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ANÁLISE HISTÓRICA DA DOCÊNCIA E A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Análise sobre a formação dos docentes em todas as suas etapas

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RESUMO

O presente trabalho tratará sobre a docência no Brasil voltada para o ensino superior, onde a priori será abordado sobre seu contexto histórico, fazendo uma análise sobre a formação dos docentes em todas as suas etapas, desde ao antigo magistério até a formação dos docentes atuais promovidos pelas universidades, sensibilizando-se com a necessidade em formar profissionais capacitados na transmissão de conhecimentos, depois abordar-se-á sobre a docência elencando sobre o seu avanço no meio social e educacional, nesse momento falar-se-á sobre como o aspecto ensinar foi se fortalecendo a depender da época em que se encontravam, fazendo uma análise sobre a antiguidade até o período atual, nesse será mencionado que a docência passou por diversas modificações que foram favoráveis e contrárias para o ensino-aprendizagem, e ver-se-á que a Constituição e a lei de diretrizes e bases e as demais leis contribuíram para a melhoria dos métodos de ensino, e para a melhoria da especialização dos docentes, e por fim será tratado sobre a importâncias das práticas pedagógicas, pois elas beneficiam a formação dos futuros profissionais e capacita-os para o mercado de trabalho.   .

PALAVRAS-CHAVE: Docência. Ensino Superior. Práticas Pedagógicas.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tratará sobre a docência no ensino superior, esta que possui um importante papel na vida dos universitários, pois é por meio do aprendizado absorvido nas instituições do ensino superior é que o mesmo se tornará um profissional apto e qualificado para o mercado de trabalho.

O docente é um dos atores do aperfeiçoamento de seus alunos, pois a absorção de conhecimentos exigirá do mesmo boas técnicas, didática, pesquisas e aprimoramentos constantes, bem como a aplicação de métodos adequados para cada caso.

A docência só é eficaz como será demonstrado se, for bem planejada e os métodos de ensino forem aplicados corretamente, por isso é importante conhecer a sua história e seus avanços, e é isso que será analisado no presente trabalho.

A profissão da docência, como será analisada, é fato antigo e passou por mudanças variadas, o que necessitou adaptações e readaptações do corpo docente, e perceber-se-á que ela foi e ainda é importante na transformação e na construção do conhecimento humano, sendo essa uma ferramenta transformadora da sociedade.

O principal objetivo é averiguar as mudanças ocorridas na docência desde seu início, bem como visualizar a função e a importância das boas práticas pedagógicas, a fim de compreender a sua importância para o meio social e para seus discentes de forma que se aprofunda na profissionalização do docente e em seu crescimento como um objeto transformador da vida em sociedade.

Esse tema é relevante tanto para a vida profissional, como para a sociedade, pois visa demonstrar que o docente não é um mero transmissor de conhecimentos, pois sua função vai além, se tornando um instrutor motivador que prepara os discentes tanto para a vida profissional como o orienta em sua vida pessoal, criando assim um elo entre aluno e professor.

A metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica e o método dedutivo, onde se utilizou livros, artigos e periódicos, sites e leis, que promoveram uma melhor compreensão sobre a importância de uma educação formadora de docentes, assim como a inovação em suas práticas pedagógicas são essenciais para os discentes, alguns dos autores citado foram Sá, Santos, Lima e outros, onde ambos concordam que a profissão do docente é eficaz na transformação e no desenvolvimento humano.

DESENVOLVIMENTO

A HISTÓRIA DA DOCÊNCIA NO BRASIL

A profissão dos docentes advém desde os tempos da organização humana em sociedade, onde houve a necessidade de se transmitir conhecimentos, sendo vista apenas como um oficio ou um dom que era passado de geração em geração, e para este não precisava englobar diversos conhecimentos e era algo simples. Na antiguidade os primeiros professores, conhecidos como “mestres-escolas” se embasavam na retórica, na arte, na música, na política, na escrita, e na matemática. (SÁ; NETO, p. 5, 2016)

Na idade média, os padres eram os que ensinavam e, esses mão detinham nenhuma formação específica relacionada com a docência. No século XVI vieram as chamadas “corporações de oficio” e o surgimento das “primeiras universidades”. No século XVII França voltou a formação dos docentes que fosse separada da igreja o que corroborou em uma educação dividida em dois polos, um interligado ao estado e outro à igreja. (SÁ; NETO, p. 5, 2016)

No Brasil por longos anos os jesuítas dominaram o ensino até o momento em que o estado assumiu essa responsabilidade, e passou por muitos avanços e retrocessos, e só com a revolução indústria é que a docência ganhou destaque, por ser necessário ensinar e capacitar os operários para as fábricas. (SÁ; NETO, p. 7, 2016)

Em 1827 a norma vigente demonstra preocupação em formar docentes, tal formação seria sob o encargo dos próprios professores, pois a busca pela promoção de ensino melhor, fez-se necessário a implantação de profissionais treinados e capacitados. (BRAGANÇA; MOREIRA, 2013). A formação docente ocorreu em meados do século XIX, porque antes não havia capacitação específica voltada pera essa formação. (LIMA; ALEXANDRINO, 2012)

No primeiro momento as mulheres eram proibidas de exercerem a função de docente (LIMA, ALEXANDRINO, 2012). O momento educacional que marcou a história do Brasil, foi o surgimento da primeira escola na cidade do Rio de Janeiro, em 1835, nesse período o Brasil passava por diversas lutas internas, baseadas na política, onde os partidos que litigavam era “os liberais e os conservadores”, e a educação seguia o modelo europeu. (BRAGANÇA; MOREIRA, p. 8, 2013)

Na época a liderança ficou nas mãos dos conservadores, e os mesmos impuseram que instruir era essencial para a construção de idealistas, e é nesse entendimento que o foco principal era a formação dos docentes, pois esses líderes acreditavam que por meio da educação poderiam difundir suas “visões de mundo”. (BRAGANÇA; MOREIRA, p. 8, 2013)

Desta forma percebe-se que a formação dos docentes está entrelaçada com a visão estatal, onde dentre uma das exigências desses políticos era saber ler e escrever, para  que desta forma fosse mais fácil a difusão da ideologia do estado, logo nessa época não era exigível tantos conteúdos, pois o foco não era “a apropriação de conhecimentos. (BRAGANÇA; MOREIRA, p. 9, 2013). A formação dos docentes, e o modelo de conhecimento era moldada pelo estado. (LIMA, ALEXANDRINO, 2012)

No século XIX “não havia uma formação específica para a docência. Isso se dava através de concursos de nomeação em que se levava em conta somente o atestado de moralidade e o conhecimento exclusivo do que seria ensinado”. Em 1834, para formalizar a docência vieram os cursos de magistério e da Pedagogia voltadas para professores que lecionariam no ensino primário, e para a preparação para os ensinos secundários, a formação se dava por meio das licenciaturas promovidas pelas universidades, onde essa eram divididas por diferentes disciplinas. (LIMA, ALEXANDRINO, p. 9, 2012)

Conforme já fora mencionado, as escolas em seu início eram instrumentos para disseminar as ideias impostas pelo estado, e na época a docência era uma função que era pouco reconhecida, e foi com a Lei 5692/71, que o ensino evoluiu, alterando o primeiro grau para oito anos, e o ensino secundário especializaria o aluno para alguma profissão, e eram chamados de cursos médios técnicos, nesse período as mulheres eram a maioria. (LIMA; ALEXANDRINO, 2012)

A pedagogia habilitava o aluno para ser “técnico em educação”, e com o surgimento de inúmeras faculdades e universidades esses cursos de formação se oficializaram como cursos específicos para formar docentes. No século XX as mulheres que haviam se formado por meio do magistério encontravam mais vagas em escolas do interior, logo, abriam de suas vidas na cidade e tinham que se deslocar para cidades interioranas. (LIMA; ALEXANDRINO, 2012)

As mulheres na área da educação cresciam a cada dia, muito embora enfrentassem diversos obstáculos por conta do machismo e do preconceito de gênero, além da insatisfação salarial, era claro que a docência precisava se organizar, e foi no século XX que muito embora houvessem divergência e lutas para melhorar as condições dos docentes, foi no referido século que houve uma reestruturação no ensino. (LIMA; ALEXANDRINO, 2012)

No entanto, mesmo com o ensino reestruturado a luta por melhores condições para os docentes permanecia, na ditadura a política era dominante, logo, a docência seguia o mesmo caminho, e é nesse período que surgem os sindicatos, esses representariam a classe dos professores na busca por melhorias e, apesar das mulheres estarem em sua maioria nessa classe ainda era complicado visualizar sua ascensão, pois a administração das escolas era dominada pelo homem. (LIMA; ALEXANDRINO, 2012)

O magistério que não mais existe tem grande importância para a atual formação dos docentes, e cabe ressaltar que ainda no século XXI a luta por melhorias nas questões relacionadas aos docente era buscada, e os principais pontos eram os salários, e ainda é uma profissão pouco valorizada, mesmo sendo exigido do professor uma amplitude de conhecimentos e técnicas. (SÁ; NETO, p. 5, 2016)

Com  a globalização os antigos métodos formadores de docentes tiveram que se readaptar, e superar os métodos antigos de ensino, que findaram se tornando antiquados perante o avanço tecnológico e a ampla disseminação de conhecimentos, e mesmo a docência sendo o ponto de partida para as demais profissões, pois todos deveriam passar por algum ensinamento, ainda é pouco valorizada reconhecida. (SÁ; NETO, 2016)

O que se pode compreender é que a docência é um importante e antiga profissão, e evoluiu com o tempo, porém ainda resta um reconhecimento da mesma de tal forma que satisfaça essa classe, já que a mesma é importante para a evolução e para o aprendizado do homem. (SÁ; NETO, 2016)

A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

O ensino superior surge não só para trazer alguma formação, mas com o intuito de melhorar as condições financeiras da sociedade. No Brasil em comparação aos outros países da américa latina fora implantado de forma retrógrada, a ano de 1808  seria o ano que marcaria o surgimento do ensino superior, onde  a Dom João VI foi exigido se fundasse uma universidade que teroa a ajuda de financiamentos dos comerciantes da época, no entanto o que fundou-se foram os “cursos de cirurgias na Bahia e no Rio de Janeiro” onde no Rio fundou-se também os cursos de medicina, economia e outros. (PINTO, p. 11, 2014)

Somente com o advento da independência em 1827, foi que se fundou as universidades que foi instituído por meio do decreto 14.343/1920, “sendo assim surgem a universidade do Rio de Janeiro em 1920, a Universidade de Minas Gerais em 1927, a Universidade de São Paulo em 1936 e a de Brasília em 1961”. As universidades surgem como complemento das instituições profissionalizantes existentes. (PINTO, p. 11, 2014)

O ensino superior promovido nas universidades  tinha como foco “a modernização do país”, de modo que deveria qualificar a humanidade para o mercado de trabalho, Em 1931 criou-se no decreto  de n° 19851, e por meio impôs-se que os ensinos nas universidades deveriam além de profissionalizar, mas também formar novos professores, com isso surgiam novas universidades e novas ideias. (PINTO, p. 12, 2014)

Anísio Teixeira, em 1835, criou a universidade do Distrito Federal, que surge com novos ideais voltados para a renovação e incentivo dos métodos de ensino e da pesquisa, e devido as controvérsias de suas ideias, a mesma foi extinta, tal fato corroborou a criação de um projeto imposto pelo estado, e com o decreto de Lei de n° 452/1937, se  formaria um ensino superior padronizado baseando-se na universidade do Rio, que fora “renomeada como Universidade do Brasil” (PINTO, p. 12, 2014)

O ensino superior nessa época era frequentado mais pela elite, o que gerou lutas por mais vagas que fossem acessíveis a todas as classes sociais, essa luta foi tida com a união entre professores e a sociedade. E mesmo o governo tentando controlar as inúmeras manifestações, isso só fortaleceu os manifestantes que ganharam mais força para lutar, dentre a imposição do estado houveram o afastamento dos professores envolvidos, mas tal repressão não deu muito certo. (PINTO, 2014)

Essas lutas influenciaram no crescimento de importantes universidades em 1968. Nessa época os  estudantes se apossaram das universidades por um período de seis meses, o que deu início a criação do decreto de Lei de n° 5540/1968, que veio a extinguir o antigo sistema de ensino liderado pelos cátedras, e sua missão foi voltada para os interesses dos professores e estudantes das universidades, e trouxe mais autonomia para a instituição universitária.

Entretanto com o decreto  de Lei de n° 464/69, “as disposições requeridas pelos professores e estudantes” tiveram que que ser ajustadas de acordo com  o regime militar da época, onde vetou-se a autonomia das universidades, e devido a pressão estudantil no que se refere ao aumento das vagas, foram surgindo as instituições de ensino superiores privadas. (PINTO, p. 13, 2014)

Para evitarem conflitos ou lutas contra as ideias e imposições do estado, os militares apoiaram a entrada das instituições privadas, porque desta forma os estudantes não se mobilizariam contra o governo, e outro meio de evitar conflitos os militares foi o investimento feito nas universidades públicas a fim de melhor capacitar os estudantes, tornando-os aptos para enfrentar a globalização, promovendo assim diversos tipos de especializações. (PINTO, 2014)

Após o fim da era militar, com a Constituição 1988 foi que houve de fato a satisfação dos pedidos dos estudantes e professores, onde “tornou-se a pesquisa e o ensino inseparáveis, e forneceu autonomia universitária, e redirecionou 18% das receitas da União para as instituições de ensino superior....”. (PINTO, p. 15, 2014)

Em 1996, veio o decreto 9394, que instituiu a Lei de Diretrizes e bases, nessa houve a exigência de constantes avaliações dos cursos superiores de graduação, onde essas avaliações calculariam os desempenhos das instituições universitárias, e caso fossem constatadas quaisquer irregularidades, essas deveriam ser notificadas a corrigirem o erro. (PINTO, 2014)

O ensino superior teve a influência do modelo Napoleônico, que ganhou notoriedade com a criação do programa universidade para todos (PROUNI), por meio desse projeto os estudantes de baixa renda poderiam ingressar em uma universidade particular, o que causou um aumento de instituições particulares e bem como o aumento de seus alunos, logo, contribuiu para a decadência dos alunos nas instituições superiores públicas. (PINTO, 2014).

Conforme Pinto (2014) a lei de Diretrizes e Bases classificou as instituições superiores em três modalidades, “as faculdades, os Centros Universitários e as Universidades”, cada um tinham exigências e regras específicas para a sua existência, já seus objetivos estão descritos no art. 43 da Lei de diretrizes e bases e são os seguintes:

Art. 43. A educação superior tem por finalidade:

 I - Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;

II - Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;

IV - Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V - Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração

VI - Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII - Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

VIII - Atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (CARDOSO, 1996)

A docência nada mais é do que um professor que é capaz de transmitir conhecimentos daquilo que algum aprendeu, ou seja, antes de ser um docente o mesmo já foi um discente, e é essa interação entre o ensino e a aprendizagem que faz florescer a absorção dos conhecimentos. (PINTO, 2014).

Como foi visto o aluno era um mero receptor de conhecimento e caso o mesmo falhasse a culpa recaía sobre o aluno, desse modo, observa-se que não havia o diálogo professor-aluno, essa forma perdurou durante o ano de 1970 até a atualidade, tendo mínimas mudanças nesse método avaliativo. (PINTO, 2014).

No entanto a eficácia do docente para lecionar está ligada em sua preparação pedagógica, e para isso exige-se que o mesmo se aprimore e se aperfeiçoe em técnicas de ensino de forma que sejam capazes de transmitir os conhecimentos com clareza, logo, cabe  ao professor a responsabilidade sobre o conteúdo dado em sala e sobre o aperfeiçoamento de seus alunos. (PINTO, 2014).

Desta forma pode-se dizer que houve uma mudança favorável na docência que veio com a necessidade de interação entre aluno e professor e aluno-aluno, pois somente assim percebeu-se que o estudante aprendia mais rápido e com mais prazer. (PINTO, 2014).

A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Para promover um ensino-aprendizagem eficaz foi visto que se faz necessário uma interação entre o professor e o aluno, e para isso há diversos meios e formas de atingir tais objetivos, o que exigirá que o professor amplie seus métodos e diversifique suas ferramentas de ensino, incluindo no ensino o uso da “internet, retroprojetores, data-shows, vídeos “ e outros, além de se especializarem constantemente. (PINTO, 2014).

Para Brisolla, (p. 3, 2020) as práticas pedagógicas estão relacionadas com as atividades didáticas, o que engloba o “processo de planejamento e avaliação”. A prática pedagógica “é uma prática social orientada por objetivos, finalidades e conhecimentos e inserida no contexto da prática social”, ela faz parte da vida cotidiana do docente em sala de aula.

A prática pedagógica resulta da própria vivência e do conhecimento teórico do docente, logo, teoria e prática são inseparáveis, e através dessa interpretação, Brisolla menciona as seguintes palavras de Caldeira e Zadan:

[...] a prática pedagógica é, ao mesmo tempo, a expressão e a fonte do saber docente, e do desenvolvimento da teoria pedagógica. Assim, ao mesmo tempo em que o professor age segundo suas experiências e aprendizagens, ele cria e enfrenta desafios cotidianos (pequenos e grandes) e, com base neles, constrói conhecimentos   e saberes, num   processo   contínuo   de   fazer   e   refazer. (CALDEIRA; ZAIDAN, 2013, p. 21 apud Brisolla, p. 6, 2020)

O docente em sua completude para lecionar, deve fazer uso não só da teoria, mas da prática pedagógicas. Nas instituições de ensino as práticas devem estar em harmonia entre os métodos impostos pelas universidades e com o ambiente vivenciado pelo aluno, é devido a este fato que a prática pedagógica é algo cultural. (LIMA, 2022)

Além do fator cultural, a prática pedagógica é associada com o método de ensino, sendo os meios, instrumentos, ferramentas e as formas que são utilizadas pelo docente na transmissão dos conhecimentos. (LIMA, 2022)

O que se deve analisar é que as práticas utilizadas pelo docente têm objetivos a serem alcançados, e é isso que as instituições irão exigir do mesmo, pois seja quais forem seus métodos, eles devem promover o aprendizado de seus alunos, assim o professor será como um instrumento que promove de fato mudanças positivas. (LIMA, 2022)

Para ser um transformador, o docente deve conhecer o contexto social de seus alunos, para poder construir um diálogo com o estudante, pois, é por meio dessa convivência que o mesmo poderá escolher, se aprimorar, e utilizar a prática pedagógica mais adequada para seus discentes. (LIMA, 2022)

A prática do docente deve ir além do ensino conservador e até mesmo ir além da formação acadêmica, pois ela se mistura com  a vivência e a teoria, com a inclusão de habilidades no “ato de ensinar, “desta forma o docente pode refletir a sua prática educacional, não apenas como seu objeto de trabalho, mas também com o objetivo “transformador da realidade social”. (LIMA, 2022)

O professor não é um conhecedor de tudo, logo, as pesquisas fazem parte de sua vida educacional, onde a pesquisa não se limita a busca por conhecimentos e vai além, pois o mesmo será um pesquisador e um avaliador de si, e desta forma o mesmo poderá observar seus métodos e pode averiguar suas falhas e melhorá-las. (Idem, 2022)

Resume-se então que as práticas pedagógicas são as ações tomadas pelo docente no ambiente educacional, e as mesmas não possuem um modelo específico, pois dependerá do contexto social, da sua vivência profissional e com seus alunos, das tradições e “culturas existentes nas instituições” tendo por fundamento a socialização do ensino. (Idem, 2022)

Em outros casos cabe ao docente inovar suas práticas pedagógicas para acompanhar as mudanças sociais e tecnológicas, mas toda inovação é dependente da experiência vivida pelo docente, ou seja, a inovação na prática educacional se trata dos métodos existentes melhorados e da criação de novos, ampliando as formas de transmissão do saber. (SANTOS, 2018)

Pode-se compreender que a prática pedagógica é a maneira do docente penetrar na mente do aluno, com o intuito que ele compreenda o conteúdo dado em sala, e essa finalidade pode ser alcançada por diferentes meios, por isso o professor deve estar atento em estimular e chamar a atenção do mesmo, despertando a curiosidade de seus alunos, além de promover o senso crítico e reflexivo, para isso deve-se utilizar a didática e a estratégia adequada para cada situação presenciada em sala. (SANTOS, 2018)

Santos traz as palavras de Gil que afirma a existência de “quatro pilares na educação que são transformadores das práticas educativas que são “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, e aprender a ser” (SANTOS, 2018)

Como pode-se ver é que a prática pedagógica precisa de pesquisa, planejamento, e estar sempre atenta as mudanças e evoluções da sociedade e das tecnologias, sendo que os docentes findam sendo não só transmissores de conhecimentos mais também instrutores da vida profissional e da vida pessoal de seus discentes. (SANTOS, 2018)

CONCLUSÃO

Com o presente trabalho pôde-se visualizar que a profissão do docente existe desde que homem se reuniu em sociedade, e que a mesma passou por constantes mudanças positivas e negativas, e seus objetivos se aprimoraram com o tempo.

O foco da docência no início como foi visto, era formar profissionais qualificados para atuarem nas fábricas, mas com o tempo se diversificou para as demais áreas e se tornou o ponto de partida para o desenvolvimento humano.

O ensino superior passou por diferentes normas, e teve que se adaptar a cada época vivida, e devido a globalização e a evolução da sociedade o docente teve que aprimorar seus métodos de ensino, sendo mais interativo em sala de aula, pois esse contato mais próximo de fato facilitava o ensino-aprendizagem.

Viu-se que com  a Constituição de 1988 e lei de diretrizes e bases, o ensino superior ganhou mais destaque e autonomia, o que promoveu com certeza um melhoramento da educação superior, bem como trouxe mais acessibilidade para que estudantes de baixa renda ingressassem em um faculdade, o que foi um ponto fulminante para a igualdade no meio educacional.

A sociedade está em constante evolução, e a inovação nos métodos de ensino é essencial para a transmissão de conhecimentos, para isso o docente tem um campo aberto de meios e formas que pode utilizar em sala de aula, desde os meios tecnológicos como por meio de especializações, ambos são utilizados para ganhar a atenção dos discentes, o que é benéfico para a absorção dos conhecimentos.

As boas práticas pedagógicas exige muito do docente, pois sua eficácia depende de seu aprimoramento pessoal e profissional, além de que o docente precisa conhecer o meio em que vive seu discente, para selecionar  o meio mais adequado, o que é o certo, pois promove não só o aprendizado, mas a inclusão do aluno conforme sua experiência sociocultural, e por fim o docente é essencial para a humanidade.

REFERÊNCIAS

BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza; MOREIRA, Laélia Carmelita Portela, Formação e Profissionalização Docente no Brasil: Instituições, Práticas Educativas e História, Rev. Eletrônica, Pesquisaduca, Santos, V. 05, n. 09, p. 43-62, jan- jul., 2013.

BRISOLLA, Lívia, A Prática Pedagógica no Ensino Superior: Planejamento, interdisciplinaridade e metodologias ativa, Revista Devir Educação Lavras, ISSN 2526-849X, vol. 4 , n. 1, p. 77-92, jan/jun, 2020

CARDOSO, Fernando Henrique, Lei n° 9394 de 20 de dezembro de 1996, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/l9394.htm, Acesso em: 20/07/2022.

LIMA, Cíntia Lúcia de; ALEXANDRINO, Daniela Fantoni de Lima. Trajetória do Sistema Educacional através das configurações da Profissão Docente no Brasil, Cadernos de História da Educação, v. 11, n. 2, Jul/dez. 2012.

LIMA, Helyone, A prática educativa e o professor do ensino superior, 2022, Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com. br/educacao/a-pratica-educativa-professor-ensino-superior.htm, Acesso em: 20/07/2022.

PINTO, Walysson Cleber Reis, O Ensino Superior e o perfil do docente atuante nessa fase da educação, Monografia apresentada à coordenação do curso de Docência universitária da Faculdade Católica de Anápolis, 2014, Disponível em: https://www.catolicadeanapolis.edu.br/biblioteca/wp-content/uploads/2018/11/TCC-walison.pdf, Acesso em: 20/07/2022.

SÁ, Tiago Tavares de; NETO, Francisco Raimundo Alves. A Docência no Brasil: História, Obstáculos e Perspectivas de Formação e Profissionalização no século XXI, Revista Tropos, ISSN: 2358-212X, Volume 5, número 1, Edição de julho de 2016.

SANTOS, Dayane Evellyn Ferreira dos, Inovação das Práticas pedagógicas na docência superior: o papel do docente como orientador e não como transmissor do conhecimento, 2018, Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br /educacao/praticas-pedagogicas-docencia-superior, Acesso em: 20/07/2022.


Publicado por: evandro pereira teixeira

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