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Um olhar positivo sobre o contexto familiar na recuperação do paciente em uma unidade de terapia intensiva (UTI)

Análise sobre o contexto familiar na recuperação do paciente em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

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Resumo

A palavra UTI por muitas vezes causou espanto em alguns pacientes ou mais ainda nos familiares, a realidade é que a unidade intensiva faz jus ao próprio nome, aonde os pacientes precisam de um período mais longo de tratamento e supervisão quase que em tempo integral, a importância da família nesse momento dentro da UTI se dá a ajuda com o paciente, com tarefas pequenas que por muitas vezes pode se tornar um obstáculo para o mesmo. A equipe humanizada, a família presente faz toda a diferença no dia a dia de quem está dentro de uma unidade de terapia intensiva.

Palavras-chave: UTI, FAMÍLIA, PACIENTE, EQUIPE.

Summary

The word UTI has often caused amazement in some patients or even more so in family members, the reality is that the intensive care unit lives up to its name, where patients need a longer period of treatment and supervision almost full-time, the The importance of the family at this time in the UTI is to help with the patient, with small tasks that can often become an obstacle for the patient. The humanized team, the family present makes all the difference in the daily lives of those inside an intensive care unit.

Keywords: UTI, FAMILY, PATIENT, TEAM.

Resumen

La palabra UCI a menudo ha causado asombro en algunos pacientes o incluso más en familiares, la realidad es que la unidad de cuidados intensivos hace honor a su nombre, donde los pacientes necesitan un período más prolongado de tratamiento y supervisión casi a tiempo completo, la importancia de la familia en este momento, en la UCI, es la ayuda con el paciente, con pequeñas tareas que muchas veces pueden convertirse en un obstáculo para el paciente. El equipo humanizado, la familia presente, marca la diferencia en el día a día de quienes se encuentran dentro de una unidad de cuidados intensivos.

Palabras clave: UCI, FAMILIA, PACIENTE, EQUIPO.

Introdução

O artigo a seguir  trata de um assunto muito importante, que permeia muitas famílias nos dias de hoje, as UTI'S estão com a ocupação mais elevada que seria normalmente se não tivesse um virus, o que mais tem ecoado é o medo de um ente ir parar em uma UTI, devido ao mito que foi passado por muito tempo de geração em geração, aonde a unidade intensiva é lugar de morte e desespero e a realidade é outra totalmente oposta, pacientes que precisam de um tratamento mais intenso, que necessitam de um monitoramento maior depois de uma cirurgia ou devido a uma condição específica vão pra esses leitos para serem tratados, o que realmente faz total diferença é a família. O apoio familiar muda a perspectiva do dia a dia, o estresse, a ansiedade são abafadas pelo acompanhamento diário tanto do paciente como da família, a equipe intensivista que tem o reforço humanizado impulsiona o ambiente a ser melhor.

1.1. Contextualização histórica sobre a UTI

Para entender sobre como é de suma importância a família no decorrer do tratamento de um paciente é necessário conhecer o que é a UTI de fato e como se comporta diante da sociedade, a mesma é uma unidade mais intensa de tratamento aonde os pacientes que precisam de um monitoramento mais preciso são dirigidos, há ainda um mito em sociedade que é associado a UTI onde é certo o achismo de que só quem é transportado para a unidade tem 100% de falecer. A UTI atende uma demanda alta de pacientes que tem chances de sobreviver mas que demandam cuidados quase que tempo integral, porém essas unidades não são um projeto da atualidade. um projeto idealizado pela enfermeira britânica Florence Nightingale merece nossa atenção. Em 1854 inicia-se a Guerra da Criméia no qual a Inglaterra, França e Turquia declaram guerra à Rússia. Em condições precárias de cuidados, havia uma alta mortalidade entre os soldados hospitalizados e as mortes chegaram ao índice de 40%. Um número muito alto, não? Foi aí que Florence e mais 38 voluntárias partiram para os Campos de Scurati, assumindo o atendimento e a mortalidade caiu para 2%.  O que aconteceu de tão diferente? Simples: a enfermeira classificou os doentes de acordo com o grau de dependência, dispondo-os nas enfermarias, de tal maneira que os mais graves ficassem próximos à área de trabalho da enfermagem, para maior vigilância e melhor atendimento, ou seja, aquela era uma unidade de monitoração de paciente grave, é ali que nasce o projeto embrionário do que são hoje nossas UTI. (SCHLINZ, 2021) 

Apesar de ter surgido um grande projeto que chamou a atenção, a unidade de terapia intensiva só foi nomeada em 1926, a partir da evolução das “Salas de Recuperação Pós-Anestésica” na década de 20 para pacientes submetidos à Neurocirurgia no Hospital Johns Hopkins – USA, e a 1ª UTI foi criada em 1926 em Boston pelo Dr. Walter Dandy. (SCHLINZ, 2021). Porém apenas na década de 70 é que foi implantada a UTI no Brasil, o que aliás foi um grande salto em todo mundo no quesito de hospitais pois antes os enfermos eram tratados apenas na enfermaria muitas vezes comprometendo seu estado pois tratavam os casos graves com a mesma intensidade dos casos mais leves. Na unidade de terapia intensiva entram em tratamento aqueles pacientes também que não sofreram acidentes ou tiveram um dano traumático. além de pacientes com quadros graves, também são assistidos aqueles que passaram por grandes cirurgias e estão sob risco elevado de complicações e que, por isso, necessitam de vigilância constante. Assim como pessoas em fase pós-operatória de cirurgias menores, mas que, por enfermidades associadas, como por exemplo diabetes e hipertensão, podem sofrer algum tipo de complicação (INTENSICARE, 2021). A UTI conta com uma equipe intensivista para conseguir atender com o melhor método possível, o que muitas vezes em uma enfermaria de hospital seria uma sobrecarga tanto para o médico como para o paciente. É necessário ressaltar que além dos cuidados intensos da UTI ela é dividida de acordo com a necessidade de cada paciente, é importante dizer que as UTI’s podem ser classificadas em Adulto, Pediátrica, Pediátrica Mista (Pediátrica e Neonatal), Neonatal e as UTI’s Especializadas, dentre elas destacam-se: Cardiológica ou Coronariana, Cirúrgica, Neurológica, Transplante, dentre outras. (SCHLINZ, 2021).

Para a UTI continuar atendendo esses pacientes de forma adequada e integralmente são necessários algumas máquinas o que faz muitas famílias terem traumas de verem seus entes nesta situação mas é algo necessário no tratamento, para derrubar algum desses mitos é necessário conhecer algumas dessas máquinas e seus métodos. MONITOR CARDÍACO: Todo paciente internado em uma UTI precisa estar monitorizado. O monitor serve para a equipe médica avaliar de modo contínuo e “ao vivo” os sinais vitais do paciente. Através de eletrodos, aparelhos de pressão automatizados e sensores ligados ao paciente é possível acompanhar a frequência cardíaca e respiratória, a pressão arterial e a saturação de oxigênio do sangue.

O monitor cardíaco também nos fornece um traçado simples de eletrocardiograma, onde é possível identificar o surgimento de arritmias cardíacas. O monitor é programado para alarmar sempre que houver: Acelerações ou desacelerações da frequência cardíaca. Picos hipertensivos ou hipotensão. Queda da saturação de oxigênio no sangue. BOMBAS INFUSORAS: Pacientes internados em unidades de terapia intensiva frequentemente necessitam de drogas infundidas de modo contínuo. A bomba infusora permite a administração venosa de drogas em ritmo constante. Essas bombas podem ser usadas para administração de insulina, antibióticos, diuréticos, aminas vasopressoras (drogas usadas para aumentar a pressão arterial em caso de hipotensão persistente), sedativos, anti-hipertensivos, etc. É muito comum os uso de bombas infusoras em pacientes em choque circulatório que apresentam uma pressão arterial muito baixa, insuficiente para a perfusão de órgãos e tecidos. PUNÇÃO DE VEIA CENTRAL: O paciente que precisa de UTI costuma não estar em condições de tomar comprimidos. Além disso, muitos dos medicamentos usados em situações graves só existem na forma de administração venosa. Isto significa que o paciente em uma unidade de terapia intensiva recebe diariamente dezenas de medicamentos através de suas veias. Nem todas as drogas podem ser administradas nas pequenas veias periféricas que temos nos braços. Dois exemplos comuns são as drogas para aumentar a pressão arterial, usadas no choque circulatório, e a nutrição parenteral, usada quando os pacientes são incapazes de se alimentar. Nestas situações, o tratamento só pode ser administrado em veias de grande calibre, que costumam ficar em áreas profundas do corpo. VENTILADOR MECÂNICO: Uma das principais indicações de internação em uma UTI é a insuficiência respiratória, com necessidade de ventilação mecânica (respirador artificial). Se o paciente tem uma doença pulmonar e/ou cardíaca que dificulte sua respiração, o mesmo precisa de auxílio mecânico para não evoluir para parada respiratória. O ventilador mecânico é uma máquina que garante a entrada de oxigênio nos pulmões do doentes que apresentam insuficiência respiratória, isto é, incapacidade de manter boa oxigenação dos tecidos. O respirador mecânico é capaz de fornecer oxigênio mesmo que o paciente já não consiga respirar por conta própria. CATETERISMO VESICAL: Todo paciente com sinais de instabilidade hemodinâmica é submetido ao cateterismo da bexiga. Deste modo, conseguimos aferir precisamente o débito urinário do paciente. Além de ajudar na avaliação do funcionamento dos rins, que é um dos primeiros a sofrer quando há instabilidade, a quantidade de urina produzida em 24 horas nos auxilia no planejamento do volume de líquidos que será infundido ao longo do dia.

Pacientes graves, com instabilidade dos sinais vitais, costumam apresentar insuficiência renal aguda, ou seja, uma ausência de funcionamento dos rins. Um dos sinais de sofrimento dos rins é a diminuição da diurese, ou seja, da produção de urina. Quando o paciente está com um sonda urinária é possível medir a produção horária de urina, sendo fácil detectar alterações da diurese. HEMODIÁLISE: A insuficiência renal aguda é uma complicação comum nos pacientes em estado crítico internados em um CTI. Quando os rins param de funcionar, é preciso iniciar um tratamento chamado hemodiálise. A máquina de hemodiálise procura fazer o papel do rins, retirando as toxinas do organismo e controlando o volume de água e os níveis de eletrólitos (sais minerais) do sangue. O paciente ficará fazendo hemodiálise até que os seus rins mostrem sinais de recuperação. As sessões de hemodiálise podem ser contínuas, isto é, por 24h ininterruptas, ou por apenas algumas horas durante o dia, dependendo da gravidade do caso. (PINHEIRO, 2021) a necessidade de ressaltar que as máquinas são para ajudar no tratamento ajuda as famílias a verem de uma forma mais simples o tratamento do paciente, a base familiar nesse momento impulsiona quem está nos leitos de UTI a avançarem.

1.2. A positiva interação das famílias na UNIDADE DE TERAPIA

Até hoje em dia se ouve falar muito que é a UTI é lugar de isolamento para quem está doente e precisando de monitoramento em tempo quase integral, mas a realidade é totalmente diferente, a família nesse momento trás um olhar diferente a essa narrativa, a Unidade de terapia intensiva já não se torna mais um fardo é sim um avanço, com tantos tratamentos sendo feitos no paciente. Na maioria das vezes acaba vindo a fraqueza muscular, a tontura então até para se levantar ou pegar um copo de água é um obstáculo grande e ter alguém que apoie nessas horas, ajudando é o grande aliado dos profissionais, é necessário ter empatia com o lado familiar também pois o mesmo precisa de apoio psicológico também nessa jornada aonde o ente querido está passando por uma série de estresse. Programas de educação familiar devem ser incluídos como parte do atendimento clínico, pois demonstraram efeitos benéficos para familiares, reduzindo ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e estresse generalizado, ao mesmo tempo em que melhoraram a satisfação familiar com os cuidados (PEBMED, 2021).

Humanizar a UTI com as famílias é um grande salto para a sociedade. Pacientes que passam um período longo na unidade intensiva precisam se situar de coisas comuns no dia a dia e que ajudam os mesmo, já aqueles que não tem como receber visitas acabam tendo um agravamento na saúde segundo a psicóloga (PRIEB, 2021) No caso do funcionário público aposentado José Canabarro Maciel, 83 anos, de Porto Alegre, internado no Hospital Moinhos de Vento, o filho Leo Maciel, 44 anos, colocava todos os dias trechos do tango La Cumparsita para o pai ouvir enquanto voltava do coma. José é um apaixonado pelo ritmo argentino e Leo achou que isso poderia contribuir para trazer o pai à consciência depois de mais de 20 dias entubado. A partir da ida para o quarto, os cinco filhos passaram a se revezar cuidando dele 24 horas. Num momento, ele precisou fazer o procedimento de aspiração do pulmão, que é terrível, e eu dizia pra apertar minha mão. Isso o ajudou a passar por esse momento — recorda Leo. AA infectologista do Hospital Moinhos de Vento Tainá Fagundes Behle, que acompanhou José durante o período de internação, não tem dúvidas: a presença da família, trazendo sempre boas vibrações, foi fundamental para a recuperação total do aposentado. (GZH, 2021). Em outro caso  Rita reforça que, no caso da covid-19, a equipe perde as referências pessoais dos pacientes ao não ter o contato com os familiares deles. Ela cita o exemplo de um senhor, internado há semanas, que mexia muitos os pés e a equipe não sabia ao certo o motivo. Ao conversarem por telefone com a esposa do paciente, foram informados que ele jamais dormia de pés cobertos por lençol. A partir daí, a equipe retirou a cobertura dos pés dele e o paciente se acalmou. Apesar de estar entubado, ele mantinha um nível de consciência. (GZH, 2021) são pequenos detalhes que reforçam o apoio familiar, um bom dia, boa noite, relatos sobre dia ou sobre como tudo está indo mesmo com o paciente inconsciente reforçam a melhora, familiares costumam falar com eles, mesmo sem obter resposta. A ideia é que faz bem para ambos. Segundo a psicanalista Simone Mädke Brenner, o ato de cuidar de um sujeito que supostamente está "desligado" de seus pensamentos e consciência é necessário para que não esqueçamos que antes de nos sentirmos vivos, no início de nossa vida, precisamos estar vivos no desejo de um outro. (GZH, 2021). O reforço familiar na UTI dessa forma tem benefícios para os dois lados. Devido a comunicação famíliar os profissionais ficam mais humanizados com os pacientes conhecendo mais seus pacientes e o que querem. O termo humanizar se refere a tornar benévolo, afável, tratável, fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar. De acordo com valores éticos consiste em tornar uma pratica bela, por mais que ela lide com o que tem de mais doloroso, triste e degradante na natureza humana. É a possibilidade de assumir uma posição de reconhecimento dos limites e ética de respeito ao semelhante. No trabalho de humanização o ponto chave é o fortalecimento desta posição ética de articulação do cuidado técnico cientifico conhecido e dominado, ao cuidado que incorpora a exploração, necessidade e o acolhimento do imprevisível, do incontrolável, ao indiferente e singular (MORAIS et al, 2004).

O medo e a insegurança são amenizados através da humanização, a equipe trabalha melhor, o paciente sente-se mais seguro e a família sente-se mais acolhida. Para o Hospital Sírio-Libanês, a importância da família no cuidado é tão grande que até mesmo nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a instituição incentiva a companhia de um familiar ou de outro acompanhante 24 horas por dia. “Apoiamos a presença da família porque observamos que a recuperação do paciente, muitas vezes, acaba sendo melhor e mais rápida quando ele tem alguém que ele gosta ali por perto”, comenta o Gerente Médico da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Sírio-Libanês, o dr. José Mauro Vieira Jr. As observações do dr. José Mauro vão de encontro a uma pesquisa qualitativa feita em 2012 pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com as 14 participantes dessa pesquisa, todas mulheres submetidas à cirurgia de reconstrução mamária após câncer de mama, seus familiares foram essenciais para enfrentar as inseguranças envolvendo essa doença, nos cuidados pós-cirúrgicos e no aumento da autoestima. (SÍRIO-LIBANÊS, 2021)

Metodologia

Foi feito um estudo com 3 famílias baseado no tempo em que cada uma teve seu ente querido em um leito de UTI, a FAMILIA OLIVEIRA acompanhou o paciente apenas por telefone, não obtiveram contato maior que esse. Já a FAMÍLIA SILVA no início não conseguiu acompanhar o ente mas ao meio do tratamento foi aberto a família para acompanhamento diário e por último a terceira FAMILIA LEMES teve o acompanhamento integral do paciente tendo muitas vezes ajudado o mesmo e auxiliando os profissionais também, algumas perguntas foram desenvolvidas para entender o ponto de vista de cada família diante desse período

Resultado

1. Como você descreveria o sentimento ao saber um ente da família teria que ser internado na UTI?

Figura 1

2. Durante o tratamento, como foi a conexão com o paciente e o hospital?

A conexão com o hospital e com o paciente por parte da família é de grande importância, por isso é necessário a humanização dos profissionais em meio a isso.

3. Do seu ponto de vista você acha que é bom esse acompanhamento famíliar para o paciente?

4. O que mais te marcou enquanto o seu ente estava internado na UTI?

5. Defina em uma palavra a UTI para a família hoje?

A FAMILIA OLIVEIRA perdeu um ente devido a covid19, desde o início do tratamento não conseguiram acompanhar próximo ao hospital, tinham notícias uma vez apenas no dia aonde ligavam para o hospital e recebiam o laudo do dia, devido a ser um vírus altamente contagioso. A família teve que se separar do paciente e depois de uma semana o paciente veio a óbito, porém alguns de imediato receberam a notícia e outros não. A FAMÍLIA SILVA teve um ente internando com complicações repentinas aonde foi feita uma cirurgia imediata deixando assim a família apreensiva sem resposta de início mas ao final da cirurgia quando o paciente já estava mais recuperado conseguiram acompanhar, a FAMILIA LEMES acompanhou seu ente integralmente desde a internação ao final dela mesmo com a notícia de que um câncer tinha se instalado em mais de um órgão seguiram firmes, acompanhando e ajudando em tudo o que a paciente e até mesmo os profissionais precisavam. Foi dado o espaço para cada família relatar o acontecido e como conseguiram passar por esse período.

FAMÍLIA OLIVEIRA: a ficha ainda não caiu sobre tudo o que aconteceu, as vezes parece que ele vai chegar aqui em casa com o sorriso, cumprimentando e nos abraçando. Não tivemos a oportunidade de nos despedir dele e isso dói muito hoje, por ele ter covid19 não pudemos nem ver ele no caixão, foi tudo muito rápido em um dia ele descobriu que estava com o vírus, pediu ajuda de todos em oração e estava de repouso em casa. Foi ao médico e foi constatado que estava tudo bem no outro dia ele já estava com muita dificuldade ao respirar e o médico examinou e ele estava com a saturação extremamente baixa e teve que ser internado na UTI, Depois daí perdemos o contato total com ele, teve que ser sedado pois se debatia muito, o hospital estava com muitos pacientes e era difícil obter informações e também não podíamos ficar dentro do hospital. Foi um período que tinha dias que sabíamos que ele estava morrendo e outros ele estava estável e de repente veio a notícia de que ele havia morrido e ninguém acreditou pois uns sabiam e o outros não.

FAMILIA SILVA: ele sofreu um acidente grave, bateu a cabeça e deu um coágulo então no primeiro momento o médico pediu pra família esperar ter notícias, ele passou por cirurgias e depois de 2 dias foi liberado visitas apenas de um membro da família e foi assim que um foi passando pra o outro e assim por diante, ele foi tendo melhoras significativas e logo foi liberado para mais pessoas visitar e também foi feito uma chamada de vídeo com a família que estava reunida em casa e a cada dia ele melhorava mais e mais.

FAMÍLIA LEMES: Acompanhar ela desde o início foi uma alegria para nós, desenvolveu em primeiro lugar um câncer no estômago, e depois foi evoluindo mas jamais perdemos a fé e a força dela sem foi muito forte com 79 anos ela não se entregou em momento nenhum, se chorávamos ela falava pra sermos fortes, encantou os profissionais com a sua força e a nossa experiência e envolvimento com os profissionais intensivistas foi muito tranquila, fizemos amizade com o médico e com os enfermeiros dentro da unidade, cuidaram muito bem dela, foram muito humanos e nos confortaram em tudo. Víamos a melhora dela diariamente

Considerações Finais

Diante desse artigo teve a conclusão que o olhar profissional mais humano diante da unidade de terapia intensiva ajuda as famílias a conseguirem ter a visão diferente em relação ao paciente, ainda não existe estudos comprovados que os pacientes melhoram com a ajuda famílias mas conversando com alguns profissionais intensivistas é notório a mudança no ambiente e consequentemente no tratamento do mesmo, o reforço positivo da família dentro da UTI ajuda na melhora da ansiedade e estresse no familiar e na equipe medica. Ter a comunicação com quem está cuidando do ente, depositar a confiança no mesmo faz toda a diferença, algumas famílias que viam a UTI como um lugar sem escapatória para a morte, hoje em dia veem a unidade como um ambiente de tratamento intenso.

Referências

PINHEIRO, DR° Pedro. O que acontece com os pacientes internados em UTI. 11 de abril de 2020, disponível em: https://www.mdsaude.com/cirurgia/pacientes-na-uti/ acesso em: 20 de Jun de 2020

TRENTO, Maria Júlia Búrigo, A Visão da Fisioterapia sobre a Importância das Famílias na UTI, 3 anos atrás, disponível em: https://www.google.com/amp/s/soscardio.com.br/fisioterapia-e-importancia-das-familias-na-uti/amp/ acesso em 21 de Jun de 2021

THEES, Vanessa, Como cuidar da família de um paciente na terapia intensiva?. 4 anos atrás. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/pebmed.com.br/como-cuidar-da-familia-de-um-paciente-na-terapia-intensiva/ acesso em: 21 de Jun de 2021

CUSTODIO, Aline Família: o fator fundamental para a recuperação de doentes da covid-19 16 de Jun de 2020 disponível em : httpsw.google.com/amp/s/gauchazh.clicrbs.com.br/saude/amp/2020/06/familia-o-fator-fundamental-para-a-recuperacao-de-doentes-da-covid-19 ckbcmojff006y015nnft1c5t0.html acesso em: 22 de Jun de 2021

GZH, Coma: saiba o que acontece com a mente no estágio de quase morte, 25 de set de 2011, disponível em: https://www.google.com/amp/s/gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/amp/2011/09/coma-saiba-o-que-acontece-com-a-mente-no-estagio-de-quase-morte-3499281.html acesso em: 22 de Jun de 2021

BRASIL ESCOLA, A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, . Disponível em: https://www.google.com/amp/s/m.meuartigo.brasilescola.uol.com.br/amp/saude/a-importancia-humanizacao-na-unidade-terapia-intensiva.htm acesso em: 23 de Jun de 2021

SIRIO LIBANÊS, As famílias têm papel fundamental na saúde, 13 de maio de 2016. Disponivel em: https://hospitalsiriolibanes.org.br/sua-saude/Paginas/familias-papel-fundamental-saude.aspx acesso em: 24 de Jun de 2021.

Por Moisés Hungria Pinto


Publicado por: Moisés Hungria Pinto

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.