DESIGUALDADE, RACISMO E PRECONCEITO RELIGIOSO EM PAUTA: COMO ENFRENTAR ESSAS QUESTÕES EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS
Breve estudo com objetivo de estruturar, um projeto didático voltado para o desenvolvimento de competências, habilidades e valores que sejam significativos para o mundo atual, com uma formação ampla e integral, necessária para o cidadão inserido no século XXI.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
Introdução
O objetivo do ensino de cultura indígena, africana, afro-brasileira e de história é reconhecer e valorizar a cultura e a identidade desses povos, bem como a garantia de suas raízes. Vale ressaltar que é nos anos iniciais da educação o começo desse ensino, de forma que as crianças possam compreender, naturalmente, os conceitos de intolerância, raça, diversidade, racismo e equidade.
Embora a Lei nº 11.645 de 2008 garanta esse ensino, ainda não são considerados, de forma satisfatória, nos currículos escolares, como também nos livros didáticos ou materiais de apoio. No Brasil, deve ser reavaliada a didática sobre a África, indígenas e afrodescendentes, de modo que esses personagens sejam inseridos na história do país, assim como estereótipos presentes no nosso dia a dia se rompam e o racismo eliminado.
Para tanto, o presente trabalho tem por objetivo estruturar, resumidamente, um projeto didático voltado para o desenvolvimento de competências, habilidades e valores que sejam significativos para o mundo atual, em consonância com uma formação ampla e integral, necessária para o cidadão inserido no século XXI.
As dificuldades para implementar bons projetos didáticos que trabalhem com a história e a cultura africana, afro-brasileira e indígena na escola básica
No Brasil existem algumas dificuldades que impedem a implementação de bons projetos, cujo objetivo é trabalhar com a história e cultura indígena, afro-brasileira e africana na escola básica. São eles:
- Despreparo dos professores: muitos docentes mais velhos nunca estudaram a história e cultura africana de maneira profunda. Dessa forma, o estudo da cultura e história africana e afro-brasileira é fundamental para que a imensa sociedade brasileira mestiça seja inserida no processo de inclusão social, assim como podemos concluir que somos um povo multifacetado com origens e culturas variadas.
- Resistência de alunos e pais: os docentes podem enfrentar resistência dos alunos e pais para trabalhar com a cultura africana. Além de situações de preconceito em sala de aula, em alguns casos, os pais levam os filhos a escola para criticar e questionar professores no que se refere à história da África. As crianças, em alguns casos, escondem a fé para não sofrer rejeição e preconceito por parte de outros alunos.
- Falta de formação inicial e continuada dos professores: na perspectiva da diversidade étnico-racial, a formação inicial e continuada docente é de suma importância para que posturas e práticas racistas sejam mudadas. Além disso, é importante, pois oferece uma educação de qualidade aos alunos no que se refere à diversidade.
- Falta de propostas pedagógicas: deve haver propostas pedagógicas para que os apelidos depreciativos para negros, bem como a grupos socialmente discriminados sejam diminuídos ou até extintos. Nesse sentido, a tarefa da escola é buscar uma educação consciente e justa para que professores, alunos, pais e ambiente escolar possam conhecer as causas e consequências do racismo.
Estratégias didáticas para se trabalhar com as produções literárias, artísticas e culturais africanas ou indígenas em aulas de Língua Portuguesa e suas Literaturas.
É possível trabalhar a cultura africana e indígena em sala de aula. Deve-se utilizar estratégias didáticas diversas, tais como:
- Incentivar a produção de arte: os estudantes podem desenvolver obras de arte inspiradas na cultura indígena ou africana como esculturas, artesanatos e pinturas. Estudar tais influências nos permite compreender a moldagem do Brasil em relação a essas culturas, desde o idioma, passando pela arte até a religiosidade.
- Promover a visitação a aldeias indígenas: é fundamental que a escola leve os alunos em uma aldeia indígena para conhece-la. Logo, visitar uma aldeia é uma maneira de promoção da cultura indígena, bem como dar ao aluno a chance de vivenciá-la. Portanto, a diversidade cultural e as contribuições dos indígenas para a sociedade brasileira devem ser respeitadas e lembradas.
- Mostrar vídeos e livros: apresentar livros e vídeos sobre a cultura africana ou indígena é uma das maneiras de se apresentar em sala de aula a cultura desses povos. A cultura africana e indígena é primordial para construir a identidade brasileira, haja vista que está presente na dança, na culinária e na Língua Portuguesa.
- Incentivar a prática de danças: a prática de danças indígenas e africanas contribui para a formação consciente do indivíduo, bem como a preservação da memória desses povos. Nesse caso, são expressões culturais que ajudam a manter vivas essas tradições, possibilitando as formas de expressão e a comunicação.
Criação do Projeto Didático de Leitura: Educação Religiosa no Ensino Fundamental II segundo a BNCC
A inclusão do Ensino Religioso na Constituição Federal de 1988 assegura a laicidade do Estado e a liberdade religiosa. Tal entendimento evoluiu e culminou na inserção desse ensino na Base Nacional Comum Curricular. Segundo a BNCC (2018):
O ser humano se constrói a partir de um conjunto de relações. ou seja, para conhecermos a nós mesmos ou a outros é necessário o contato com outras culturas e povos que possibilitam que os humanos se relacionem entre si, com a natureza e com a(s) divindade(s), percebendo-se como iguais e diferentes (Brasil, 2018).
Etapas do Projeto Didático
Duração do Projeto: maio a novembro de 2024.
Público-alvo: Ensino Fundamental II (manhã e tarde).
Responsáveis pelo desenvolvimento: professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental;
Justificativa:
Como integrante da BNCC, o Ensino Religioso representa uma oportunidade e um desafio para professores poderem lidar em sala de aula com a diversidade religiosa.
É um tipo de ensino que possibilita uma perspectiva de exploração da diversidade religiosa e cultural no brasil, haja vista que adota um ponto de vista não confessional e respeita os princípios da BNCC, utilizando estratégias de inclusão. Dessa forma, os docentes podem trazer contribuições na formação de pessoas tolerantes, éticas e críticas no que se refere as diversas crenças que existem na sociedade brasileira.
Objetivos Gerais:
- Estimular a criatividade, sensibilidade, curiosidade dos alunos;
- Promover a socialização;
- Desenvolver o pensamento reflexivo e crítico;
Objetivos Específicos:
- Desenvolver a compreensão crítica e ética;
- Respeitar as manifestações religiosas;
- Promover a aproximação entre as religiões.
- Proporcionar aos alunos conhecimentos sobre questões religiosas;
- Entender sobre os papéis culturais e estéticas,
- Conhecer as manifestações religiosas de cada cultura.
Conteúdos:
- Compreensão das religiões;
- Respeito à diversidade religiosa, ética e valores;
- Diálogo inter-religioso, análise crítica;
- Contextualização histórica, cidadania e direitos humanos.
Desenvolvimento:
- O ensino religioso é uma disciplina facultativa, mas faz parte da formação básica do cidadão e deve estar presente nos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental;
- A compreensão ética e cidadã do ensino religioso visa a construção de uma sociedade mais tolerante e inclusiva;
- A Liberdade religiosa garante que o ensino da religião não favorece uma crença específica;
- A Laicidade do Estado implica a neutralidade em relação às religiões, assegurando um ambiente educacional inclusivo e respeitoso;
- A Diversidade religiosa é importante, visto que a educação religiosa deve abordar a pluralidade de crenças, proporcionando aos alunos o entendimento das diferentes tradições religiosas presentes na sociedade brasileira;
- A Interculturalidade é um meio de combater estereótipos e preconceitos sobre determinadas religiões.
REFERÊNCIAS
COLOMBO, R. A dificuldade de ensinar temas afro-brasileiros. Gazeta do Povo: Educação, 2010. Disponível em:https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/a-dificuldade-de-ensinar-temas-afro-brasileiros-eu2yrzrxs0sqrylqp7kp7zv4e/#:~:text=O%20problema%20mais%20s%C3%A9rio%20%C3%A9,respectivas%20capitais%2C%20muitos%20ter%C3%A3o%20dificuldade. Acesso em: 17 set. 2024.
FERNANDES, L. S. Como trabalhar Ensino Religioso de acordo com a BNCC. Tutor Mundi, 2023. Disponível em: https://tutormundi.com/blog/ensino-religioso-bncc/#:~:text=Quais%20s%C3%A3o%20os%20objetivos%20do,a%20aproxima%C3%A7%C3%A3o%20entre%20as%20religi%C3%B5es. Acesso em: 20 set. 2024.
LIMA, H. K. M. A importância de trabalhar o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana em sala de aula. Cabaceiras: UFPB, Trabalho de Conclusão de Curso, 2016. 27f. Disponível em:https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/3403/1/HKML26012017.pdf. Acesso em: 16 set. 2024.
MORAES, R. F.; CAMPOS, S. M. O ensino de história e cultura indígena e afro-brasileira: mudanças e desafios de uma década de obrigatoriedade. Revista Transversos. Rio de Janeiro. nº 13, 2018, 24 p. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/transversos/article/view/35855/26086. Acesso em: 18 set. 2024.
RODRIGUES, S. Como trabalhar a cultura dos povos indígenas na escola? Educa Mais Brasil: Escolas, 2023. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/como-trabalhar-a-cultura-dos-povos-indigenas-na-escola. Acesso em: 17 set. 2024.
RODRIGUES, T. C.; CARDO, I. A. Os desafios para implementar história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas. Portal Geledés, 2018. Disponível em:https://www.geledes.org.br/os-desafios-para-implementar-historia-e-cultura-afro-brasileira-e-africana-nas-escolas/#:~:text=A%20forma%C3%A7%C3%A3o%20inicial%20e%20continuada,E%20isso%20precisa%20acabar. Acesso em: 18 set. 2024.
Publicado por:
Marcos Aurélio Coura de Araujo
Maria Cristina de Oliveira Prates
Publicado por: MARCOS AURELIO COURA DE ARAUJO
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.