Educação, Futebol e Humanização

Percebendo os seguintes casos de violência e indisciplina no esporte, mais precisamente no futebol, resolvi por escrever esta contribuição com o objetivo de lançar alguns elementos que ajudem na busca por soluções para este grave problema social. Acredito que este problema é muito mais amplo e não se resume apenas às quatro linhas do campo e à própria rivalidade que a preferência pelas diferentes cores esportivas despertam. Tratando das raízes sociológicas desta problemática, notamos que a violência esportiva nada mais é do que reflexo de uma sociedade que cultua a violência. Vivemos um verdadeiro elogio da boçalidade, onde os membros mais aptos da sociedade seriam aqueles que se usam de comportamentos hostis para resolver seus problemas.

Casos horrendos estão cada vez mais comuns no esporte, analisando mais precisamente os casos recentes no futebol notamos que a violência não é localizada geograficamente. Casos como o ocorrido no Superclássico Argentino, os incidentes registrados entre torcedores e polícia em Portugal e mesmo os frequentes confrontos entre torcidas dos times brasileiros são apenas alguns dos casos que podemos citar sem a necessidade de muito esforço de rememoração.

Tenho a plena convicção de que o comportamento exacerbado de indivíduos ligados direta ou indiretamente com o futebol, ente esportivo mais divulgado e portanto mais sensível do ponto de vista midiático, está ligada com a falta de um processo de “humanização da própria humanidade”. Isto significa que a precisamos nos compreender como seres sociais e praticar o respeito ao diferente e isso deve ser uma realidade concreta. É necessário uma revolução no sentido de lutar para tentar modificar a lógica social e os referenciais que embasam a sociedade atual. Para isso é necessário que se estimule o respeito às opiniões diferentes através de uma reeducação da sociedade. É necessário que a humanização seja uma prioridade em qualquer sistema educacional e também fora dele. Por isso a educação não deve ser relegada apenas à escola, qualquer espaço de interação social, como um estádio, deve ser encarado como também um espaço educativo. Assim, quem sabe um dia, episódios de violência no esporte sejam apenas páginas de uma história distante.