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GRÊMIO ESTUDANTIL – O PROTAGONISMO DOS ESTUDANTES

Breve resumo sobre grêmio estudantil.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A pessoa humana não nasceu para a solidão. A convivência em grupos é necessária. Uma pessoa precisa da outra. Todas precisam de todas.

A família, escola, espaço de fé, time de futebol, partido político, ONG, sindicato, associação, federação, confederação, clube de dança, são alguns dos grupos que existem em uma sociedade organizada.

Os estudantes são protagonistas de um tempo, de um espaço, da própria vida, de uma realidade escolar, sejam escola ou faculdade.

Durante a própria história do Brasil, os estudantes sempre procuraram se organizar em grupos. E são estes que ajudaram, contribuíram, nas vitórias em guerras, conflitos e tempos difíceis de totalitarismos.

O Movimento Estudantil Brasileiro foi intenso. Partindo das faculdades, se espalhou nos cantos daqui. Dele surgiram homens e mulheres que transformaram a história brasileira. E as suas lutas não são recentes. Desde os tempos sombrios da escravidão no Brasil, já havia sinais de que estudantes se reunião, nas caladas das noites, nos cantões, para pensar o Brasil. Mais adiante, nos anos de chumbo brasileiro, os estudantes enfrentavam as forças da repressão militar na luta por direitos, por liberdade, por democracia. Atualmente, lamentável que muitos estudantes ainda fiquem adormecidos em seus tetos confortáveis, vivendo suas misérias, vendo as misérias humanas passarem em suas vistas, sem darem gritos de liberdades. Alguns ensaios existem, claro, entretanto, são tão discretos que nem se percebe. 

O Grêmio Estudantil é um grupo de alunos que se juntam para defender direitos. Claro que, em muitas vezes, não compreendidos pelos adultos, ou por outros. Um dos destaques é a sua participação no Conselho de Classe escolar: dizem que “não têm maturidade; quando precisarmos, chamamos eles; são bagunceiros; não entendem; só querem confusão; o Conselho é só para professores; reclamam de tudo; não podem estar direto no Conselho de Classe pois constrangem os professores; etc”. Tudo entendimentos fracos de pessoas que, em tantos casos, são contrárias a organização e protagonismo dos estudantes. Aluno escuta aluno. Aluno fala com aluno. No fundo, são medos.

A escola, a faculdade, são espaços de encontros, convivências. Locais onde homens e mulheres se juntam para compartilharem conhecimentos, saberes, experiências de vidas. Antagônicos, pois ninguém pensar igual, fazem as diferenças. E se todos pensassem iguais, teria graça, sentido, a própria vida?!

A escola, a faculdade, é de todos que nela respiram os mesmos ares. Os cuidados com elas, pertencem a cada pessoa delas.

A construção do Projeto Político-Pedagógico precisa, para ser eficiente e eficaz, e aplicável na rotina escolar, ter a participação, ativa, como protagonista em todas as etapas, fases, dos alunos, independentemente quem sejam estes. Quando o aluno não é acolhido para participar, como protagonista, o Projeto fica vazio, sem sentido.

“(...) O desafio que se impõe diante da atualidade consiste para o homem contemporâneo vivenciar questões de forma criativa, crítica e reflexiva. Nessa perspectiva, o debate em torno do confronto entre modernidade e pós-modernidade deve ser investigado para optar do que realmente seja possível ser levado em prática. (...)” 1

A vida é um dom mágico que transcende as paredes de mentes e corações. É um sagado espaço de crescimento, amadurecimento, acúmulo de conhecimentos, pelos quais todos se encontram um dia, aqui, ali, acolá. Viver é uma das maiores experiência que a pessoa humana pode receber. Respeito e dignidade, são parcerias que se encontram na trajetória de cada vida humana, ou ao menos deveriam se encontrar.

O Grêmio Estudantil é um uma das experiências de convivências internas que o estudante pode experimentar. Ele é o rosto do alunado.

“(...) O conhecer é barulhento. (...)  A insatisfação, a falta, parecem acionar o desejo da transformação. (...)” 2

“Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. 3

O Grêmio Estudantil defende o alunado. Buscar solucionar conflitos entre eles. Traz ideias que podem dar mais sentido as vidas em um espaço de ensinos-aprendizagens. E ele não age sozinho, ele tem a participação dos demais alunos da escola.

Festas; outros eventos; reuniões de conscientizações; participação ativa nos Conselhos de Classe, não apenas por algumas horinhas; participação na solução de conflitos entre turmas, em turmas ou entre alunos; planejamentos de momentos de confraternizações outros; representações externas, em nome da escola; e outras atividades, são os deveres dos protagonistas, da equipe, da direção, de um Grêmio Estudantil.

O Grêmio Estudantil, diante de uma construção histórica, entende que deva ter a seguinte estrutura organizativa: (1) Estatuto Social; (2) Diretoria Executiva; (3) Departamentos; (4) Conselhos; (5) Regimentos Internos; (6) Fóruns outros.

Ser gremista não é sinal, marca, de poder, de ser mais do que o outro, mandar em todos os que não são gremistas. É ter a consciência, a sabedoria, que o aluno gremista está a serviços do Grêmio Estudantil, respeitando os colegas, ajudando os colegas, fazendo a sua parte, com os seus conhecimentos e as suas experiencias de vida, sem atropelar o outro. Ele é a pessoa, sempre decidindo em grupo, que fala em nome dos alunos.

Criança, adolescente e jovem, e até adultos, podem ser membros do Grêmio Estudantil.

Ser gremista é ser membro ativo, protagonista, da Comunidade Escolar. E esta é formada por: a- Alunos; b- Professores; c- Famílias dos Alunos; d- Outros trabalhadores da escola; e- Representantes diretos da Comunidade Local (do Bairro da escola).

Por tradição, o Grêmio Estudantil é um colegiado com um Presidente.

Os Representantes de Turmas, enquanto Conselho de Representantes, é uma organização que prepara os assentos no Grêmio Estudantil.

Nenhum aluno é obrigado a ser gremista. Se é, foi por opção.

A prática faz acontecer sonhos, utopias, ideias. Ficar parado no tempo e no espaço não vai transformar um mundo de mortes e um mundo melhor, vivo.

Na realidade de uma educação escolar pós-moderna, acolhedora das novas tecnologias, dos novos meios de acessos a informação, a comunicação, que convive com a internet e seus mistérios, a escola precisa ser a pioneira sempre, sendo atriz principal das transformações que a sociedade precisa e merece, no cuidado com o meio ambiente e todos os seus elementos e, fundamentalmente, na preservação da vida no Planeta, uma vida digna e plena, abundante mesmo.

“(...) Educação é um processo de desenvolvimento global, integrando os vários níveis de conhecimento e de expressão: sensorial, intuitivo, afetivo, racional e transcendental. (...)” 4

Webgrafia:

(1)  OLIVEIRA, Cássia Araújo de; ABREU, Waldir Ferreira de; OLIVEIRA, Damião Bezerra. Conhecimento e Educação na Pós-Modernidade. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/revistamargens/article/view/2754

(2) OLIVEIRA, Dione Lorenzoni de. O papel da escola na formação do cidadão: a construção da cidadania. Disponível em:  https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/13187/TCCE_GE_2006_OLIVEIRA_DIONE.pdf?sequence=1

(3) BRASIL. Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

(4) HAMZE, Amélia. Educação como desenvolvimento global. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/educacao-como-desenvolvimento-global.htm

Autor:  Pedro Paulo Sampaio de Farias

Professor; Pedagogo; Especialista em Educação; Especialista em Gestão Pública; Mestrando em Educação; Pós-graduado em Teologia; Pós-graduado em Antropologia; Graduando em Direito; Líder Comunitário; Líder de Associação de Professores; Sindicalizado da Educação; Servidor Público Estadual e Municipal; Atuante em Movimentos Populares e Movimentos Sociais; Cristão Romano.


Publicado por: PEDRO PAULO SAMPAIO DE FARIAS

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