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Economia da Educação

Economia da Educação, a pedagogia tecnicista, o planejamento da educação, os problemas sociais na visão da pedagogia tecnicista, para que serve a educação, o processo de reestruturação dos sistemas educativos.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

A pedagogia tecnicista no âmbito da educação brasileira não é nova. Suas primeiras manifestações datam da segunda metade do século passado, advogando o pressuposto da neutralidade científica, reorganizando o processo educativo de maneira a torná-lo produtivo, eficiente, objetivo e racional, como num sistema fabril, onde são colocados ao trabalhador vários instrumentos de trabalho, e o mesmo deve se adaptar ao processo de trabalho. Essa nova forma de conceber a educação atende aos interesses da classe burguesa, nacional e internacional.

Buscou-se então planejar a educação de modo a dotá-la de uma organização racional capaz de minimizar tudo o que pudesse por em risco sua eficiência. Para tanto tornou-se necessário operacionalizar os objetivos e mecanizar o processo. Daí então surgem propostas pedagógicas tais como: o micro-ensino, o tele-ensino, a instrução programada, as máquinas de ensinar. Foi então que o aluno e o professor passaram a ocupar segundo plano, pois o elemento principal da educação passa a ser a organização racional dos meios. Sendo que tal teoria era imposta de cima para baixo, com concepção, planejamento, coordenação e controle ficando por conta de especialistas supostamente habilitados, os quais se auto proclamavam-se neutros, objetivos e imparciais, sendo que a organização do processo converte-se na garantia da eficiência, compensando e corrigindo as deficiências do professor e maximizando os efeitos de sua intervenção, transformando-o junto com os alunos em meros executores de fórmulas prontas.

Os problemas sociais são vistos com indiferença pela pedagogia tecnicista, pois o marginalizado será incompetente, ineficiente e improdutivo. A educação estará contribuindo para o problema da marginalidade na medida em que formar indivíduos eficientes, isto é, aptos a dar sua parcela de contribuição para o aumento da produtividade da sociedade. Para a educação é reservado o papel de proporcionar um eficiente treinamento para a execução das múltiplas tarefas demandadas continuamente pelo sistema social. Sendo que o importante é aprender a fazer.

Foi uma teoria muito utilizada pelos militares no período da ditadura militar no Brasil, pois servia tanto aos interesses de formar indivíduos acríticos, mas eficientes, quanto aos da burguesia. Mas essa concepção pedagógica entrou em crise e foi muito combatida por alunos e educadores, pois as escolas passaram por um grande processo de burocratização, onde baixavam instruções minuciosas sobre como proceder para que cada um cumprisse as tarefas específicas que lhe eram determinadas.

A partir de 1980, com o advento da globalização essa tendência voltou a ocupar destaque e se fortalecer, pois essa mudança na sociedade contemporânea, requer um novo perfil de profissional afetando de maneira significativa à educação. Sendo que o capitalismo estabeleceu para a educação objetivos, metas e finalidades compatíveis com o mercado produtivo, forçando transformações nos interesses, valores e necessidades, o que faz com que a escola e o professor mudem seus práticos em função do avanço tecnológico.

A educação serve como um dos aparelhos que a classe dominante usa para difundir suas ideologias. Sendo assim sempre que se faz necessário a educação precisa se adequar ao novo, ou seja, adequar a escola a ideologia dominante.

Qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, essas são algumas das expressões de ordem do discurso neoliberal para a educação. Com o processo de globalização e a inserção do Brasil na “nova ordem mundial”, a educação novamente passará por muitas mudanças, ou mesmo, traz à tona velhas teorias com novas roupagens, pressupondo um reforço do controle para enquadrar a escola a fim de que cumpra com mais eficácia sua função de reprodutora da ideologia dominante, é o caso de fazer da escola um mercado para os produtos da industria cultural e da informática, pois não é a toa que as escolas foram equipadas com computadores, claro que não é para o bem dos alunos, mas sim para atender a interesses do sistema capitalista.

Nos dias atuais o discurso neoliberal traz no bojo o tecnicismo, que reduz os problemas sociais a questões administrativas, onde a educação tem um papel estratégico de preparar mão-de-obra para o mercado sem se preocupar com os excluídos, num momento em que a competição feroz fala mais alto do que qualquer coisa e a excelência é qualidade primordial.

Nessa nova realidade em que a sociedade mundial está passando, a tecnologia e a ciência adquirem uma importância nunca antes experimentada em nenhum momento histórico. A instituição escolar, já deu início a um processo de reestruturação dos sistemas educativos para atender interesses da burguesia internacional e para se adaptar aos novos tempos.

Além disso, refletir sobre o papel da escola e sua ação pedagógica é muito importante, na medida que estão sendo usadas como instrumentos para manutenção da hegemonia e fortalecimento dos países ricos que eliminam fronteiras comerciais, e está submetendo os países pobres a dependência como consumidores. Reformular as finalidades da educação para formar mão-de-obra qualificada e barata, é imoral e pedagogia tecnicista é um dos elementos de constituição da nova ordem e cabe a ela oportunizar uma eficiente qualificação para as múltiplas tarefas demandadas continuamente pelo sistema social, nessa direção a educação é concebida como um subsistema cujo funcionamento eficaz é essencial ao equilíbrio do mercado produtivo, dando ênfase a privatização do ensino, a escola diferenciada (dual) e a formação de elites intelectuais.


Publicado por: Sueli Cardoso

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.