Doenças Tropicais Negligenciadas
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O que são?
As doenças tropicais negligenciadas são aquelas causadas por agentes infecciosos ou parasitas e são consideradas endêmicas em populações de baixa renda. Essas enfermidades também apresentam indicadores inaceitáveis e investimentos reduzidos em pesquisas, produção de medicamentos e em seu controle.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define doenças tropicais como doenças negligenciadas, devido ao pouco investimento e avanços nessa área, que atingem mais de 1 bilhão de pessoas expostas ao riscos, especialmente entre as populações pobres da África, Ásia e América Latina.
Endêmicas: são aquelas que estão limitadas a uma área geográfica e não são encontradas naturalmente em nenhuma outra parte do mundo.
No Brasil
As formas mais recorrentes destas doenças no Brasil podemos citar: hanseníase, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose, hepatites e filariose linfática.
O desenvolvimento de intervenções e métodos combinados da saúde pública nos diversos territórios do Brasil pode contribuir para o controle deste grupo de doenças e levar à melhoria da qualidade de vida da pessoa acometida por uma doença tropical negligenciada.
Como vivemos em um país em situação de vulnerabilidade, de pobreza, acesso limitado à água limpa, condições precárias de higiene e de saneamento, são alguns dos fatores associados que podem contribuir para o reaparecimento em massa destas doenças.
Secretaria da Saúde do Paraná
O Brasil é o segundo país do mundo em número de casos, atrás da Índia. E é o primeiro em incidência, ou seja, tem maior proporção de casos novos, quando se compara o número de doentes e o tamanho da população.
No Paraná o maior problema é o desconhecimento da doença, que faz com que os casos, sejam detectados tardiamente, muitas vezes apenas pelas sequelas que já apresentam.
A hanseníase é uma doença crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que pode afetar qualquer pessoa. Caracteriza-se por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes. Diagnosticar cedo é o elemento mais importante para evitar transmissão, complicações e deficiências.
O Mycobacterium leprae é transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro, em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram tratamento e estão em fases adiantadas da doença. Por isso todas as pessoas que convivem ou conviveram com o doente devem ser examinadas.
A chegada da hanseníase no Brasil
Assim como em outras regiões da América, não havia hanseníase entre os indígenas brasileiros. A doença chegou no Brasil, oriundas dos primeiros colonizadores portugueses, principalmente açorianos, e para sua disseminação entre o território brasileiro muito contribuíram os escravos africanos. Entretanto, outros povos principalmente os europeus também colaboraram para sua disseminação posteriormente (Monteiro, 1987; Terra, 1926). Para Opromolla (2000), historiadores relatam que o papel desempenhado pelos escravos na introdução da hanseníase no Brasil é discutível, pois era difícil a negociação de africanos que apresentassem lesões cutâneas ou deformações na pele.
No Brasil, os primeiros casos da doença foram notificados no ano de 1600, na cidade do Rio de Janeiro (Yamanouchi et al, 1993), onde, anos mais tarde, seria criado o primeiro lazareto, local destinado a abrigar os doentes de Lázaro, lazarentos ou leprosos (Brasil, 1989).
As Políticas de Saúde para o Controle da Hanseníase na História do Brasil
Segundo dados do Serviço Nacional de Lepra (1960), as medidas legislativas mais importantes até o século XX, ditadas para o controle da hanseníase no território nacional, foram: Lei tornando obrigatório o isolamento dos doentes de hanseníase no Rio de Janeiro, decretada em 1756; o regulamento assinado em 1787 por D. Rodrigo de Menezes para o hospital da Bahia; o isolamento obrigatório dos doentes no Estado do Pará em 1838; proibição do exercício de certas profissões pelos hansenianos em 1848 e de 1883 expedição de legislação apropriada com a criação de hospitais-colônias em Sabará.
Os primeiros
Conforme Maurano (1939), a endemia hansênica evoluía há, aproximadamente, três séculos no Brasil e pouco ou quase nada havia sido feito para conter sua expansão. Foi Emílio Ribas que, no ano de 1912, durante o I Congresso Sul Americano de Dermatologia e Sifiligrafia do Rio, destacou a importância da notificação compulsória e de se tratar a hanseníase com rigor científico, além do "isolamento humanitário" em hospitais-colônias que não apenas abrigassem os doentes, mas, também, trabalhassem a questão da profilaxia, entre elas, afastar os filhos recém-nascidos sadios de seus pais doentes e dar-lhes assistência nos educandários ou preventórios. Este sanitarista aconselhava a ação conjunta do Estado, dos Municípios e da comunidade para resolver a questão da hanseníase em território brasileiro. Nesta época destaca-se o envolvimento de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e de Alfredo da Matta, no Amazonas.
Tratamento nos dias de hoje
É feito por meio de comprimidos que são fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde. Devem ser tomados diariamente até o término do tratamento, isso é muito importante para alcançar a cura. Se a hanseníase não for tratada, pode causar lesões severas e irreversíveis. O tratamento cura a doença, interrompe sua transmissão e previne incapacidades físicas. Quanto mais cedo for iniciado, menores são as chances de agravamento da doença.
Considerações finais
Buscar a informação adequada sobre essas doenças para a comunidade em geral, contribuírem para que a população esteja ciente dos riscos iminentes a sua saúde, e possam tomar o cuidado necessário, assim o tratamento precoce e a prevenção, com higiene, saneamento básico e conscientização, diminuem os riscos de adquirir tais enfermidades.
Por parte do poder público cabe o investimento em campanhas de informação a população, produção de medicamentos e tratamentos efetivos, além controle da doença e dos vetores responsáveis pela proliferação da mesma.
Referências bibliográficas
30/01 – Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas. Biblioteca Virtual em Saúde MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/30-01-dia-mundial-das-doencas-tropicais-negligenciadas/. Acesso em: 12/08/2022.
EIDT, Letícia Maria. Breve história da hanseníase: sua expansão do mundo para as Américas, o Brasil e o Rio Grande do Sul e sua trajetória na saúde pública brasileira. SciELO - Brasil, 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/nXWpzPJ5pfHMDmKZBqkSZMx/?lang=pt. Acesso em: 12/08/2022.
Hanseníase. SECRETARIA DA SAÚDE. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Hanseniase#:~:text=A%20hansen%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20doen%C3%A7a,e%20pode%20gerar%20incapacidades%20permanentes. Acesso em:12/08/2022.
ATRIBUIÇÕES
Elaborado / Revisado por: |
TIAGO LESKI Pós-Graduado e Especialista em Cybercrime e Cybersecurity: Prevenção e Investigação de Crimes Digitais Graduado em Sociologia Graduado em Administração Graduado em Informática Especialidade e Interesse em Análises de Antropologia Digital & Humanismo Digital |
DATA: 12/08/2022
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TIAGO LESKI Sociólogo Administrador Informático |
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Aprovado: 100 |
PORTFÓLIO | ESTUDO DE CASO |
STATUS/SITUAÇÃO: SEM REVISÃO VIGENTE.
Publicado por: Tiago Leski
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