As melhores escolas
Resultados acadêmicos x Desenvolvimento Humano, nem sempre as melhores escolas aparecem no hanking.O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.
O final do ano aproxima-se e muitos pais começam a visitar escolas e creches para colocarem seu(a) filho(a) estudando no próximo ano. Hoje vive-se dois grandes discursos para educação escolar por um lado, o discurso de Resultados Acadêmicos, instituições que centram seu ensino treinando as crianças e jovens para passar nos testes e obter notas boas, por outro, creches e escolas que implementam o discurso do Desenvolvimento Humano, através da sua educação subsidiam crianças e jovens para que pensem por si mesmos e não aceitem a primeira idéia que lhes é oferecida. Nestas escolas encontram-se propostas educativas de longo prazo, mais evidentes em avaliações qualitativas.
Para o psicólogo, americano, Thomas Armstrong nem sempre as melhores escolas são aquelas que aparecem como as primeiras dos ranks divulgados pela mídia. Para ele na Educação Infantil (creche e pré-escola) a educação deve derivar do lado lúdico. A ênfase dos primeiros anos do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) deve ser a de ajudar as crianças a entender como o mundo funciona, engajando-as ativamente em atividades cotidianas. Nos últimos do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) a escola deve enfatizar o crescimento social, emocional e metacognitivo. E por fim as escolas de Ensino Médio deveriam devotar-se à preparação dos estudantes no mundo com independência.
A partir dessa breve reflexão sobre as funções da escola em seus diferentes níveis apresento a seguir alguns pontos importantes na hora de escolher a escola para seu (sua) filho (a):
1 – O propósito educativo da escola deve ser o desenvolvimento integral de crianças e jovens, não se restringindo à preparação para exames e provas. Educar é muito mais do que ensinar para a prova.
2 – As ações da escola não devem estar centradas somente no desenvolvimento intelectual. Seu projeto deve contemplar o desenvolvimento integral das crianças e dos jovens: social, afetivo, psicomotor e cognitivo. Sujeitos educados assim são capazes de dialogar, criticar e se autocriticar.
3 – Ela deve ir além do objetivo de ensinar a ler, escrever e contar. Deve ser uma parceira dos pais na tarefa de educar para formar cidadãos conscientes. A educação é um propósito coletivo.
4 – A estrutura física não precisa ser sofisticada, mas tem de ser saudável, com acessibilidade para todos, e obedecer a todas as normas de segurança. O espaço da escola deve expressar o que é vivido pelo grupo.
5 – Os pequeninos devem iniciar em uma escola menor, acolhedora, que inspire mais "aconchego", pois nesse período o mais importante é a formação do vínculo com os professores e outras crianças. Afetividade é um ingrediente indispensável no processo educativo.
6 – As turmas devem ser pequenas, para que os professores conheçam seus alunos pelo nome e possam acompanhar seu desenvolvimento. As turmas devem se constituir em grupos, e não em bandos.
7 – Os professores e profissionais da escola devem ser habilitados para desenvolver suas funções, trabalhar coletivamente e estar permanentemente em processo de formação continuada. O foco não deve ser o professor, mas a equipe, o sujeito coletivo.
8 – A livre expressão e o estímulo à criatividade devem ser incentivados. São competências importantes na formação de todos os indivíduos. Sujeitos autônomos são educados em espaços onde se vive a democracia.
9 – Num ambiente democrático disciplina é importante. O fundamental é que crianças e jovens aprendam a respeitar os outros, reconhecendo seus direitos e tendo a noção dos limites e das regras sociais. Educar exige liberdade e limite ao mesmo tempo.
10 – A escola deve ter seu projeto político-pedagógico elaborado com a participação de toda a comunidade escolar (estudantes, pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores). Participação e cooperação são princípios fundamentais.
11 – A escola deve estar registrada na Secretaria de Educação. Educação escolar não é coisa para curiosos e/ou leigos.
12 – É importante que, entre os objetivos propostos pela escola, esteja prevista a aprendizagem do pensar, de como resolver situações problemas, desde cedo, porque só assim crianças e jovens saberão fazer suas escolhas. Saber escolher é um aprendizado.
13 – No projeto pedagógico devem estar previstas atividades artísticas, culturais e esportivas, como passeios, viagens, festas, oficinas, apresentações, feiras, palestras, entre outras. Participar dessas atividades irá fortalecer a autoria de seu (sua) filho(a), ampliar sua compreensão do mundo e propiciar um melhor entendimento dos conteúdos relacionados a outras áreas do conhecimento. Aprende-se efetivamente na vida, nas situações reais, concretas e cotidianas.
14 – Ao matricular seu (sua) filho (a) numa escola, você passa a integrar a comunidade escolar. Nesse sentido, é necessário que a escola planeje ações educativas também para os pais: palestras, debates, filmes etc.
15 – A escola tem de servir para todas as crianças, pois todas têm necessidades especiais e necessitam de cuidado individualizado. Não é responsabilidade da criança ou do adolescente se adaptar à escola, e sim a escola é que deve se adaptar a eles. Crianças e jovens, juntos, cada um com suas diferenças, aprendem mais e melhor porque não aprendem apenas a ler e escrever, mas também a conviver com as diferenças. Isso é que "vai fazer a diferença", quando forem adultos, quando forem conviver com os colegas no trabalho, com os namorados, com maridos e mulheres, enfim, com e na sociedade, feita de diferenças. Nada mais humano do que as diferenças.
16 – Crianças e jovens devem ter oportunidade de viver de forma saudável. A educação alimentar é ponto fundamental em uma proposta que não pensa que crianças e jovens (sujeitos sociais) devam ser tratados somente como alunos (cérebros). O corpo também precisa ser educado, para promover a saúde como um todo. Desde cedo as crianças devem aprender a cuidar do seu corpo e da sua saúde. Assim é que a proposta educativa precisa envolver projetos contra uso de cigarro, droga, álcool; discutir consumismo, violência etc. A escola deve promover reflexões sobre temas que contribuam para o desenvolvimento de valores importantes para si e para a sociedade.
17 – A ecologia, e as sustentabilidade devem integrar os componentes curriculares da proposta educativa da escola. Estamos num momento crítico da história da Terra, a Humanidade deve escolher o seu futuro. Ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e o da diversidade da vida.
18 – Um bom indicador de qualidade da escola é o sentimento das crianças e dos jovens que a freqüentam. Procure observar se eles estão felizes, alegres. Escola deve ser um espaço de prazer, mesmo existindo regras, disciplinas, compromissos e cobranças.
O mundo globalizado em que vivemos, segundo o geógrafo brasileiro, Milton Santos é horrível. É fruto de um desenvolvimento histórico e para nós pais e professores a esperança deve ser uma opção de futuro. Pensar na educação dos nossos filhos e alunos é escolher o melhor caminho para equipá-los para viver a partir do legado que estamos deixando para eles com competências para transformar o mundo repleto de males sociais em um novo mundo possível.
Publicado por: Aristeo Leite Filho
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