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Fábrica Escolar: produção em série ou alta tecnologia?

Comparação do funcionamento de uma escola com o funcionamento de uma fábrica e cuidados que ajudarão os pais na escolha da melhor escola para os filhos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Para que compreendamos melhor o funcionamento de uma escola, podemos traçar um paralelo com o funcionamento de uma fábrica. Esta fábrica pode estar em sintonia com o mundo e o desenvolvimento humano e social, sendo assim uma fábrica moderna, ou permanecer arcaica e deste modo ser uma fábrica antiquada.

Se for arcaica os operários // alunos atuarão apenas em etapas segmentadas de uma linha de produção. Cada um com uma função específica, apertando um determinado parafuso ou fazendo o encaixe entre peças de montagem. Nesta fábrica os operários // alunos dificilmente saberão fazer relações da tarefa desempenhada, do conhecimento adquirido, com o produto final, com as possibilidades de aceitação deste pelo mercado e com o impacto causado ao meio ambiente.

Os operários // alunos pela falta de uma proposta interdisciplinar por parte do gerente // professor e do industrial // diretor de escola, terão mais dificuldades em associar o conhecimento adquirido naquela função específica, com os demais assuntos abordados naquela fábrica // escola. Terão a visão estreitada quanto ao resultado do próprio trabalho e do rendimento escolar.

Como os operários // alunos não tem participação alguma nos lucros da fábrica e tão pouco tem voz no planejamento das aulas, recebem o salário mensal mas sem ter aquela dedicação extra indispensável a melhoria da qualidade do produto. Os alunos por seu lado apenas assimilam o conteúdo visando passar de ano somente e “contando os minutos” para que a aula termine e tão logo chegue o final de semana, o feriado e as férias.

Em uma fábrica arcaica o industrial // diretor de escola em razão da ganância, de uma vaidade excessiva e de um ego inflado, desempenha as funções de forma centralizada inibindo em grande parte as iniciativas do gerente // professor e do operário // aluno. Muito mais intimida do que cria relações de respeito e afeto no ambiente de uma fábrica ou na vida escolar.

O produto final desta fábrica arcaica // escola é ruim: produto de baixa qualidade, alunos mais enquadrados do que educados, preço fora de mercado, alunos com pouca iniciativa, criatividade e autonomia muito limitadas e baixa autoestima, operários mal pagos e alunos robotizados.

Por outro lado, uma fábrica moderna // uma boa escola, procuram dar uma formação global aos seus operários // alunos, de maneira a ajudar a que os operários compreendam melhor os interesses, desejos e necessidades dos clientes e do mesmo modo os alunos consigam compreender os conteúdos de forma contextualizada, fazendo a crítica sobre os mesmos e propondo soluções sempre que necessárias.

Uma fábrica comprometida com tecnologia de ponta e uma boa escola procuram envolver seus funcionários // alunos em uma gradual participação nos processos decisórios da empresa e participação nos dividendos da mesma.  Os gerentes // professores procuram estimular os alunos a construir parte dos conteúdos a serem trabalhados ao longo do ano letivo, discutindo estes com os próprios gerentes // professores.

Em uma fábrica moderna o industrial // diretor de escola delega responsabilidades aos seus gerentes // professores, a fim de que os mesmos tenham o adequado grau de liberdade para inovarem e se automotivarem. Consequentemente estes gerentes // professores procuram igualmente delegar determinadas atribuições aos seus funcionários // alunos, buscando de fato incorporá-los no processo de produção e no caso dos alunos fazer com que estes, paulatinamente, aprendam a tomar decisões e a “caminharem com os próprios pés”.

Nesta fábrica // escola de vanguarda os operários // alunos tem envolvimento direto com o meio ambiente. O produto é de baixo impacto e há uma constante preocupação em se repor à natureza, sempre que possível, os recursos naturais extraídos. Há o compromisso quanto ao replantio de árvores em áreas desflorestadas ou o plantio em espaços ociosos. No tocante aos alunos, esta escola de qualidade tem como parte integrante da própria proposta política pedagógica, a participação no entorno social. Habitualmente envolve os alunos em ações de coleta e doações de brinquedos, alimentos, roupas,...,em benefício de pessoas vitimadas por alguma catástrofe natural, de baixa e baixíssima renda e do mesmo modo procura discutir temas da atualidade com os estudantes.

Em uma fábrica // escola moderna há a gradual delegação de poderes, visando dar agilidade ao processo decisório e um grau maior de autonomia para os diferentes setores. Evidentemente delegação e autonomia acompanhadas da saudável e indispensável cobrança de resultados. Em fábricas // escolas ainda mais avançadas o processo decisório passa a ser através de um colegiado, sendo o industrial // diretor de escola aquele que coordenará este processo, e em casos da dificuldade de um consenso ser alcançado em torno da melhor decisão, o ponto de vista da maioria é que irá prevalecer.

Portanto, quando os pais estiverem à procura de uma boa escola para os filhos devem buscar informações sobre a filosofia de trabalho desta. Se possível obter informações com os responsáveis, alunos que já estudam ou estudaram por lá, conversar igualmente com a direção da escola e havendo oportunidade com os próprios professores.

Estes cuidados ajudarão bastante aos pais na escolha da melhor escola para os filhos.  Uma escola que mais molda, enquadra, gere passividade e subserviência ou uma outra que contextualize o conhecimento, estimule o diálogo, cultive a autonomia, a originalidade e a solidariedade?!


Publicado por: José Roberto Calçada Carvalho

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.