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Negros no esporte: espaço de igualdade ou racismo

Estudo sobre os rótulos da participação de atletas negros no esporte

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

RESUMO

O artigo procura questionar os rótulos da participação de atletas negros no esporte, mostrando a estigmatização de esportes que pelo senso comum só podem ser praticados por negros. Procurando identificar as origens, os elementos socioculturais que viabilizaram tal concepção. Assim como apresentar possíveis alternativas que nos aproximem da Educação Física escolar e na concepção da prática cidadã de esportes junto às periferias.

Palavras Chave: Racismo no esporte. Atletas negros. Preconceito e Esporte

ABSTRACT

The article seeks to question the labels of the participation of black athletes in sport, showing the stigmatization of sports that, by common sense, can only be practiced by blacks. Trying to identify the origins, the sociocultural elements that made this conception possible. As well as presenting possible alternatives that bring us closer to school Physical Education and in the conception of citizen practice of sports in the periphery.

Keywords: Racism in sport. Black athletes. Prejudice and Sport

INTRODUÇÃO

O tema do artigo trata da participação dos negros em modalidades esportivas, que muitas vezes mostram a rotulação de esportes típicos ou próprios para os atletas negros, principalmente o atletismo (provas de velocidade, resistência e força), boxe e futebol. O que nos faz perguntar: Por que esses estereótipos eugênicos ainda estão presentes nos esportes? Por que ainda existem concepções de esportes de brancos e esportes de negros? Quais as atitudes práticas para acabar com o racismo nos esportes?

Identificamos como necessário pesquisar sobre os motivos, as origens históricas das manifestações racistas vinculadas ao esporte. Também buscando elementos que identifiquem quais as alternativas para superar e viabilizar uma sociedade onde a justiça social e a melhoria da qualidade de vida da população sejam o foco da ação cidadã.

O problema da pesquisa é buscar a real orientação identificando o papel do cidadão negro que encontra no esporte uma condição de igualdade ou a concretização do racismo (?). Identificando elementos que deram origem ao preconceito e rotulação do senso comum.

A metodologia levou em consideração a coleta de dados sobre o tema: Os negros no esporte construindo um espaço de igualdade ou reafirmando  manifestações racistas.  Possibilitando a construção de uma revisão bibliográfica com texto dissertativo expositivo, procurando expor e explicar as ideias apresentadas pelos autores escolhidos.

O objetivo geral é identificar os mecanismos que ajudaram na construção de manifestações racistas que permeiam a concepção da participação dos negros nos esportes. 

DESENVOLVIMENTO

Em um país multicultural como o Brasil, que apresenta uma população que possui várias contribuições étnicas, fica complicado ainda estabelecer rótulos para a participação de atletas negros no esporte. Ou ainda estigmatizar esportes que só podem ter melhor rendimento se for executados por atletas negros.

Acreditando ou não tais configurações ainda perpassam o imaginário e o senso comum em nosso dia-a-dia. Ao que nos perguntamos: Por que esses estereótipos eugênicos ainda estão presentes nos esportes? Por que ainda existem concepções de esportes de brancos e esportes de negros? Quais as atitudes práticas para acabar com o racismo nos esportes?

O pesquisador Neilton Ferreira Júnior, em entrevista ao Correio Braziliense, em agosto de 2021, sobre o número elevado de medalhistas negros brasileiros na Olimpíada de Tóquio defende o debate racial como imprescindível.  “O esporte não é um dado da natureza em que o racismo aparece. A forma como o esporte está instituído não só reproduz como é altamente tolerante à violência racial. É preciso que, ao falarmos sobre racismo, a gente também fala sobre o esporte.”

Podemos afirmar que os mecanismos sociais e culturais que montaram representações dos negros no esporte foram construídos a muito mais tempo e está relacionado ao tratamento dado ao ex escravo que era privado de frequentar escolas ou ter acesso ao trabalho nas fábricas como assalariado no início do século XX no Brasil.

O trabalho braçal, doméstico, vendedores ambulantes eram as oportunidades de trabalho para os negros, o que de alguma forma ajudou a buscar no esporte uma possibilidade socioeconômica de melhoria de condição. Os espaços marginais nas cidades (favelas, vilas) tornaram-se o destino dos pobres e negros, o que gerou estigmas de identificação e interesses comuns nas comunidades negras: escolas de samba, associações e ligas de futebol.

O cientificismo e eugenia que colocava a população negra na base inferior da pirâmide racial foram colocados em xeque em 1936, nos jogos olímpicos de Berlim, quando o velocista norte americano Jesse Owens, o primeiro atleta negro a obter quatro medalhas de ouro em uma mesma olimpíada (venceu os 100m e 200 metros rasos, o salto em distância e o revezamento 4 x 100). Causou impacto não só nos alemães, mas também nos norte-americanos que na época viviam sob fortes leis segregacionistas.

Tal fato pode ser visto pelo ângulo positivo, pois rechaçou elementos de teorias racistas, porém criou outro estigma, que os negros serviam somente para o atletismo, principalmente nas provas de velocidade, resistência e força, como o box e o futebol. A rotulação a certos esportes onde a questão econômica pouco interfere.

A educação física no Brasil passa a ser obrigatória a partir de 1931, e sua prática nas escolas secundárias tem como objetivo a promoção da saúde física, promovendo hábitos de higiene e educação moral. Adotou o método francês ou militar, que buscava eficiência de movimentos, de forma racional, metódica, visando obter qualidades físicas e morais do indivíduo de forma disciplinada.

Segundo OLIVEIRA (2008), a disputa da Guerra Fria entra nos esportes onde o comunismo e os capitalismos disputam através das melhores técnicas de treinamento para obter os melhores resultados. É nessa época que surgem os princípios de treinamento esportivo que vigoram até hoje nos treinamentos físicos. Surge o conceito de “individualidade biológica” que analisa as características genotípicas e fenotípicas para dirigir o atleta a uma determinada modalidade esportiva e os métodos de treinamento.

Observamos aqui mais uma proposta que enquadra o negro como apto para determinados esportes e representá-lo como corredor nato de velocidade. Assim o ser negro vira rótulo de modalidades esportivas específicas.

Para SANTOS (2017), o fato de existir atletas negros em determinada modalidade, não significa que deixará de existir racismo.

A vinculação entre a presença dos negros e a luta contra o racismo no Brasil é encontrada facilmente nas histórias sobre o futebol brasileiro. Por conta dessa redução grosseira de uma experiência tão complexa, passamos a acreditar que bastávamos encontrar o negro para podermos afirmar que aquele clube ou equipe possuía uma relação direta com a luta dos negros na sociedade. Devemos ter cuidado com esse discurso, visto que por muito tempo acreditando que pensar o atleta era a única forma possível de refletir os grupos sociais e suas interlocuções com o esporte.[...] Mesmo sendo o país do futebol não houve uma transformação em relação ao racismo. Precisamos perceber que o mercado é o grande definidor de questões.

É preciso romper com os discursos cientificistas, os rótulos do senso comum e começar a formular outro tipo de questionamento:

  • Porque a supremacia dos velocistas negros e fundistas só ocorrem entre o sexo masculino? Observamos que nas culturas patriarcais independente da etnia, as habilidades masculinas são mais valorizadas.

  • Outra falha no discurso científico (sobre o fraco desempenho de atletas negros na natação) é quebrado com o nadador negro do Suriname, Anthony  Nesty, que ganhou medalha de ouro no nado borboleta, na Olimpíada de Seul, em 1988. Nessa modalidade o esforço e a técnica são imprescindíveis para o atleta. Também o nadador brasileiro, Edivaldo Valério, primeiro negro a compor a equipe olímpica de natação brasileira, que ganhou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Sidney de 2000.

  • Rupturas de consenso de esportes “considerados de elite” que na atualidade apresentam cada vez mais atletas negros, por exemplo: as irmas Wilhams no tênis, Tiger Wods no golfe, Rogério Clementino , primeiro cavaleiro negro no mundo elitista do hipismo e o fenômeno inglês da Formula 1 Lewis Hamilton. São os que ultrapassaram os campos de futebol e pistas de atletismo.

Segundo OLIVEIRA (2008) muitas situações vem rompendo as representações dos negros no âmbito esportivo e em outros campos sociais.

O processo de quebra do discurso vem acontecendo com a descentralização de grupos da sociedade, que tentam se parecer homogêneas e de arrazoado chauvinismo. Os grupos étnicos, religiosos, raciais, encobertos pelas supostas identidades nacionais unificadas que reivindicam espaços de atuação.

Nesse aspecto, o pesquisador Neilton Ferreira Júnior (integrante do Grupo de Estudos Olímpicos da Universidade de  São Paulo/USP),em entrevista ao Correio Braziliense[1], sobre o desempenho positivo dos  atletas negros na Olimpíada de Tóquio, em 2021, salienta que o fato é reflexo de um movimento que soma a descentralização de políticas públicas de incentivo ao esporte e a uma produção teórica e prática, principalmente nas escolas, que têm ampliado as perspectivas sobre as atividades esportivas.  “Acho que passamos a entrar em um momento muito bom de experimentação. Já é um momento diferente do da esportivização, do militarismo, das ginásticas como base de estruturação da linguagem corporal”.

A participação histórica do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, com atletas negros e negras se destacando em esportes individuais, para o pesquisador  é fruto de um processo iniciado nos anos 2000. Com projetos de governo da época que contribuíram bastante para o investimento no esporte em aspectos muito mais relacionados a questões de reconhecimento do que só de distribuição. Mesmo que a Constituição Federal estabeleça que o esporte é um direito para todos, não existe garantia da aplicabilidade visto as especificidades de cada região brasileira.  Quando o projeto de governo leva o fato em consideração, percebemos ações estruturantes que abrem espaço para a participação de uma parcela maior da população. O fato de atletas de origem nordestina terem maior participação nas Olimpíadas de Tóquio, 2021, mostra que o esporte se estruturou, saindo do eixo sudeste, e se ampliou para o nordeste.

O que revela que, segundo o pesquisador, as políticas públicas permitiram o acesso e formação de campeões, dentro das periferias. Visto que o esporte é a via alternativa para o abandono da miséria e péssimas condições de vida, já que não há investimento em educação ou preparação para o mercado de trabalho. O pesquisador salienta que o movimento negro atuou na criação de políticas públicas voltadas para a periferia.

O fato de visualizar mais negros e negras, assim como os  moradores de periferia se destacando nos podiuns das Olimpíadas de Tóquio, 2021 é extremamente positivo, pois sensibiliza, influencia a buscar novas perspectivas, e lutar por políticas públicas que estabeleçam novas perspectivas para as comunidades periféricas. Segundo Neilton Ferreira Júnior (2021):

“[...] a comunidade que tem o atleta que ganhou medalha passa a se sensibilizar para a necessidade de melhoria do que já existe de infraestrutura, que permita com que as pessoas experimentem os esportes não só para virarem atletas profissionais, mas pelo exercício do seu direito.”

Apesar dos preconceitos e hegemonias nas linguagens dos esportes, observa-se avanços importantes nas escolas. Superadas a herança militarista e o debate sobre a necessidade do ensino da cultura e da história afro-brasileira e indígena. O fato de possuir uma herança histórica e política ajuda a reinventar uma pedagogia diferenciada e outras formas de abordar os esportes.

Outro fato importante de abordar sobre a participação dos negros “famosos” em suas modalidades esportivas na atualidade, com projetos cidadãos, incentivando a educação ou se posicionando publicamente contra as injustiças sociais. Vejamos três casos em especial:

  • Serena Williams - Soma mais Grand Slams somados (simples, duplas e duplas mistas). Terceira tenista a se manter na liderança no ranking mundial. Conquistou quatro ouros olímpicos, tenista feminina com mais prêmios. É ativista de várias iniciativas estudantis junto às comunidades negras, apoia o movimento Black Lives Matter.

  • Le Bron James- Principal nome da NBA. Influente na Liga de Basquete desde 2003. Possui dois ouros olímpicos. Criou a fundação Le Bron James Family Foundation em 2015 e firmou parceria com a Universidade da cidade de Akon para promover bolsa de estudos para 2300 jovens. Em 2018, a fundação junto a prefeitura de Akon criou a Promise School, uma escola que além de ensinar, ajuda a combater a evasão escolar. O jogador afirmou que acredita ser necessário usar seu status para se posicionar e atrair olhares para as causas raciais e humanitárias.

  • Lewis Hamilton - Primeiro e único corredor negro na Fórmula 1, e sete vezes campeão mundial  na categoria. Considerado o maior nome na história do automobilismo. Em 2020 ultrapassou a marca de vitórias de  M. Schumacher, é o segundo piloto mais jovem a tornar-se campeão na categoria. Em 2018 tornou-se o piloto mais jovem na categoria e melhor pago. Sofreu casos de racismo durante a carreira e questiona a diferença de tratamento dado pela imprensa britânica a ele e a outros pilotos conterrâneos. Critica a falta de diversidade no grid da Fórmula 1. Foi às redes sociais cobrar o posicionamento dos outros pilotos nas questões raciais, visto que era o único que se manifestava sobre a violência policial “ A injustiça que vemos com nossos irmãos e irmãs de todo mundo,  o tempo todo, é desprezível e  precisa parar.”  

Ao que se percebe não basta ser atleta negro de destaque em esporte elitizado, ainda cabe o papel social de resgate e empoderamento para as periferias dos grandes centros urbanos norte americanos. Por aqui nossos atletas negros do futebol milionário querem mais é ostentar a vida de megastars, postando seus luxos em redes sociais. Realmente aqui fica outra característica que precisa ser revista, a valorização do esporte dentro do aspecto pedagógico e cidadão. Valorizando a educação e a justiça social.

METODOLOGIA

O ponto de partida para a construção do artigo foi a entrevista do pesquisador Neilton Ferreira Junior a jornalista Carmem Souza, do Correio Braziliense em 31/08/2021, onde o tema era “Negros conquistam lugar de destaque nas Olimpíadas de Tóquio.” Também o artigo  de Altemir Oliveira , sobre a participação do atleta negro no esporte, foi esclarecedor e extremamente importante para desenvolver  a pesquisa.

A pesquisa quanto a sua natureza pode ser considerada explicativa visto que pretende justificar os fatores que implicam no racismo em relação aos esportes. Buscando elementos que mostrem as causas e desdobramentos das manifestações racistas principalmente ligadas ao esporte.

As fontes de pesquisa foram sites sobre Educação Física, como o Impulsiona, assim como artigos e obras sobre a temática do sujeito negro e sua participação no esporte. As palavras chave de busca foram racismo no esporte, atletas negros e preconceito no esporte.

A apresentação dos resultados identifica,  a pesquisa na categoria qualitativa, pois estuda aspectos  subjetivos de fenômenos sociais e do comportamento humano na atualidade, no mundo em geral dentro da cultura ocidental capitalista. Estuda valores racistas que se manifestam no esporte.

CONCLUSÃO

Em pleno século XXI a estigmatização dos esportes que são próprios para os negros ainda existe. Pois a forma como o esporte está instituído não só reproduz como é altamente tolerante à violência racial. Sendo fundamental abrir espaço para o debate racial.

A origem desses estereótipos e representações remontam a questões históricas, sociais e culturais onde os negros após a libertação foram privados de frequentar escolas, ou ser assalariado. Vivendo nas favelas, na periferia criou alternativas ligadas ao lazer e esporte através das ligas de futebol e escolas de samba. O futebol, o esporte surgem como alternativa para melhoria da condição social.

A Olimpíada de 1936 em Berlim, mostrou o potencial do atleta negro Jesse Owens que com quatro medalhas olímpicas, rompeu com o cientificismo eugênico de superioridade da raça branca. Porém cria o estigma que os atletas negros só servem para o Atletismo com provas de velocidade, resistência e força como o boxe e o futebol.

Na época da Guerra Fria surgem teorias como a individualidade biológica que voltam a revigorar hipóteses que os negros são velocistas e que não são bons nadadores, o que é rechaçado com medalhas olímpicas de nadadores negros nas olimpíadas de 1988 e 2000. Percebe-se que na atualidade alguns parâmetros estão em transformação quando começam a surgir atletas negros que se destacam em esportes elitistas como o tênis, golfe, hipismo e Formula 1.

As respostas para as mazelas podem ser o investimento em políticas públicas voltadas para valorização dos esportes nas periferias, visto que é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988.  A possibilidade de abrir outras frentes de valorização de atletas em outras regiões do Brasil, que não só o sudeste.

Constatamos que os esportes continuam sendo alternativas para sair de uma condição miserável, visto que os investimentos em educação e qualidade de vida da população ainda estão longe de atender as melhorias necessárias. Assim como o papel fundamental da escola e da Educação Física nesse processo. 

REFERÊNCIAS

Atletas negros que entraram para a história no combate ao racismo. In: Impulsiona, publicado em 03/06/22. Disponível em: Acesso em: 14/09/22

Educação Física. In: Site Juventude Fiocruz  Disponível em: Acesso em 24/03/22

MATTOS, M. & NEIRA, M. G. Educação Física na adolescência: construindo conhecimento na escola. São Paulo: Ed. Phorte, 2008.

OLIVEIRA, Altemir. A participação do atleta negro no esporte: das pistas de atletismo às pistas de Fórmula 1. Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, nº 126, nov. 2008. Disponível em: Acesso em 14/09/22

PICCOLO, Vilma L. N. (org.) Pedagogia dos esportes. Campinas/SP: Papirus, 1999.

SANTOS, Ricardo Pinto dos. O racismo e a participação do negro no esporte. Ludopédio, São Paulo, v.97, nº22, 22/07/2017. Disponível em: Acesso em 15/09/22

SOUZA, Carmem. Esporte não deve ser alienação e, sim, espaço de luta. (31/08/2021). Correio Braziliense. Disponível em:< https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/trabalho-e-formacao2021/08/4944058-negros-conquistam-lugar-de-destaque-nas-olimpiadas-de-toquio.html > Acesso em 12/09/22

[1]https://www.correiobraziliense.com.br/euestudante/trabalho-e-formacao/2021/08/4944058-negros-conquistam-lugar-de-destaque-nas-olimpiadas-de-toquio.html      Acesso em 12/09/22


Publicado por: ANDREWS DE MEDEIROS FERNANDES

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