Conhecendo o Piauí
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O Piauí é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localiza-se no noroeste da Região Nordeste. Limita-se com cinco estados: Ceará e Pernambuco a leste, Bahia a sul e sudeste, Tocantins a sudoeste e Maranhão a oeste. Delimitado pelo Oceano Atlântico ao norte, o Piauí tem o menor litoral do Brasil, com 66 km.
A Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba é o único Delta das Américas que deságua em mar aberto. Localizado na divisa entre Piauí e Maranhão, ele é o 3º maior do mundo. Cenário ideal para quem gosta de unir natureza e aventura. São mais de 70 ilhas, em uma área de 309.593,77 hectares, repletos de espelhos d´água, mangues, dunas, lagos e animais silvestres. Um rico ecossistema costeiro em nosso estado.
Histórico
Os primeiros habitantes da América encontraram quando, entre 60 a 100 mil anos atrás, chegaram por aquelas terras e lá encontraram um “paraíso”. A região, na época de seus primeiros moradores, era um território de encontro de dois domínios vegetais: o da Floresta Amazônica e o da Mata Atlântica. Por conta disto, oferecia excelentes condições para a fixação dos grupos humanos uma vez que, além das cavernas encravadas na rocha que serviam de habitação, contava também com fauna e flora abundantes onde se conseguia o alimento e, nos rios, lagos e nascentes, a água, indispensável à sobrevivência.
Em 1991, o Parque Nacional da Serra da Capivara foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade por abrigar o maior conjunto de arte rupestre do planeta e vestígios das populações que ocuparam a região sudeste do Piauí desde, pelo menos, 50 mil anos atrás.
Os documentos datados entre 1608 até o século XIX referem-se aos seguintes grupos indígenas em solo piauiense: Acroás, Anapurus, Araiozes, Aranhis, Aruás, Cariris, Guanarés, Gueguês, Jaicós, Pimenteiras, Potiguaras, Potis, Tabajaras, Tacarijus, Timbiras, Tremembés e Xerentes.
O fundador do Piauí foi João Paulo de Sousa quem a seu mando a colonização se intensificou durante 1660 a 1670, quando a região se tornou objeto de cobiça por parte de baianos e paulistas. As sesmarias eram doadas por governantes da Bahia, Pernambuco, Pará e Maranhão.
A origem do nome Piauí segundo a historiografia está ligada aos índios que viviam no território, antes da chegada dos brancos exterminadores dessas nações: a palavra Piauí teria sua origem na expressão tupi-guarani “piau-i”, traduzida pelo branco colonizador como “rio dos piaus” “piau” (peixes pintados) e i (água), que terminou por dar nome ao território de Piauí. No entanto, estudiosos registram que no ano de 1719 foi instituída a Capitania de São José do Piauí, era esse o nome completo. Mas, o ‘São José’ foi apagado e ficando apenas Piauí.
A partir de 1759, período contemplado pela documentação do Arquivo Público do Estado, os grupos indígenas que se encontravam no território piauiense, citados na documentação, eram os Acoroá, Jaicó e Gueguê, aldeados.
O Piauí tornou-se uma capitania em 1811, quando já tinha mais de dez vilas e centenas de fazendas de gado. A luta pela independência durou até 1823. Outros movimentos que agitaram o Piauí foi a Balaiada, insurreição de cunho popular e social iniciado no Maranhão, e a Confederação do Equador.
A Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, foi o evento marcante da adesão do Piauí à independência do Brasil. No Piauí, o movimento nacionalista estava limitado a alguns pontos específicos, como a vila de Parnaíba, que havia se emancipado já em outubro de 1822.
Economia
No setor econômico, o Estado do Piauí apresenta uma grande variedade de atividades: comércio, indústria, agricultura, pecuária, turismo e extrativismo. O maior destaque na pecuária é a criação de caprinos, uma vez que esses animais se adaptam às condições climáticas do semiárido e são animais de pequeno porte.
O IBGE divulgou os números do prognóstico para a safra de grãos do país em 2021. A previsão é de que a produção de grãos no Piauí em 2021 aumente 9,74% em relação ao ano passado, alcançando um total de 5,4 milhões de toneladas. É o segundo maior crescimento do Brasil, que será de 2,5% este ano.
O Piauí é destaque no cenário nacional da produção de energia solar. De acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Piauí ocupa hoje o primeiro lugar na geração de energia solar no Brasil. O estado alcançou 1.147,4 megawatts (MW) em capacidade instalada.
A soja, que responde por mais da metade da produção de grãos no Piauí, teve um crescimento na área plantada de 5,8%, passando de 758,9 mil hectares para 802,9 mil hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Cultura
O estado do Piauí é muito rico em manifestações culturais. Como o estado é relativamente grande, havendo vários tipos de clima, vegetação e relevo, é comum a variedade de culturas conforme o local. As manifestações mais comuns no Piauí são: Bumba-Meu-Boi, Cavalo Piancó, Congada, Samba de Cumbuca, Reisado, bandolins, rabecas, entre outros.
De Norte a Sul do Piauí, o fazer cultural característico do povo piauiense é apresentado de diversas formas. Seja na música, dança, teatro ou até nas misturas dessas manifestações culturais é que se encontra a nossa identidade. Em festivais que ultrapassam a capital Teresina, a cultura é preservada por meio do fomento de diferentes tipos de arte e apresentações pelo estado, como ocorre também em Floriano, Oeiras, Pedro II e Bom Jesus.
Além dos festivais que já estão no calendário anual de atividades, como o Encontro Nacional de Folguedos, outros eventos também são realizados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Piauí (Secult), como incentivo a essas manifestações. No mês de maio ou junho, o Festival de Inverno de Pedro II além de trazer artistas de renome nacional, também reúne grandes artistas locais levando também para as praças da cidade, vertentes do jazz e do blues, pilares do evento.
O Festival de Teatro Lusófono (Festluso) promove tanto o teatro local, como o intercâmbio com artistas de outros países de língua portuguesa, possibilitando ao público o acesso às apresentações de qualidade e totalmente gratuitas. Artistas de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Macau e de outros estados do Brasil se apresentam todos os anos no Festluso.
O Encontro Nacional de Folguedos, tradicional evento que acontece há mais de 40 anos, tem como principal característica incentivar e difundir a cultura popular, principalmente a tradição do bumba-meu-boi. O evento também movimenta o comércio do artesanato piauiense e a economia local.
Em Bom Jesus, o som rústico da rabeca se mistura com a zabumba, o triângulo e até com o ritmo do cavalo-marinho, tradicional na região da mata pernambucana. Grandes nomes da cultura popular e jovens estudantes da cidade passam pelo evento que mantém viva a tradição da rabeca e impulsiona o fazer cultural em Bom Jesus PI.
Os festivais de cultura também servem como porta de entrada para jovens artistas. Por meio de oficinas permanentes e cursos de diferentes áreas, os eventos proporcionam visibilidade e incentivo aos artistas que estão iniciando. Em Oeiras, crianças têm aula de bandolins no Centro Cultural Major Selemérico, que foi totalmente recuperado e entregue em 2016, e se apresentam na Semana Cultural do município. Em Floriano, são ministradas oficinas de teatro e iluminação cênica no Espaço Cultural Maria Bonita. Os jovens dançarinos da Escola de Dança Lenir Argento, em Teresina, também viajam o estado se apresentando nestes festivais.
A consolidação de grandes festivais de cultura é uma das melhores formas de incentivar os artistas piauienses e o povo que tem acesso às suas próprias raízes. Aliado à preservação do patrimônio artístico-cultural, os eventos beneficiam desde crianças até os mestres fazedores de cultura, que repassam conhecimento às novas gerações.
Turismo
O primeiro teatro de Teresina hoje é sede da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). O Palácio da Cultura, situado num dos mais importantes sítios históricos da cidade, ganhou reforma e modernização e foi devolvido à capital – com a preservação dos traços arquitetônicos do século XIX.
O prédio, que já abrigou o Liceu Piauiense e a Assembleia Legislativa do Piauí, passou por uma série de adequações. No total, foram investidos recursos na ordem de R$ 1,2 milhão. Entre os serviços executados durante a reforma, estão a recuperação da estrutura, incluindo recuperação do forro, telhado, paredes, banheiros e estacionamento. O espaço também ganhou novo piso, pintura e mobiliário. Todas as instalações elétricas e hidráulicas também foram revistas e melhoradas.
Portas e janelas foram recuperadas. Além disso, o local ganhou uma plataforma elevatória para atender pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. No piso superior do prédio, o auditório “Sulica” se transformou num teatro com capacidade para 100 pessoas, com novas poltronas, palco, cortina, iluminação e som adequados para receber eventos e espetáculos. Além disso, o Palácio da Cultura abriga inúmeras obras de arte, como do artista plástico piauiense Afrânio Castelo Branco.
O Teatro 4 de Setembro conserva uma fachada com arquitetura de inspiração portuguesa e detalhes greco-romanos. Está localizado na praça Pedro II, no Centro da capital teresinense e é o principal palco para as artes cênicas no Estado.
É um dos pontos turísticos mais visitados de Teresina. Localizado na zona norte da cidade, é lá onde os rios Poti e Parnaíba, que banham a cidade, se encontram. O Parque Encontro dos Rios retrata a lenda do Cabeça de Cuia trata-se da história de Crispim, um jovem garoto que morava nas margens do rio Parnaíba e de família muito pobre. Conta a lenda que certo dia, chegando para almoço, sua mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos, já que faltava carne na sua casa frequentemente.
Nesse dia ele se revoltou, e no meio da discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar vagando no rio e com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria. Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou.
Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.
O Parque Nacional da Serra da Capivara foi fundado em junho de 1979, com o propósito de proteger os registros rupestres encontrados na região. A administração fica por conta do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e a preservação pela Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), órgão fundado em 1986 pelos mesmos arqueólogos que desde o início da década de 70 pesquisavam ali. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é outro órgão que também coopera na preservação desses sítios.
O Parque atravessa quatro cidades: Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato, sendo esta última a cidade-sede principal. Desde 1991 o Parque Nacional é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Não é para menos. O Parque reúne o maior número de sítios pré-históricos e os mais antigos exemplares de arte rupestre de todo o continente americano, além da maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. São mais de 700 sítios com aproximadamente 30.000 inscrições. Abertos ao público são 64 sítios, suficientes para garantir ao turista uma experiência única.
O Delta do Rio Parnaíba corresponde à foz do rio Parnaíba e está situado entre os estados brasileiros do Maranhão e Piauí. É conhecido como Delta das Américas, e a cidade de Parnaíba, segunda maior do Piauí, é o ponto de partida para se aventurar por suas águas.
O delta impressiona em todos os momentos; ao observar seu ecossistema, ao vivenciar as pessoas que vivem e dependem dele, na grandiosidade de suas dunas, no encontro das águas, na fauna e flora e pela sua imensidão.
Os cânions do Viana ficam a 29 km da área urbana de Bom Jesus PI. Assim que se chega neles, você percorre 21 km de cânions, deslumbrando toda a paisagem que surge. Logo depois são mais 27 km, também por entre cânions, até chegar na entrada onde fica a chamada gruta do Viana. Os cânions impressionam por sua beleza e grandiosidade. A cidade de Bom Jesus tem várias belezas ainda pouco exploradas.
Dados gerais
Capital: Teresina
Região: Nordeste
Sigla: PI
Gentílico: piauiense
População: 3.273.227 (estimativa de julho de 2019 - IBGE)
Área (em km²): 251.529,186
Densidade Demográfica (habitantes por km²): 13,01 (estimativa 2019)
Quantidade de municípios: 224
Governador do Estado: JOSÉ WELLINGTON BARROSO DE ARAÚJO DIAS
DADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS
Produto Interno Bruto (PIB): R$ 42,150 bilhões (ano de 2019 - estimativa)
Renda Per Capita: R$ 12.877 (ano de 2019 - estimativa)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,646 - médio (2010)
Principais Atividades Econômicas: agricultura, pecuária, extrativismo (vegetal e mineral) e serviços.
Mortalidade Infantil (antes de completar 1 ano): 18,0 por mil (em 2018)
Analfabetismo: 16,6% (em em 2017 - fonte: IBGE)
Expectativa de vida (anos): 71,4 (em 2018)
População abaixo da linha de pobreza: 45% (2017 - IBGE)
PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS
- Teatro 4 de Setembro
- Igreja Nossa Senhora de Lourdes
- Museu Histórico do Piauí
- Palácio de Karnak
- Parque Ambiental Encontro dos Rios
- Igreja de São Benedito
- Parque da Cidade
- Parque Ambiental de Teresina
- Parque Municipal de Acarapé
GEOGRAFIA
Etnias: brancos (23%), negros (3%), pardos (73%).
Localização geográfica: noroeste da região Nordeste.
Rios importantes: São Francisco, Parnaíba, Uruçui Preto, Gurgueia, Canindé e Poti.
Vegetação: mangue (litoral), Mata dos Cocais (oeste) e Caatinga (região interior do estado).
Principais cidades: Teresina, Parnaíba, São Raimundo Nonato e Picos.
Fuso horário: UTC-3
Clima: tropical quente e úmido (região litorânea) e semiárido (interior).
FAUNA E FLORA DO ESTADO
Exemplos de espécies animais da fauna do estado do Piauí:
- Lobo-guará
- Ema
- Urubu-rei
- Onça-pintada
- Jaguatirica
- Macaco-prego
- Sagui
- Andorinha
- Mocó
- Sagui
- Surucuá-de-barriga-vermelha (ave símbolo do Piauí)
- Bicho-preguiça
- Tucano
- Veado-mateiro
- Jabuti
- Paca
- Tatu-bola-da-caatinga
- Falcão-tropical
- Xexeu (pássaro)
- Curripião (pássaro)
- Beija-flor
- Jararaca
- Cascavel
Exemplos de espécies vegetais da flora do estado do Piauí:
- Carnaúba
- Babaçu
- Tucum
- Cactos
- Oiti
- Buriti
- Bromélias
- Macaúba
- Patizeiro
- Louro-pardo
- Sapucarana
- Tamboril
- Ipê-amarelo
- Sapucaia
- Violeta
- Jenipapo
- Açoita-cavalo
- Jatobá
- Cedro
- Aroeira
- Cajazeira
- Angico-branco
- Moreira
- Tuturubá
- Xiquexique
- Jurema
Fonte: https://www.suapesquisa.com/estadosbrasileiros/estado_piaui.htm
Referências bibliográficas
NUNES, Odilon. Estudos de História do Piauí. 2ª ed. Teresina:
COMEPI, 1983.
RIBEIRO, Joaquim Agnelo (2003). História do Piauí. Teresina: Lettera.
https://www.suapesquisa.com/estadosbrasileiros/estado_piaui.htm
Publicado por: Benigno Núñez Novo
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