidianas. Na área da saúde, uma das principais expressões da Extensão Popular tem sido sua insistência na criação de espaços de integração ensino-serviço-comunidade,  de  modo  a  potencializar  a  construção  cotidiana  de  espaços  de  encontro,  criatividade  e  formação  crítica  em  saúde,  o  que vem permitindo vislumbrar tecnologias e dispositivos concretos  para  o  enfrentamento  de  obstáculos,  bem como o delineamento da Gestão Participativa em Saúde.

Participação em eventos de cunho Social e/ou Cultural promovidos por esta IES ou por outra

O desenvolvimento e participação de estudantes de Nutrição nos eventos sociais da instituição podem promover a autonomia e ampliação de uma formação holística para estes futuros profissionais. A organização de campanhas centradas na segurança alimentar, educação nutricional e qualidade de vida podem beneficiar os acadêmicos assim como toda a comunidade receptora.  

A Educação Alimentar Nutricional (EAN) é o campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multifatorial, que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. Recomenda-se que a prática da EAN faça uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso de vida, etapas do sistema alimentar, bem como as interações e os significados que compõem o comportamento alimentar.

Assim, a EAN é importante ferramenta para a promoção da saúde, visto que possibilita a troca de saberes entre profissionais e usuários, permitindo a quebra da relação vertical, consequentemente levando à construção de indivíduos mais críticos e conscientes. A EAN pode estar inserida em diversos setores públicos. Esse espaço permite o desenvolvimento de ações educativas em saúde que estimulam discussões do cotidiano, abrindo espaço para reflexões que encorajam mudanças do estilo de vida e manutenção da saúde.

Participação ou trabalho na organização em campanhas da Instituição

Esta proposta de lugar de ação para os acadêmicos denota sua relevância uma vez que o quadro epidemiológico nutricional da população brasileira advém da coexistência de carências nutricionais e doenças infecciosas, bem como de um gradativo aumento dos índices de Doenças Crônicas Não Transmissíveis(DCNT), como obesidade/sobrepeso em todas as faixas etárias. Esta é uma urgência em saúde pública mundial, pois de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essas doenças tiveram suas taxas de incidência e prevalência aumentadas significativamente nas últimas três décadas.

A partir das campanhas sociais que a instituição proporciona, os estudantes da graduação em Nutrição poderiam participar colaborando na organização e desenvolvimento de oficinas centradas na promoção da saúde e educação alimentar segura, desenvolvendo, com isso, maior autonomia e qualidade de vida para a comunidade.

A importância da segurança alimentar e nutricional é fundamental para prevenção destas patologias, pois consiste na realização do direito ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais. Pressupõe-se que seu alcance implique a convergência de políticas e programas de vários setores com capacidades para promover, na dimensão individual e coletiva, o acesso à alimentação adequada, requerendo um amplo processo de descentralização, territorialização e gestão social.

No Brasil, constatou-se que 52 milhões de pessoas vivenciavam a insegurança alimentar em 2015, decorrente da insuficiente garantia ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade necessária, sendo considerado um fator de risco para obesidade. Considerando o   aumento da incidência da obesidade, tem-se   fomentado discussões sobre a adoção de ações em saúde, com destaque para a Educação Alimentar e Nutricional(EAN).

Nesse sentido, a EAN constitui uma estratégia que incorpora ações de prevenção de agravos, promoção da saúde e controle de problemas alimentares e nutricionais como as DCNT’s. Portanto, a extensão universitária proporciona um espaço indispensável às ações de EAN, onde os acadêmicos com auxílio de professores elaboram atividades que visam a promoção da saúde, buscando ofertar oficinas que estimulem a adoção de hábitos alimentares saudáveis, com o intuito de minimizar a insegurança alimentar e nutricional e auxiliar o indivíduo a garantir seu bem-estar e sua qualidade de vida. 

LIÇÕES IMPORTANTES

As atividades de grupo favorecem o desenvolvimento do sujeito, diante das diversidades e variações das características grupais. Ademais, ao trabalhar em prol da promoção da saúde, por meio da dialogicidade e em grupos, permite-se a reflexão e a conscientização do paciente. Com isso, os sujeitos tornam-se coparticipantes da construção do conhecimento coletivo e protagonistas da sua própria saúde, objetivando, assim, a quebra do paradigma “paternalista”, que é a prática rotineira na assistência de saúde, passando a dar poder ao enfermo. Portanto, a participação em um projeto de extensão incentiva os integrantes do projeto a aproximar-se da realidade da sociedade, desafiando-o a enfrentar obstáculos e superar dificuldades juntamente com a comunidade beneficiária.  Da mesma forma, contribui para a autonomia dos indivíduos, aprendizagem acerca da alimentação saudável e melhora da qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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Publicado por: Mabel Quereno de Oliveira Luna Siebra de Freitas

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