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A busca pelo “PIBão Grandão”, uma análise sobre o baixo desempenho do PIB em 2012

No último Relatório de Inflação do Banco Central a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto o PIB em 2012 foi rebaixada de 1,6% para 1,0%.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

No último Relatório de Inflação do Banco Central a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto o PIB em 2012 foi rebaixada de 1,6% para 1,0%. A Notícia repercutiu nos jornais e o fraco desempenho da economia brasileira, levou a presidenta Dilma após cerimônia de lançamento do plano de investimento em aeroportos, a dizer que um de seus desejos além de um feliz Natal, era um “pibão grandão” em 2013!

Para os Liberais o desempenho resulta das várias e desencontradas mexidas do governo, que não definem uma política de crescimento. Mas essa não é a resposta para o paradoxal comportamento macroeconômico brasileiro.

É interessante salientar que o fenômeno acontece em um período em que para alguns especialistas a economia estaria trabalhando com pleno emprego fato desmentido pelo IPEA Instituto de Economia Aplicada em seu comunicado n°135 transmitido no início deste ano¹. Segundo o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística a taxa de desocupação em novembro/12 foi de 4,9% contra 5,2% para o mesmo período em 2011, a menor para o mês de novembro desde o início da série (março de 2002) e a segunda menor de toda a série (a menor foi de 4,7% em dezembro de 2011)². Ainda houve uma elevação de 2,5 em relação ao número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado na comparação anual, uma demonstração do aquecimento do mercado de trabalho.

Além desses indicadores, as iniciativas macroeconômicas tomadas pelo Governo, como as obras resultante do programa de habitação “Minha casa, minha vida”, de infraestruturas como o Programa de Aceleração do Crescimento, de transferência de renda como o já conhecido Bolsa Família, as medidas fiscais como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) as medidas de socorro à industria como a desvalorização do câmbio, redução da taxa básica de juros para 7,25% ao ano (considerado um patamar histórico), as inúmeras linhas de crédito de varejo, linhas de crédito orientado para micro e pequenas empresas, crédito para agricultura familiar, crédito para o financiamento estudantil.

A demanda agregada cresceu, embora de forma tímida, tivemos altas mensais de 0,4% em outubro/12 tanto no consumo das famílias quanto no consumo do governo é o que aponta o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica.As exportações também exibiram comportamento positivo, com alta mensal de 0,5% em outubro/12. Ainda sobre a balança comercial, para o 1° semestre, tivemos um superávit (embora inferior ao mesmo período de 2011) de 7,1 bilhões e no ano as exportações somaram US$233,090 bilhões, as importações, US$ 215,091 bilhões, com saldo positivo de US$ 17,999 bilhões³.

Os que esses dados consolidados nos mostram, é que as medidas macroeconômicas  tomadas pela presidenta Dilma junto com os economistas do governo, visam amortecer os impactos da crise internacional, resultante da desregulamentação financeira estadunidense, que se espalhou pelo mundo provocando o colapso de algumas economias que compõem a zona do euro e de outros países da Europa,  abrindo caminho para o desenvolvimento sustentável brasileiro nos próximos anos.

Com certeza essas medidas ainda não tiveram tempo suficiente para repercutir no desempenho do PIB. No horizonte do longo prazo, as ações tomadas contribuirão para a retomada do crescimento aos patamares obtidos antes da crise. Com tudo é extremamente necessário que o setor privado reaja aos estímulos públicos e recupere o Animal Spirits, para que o PIBão Grandão não torne-se apenas um fantasma dos natais passados.

Eduardo Martins é acadêmico de Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pampa.

Fontes Bibliográficas:

¹http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=13272 acessado em 24/12/12

²http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2298&id_pagina=1 acessado em 24/12/12

³http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=567 acessado em 24/12/2012

http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/12/dilma-classifica-de-bastante-precario-desempenho-da-industria-em-2012.html

http://pt.scribd.com/doc/117488502/Relatorio-de-Inflacao-do-Banco-Central

http://economia.ig.com.br/2012-12-20/dilma-diz-querer-pibao-grandao-em-2013.html

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/


Publicado por: Eduardo Martins de Mendonça Gomes

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.